OS EDITORES DE ODIÁRIO.INFO
A
reeleição de Barack Obama não surpreende. O suspense em torno do
suposto empate com Mitt Romney foi criado artificialmente para
influenciar os indecisos.
Mas a campanha de Obama, cinzenta, não se desenvolveu na atmosfera
triunfalista da anterior. O presidente não cumpriu as promessas
sintetizadas no slogan «sim, nós podemos!», que em 2008 entusiasmou
milhões de compatriotas que acreditaram numa «mudança».
O País continua mergulhado numa crise profunda. A dívida pública
interna aumentou para um nível astronómico. A dívida externa é a maior
do mundo. O défice da balança comercial é colossal. Os EUA são hoje um
estado parasita que consome muito mais do que produz e mantém a
hegemonia mundial em consequência do seu enorme poderio militar. A
política financeira de Obama, concebida para favorecer as grandes
transnacionais e a banca, contribuiu para agravar o desemprego e manteve
na miséria dezenas de milhões de famílias.
Romney com o seu programa assustou os negros, os latinos e um amplo
sector da pequena burguesia branca. No início, o seu discurso era tão
reaccionário que o modificou, deslocando-se da direita cavernícola para o
centro.
Nos debates televisivos que encerraram o grande circo milionário da
campanha eleitoral ele e Obama coincidiram praticamente nas questões
fundamentais.
Os media ditos de referência apresentaram a politica internacional
do presidente como o grande êxito do seu mandato. Romney não a criticou.
Essa coincidência dos candidatos é por si só reveladora do nível de
alienação do eleitorado da grande república.
É difícil encontrar precedente na História dos EUA para uma politica
externa que tenha configurado para a humanidade uma ameaça comparável à
desenvolvida por Barack Obama.
No Iraque, vandalizado pela ocupação militar, permanecem milhares de oficiais e dezenas de milhares de mercenários e a violência é um flagelo endémico. No Afeganistão, a guerra está perdida, a maior parte do país encontra-se sob controlo das forças que combatem a ocupação dos EUA e da NATO, e o governo fantoche de Karzai é odiado pelo povo.
No Iraque, vandalizado pela ocupação militar, permanecem milhares de oficiais e dezenas de milhares de mercenários e a violência é um flagelo endémico. No Afeganistão, a guerra está perdida, a maior parte do país encontra-se sob controlo das forças que combatem a ocupação dos EUA e da NATO, e o governo fantoche de Karzai é odiado pelo povo.
A utilização dos aviões sem piloto, os drones, substituiu
progressivamente os bombardeamentos da força aérea tradicional. O
presidente Obama elogiou repetidamente durante a campanha o recurso a
essa nova modalidade criminosa de guerra. É ele pessoalmente quem
selecciona os «inimigos» a abater em listas elaboradas pela CIA,
submetidas à sua aprovação. Mas nesses bombardeamentos «cirúrgicos» a
aldeias do Paquistão milhares de camponeses, como reconhece o próprio
New York Times, têm sido mortos.
Durante a campanha, Obama evitou o envolvimento dos EUA em novas
guerras de agressão. Mas, reeleito, a sua estratégia belicista de
dominação mundial vai ser retomada. O ataque à Síria será o próximo
objectivo. A decisão será americana, muito embora Washington incumba
dessa tarefa a Turquia e provavelmente a França e a Grã-Bretanha.
Resolvida «a questão síria», os EUA, em parceria com Israel, intensificarão a campanha mundial que visa a destruição do seu grande «inimigo» na Região, o único grande estado islâmico que não se submete à sua estratégia imperial: o Irão.
Resolvida «a questão síria», os EUA, em parceria com Israel, intensificarão a campanha mundial que visa a destruição do seu grande «inimigo» na Região, o único grande estado islâmico que não se submete à sua estratégia imperial: o Irão.
A actual politica para a América Latina, que através de golpes de
estado atípicos em Honduras e Paraguai afastou presidentes incómodos,
terá continuidade. Washington sofreu uma derrota importante com a
reeleição de Hugo Chavez, mas a guerra não declarada contra a Revolução
Venezuelana vai prosseguir.
A prioridade na estratégia belicista da nova Administração será
contudo a China. Obama foi transparente quando anunciou que dois terços
do poder aeronaval dos EUA vão ser concentrados na Ásia Oriental. É por
ora imprevisível o estilo que assumirá a politica anti-chinesa (e anti-o
russa) de Barack Obama. Mas pode-se antecipar que a maioria republicana
da Câmara de Representantes apoiará uma intensificação da política
belicista da Casa Branca.
Cabe perguntar: como foi possível atribuir a tal homem o Prémio Nobel da Paz?
O segundo mandato de Obama será para a humanidade tão negativo ou mais do que o primeiro.
Cabe perguntar: como foi possível atribuir a tal homem o Prémio Nobel da Paz?
O segundo mandato de Obama será para a humanidade tão negativo ou mais do que o primeiro.
Um comentário:
A reeleição de Obama foi teoricamente positiva para o Brasil na economia. Mas ainda depende de nós. Temos de fazer nossa parte produzindo com preço competitivo, o que implica baixar a carga tributaria, melhorar a infraestrutura e diminuir a burocracia.
Obrigado,
Dedetizadora
Postar um comentário