Redação Carta Capital
Às vésperas da votação da ONU sobre a criação de um estado palestino, que deve ocorrer em setembro, o ministro do Interior de Israel, Eli Yishai, aprovou em caráter definitivo, nesta quinta-feira 11, a construção de 1600 casas para colonos em Jerusalém Oriental. O ministério espera aprovar, ao todo, a construção de mais de 2700 casas.
A decisão é criticada pela Autoridade Palestina. De acordo com a BBC, a construção das casas seria para evitar a crise econômica que assola o país, mas vem sendo condenada pela comunidade internacional, pois os assentamentos são considerados ilegais.
Em entrevista à AFP o porta-voz do ministério, Roei Lachmanovich, disse que a construção “não tem nada de político, é apenas econômico”.
A crise em Israel, que vem causando protestos em âmbito nacional desde julho, se intensificou na última semana, tendo o custo elevado de vida como um dos temas centrais. As manifestações, que chegaram a reunir 300 mil em protesto por justiça social, levaram o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a nomear uma comissão para fazer propostas para reformas econômicas. Na terça-feira 9, a comissão fez sua primeira reunião que terminou sem nenhuma proposta.
Mais de 500 mil israelenses vivem nos colonatos da Cisjordânia, o que inclui Jerusalém Oriental. Considerados assentamentos ilegais pela comunidade internacional, Israel, porém, considera parte do território como bairros judaicos.
Além das 1600 casas com autorização para serem erguidas em Ramat Shlomo, o ministério pretende aprovar mais 2 mil em Givat Hamatos e 700 em Pisgat Zeev.
A ocupação da Cisjordânia por Israel desde 1967 não é reconhecida pela comunidade internacional. No entanto, a aprovação do levantamento dessa casas acontece no mesmo momento em que os palestinos se preparam para levar à Organização da Nações Unidas (ONU) o pedido de reconhecimento do estado palestino, cuja campanha é fortemente combatida por Israel.
A paralisação da construção dos colonatos era uma condição para que os palestinos voltassem a negociar a paz com o governo israelense. Como reação ao anúncio, a ONU apelou para Israel não levar adiante os novos assentamentos. De acordo com reportagem do site de notiícias de Israel, o Haaretz, a ONU considera que esse plano equivaleria a uma ação provocativa para o processo de paz com os palestinos.
“Se confirmada, esta ação provocadora mina os esforços em curso por parte da comunidade internacional sobre as negociações em andamento”, disse Robert Serry, coordenador da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, ao jornal.
ONU, União Europeia, Estados Unidos e Rússia, reconhecidos como o quarteto da diplomacia do Oriente Médio, opuseram-se aos novos assentamentos judeus.
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