Canalmoz -
Em Moçambique, o trabalho infantil é utilizado com grande frequência na
agricultura e nas ruas, além da exploração sexual e no trabalho
doméstico, além do tráfico de menores, segundo um estudo do Departamento
do Trabalho norte-americano divulgado na quarta-feira, intitulado "2009
Finding on the Worst Forms of Child Labor", que inclui 125 países e
mais 19 territórios.
Segundo o Departamento do Trabalho dos Estados
Unidos, as crianças moçambicanas são submetidas a trabalho doméstico por
longas horas e com risco de abuso sexual dos seus empregadores, além de
serem utilizadas no trabalho informal nas ruas, como na colecta de
sucata de metal, onde correm vários riscos.
Muitas trabalham em restaurantes e também em bares nas barracas e algumas destas crianças são exploradas sexualmente.
Crianças são traficadas internamente e
para a África do Sul e Swazilândia para fins de exploração sexual,
trabalho forçado na agricultura, trabalho manual e doméstico.
Raparigas do Zimbabwe e Malawi também
são traficadas para Moçambique para exploração sexual e serviço
doméstico. Os meninos são traficados dentro do país e para a África do
Sul para trabalharem em quintas e em minas.
Em Moçambique, as crianças órfãs são particularmente vulneráveis ao envolvimento nas piores formas de trabalho infantil.
Em 2009, havia 1,2 milhões de órfãos em Moçambique, muitos perderam os pais devido ao
HIV/SIDA.
O Governo de Moçambique tem participado
em projectos financiados pelos doadores para retirar ou prevenir que as
crianças exerçam as piores formas de trabalho infantil. No entanto,
ainda existem lacunas no seu quadro legal. As crianças podem deixar a
escola aos 12 anos e a Lei não define o que é trabalho perigoso, refere o
estudo, acrescentando que queixas de tráfico de crianças são
investigadas com frequência.
Crescem os programas de protecção
social, mas não tratam dos sectores em que o trabalho pesado é também
realizado por crianças, como na
agricultura.
O Departamento do Trabalho
norte-americano sugere que o Governo de Moçambique deve aumentar a idade
obrigatória de escolaridade para os 15 anos, alterar o código do
trabalho para proibir as crianças de trabalharem à noite e definir o que
é trabalho pesado.
Sugere ainda o reforço dos programas
sociais principalmente voltados para as crianças que trabalham na
agricultura e trabalho doméstico, além da investigação de tráfico de
crianças, entre outras medidas.
De acordo com o estudo do Departamento
do Trabalho, estima-se que 215 milhões de crianças trabalham em vez de
ir à escola e mais de metade (115 milhões) destes dedicam-se a trabalhos
perigosos no mundo.
Um comentário:
Lamentável! Crianças e adolescentes são vítimas no mundo todo...Parabéns pela denúncia... Se cada um de nós fizessemos a nossa parte, quem sabe, não lhes proporcionaria um mundo melhor.
contato: www.soscriancaeadolescente.com.br
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