quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Jimi Hendrix, in "Wild thing", Live, Los Angeles

Creedence Clearwater Revival - 1973 - Live Europe

Creedence Clearwater Revival - Live Europe


Copiado de:Mate-Couro

Perguntas que têm sido caladas

Emir Sader * Adital -
Perguntas que têm sido caladas
1. Por que nenhum grande traficante brasileiro - similar ao colombiano detido recentemente aqui - está preso? São presos ou mortos dirigentes locais do tráfico nas favelas ou em outras zonas periféricas das grandes cidades, mas que se revelam ser pessoas "pé-de-chinelo", sem grande riqueza, incomparáveis, por exemplo, a esse traficante colombiano. Quem são os correspondentes no Brasil, que têm que existir, dada a imensa quantidade de recursos que o tráfico e suas atividades paralelas movimenta diariamente? Por que não se busca, via sistema bancário, suspendendo ou abolindo o segredo bancário, essas riquezas e seus detentores?
2. Por que - como no caso de Renan Calheiros - só quando um político passa a sofrer acusações públicas, é que saem à tona enorme quantidade de irregularidades de sua vida? A imprensa não sabia? (A mãe do filho dele trabalhou durante anos na TV Globo, era personagem muito conhecida em Brasília, impossível que não se soubesse do problema.) Ou era conivente? Ou esse personagem era funcional à direita, tempo no qual se deixava correr suas ilegalidades, para pilhá-lo quando deixasse de lhes ser útil? Cada caso desses, com ramificações de ilegalidades de personagens que estão na vida nacional há muitos anos, é uma acusação à imprensa: incompetente ou conivente?
3. Por que o governo deixa o Banco Central atuar de forma praticamente independente, assistindo que a política monetária comande a política econômica e não o inverso? Por que o governo se conforma que os bancos ganhem como nunca?
4. Por que donos de empresas da mídia entregam na mão dos seus filhos as direções dos grupos que dominam a imprensa no país, de forma totalmente oligárquica e nepotista, e ainda assim esses órgãos consideram que podem dar lições de democracia, dizer que e como se é democrático? Por que não existe democracia nas redações dos jornais, televisões, rádios e revistas? E por que se pode dizer o mesmo do Vaticano: um Estado teocrático se julga em condições de julgar quem é democrático e quem é ditatorial?
5. Por que um país que tenta fazer aprovar uma decisão do Conselho de Segurança da ONU para invadir o Iraque, não consegue, se une a um aliado tradicional e, contra a ONU, invade o Iraque, destrói o país, o faz mergulhar numa guerra civil, se apropria do seu petróleo, destrói suas bibliotecas e museus, não é chamado de imperialista?
6. Por que os ditadores brasileiros são chamados pela mídia monopolista de "ex-presidentes"? Quem os elegeu? Com delegação de quem? Não tomaram o poder pela força e governaram com a ponta da baioneta, contra a vontade do povo, tendo atacado e destruído a democracia? E por que toda referência a Fidel Castro tem que vir acompanhada de "o ditador"?
Governo não consultou rádios comunitárias para elaborar Lei

Adital -
A Coordenação de Rádios Comunitárias do Uruguai (Ecos), em comunicado público, repudia o projeto de Lei para a Radiodifusão Comunitária que se encontra atualmente na Câmara de Senadores para ser votado. Segundo a Coordenação, eles promoverão a luta contra o Projeto de Lei que consideram ‘inconsulto’, "que promove a censura prévia e que mantém o outorgamento de freqüências a decisão do Poder Executivo, ou seja: do governo da vez".
Segundo a Ecos, o Projeto contradiz os princípios das rádios comunitárias formados em vários documentos aprovados pela Ecos; não respeita a forma organizativa da Ecos, exigindo Pessoa Jurídica e colocando outros empecilhos burocráticos que desvirtuam a natureza de coletivos horizontais que orientam essa atividade; mantém a discrença do Poder Executivo na administração das freqüência.

