- Laerte Braga - Publicado no DIARIO DA LIBERDADE
Dilma
Rousseff até agora está olhando para o outro lado em relação à
cachoeira que ameaça estruturas de poder podre de bancos, empreiteiras,
latifundiários, partidos, figuras de proa no "cenário político" e
investe contra os juros altos dos bancos privados.
Neste
momento se mostra mineira – nasceu no estado de Minas Gerais, onde os
políticos têm fama de dissimulados –, mas qualquer um sabe que por trás
de todo esse aparato existe ou uma tentativa de desmonte de quadrilhas
de todos os naipes que impedem projetos de seu governo, ou vontades
políticas que tenha, um processo de auto-afirmação – até agora nas
pequenas crises corria a tomar a bênção de Lula. Nem importa que o
formigueiro não tenha sido detectado antes. Agora está aí.
Tem uma batata quente nas mãos. O Código Florestal aprovado pelo Congresso e que praticamente transforma o Brasil num futuro deserto.
O que vai fazer ou deixar de fazer é uma incógnita.
Para além de Dilma o seu partido tem a oportunidade de reencontrar seu caminho histórico, mesmo que isso provoque um furacão político e possa, segundo alguns golpistas de eterno plantão, levar o Brasil a um beco sem saída.
Carlos Cachoeira é uma peça numa monstruosa engrenagem que ganhou uma impressionante estrutura e por conta dela uma eficiente atuação desde as privatizações e as políticas neoliberais de FHC e o "capitalismo a brasileira" inventado por Lula.
Se vai correr numa faixa paralela à cachoeira corre também riscos de ser tragada no curso do processo e não ter condições, mais à frente, de reverter o jogo sórdido dos controladores do Estado brasileiro.
Está, literalmente, assentada em cima de um formigueiro. E foi um presidente – Washington Luís – que afirmou em seu governo que "ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil". A saúva é uma espécie de formiga que como gafanhotos devora tudo e pode devotar todos também.
Dilma sabe que a mídia de mercado – atolada até a ponta do dedo mindinho na corrupção, é corrupta em si – não vai tolerar ser desafiada e já deu mostras que a reação se isso acontecer vai ser devastadora.
É impossível que não saiba que tem que enfrentá-la. De nada valeram os esforços de ensinar a fazer panquecas, ou omeletes, no programa de Ana Maria Braga. A mídia permanece como a esfinge – "decifra-me, ou te devoro". O caminho é "Enfrenta-me, ou te devoro".
Falou-se em "usina de popularidade" em relação à crítica da presidente aos altos juros dos bancos privados, na contramão dos bancos públicos. Até que ponto vai ser suficiente para enfrentar os desafios que virão não se pode avaliar.
Com certeza o desmonte do modelo político e econômico gerado desde o governo FHC e intocado por Lula, é fundamental para que se possa pensar o Brasil potência mundial de fato e nunca potência de ocasião, exportador de matérias primas, sob controle dos barões do agronegócio.
Trabalhadores espanhóis saíram às ruas no Primeiro de Maio para protestar contra as medidas tomadas pelo governo daquele país diante da crise que afeta a União Europeia.
"Querem acabar com tudo, trabalho, dignidade e direitos". Era o que estampavam as faixas. Um quarto da população desempregada e entre os jovens metade deles.
Dilma tem ignorado a política de integração latino-americana e optado por negociar as divergências diretamente com os Estados Unidos. Os norte-americanos sabem que por pior que isso possa ser, é bem melhor que a presidente do Brasil colada a líderes como Chávez, Cristina Kirchner, Evo Morales e outros. E negociar divergências diretamente não é ruim para os EUA, pelo contrário.
Existe uma cunha nesse trem todo. O tratado de livre comércio com Israel firmado por Lula e que abriu as portas do País ao controle de setores estratégicos e essenciais da economia por grupos sionistas. Isso, por si só, inclui o Brasil no projeto GRANDE COLÔMBIA.
Quem vai ter que decifrar-se para não ser devorada é a própria Dilma.
Sua formação de economista lhe permite prever tempestades futuras no caminho. Seja por conta do naufrágio da União Europeia, do ano eleitoral nos Estados Unidos e do envolvimento do Brasil em assuntos que escapam a mínima compreensão de qualquer um que raciocine com lógica.
A entrada da Colômbia no antigo projeto SIVAM – Sistema de Monitoramento da Amazônia –, primeira grande fraude do governo FHC e que inclui os EUA. As forças brasileiras no Haiti para uma reconstrução que não existe. Uma fragata numa "força de paz" no Oriente Médio sem o menor sentido e as negociações que correm por baixo dos panos para o envio de tropas brasileiras à Síria com o objetivo de "pacificar".
Uma faísca da crise europeia que atinja o País vai diretamente a tal "usina de popularidade" que Dilma teria aberto ao criticar os juros altos de bancos privados.
As chamadas grandes potências – hoje na verdade apenas três, EUA, China e Israel – costumam ser solidárias nos saques, nas extorsões e nos golpes quando se trata de salvar a própria pele, ou de implementar projetos e planos de controle e domínio dos "negócios".
Por enquanto as formigas do formigueiro em que Dilma está assentada não deram sinais que partiram para o ataque. Só avisos e ameaças. Estão esperando a definição da presidente. Se de fato é ataque, ou se no meio do caminho tudo acaba virando atração turística, falo de cachoeiras.
De qualquer forma é a primeira vez desde que assumiu o governo que a presidente do Brasil dá mostras que vai voar com suas próprias asas. Se são de cera e irão se derreter no calor da crise é outra história.
