Brizola Neto no TIJOLACO
Foi mais que providencial o lançamento, ontem, do Programa Nacional de Ensino Técnico, o Pronatec,
pela Presidenta Dilma Rousseff. E, coincidentemente, a publicação de um
estudo do IPEA que analisa a relação entre emprego, experiência e
qualificação profissionais.
Dilma afirmou que o Brasil está, hoje, próximo ” do pleno emprego” e
enfrenta “grande demanda de mão de obra qualificada”. Em alguns casos,
disse ele, ” falta mão de obra qualificada, em outros, sobra mão de obra
sem a qualificação necessária”.
O estudo do IPEA
dá números concretos a esta afirmação da Presidente: para o estoque de
desempregados estimado em 7,3 milhões de trabalhadores, “somente 2
milhões (27%) tendem a apresentar qualificação e experiência
profissional , enquanto dos 1,5 milhão de novos ingressantes no mercado
de trabalho, estima-se que apenas 762 mil (51%) devam possuir
qualificação e experiência profissional para o pronto exercício do
trabalho”.
E, de outro lado, São Paulo e a Região Sul deverão apresentar déficits de mão de obra com qualificação, sobretudo na indústria.
“O sistema de capacitação profissional brasileiro já não corresponde às necessidades do país e às dimensões de nossa economia.”.
É absoluta verdade. Embora seja vital administrar a emergência das
pessoas que já integram a população economicamente ativa com cursos
rápidos, que possam ser quase simultâneos à sua alocação ou realocação
ao mercado de trabalho, não podemos mais ter um sistema de ensino
profissional fundado na “emergência”.
Não se pode pensar em educação técnica dissociada de formação geral,
porque precisamos de algo muito além de “adestramento” profissional. É a
economia moderna que pede essa base, para que sobre ela possam vir a
inovação, a criatividade e a modernização da produção e do trabalho.
É animador que o programa tenha foco nos investimentos em ampliação
da rede de escolas técnicas – e sua ampliação para o mundo virtual – e
contemple a formação de profissionais de alto nível, com as 75 mil
bolsas de extensão no estrangeiro, naturalmente com compromissos de
multiplicação aqui do conhecimento absorvido.
E o Tijolaço, claro, não pode tratar deste tema sem bater na sua
tecla: o Rio de Janeiro tem de ganhar, ontem, uma Escola Técnica de
Petróleo e Gás. A cadeia produtiva do petróleo – além da extração e do
refino, propriamente, a indústria naval, a de máquinas e equipamentos,
os serviços correlatos à operação das plataformas – vai, literalmente,
devorar mão de obra qualificada.
Temos conhecimento acumulado na Petrobras e nas universidades para
fazer deslanchar isso rapidamente. E recurso, nos roylaties e no Fundo
Social do Pré-sal, para bancar este esforço.
Vale o que Dilma falou, ao lançar o Pronatec: “nosso país aprendeu a
se respeitar e a se fazer respeitar internacionalmente” e será “do
tamanho daquilo que cada um de nós fizermos por ele”.
Façamos, e já.
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