Ademais "reconhece e legitima à URSEC, que para nós, é um órgão repressor que ainda mantém equipamentos confiscado das rádios comunitárias; e contém aspectos punitivos, já que mantém em vigência um decreto de lei imposto na ditadura (Decreto Lei 14670) onde se estabelecem sanções àquelas rádios que, com critérios pouco claros para definir casos pontuais, transgrediram ditas normativas".

A Coordenação entende que as rádios comunitárias devem ser controladas pela sociedade; ser de expressão direta; sem fins de lucro; de propriedade e gestão coletiva; na qual a comunidade e as organizações sociais se expressam diretamente; sem condicionamentos de organizações políticas, estatais ou religiosas; resgatando assim a independência de classe e a autonomia das organizações sociais de nosso povo, não é o que se observa no Projeto.

"Esse Projeto de Lei não é nosso Projeto de Lei; não promove realmente a participação social nas comunicações e suspeitamos que várias rádios de nossa coordenação Ecos, não vão ser contempladas na regularização prevista; finalmente, sobre essa base, cremos que não se está direcionando para democratizar o espectro radioelétrico, mas sim estreitá-lo para controlar as vozes do povo", disse o comunicado.

A Lei de Radiodifusão uruguaia deveria contemplar todas as rádios comunitárias que estejam transmitindo no momento de ser aprovada a lei, desde que não tenha fins de lucro, objetivos religiosos ou partidários. Também a Lei deveria explicitar os requisitos técnicos que o Poder Executivo e a Ursec objetivam e permitir que as próprias rádios comunitárias auto-regulem o espectro radioelêtrico.

A democratização da comunicação passa pela construção de meios de comunicação nos quais o povo possa ouvir e falar. Mas os grupos comerciais que há anos controlam os meios no Uruguai fazem de tudo para que não haja mudanças efetivos no sentido de democratizar a informação: "Nossa crítica toma distância da crítica que fazem os ‘blancos’ e ‘colorados’ (partidários do Partido Blanco e Colorado, respectivamente) que estiveram sempre do lado dos poderosos, e que é óbvio que esta regularização atenta contra seus interesses".

