sexta-feira, 12 de junho de 2009

Nem toda mídia é podre...

Jornalista Juremir também ironiza e ataca a RBS escrevendo sobre a "Rede Baita Sol"

Créditos: Brasil Imprensa

Colunista do Correio do Povo, Juremir Machado Machado da Silva deu prosseguimento, no sábado, 6 de junho, ao ataque à RBS que o Correio havia explicitado em seu editorial do dia anterior, 5 (veja clicando aqui). Ele cria um local imaginário, denominado de "Palomas" e analisa o comportamento do "principal jornal da Rede Baita Sol" (RBS), criticando a mesma como na passagem: O slogan da Rede Baita Sol, declinado em bom portunhol, é famoso pelo seu pragmatismo antilibertário: Se hay gobierno, somos a favor. Diz mais adiante que a RBS (Rede Baita Sol), é "Um laboratório avançado do neoliberalismo atrasado. A Rede Baita Sol funciona como diário oficial, uma espécie de Granma em defesa do Estado mínimo com o máximo de patrocínio público." A RBS em nenhum dos comentários rebateu as acusações.

Leia na íntegra:

O ETERNO CULPADO

A literatura policial é muito desenvolvida em Palomas. Mas por lá o culpado nunca foi o mordomo. O principal suspeito é sempre o sofá. É célebre o caso do João das Ovelhas que, ao ser avisado por um amigo de que estava tendo a testa ornamentada por um belo par de chifres, mandou prontamente matar o portador da má notícia. Questionado sobre o seu ato, limitou-se a murmurar: Pra não ser fofoqueiro. Depois, como qualquer palomense racional, mandou queimar o sofá da sala. Foi absolvido por falta de provas. Palomas é assim. O principal jornal da Rede Baita Sol tem até uma coluna intitulada A culpa é do sofá. Sempre que há denúncia de corrupção em Palomas, algo relativamente corriqueiro, duas coisas acontecem: o governo manda trocar os sofás do palácio, e a Rede Baita Sol elogia a medida moralizadora.
O slogan da Rede Baita Sol, declinado em bom portunhol, é famoso pelo seu pragmatismo antilibertário: Se hay gobierno, somos a favor. Especialmente se o governo estiver disposto a adotar medidas antipopulares de efeito duvidoso ou a ser neoliberal em plena crise do neoliberalismo. Palomas é uma ilha caribenha ao contrário. O resultado é bastante parecido. Um laboratório avançado do neoliberalismo atrasado. A Rede Baita Sol funciona como diário oficial, uma espécie de Granma em defesa do Estado mínimo com o máximo de patrocínio público. Ainda bem que Palomas é um caso raro na América Latina. Uma verdadeira ficção. Nem é preciso dizer que qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência, pois não há coincidência. Palomas é única.
Uma estratégia que sempre funciona em Palomas é a de transformar o denunciante em denunciado. A explicação é simples e sofisticada: é tudo farinha do mesmo saco. Como diz o ditado palomense, quem corre menos tem tempo de olhar o que está acontecendo e levar vantagem. A Rede Baita Sol de Palomas nunca mente. Contenta-se em não dizer a verdade. É uma técnica que exige anos de treinamento. Em casos extremos, permite-se até um pouco de filosofia ao perguntar: o que é a verdade? Para a Rede Baita Sol, ideologia é sempre a ideia do outro. Ela é neutra, imparcial e, obviamente, não ideológica. Por mero acaso está sempre ao lado da ideologia conservadora que consiste, por exemplo, em cobrar metas de banco antes da quebra para o magistério local, um saco de pancadas fácil de chutar e cuspir, mas nunca denunciar abertamente os grandes sonegadores de impostos. Não há. Ah, bom!
A vida é assim em Palomas: não se dá nome aos bois. Afinal, os bois são sagrados. Palomas é uma mistura de Índia e de Cuba no Sul do Brasil. Alguns a chamam de Cuíndia. Sem hífen. A Rede Baita Sol adora pesquisas ditas interativas. Dar voz ao povo é um dos seus credos. Exceto quando o povo mete na cabeça a ideia besta de querer o impeachment de um governante de bem com a casa. Enfim, tudo vai bem em Palomas. Com a recente queima de sofás, a indústria de móveis está feliz. Haja peça de reposição. Ainda bem que sempre se chega ao culpado. juremir@correiodopovo.com.br

No dia anterior, o Correio trouxe editorial atacando a RBS:

Correio do Povo ataca ZeroHora em seu editoral, acusando o jornal da RBS de fazer "uma campanha pérfida"


O Jornal Correio do Povo em sua edição desta sexta, 5 de junho, traz editorial que ataca o Jornal Zero Hora. Segundo o editorial, o Jornal Zero Hora, "desde a aquisição do Correio do Povo pelo Grupo Record vem fazendo uma campanha pérfida contra o jornal dos gaúchos com a publicação de notas e insinuações como a reproduzida ontem em sua coluna de opinião política, na qual tenta imputar comprometimento partidário ao Correio do Povo".

