Do Blog Dialógico por
“Cada vez mais a liberdade editorial das emissoras é limitada”
A afirmação é do diretor da Abert sobre o PL que reserva espaço em rádio e TV para as centrais sindicais
A Associação Brasileira de
Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) declarou-se contra o projeto de
lei que reserva às centrais sindicais horário gratuito no rádio e na TV,
aprovado na última semana pela Comissão de Trabalho, Administração e
Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados. Segundo o diretor de
Assuntos Legais da entidade, Rodolfo Machado Moura, o PL restringe a
liberdade editorial das emissoras e compromete o funcionamento
satisfatório da radiodifusão. “Somos contrários ao projeto. Cada vez
mais a liberdade editorial das emissoras é limitada. Esperamos que a
próxima comissão pela qual o projeto irá passar tenha o bom censo de
rejeitá-lo”, afirmou o diretor.
De acordo com o texto aprovado,
os programas produzidos pelas centrais sindicais deverão ser
transmitidos com a finalidade de discutir matérias de interesse de seus
representados. Pela proposta, as mídias com as gravações dos programas,
em bloco ou em inserções, deverão ser entregues às emissoras com
antecedência mínima de vinte e quatro horas das respectivas transmissões
agendadas.
Para o diretor-geral da Abert,
Luís Roberto Antonik, a sobrecarga na grade de transmissão das rádios
pode acarretar no fechamento dessas emissoras, que arcam com altos
custos. “Para calar as emissoras, basta sobrecarregá-las com programas
obrigatórios gratuitos”, disse, lembrando que o tempo destinado à
transmissão de propaganda comercial é restrito a 25% da programação.
O projeto que reserva às
centrais sindicais dez minutos por semestre de transmissão gratuita em
emissoras de rádio e TV tramita em caráter conclusivo e será analisado
ainda pelas comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática
(CTCI) e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). [Fonte:
Coletiva Net]
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Para o representante de uma das
entidades empresariais de comunicação, 10 minutos semestrais de tempo
destinado a conteudo sobre a organização sindical, é acabar com rádio e
tv, afinal, é tempo demais na grade da programação! Baita prejuizo
editorial e de $$$$! Como se as empresas tivessem algum tipo de prejuizo
nessa área, haja vista a campanha eleitoral ilegal promovida em TV e
rádio neste ano.
Mais, em se tratando de
concessões públicas, o Art. 221 da CF88 é esclarecedor, o que denuncia a
parcialidade da afirmação do Sr. Moura:
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
Pior, queixar-se sobre a liberdade editorial é feito em tom sério! E o responsável, nem vermelho de vergonha fica...
Nota do blogueiro: Os trabalhadores não podem ter espaço na mídia corporativa. São muito perigosos.
Dez
minutinhos, por semestre, para os trabalhadores? Dez minutinhos por
semestre, de um espaço em uma concessão pública, e as associações dessa
classe já "pingam-fogo"?
Liberdade
editorial limitada? Eles tem liberdade editorial para caluniar, difamar
e mentir a vontade e falam em restrições, por causa de dez minutinhos
de Big Brotheres a menos por semestre?
Eles tem medo de serem desmentidos em suas próprias redes.
Precisamos de uma Ley de los medios, com urgência.
Um comentário:
É triste pensar que os trabalhadores não poderm ter seu espaço mínimo, mas o capital pode e a gente tem que aguentar! Eles Entopem a gente com merchandising em novelas, programas de entrevistas, etc e a gente aguenta! A gente assina TV a cabo para se livrar das drogas das propagandas e, agora, toma propaganda em TV a cabo, e a gente, que paga caro para se livrar delas, tem que ir aguentando!! Finalidades educativas, artísticas e culturais? A grade das emissoras estão longe de atender a este requisito...Finalidades informativas? Não sei se rio ou se choro, pois o que mais se vê por aí é a desinformação geral! E a coisa agora está trágica: criticar a imprensa é considerado falta de liberdade de expressão. Não dá mais para continuar assim.Que venha urgente o marco regulatório!
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