Brasil - Salvemos a escola pública

Frei Betto

Antes de ingressar na faculdade, em 1964, estudei oito anos em escola pública. Como ocorre agora com as universidades, em geral elas superavam em qualidade os colégios particulares. Além da inigualável vantagem de serem gratuitas.
Hoje, nossas escolas públicas de ensino básico estão sucateadas. Foram deterioradas pela má administração pública, a corrupção, o descaso para com alunos e professores. Há, no Brasil, 55 mil escolas públicas. Segundo a OCDE, apenas 0,2%, ou seja, 160 alcançam um índice de desempenho considerado médio.
Adotam-se no Brasil, para classificar nossas escolas de ensino básico, o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), feito por amostragem, e o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que dá nota de 0 a 10 às instituições de ensino, tendo por critério o desempenho dos alunos na Prova Brasil, exame aplicado a todos os alunos de 4a e 8a séries.
Em todo o país, apenas 160 escolas mereceram nota 6 ou acima. Nas séries iniciais do ensino fundamental nossa nota é 3,8. Os cursos de 5a a 8a séries ganharam nota 3,5. No ensino médio, 3,4. A meta do MEC, estimulado pela campanha "Compromisso Todos pela Educação", é que a maioria de nossas escolas atinja a nota 6 em 2021. O Ideb atual da Holanda é 7; do Reino Unido, 6,5. Há no Brasil colégios, raros, que receberam nota 8,5, como a Escola Professora Guiomar Gonçalves Neves, em Trajano de Morais (RJ). É a de melhor qualidade no país.
Será que daqui a 15 anos - véspera do bicentenário da independência do Brasil - alcançaremos a meta almejada? No Estado do Rio, 20 mil crianças não freqüentam salas de aula por falta de professores. O índice nacional de reprovação é 11,9%. A distorção idade/série é 17,3%.
O que faz uma boa escola? Muitos fatores, entre os quais disciplina, ou seja, não tolerar atrasos de alunos; contar com professores efetivos e qualificados (mestrado, doutorado ou especialização) trabalhando em tempo integral; remunerar dignamente o corpo docente; aumentar a permanência do aluno na escola; contar com oficinas de música, teatro e artes plásticas; laboratórios de idiomas, ciências e informática; grêmio estudantil; salas de leitura e vídeo etc.
O MEC promete que o governo haverá de liberar, ainda este ano, R$ 30 milhões para as escolas urbanas, e R$ 66 milhões para as rurais. As 5 mil escolas com piores índices no Ideb terão direito, cada uma, a módicos R$ 6 mil para investirem em infra-estrutura, material pedagógico e apoio metodológico. Através de sistema de educação à distância - a Universidade Aberta do Brasil -, o MEC pretende qualificar 2 milhões de professores do ensino básico.
Recente pesquisa realizada pela Unesco, em parceria com o governo federal, comprovou que 82,4% dos alunos reprovados no ensino fundamental culpam a si mesmos pelo fracasso. A mesma pesquisa indica que a culpa não pode ser atribuída às crianças. Ela recai na falta de motivação dos professores, na péssima infra-estrutura das escolas e no fato de diretores e professores não darem importância à realidade pessoal e familiar do estudante.
Não se pode culpar uma criança de 10 anos pelo fracasso escolar. No entanto, se isso não fica claro para ela, se não se sente valorizada na escola e querida pelos professores, ficará com sentimento de derrota, o que pode revoltá-la ou levá-la ao desânimo precoce.
A maioria de nossos estudantes chega à 4a série com dificuldade de leitura e redação. Falta estímulo ao professor, muitas vezes submetido à carga excessiva de trabalho, sem condições de aprimorar sua qualificação e humilhado por salário irrisório.
Em fins de junho, o Banco Mundial divulgou o relatório "Jovens em situação de risco no Brasil". As conclusões preocupam: nossos jovens entre 15 e 14 anos matam e morrem mais, iniciam a vida sexual cada vez mais cedo e são vulneráveis às drogas. Dados da Secretaria Nacional da Juventude mostram que, hoje, 9,5 milhões de brasileiros entre 15 e 29 anos não estudam e estão desempregados. Desses, 4,5 milhões não completaram o ensino fundamental. É entre estes que se inclui a maioria dos assassinos e dos assassinados.
O que fazer diante desse quadro aflitivo? Pressionar o poder público? Sim. Votar ano que vem em vereadores e prefeitos comprometidos com a prioridade Educação? Também. Mas por que não reunir as famílias de seu bairro ou comunidade e promover um mutirão para a melhoria das escolas públicas da região? Por que não assegurar instrução e/ou emprego a um ou dois desses 9,5 milhões de jovens vulneráveis ao narcotráfico?

* Frei Dominicano, escritor (Autor de "Alfabetto - autobiografia escolar", Ática, entre outros livros).

Um Ano Antes!!!!! Inesquecível.....

Parte I



Parte II


Líder cubano ensina como ''ler a linguagem do inimigo''


''É útil estudar o que o adversário faz e diz agora mesmo". A advertência é de uma notável intervenção de Ricardo Alarcón, presidente da Assembléia do Poder Popular de Cuba, no painel A democracia e o socialismo do século 21, dia 1º de agosto, em Caracas. Veja a íntegra, que vem de ser reproduzida no sítio cubano Cuba Debate (cujo lema é ''Contra o terrorismo midiático'').


Alarcón: todo mundo fala de Fukuyama, mas quem o leu?

Alla Glinchikova, do Instituto de Estudos sobre a Globalização e os Movimentos Sociais, da Rússia, referia-se neste fórum à utilização da linguagem do inimigo. Há que conhecer essa linguagem, e também as ideias do inimigo.


É preciso ler Margaret Thatcher


Concordo em que não haverá no século 21 um só socialismo e sim vários socialismos, que partem das experiências anteriores e que sem dúvida devemos estudar a fundo. Mas não basta que nós os de esquerda, os socialistas, os revolucionários e os que assim pensam aprofundem e meditem só entre si. Para entender o que ocorreu na União Soviética é preciso ler, por exemplo, as memórias de Margaret Thatcher – The Path to Power e The Downing Street Years –, que vejo raramente citadas nos círculos da esquerda e que falam directamente na linguagem do inimigo.