Leia o editorial na íntegra:

"O PUXA-SAQUISMO COMO VIRTUDE

Independente, nobre e forte – procurará sempre sê-lo o Correio do Povo, que não é orgão de nenhuma facção partidária, que não se escraviza a cogitações de ordem subalterna.
Os leitores do Correio do Povo já conhecem este trecho do editorial da primeira edição do jornal, publicada em 1º de outubro de 1895, não só pela sua constante repetição em nossas páginas, mas, principalmente, pela postura dos profissionais que aqui trabalham e que respeitam este mandamento como um dogma espelhado em cada exemplar diário que chega à casa de nossos assinantes. Não foram poucos os dissabores que colhemos pela independência retratada em nossas páginas, subordinada apenas às aspirações da comunidade: perseguições governamentais, discriminação em investimentos, censura, tentativas de proibição de acesso a informações públicas e muitas outras artimanhas próprias de chefetes inconformados com o desnudamento de suas falcatruas e incompetências. A mais comum delas, no entanto, é a tentativa canhestra de identificar o Correio do Povo com uma ou outra corrente partidária, geralmente opositora daqueles aqui criticados.
Algo que não víamos havia décadas, porém, vem se repetindo com constância nos últimos anos. Trata-se do papel vergonhoso desempenhado por alguns veículos de comunicação que, não satisfeitos com seu próprio puxa-saquismo desenfreado, tentam transformar a bajulação em virtude e a independência de outros em defeito. Ataques comuns no início do século passado, quando a maioria dos jornais pertencia a partidos ou a governos e, portanto, comprometidos com seus patrões políticos, ao contrário do Correio do Povo, que já nasceu imparcial, voltam a ocorrer nestes novos tempos, como parte da estratégia global de suas matrizes, desesperadas com a perda da hegemonia monopolizante da comunicação social no país. Buscando parecer imparciais, o mais perto que chegam do que imaginam serem as tradições gaúchas é agir como o quero-quero, que grita bem longe de onde está o ninho verdadeiro.
Não é outro o caso do jornal Zero Hora, que desde a aquisição do Correio do Povo pelo Grupo Record vem fazendo uma campanha pérfida contra o jornal dos gaúchos com a publicação de notas e insinuações como a reproduzida ontem em sua coluna de opinião política, na qual tenta imputar comprometimento partidário ao Correio do Povo. E isso aconteceu na mesma edição em que aquele jornal omitiu importantes informações sobre a percepção dos gaúchos quanto à possibilidade de corrupção no governo estadual, como a de que uma parcela relevante dos entrevistados defende o impeachment da governadora, no âmbito de uma pesquisa do Instituto Datafolha cujos dados essenciais foram publicados com destaque pelo Correio do Povo.
O Correio do Povo tem uma história de mais de 113 anos a serviço da coletividade. Esta história diz por si mesma de nossos compromissos, reafirmados na íntegra pelo Grupo Record e dos quais jamais nos afastamos. É esta história que os gaúchos conhecem e que não precisa ser reescrita, ao contrário de outros, que, talvez por vergonha de seus próprios caminhos, estão sempre à espreita de uma mudança de rumos que coloque o Correio do Povo ao seu lado na senda indigna que eles escolheram".

terça-feira, 9 de junho de 2009

Meu Irmão é Filho Único ( Mio fratello è figlio unico DVDrip 2007 )

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Sinopse :

Os irmãos Accio (Elio Germano) e Manrico (Riccardo Scamarcio) cresceram numa pequena cidade italiana durante as décadas de 60 e 70, contrapunham-se politicamente, mas eram apaixonados pela mesma mulher. O longa-metragem Mio Fratello è Figlio Unico, do diretor Daniele Luchetti, acompanha a vida desses irmãos ao longo de 15 anos através das conturbações e reviravoltas da tumultuada história sóciopolitica da Itália. O filme mostra as mudanças de postura, discussões e a inevitável separação dos irmãos por causa de seus rumos até, claro, o reencontro promovido pela sabedoria da idade. Com o tempo, eles percebem a verdadeira essência não apenas de suas diferenças, mas de suas semelhanças.

