Paul Krugman é Prêmio Nobel de Economia.
Parece que esse prêmio tem outro nome.
Mas é assim que o mundo, inclusive o econômico, o vê.
Krugman escreve no pouco importante New York Times.
A poderosa Folha de S. Paulo o reproduz.
Outros no Brasil fazem o mesmo.
Toda semana Krugman dá uma bofetada na cara dos perfeitos idiotas neoliberais latino-americanos.
Na verdade, dá uma bofetada na cara dos perfeitos idiotas liberais do mundo inteiro.
Um exemplo sobre a crise europeia:
“Como as coisas deram tão errado? A resposta que você ouve o tempo todo é que a crise do euro foi causada por irresponsabilidade fiscal. Ligue sua TV e você provavelmente encontrará algum especialista declarando que se os Estados Unidos não cortarem gastos, nós acabaremos como a Grécia”.
A bofetada: “Mas a verdade é quase o oposto. Apesar dos líderes europeus continuarem insistindo que o problema é o gasto excessivo nos países devedores, o problema real é gastos insuficientes na Europa como um todo. E seus esforços para consertar as coisas, exigindo austeridade cada vez mais dura, têm exercido um grande papel no agravamento da situação”.
Uau!
Toda vez que ouvir um especialista na televisão dizendo que ar arrogante que o problema é o excesso de gastos, pense em Krugman e tenha a certeza de que está vendo um ideólogo cego pela sua ignorância falar.
Não se sinta intimidado.
Toda vez que ouvir a propaganda daquela campanha de gasolina com imposto zero, saiba que é demagogia.
Não existe nem pode existir (nem deve) imposto zero.
Mais uma porrada de Krugman do seu artigo mais recente:
“A propósito, grande parte dos empréstimos foi concedida ao setor privado, não para governos. Apenas a Grécia apresentava grandes déficits orçamentários durante os anos bons; a Espanha na verdade apresentava superávit às vésperas da crise. Então a bolha estourou. Os gastos privados nos países devedores caíram acentuadamente. E a pergunta que os líderes europeus deveriam ter feito era como impedir que esses cortes de gastos causassem uma recessão por toda a Europa. Em vez disso, eles responderam aos inevitáveis aumentos de déficit, causados pela recessão, exigindo que todos os governos –e não apenas os dos países devedores– cortassem gastos e aumentassem impostos. Os alertas de que isso aprofundaria a recessão foram rebatidos. “
A Europa, diz Krugman, precisa aceitar um pouco mais de inflação para sair do buraco.
Como é que deram um Nobel de economia para um ignorante desses?
Como é que não deram o Nobel para os articulas da Veja, que só falam em cortar gastos?
Krugman bate no fígado: “A combinação de austeridade para todos e uma obsessão mórbida do banco central com a inflação impossibilita que os países devedores escapem da armadilha da dívida, o que é uma receita para vários calotes de dívida, corridas aos bancos e colapso financeiro geral. Eu espero, para nosso bem assim como para o deles, que os europeus mudem de curso antes que seja tarde demais. Mas, para ser honesto, eu não acredito que mudarão. Na verdade, é muito mais provável nós os seguirmos na trilha para a ruína”.
Esse sujeito é um perigo.
Ousa contestar tudo o que nossos pseudo-especialistas afirmam todos os dias com ares de responsáveis, sérios, ponderados, equilibrados, conhecedores, engravatados e o escambau.
O soco do nocaute:
“Assim, da próxima vez que você ouvir alguém dizendo que se não cortarmos gastos nós nos transformaremos na Grécia, sua resposta deve ser a de que se cortarmos gastos enquanto a economia ainda está em depressão, nós nos transformaremos na Europa. De fato, nós já estamos a caminho”.
Nada como uma boa credencial.
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