A senhora Thatcher explica como foi decisiva a estratégia acertada entre ela e [Ronald] Reagan, que provocou uma viragem na Guerra Fria e a corrida armamentista com a chamada Guerra das Estrelas. Provocaram uma ferida mortal na URSS. Obrigaram a sociedade soviética, que queria ser socialista, a investir desenfreadamente na defesa. Que outra coisa podia fazer a URSS, se aquilo que a acometia era nada menos que uma guerra a partir do espaço?


Conseguiram identificar as lacunas que teria a sociedade e descobriram que tinham de obrigar os soviéticos a desperdiçar recursos e inteligência em objetivos que não eram socialistas. A senhora Tatcher diz que a guerra das estrelas a princípio pareceu-lhe uma loucura, mas depois compreendeu que este era um objetivo principal a fim de por fim ao socialismo soviético e à Guerra Fria. E assim foi.


O que quero dizer com isto? Que não só é útil olharmos para nós mesmo, a partir de nós mesmos, como também estudar o que o adversário faz e diz agora mesmo. Isto traz outro problema e em certas ocasiões um enorme desafio para todos nós: por vezes é preciso esperar décadas para conhecer textos-chave onde se pormenoriza o que fez o inimigo, assim como o que deve estar fazendo agora mesmo.


As previsões da CIA para 2015


Quando analisamos o mundo hoje, gosto muito de recorrer a um documento em inglês elaborado pela Agência Central de Inteligência (CIA): por muito poder de imaginação que tenham os revolucionários, é bom ver como a CIA vê o mundo e o futuro. Numa análise que a Agência tornou pública, intitulada Tendências globais para 2010 (Global Trends 2010), que no ano 2000 atualizaram até 2015 (Global Trends 2015) , projetaram quatro cenários da possível evolução do mundo, tendo em conta todos os fatores: econômico, político, tecnológico...


Estes quatro cenários do capitalismo neoliberal globalizado, com diferentes possibilidades de desenvolvimento, chegam a um mesmo ponto: a influência dos Estados Unidos da América continuará a declinar. No entender dos analistas da CIA, que levaram em conta informações de fontes científicas planetárias muito diversas, antes dos famosos atentados do 11 de Setembro de 2001, o mundo já vivia no declínio do poderio norte-americano e previam para o futuro diferentes cenários, todos com essa característica comum.


Estou certo de que esse relatório foi lido pelos conservadores norte-americanos, os mesmos que elaboraram a política de uma administração que por vezes é julgada com certa rudeza – como irresponsável, aventureira, etc. Não é isso; eles estão cumprindo uma missão: tentar deter esse declínio que eles sabem inevitável e reverter – digamos, à moda antiga – ''a marcha da História''.


Autocrítica do fim da história


Retornemos ao idioma do inimigo e citemos pessoas que não são da nossa própria filiação ideológica. Quero mencionar Francis Fukuyama, possivelmente o homem mais citado na última década do século passado. Todo mundo fala dele. Nem todo o mundo leu o seu livro mais famoso, mas todos conhecem a sua tese fundamental.

Quantos leram os seus estudos posteriores ao seu célebre O fim da História?
Fukuyama publicou este ensaio em 1992, mas não teve que esperar muito tempo para fazer uma séria autocrítica e uma crítica ao pensamento neoconservador, ao assinalar que o mundo não podia ser governado. Bastaram dez anos a esse burocrata norte-americano para reconhecer o erro e gravidade dessa política, para admitir que, apesar de haver emergido vitoriosa e como única superpotência, os Estados Unidos não podem reinar, como ele próprio acreditava nos inícios dos anos 90.


Outro investigador que não costuma ser mencionado nos círculos da esquerda é o senhor Jospeh Schumpeter, auto-norte-americano que em 1942 publicou um livro – Capitalism, Socialism and Democracy – onde formulou uma teoria que lhe acarretou muitíssimos cascudos dos seus colegas acadêmicos. Ainda não lhe perdoam sua declaração desconcertante: ''Uma forma de socialismo surgirá inevitavelmente da também inevitável decomposição do capitalismo''.