Em meio a isso tudo as forças populares. A luta não é contra a corrupção exclusivamente. A corrupção é parte intrínseca do capitalismo. A luta é contra o modelo, o sistema. É por ai que se pode pulverizar as forças despejadas pelo monte de cachoeiras a jorrar milhões lubrificando um poder podre.
De repente, não mais que de repente, as formigas podem até ser devoradoras de sapatos de dez mil reais o par nos pés da sorridente senhora Sérgio Cabral, nas farras de Paris
Tem uma batata quente nas mãos. O Código Florestal aprovado pelo Congresso e que praticamente transforma o Brasil num futuro deserto.
O que vai fazer ou deixar de fazer é uma incógnita.
Para além de Dilma o seu partido tem a oportunidade de reencontrar seu caminho histórico, mesmo que isso provoque um furacão político e possa, segundo alguns golpistas de eterno plantão, levar o Brasil a um beco sem saída.
Carlos Cachoeira é uma peça numa monstruosa engrenagem que ganhou uma impressionante estrutura e por conta dela uma eficiente atuação desde as privatizações e as políticas neoliberais de FHC e o "capitalismo a brasileira" inventado por Lula.
Se vai correr numa faixa paralela à cachoeira corre também riscos de ser tragada no curso do processo e não ter condições, mais à frente, de reverter o jogo sórdido dos controladores do Estado brasileiro.
Está, literalmente, assentada em cima de um formigueiro. E foi um presidente – Washington Luís – que afirmou em seu governo que "ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil". A saúva é uma espécie de formiga que como gafanhotos devora tudo e pode devotar todos também.
Dilma sabe que a mídia de mercado – atolada até a ponta do dedo mindinho na corrupção, é corrupta em si – não vai tolerar ser desafiada e já deu mostras que a reação se isso acontecer vai ser devastadora.
É impossível que não saiba que tem que enfrentá-la. De nada valeram os esforços de ensinar a fazer panquecas, ou omeletes, no programa de Ana Maria Braga. A mídia permanece como a esfinge – "decifra-me, ou te devoro". O caminho é "Enfrenta-me, ou te devoro".
Falou-se em "usina de popularidade" em relação à crítica da presidente aos altos juros dos bancos privados, na contramão dos bancos públicos. Até que ponto vai ser suficiente para enfrentar os desafios que virão não se pode avaliar.
Com certeza o desmonte do modelo político e econômico gerado desde o governo FHC e intocado por Lula, é fundamental para que se possa pensar o Brasil potência mundial de fato e nunca potência de ocasião, exportador de matérias primas, sob controle dos barões do agronegócio.
Trabalhadores espanhóis saíram às ruas no Primeiro de Maio para protestar contra as medidas tomadas pelo governo daquele país diante da crise que afeta a União Europeia.
"Querem acabar com tudo, trabalho, dignidade e direitos". Era o que estampavam as faixas. Um quarto da população desempregada e entre os jovens metade deles.
Dilma tem ignorado a política de integração latino-americana e optado por negociar as divergências diretamente com os Estados Unidos. Os norte-americanos sabem que por pior que isso possa ser, é bem melhor que a presidente do Brasil colada a líderes como Chávez, Cristina Kirchner, Evo Morales e outros. E negociar divergências diretamente não é ruim para os EUA, pelo contrário.
Existe uma cunha nesse trem todo. O tratado de livre comércio com Israel firmado por Lula e que abriu as portas do País ao controle de setores estratégicos e essenciais da economia por grupos sionistas. Isso, por si só, inclui o Brasil no projeto GRANDE COLÔMBIA.
Quem vai ter que decifrar-se para não ser devorada é a própria Dilma.
Sua formação de economista lhe permite prever tempestades futuras no caminho. Seja por conta do naufrágio da União Europeia, do ano eleitoral nos Estados Unidos e do envolvimento do Brasil em assuntos que escapam a mínima compreensão de qualquer um que raciocine com lógica.
A entrada da Colômbia no antigo projeto SIVAM – Sistema de Monitoramento da Amazônia –, primeira grande fraude do governo FHC e que inclui os EUA. As forças brasileiras no Haiti para uma reconstrução que não existe. Uma fragata numa "força de paz" no Oriente Médio sem o menor sentido e as negociações que correm por baixo dos panos para o envio de tropas brasileiras à Síria com o objetivo de "pacificar".
Uma faísca da crise europeia que atinja o País vai diretamente a tal "usina de popularidade" que Dilma teria aberto ao criticar os juros altos de bancos privados.
As chamadas grandes potências – hoje na verdade apenas três, EUA, China e Israel – costumam ser solidárias nos saques, nas extorsões e nos golpes quando se trata de salvar a própria pele, ou de implementar projetos e planos de controle e domínio dos "negócios".
Por enquanto as formigas do formigueiro em que Dilma está assentada não deram sinais que partiram para o ataque. Só avisos e ameaças. Estão esperando a definição da presidente. Se de fato é ataque, ou se no meio do caminho tudo acaba virando atração turística, falo de cachoeiras.
De qualquer forma é a primeira vez desde que assumiu o governo que a presidente do Brasil dá mostras que vai voar com suas próprias asas. Se são de cera e irão se derreter no calor da crise é outra história.
Em meio a isso tudo as forças populares. A luta não é contra a corrupção exclusivamente. A corrupção é parte intrínseca do capitalismo. A luta é contra o modelo, o sistema. É por ai que se pode pulverizar as forças despejadas pelo monte de cachoeiras a jorrar milhões lubrificando um poder podre.
De repente, não mais que de repente, as formigas podem até ser devoradoras de sapatos de dez mil reais o par nos pés da sorridente senhora Sérgio Cabral, nas farras de Paris
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