A única discordância que tenho com o famoso prognóstico de Schumpeter é sobre a quantidade das formas de socialismo que surgirão. Inclino-me antes a pensar que não surgirá uma e sim umas quantas formas de socialismo.


Ele imaginou a situação atual: a vitória final do capitalismo em escala global e que, quando chegasse essa fase, inevitavelmente iria se manifestar sua decomposição e inevitavelmente se expressaria uma forma de socialismo. Uma das grandes ironias do século 20 é que a confrontação Leste-Oeste, a grande batalha que significou a Guerra Fria – que nunca chegou a desencadear-se mas que pôs o mundo em constante inquietação –, foi ganha pelo imperialismo norte-americano; e contudo, ao ganhá-la começou a percorrer a sua fase de derrota.


Na América Latina, por razões que foram aqui mencionadas, vivemos uma etapa que nos permite não só avançar com formas independentes do socialismo como ser um ponto de referência para outros que também começam a dar-se conta de que não foi tão real a vitória do capitalismo, nem a história se deteve tão abrutamente como disse Fukuyama.


Revolução socialista, mas à cubana


Se aprofundarmos a nossa história, vamos verificar que na nossa região contamos precisamente com as expressões mais autênticas do socialismo, com uma visão criadora, anti-dogmática, inclusive nos dias iniciais desse modelo na Europa. Impressionou-me muitíssimo a leitura do artigo dedicado a Lênin, após a morte deste, por Julio Antonio Mella – principal dirigente e fundador do Partido marxista-leninista de Cuba.


Mella publicou-o em Fevereiro de 1924 num jornal do Partido Comunista de Cuba e intitulou-o Lênin coroado. Ninguém no nosso país, naquele momento, prestou tamanho tributo nem tantas homenagens a Lênin como Mella. Ele falava de uma figura que indubitavelmente respeitou e a quem quis muitíssimo. Mas advertiu que não aspirava reproduzir em Cuba a experiência bolchevique, que não queria comunistas que seguissem a linha de outro partido, que o que seu partido se propunha era contar com seres humanos pensantes, que não fossem dirigidos, nem domesticados, nem disciplinados por outros, e sim que estivéssemos ''sempre a pensar com a nossa cabeça'', ''seres pensantes, não seres conduzidos. Pessoas, não bestas''. Este rapaz – ainda não havia completado 21 anos – disse que Cuba queria uma revolução socialista, mas à cubana.


Além desta figura, há que recordar o paradigma dos revolucionários latino-americanos, José Carlos Mariátegui [fundador do Partido Comunista do Peru], que também exprimiu algo semelhante há décadas: que o socialismo na América não será um decalque nem cópia e sim criação heróica. Se é criação, não pode ser um só, tem que ser diverso, deve fundar com heroísmo um socialismo aqui e outro acolá. É o que estamos vivendo, como afirmou o presidente Rafael Correa: ''não uma época de mudança e sim uma mudança de época'', que tem a ver com esta fase declinante do imperialismo norte-americano.


Uma teoria para a fase atual do capitalismo


Faz-nos falta uma teoria para a fase atual do capitalismo globalizado neoliberal, que tenta deter sua queda e reimpor-se sobre o mundo.


Por que os Estados Unidos gastam hoje muito mais em recursos militares do que todos os países da Terra juntos, mais do que quando havia Guerra Fria? Por que essa incessante produção de novos e novos instrumentos de morte de guerra? Para atacar a União Soviética? Para atacar o Eixo do Mal? Claro que não.


Por um lado, é o reflexo de uma economia enferma numa sociedade enferma – Margaret Thatcher sabia que aquele armamentismo irracional precipitaria a destruição da URSS, enquanto nos Estados Unidos e a Grã Bretanha significava mais lucros para os monopólios e a indústria armamentista. E, por outro lado, caso se produzam estas ofensivas tão violentas que copiam o fascismo e reproduzem os mecanismos da época da Guerra Fria, é porque eles estão na defensiva, cercados diante do avanço dos povos.


Sem dúvida faz-nos falta uma teoria para a fase do capitalismo neoliberal que tenta deter a sua queda. Vivemos num mundo que nos oferece muitas possibilidades, mas que também tem grandes riscos, ilustrado com infinitas evidências no atual regime norte-americano. Não sei o que vai se passar nas próximas eleições, mas o que não tenho a menor dúvida é que o senhor que hoje está na Casa Branca não chegou ali por acaso. É o resultado da ação dos grupos de poder que existem nos Estados Unidos, cuja mentalidade deveria causar pelo menos ansiedade e grande preocupação a todo o ser humano minimamente responsável.


Onde está Luis Posada Carriles?


A América Latina é testemunha de como, para impedir a queda, eles são capazes de recorrer a qualquer coisa. Eu cometeria uma falta imperdoável se não mencionasse porque digo isto. Aos jornalistas que me fazem as perguntas de sempre – como está Fidel?, quando volta ao poder?, etc – respondo: onde está Luís Posada Carriles? É o que deveriam perguntar; e, a propósito, denunciar que há mais de dois anos a República Bolivariana da Venezuela solicitou a extradição deste homem, para que prossiga o julgamento que aqui se fazia.


Perante as duas possibilidades que tem – extraditá-lo para a Venezuela ou julgá-lo imediatamente nos Estados Unidos, como obrigam os acordos internacionais – Bush descobriu uma fórmula melhor: ignorar o assunto, não fazer caso.


Algum dia pode ser que conheçamos alguns documentos escritos na língua do inimigo onde estes senhores expliquem como foi que se conluiaram na obscuridade para salvar Posada Carriles.


Que significa isso na prática? Simplesmente dizer a Cuba, à Venezuela e aos demais povos desta região que o que torturou, o que assassinou, o que mandou matar tanta gente inocente, vai continuar a contar com o favor dos Estados Unidos. E ao mesmo tempo apresenta-nos a outra face da moeda: a situação dos Cinco Cubanos, com quadro prisões perpétuas e 75 anos de prisão, por descobrir os planos dos Posadas Carriles que eles protegem para que se dediquem a exercer o terrorismo contra os nossos países.


The New York Times publicou na semana passada as declarações do Departamento de Justiça acerca de Leandro Aragocillo, um norte-americano de origem filipina condenado por espionagem. Apreenderam com ele nada mais nada menos que 733 documentos secretos da Casa Branca, do Pentágono, do Departamento da Defesa e de outros. Condenaram-no a dez anos de prisão. Tenho compatriotas meus condenados a quatro prisões perpétuas sem que lhes houvessem encontrado nem um pedacinho de papel comprometedor. Condenaram-os sem apresentar provas, e além disso depois de o tribunal ouvir os depoimentos das testemunhas que ali compareceram, e disseram não haver ali espionagem alguma. A moral: prisão perpétua se tu vais vigiar Posada Carriles, dez anos de prisão se tu realmente praticas a espionagem, inclusive na Casa Branca.


O Departamento da Justiça acrescentou uma frasezinha que me emocionou, francamente: dez anos é a pena máxima; se tiver bom comportamento na prisão, o filipino pode sair muito antes.


Nossos cinco companheiros são professores nas suas prisões: ensinam inglês, matemática, espanhol. Trabalham nos escritórios dessas prisões com uma disciplina exemplar. Jamais foram criticados por mau comportamento. Mas estarão encerrados por quatro vidas e 75 anos só por combater o terrorismo.


Qual é a mensagem para os nossos povos? Foi implantado nos Estados Unidos um regime que é capaz de Não são absolutos, mas têm força suficiente para destruir a Terra e a todos nós. Por isso, num momento de auge das aspirações revolucionárias, particularmente na América Latina, num momento de grandes possibilidades e também de enormes desafios, necessitamos muito pensamento, muita reflexão e sobretudo muita união.


O original encontra-se em Cuba Debate (http://www.cubadebate.cu); a partir da tradução de Resistir; intertítulos do Vermelho





quarta-feira, 15 de agosto de 2007

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Copiado de: ChoqueGratis

Vivaldi L'estro Armonico, 12 Concertos Op.3 2CD



CD1
01 - Concerto No.1 In D Major, RV 549_ I.Allegro.mp3
02 - Concerto No.1 In D Major, RV 549_ II.Largo E Spiccato
03 - Concerto No.1 In D Major, RV 549_ III.Allegro
04 - Concerto No.2 In G Minor, RV 578_ I.Adagio E Spiccato
05 - Concerto No.2 In G Minor, RV 578_ II.Allegro
06 - Concerto No.2 In G Minor, RV 578_ III.Larghetto
07 - Concerto No.2 In G Minor, RV 578_ IV.Allegro
08 - Concerto No.3 In G Major, Rv310_ I.Allegro
09 - Concerto No.3 In G Major, Rv310_ II.Largo
10 - Concerto No.3 In G Major, Rv310_ III.Allegro
11 - Concerto No.4 In E Minor, Rv550_ I.Andante
12 - Concerto No.4 In E Minor, Rv550_ II.Allegro Assai
13 - Concerto No.4 In E Minor, Rv550_ III.Adagio, IV.Allegro
14 - Concerto No.5 In A Major, Rv519_ I.Allegro
15 - Concerto No.5 In A Major, Rv519_ II.Largo
16 - Concerto No.5 In A Major, Rv519_ III.Allegro
17 - Concerto No.6 In A Minor, Rv356_ I.Allegro
18 - Concerto No.6 In A Minor, Rv356_ II.Largo
19 - Concerto No.6 In A Minor, Rv356_ III.Presto
20 - Concerto No.7 In F Major, Rv567_ I.Andante
21 - Concerto No.7 In F Major, Rv567_ II.Adagio
22 - Concerto No.7 In F Major, Rv567_ III.Allegro
23 - Concerto No.7 In F Major, Rv567_ IV.Adagio-Allegro
24 - Concerto No.8 In A Minor, Rv522_ I.Allegro
25 - Concerto No.8 In A Minor, Rv522_ II.Largo
26 - Concerto No.8 In A Minor, Rv522_ III.Allegro

CD2
01 - Concerto No.9 In D Major, RV 230_ I. Allegro
02 - Concerto No.9 In D Major, RV 230_ II. Larghetto
03 - Concerto No.9 In D Major, RV 230_ III. Allegro
04 - Concerto No.10 In B Minor, RV 580_ I. Allegro
05 - Concerto No.10 In B Minor, RV 580_ II. Largo - Larghetto - Adagio - Largo
06 - Concerto No.10 In B Minor, RV 580_ III. Allegro
07 - Concerto No.11 In D Minor, RV 565_ I. Allegro - Adagio Spiccato E Tutti - Allegro
08 - Concerto No.11 In D Minor, RV 565_ II. Largo E Spiccato
09 - Concerto No.11 In D Minor, RV 565_ III. Allegro
10 - Concerto No.12 In E Major, RV 265_ I. Allegro
11 - Concerto No.12 In E Major, RV 265_ II. Largo
12 - Concerto No.12 In E Major, RV 265_ III. Allegro
13 - Concerto In C Major _Con Molti Stromenti_, RV 558_ I. Allegro Molto
14 - Concerto In C Major _Con Molti Stromenti_, RV 558_ II. Andante Molto
15 - Concerto In C Major _Con Molti Stromenti_, RV 558_ III. Allegro
16 - Concerto For 2 Violins In G Major, RV 516_ I. Allegro Molto
17 - Concerto For 2 Violins In G Major, RV 516_ II. Andante (Molto)
18 - Concerto For 2 Violins In G Major, RV 516_ III. Allegro
19 - Concerto For Oboe In A Minor, RV 461_ I. Allegro Non Molto
20 - Concerto For Oboe In A Minor, RV 461_ II. Larghetto
21 - Concerto For Oboe In A Minor, RV 461_ I. (Allegro)
22 - Largo From Concerto In B Fiat Major, RV 548