Informações Técnicas :

Título no Brasil: Meu Irmão é Filho Único
Título Original: Mio fratello è figlio unico
País de Origem: Itália / França
Gênero: Drama / Comédia
Classificação etária: 14 anos
Tempo de Duração: 100 minutos
Ano de Lançamento: 2007
Estréia no Brasil: 01/08/2008
Site Oficial: http://www.mihermanoeshijounico.es
Estúdio/Distrib.: Playarte
Direção: Daniele Luchetti

Elenco :

Elio Germano ... Accio Benassi
Riccardo Scamarcio ... Manrico Benassi
Angela Finocchiaro ... Amelia Benassi
Massimo Popolizio ... Ettore Benassi
Alba Rohrwacher ... Violetta Benassi
Luca Zingaretti ... Mario Nastri
Anna Bonaiuto ... Bella Nastri
Diane Fleri ... Francesca
Ascanio Celestini ... Padre Cavalli
Vittorio Emanuele Propizio ... Accio Benassi bambino
Claudio Botosso ... Prof. Montagna
Antonino Bruschetta ... Bombacci

Crítica: André Lux

Esse filme me tocou particularmente, afinal conta a história de um sujeito que era fascista na juventude e virou socialista ao amadurecer. Quem leu minhas “Memórias de um alienado” sabe do que estou falando.

“Meu Irmão é Filho Único” é inspirado num livro autobiográfico de Antonio Pennachi chamado "Il Fasciocomunista”. Começa como comédia, passa para o drama e termina de forma emocionante.

Na Itália do início dos anos 1960, o jovem Accio é mandado para um seminário. Mas o irmão mais velho, comunista e ateu, “salva” o moleque dessa fria dando umas revistinhas pornôs para o irmão que, pego em flagrante durante ato onanista, é convidado a se retirar pelos padres.

O problema é que o garoto é feioso pra chuchu, meio tonto e entende as coisas tudo ao contrário. Revoltado com o sucesso do irmão mais velho na liderança sindical e na conquista de belas garotas, o coitado começa a ser influenciado por um velho fascista careca, seguidor fervoroso de Mussolini e o único que leva o Accio a sério.

Não dá outra. O menino alienado e mal influenciado começa a escutar hinos nazi-fascistas e repetir aquelas nojeiras irracionais repletas de preconceito, ódio e rancor que ficariam bem na boca de qualquer senador do DEMo. Para piorar, quando vira adolescente e depois de levar a enésima “coça” do irmão mais velho, Accio se filia ao partido Fascista e sai pelas ruas com seus novos amigos espancando comunistas e botando fogo em seus carros (isso pelo menos eu não fiz... ufa!).

Tudo é mostrado em tons cômicos, principalmente a burrice e a alienação do Accio. Mas as coisas mudam quando seu irmão vira alvo dos odiosos fascistas e aí o filme troca de figura, ganhando contornos mais dramáticos e realistas.

Não vou entregar a história toda, mas basta dizer que “Meu Irmão é Filho Único” termina de forma tocante, com Accio finalmente mudando de lado e entendendo que passou um terço da sua vida do “lado errado”. A mensagem é clara: passar da direita para a esquerda é um processo de difícil amadurecimento. Mas e o contrário? Bom, olhe para gente como Soninha ou Gabeira e você vai saber a resposta...



Tamanho do Arquivo : 702 MB
Qualidade do Vídeo : DVDrip ( 10 )
Idioma do Audio : Italiano

Créditos: www.filmeja.com

Crianças sem infância, que matam e esfolam

Blog do Sakamoto


Há um ano, uma fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego flagrou crianças trabalhando em matadouros no interior do Rio Grande do Norte em condições de dignidade zero. Limpavam tripas, arrancavam gordura, retalhavam carne, descalças, lambuzadas de sangue e fezes. As fotos ganharam a mídia de todo o país e o poder público local prometeu resolver a situação. Contudo, recebi um triste relato, dizendo que pouca coisa mudou:

Boi da Cara Preta, por Marinalva Dantas, auditora fiscal do trabalho e coordenadora do Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho da Criança e de Proteção ao Adolescente Trabalhador do RN

Cenário de um matadouro: Curral, bois, fezes, cordas, varas, marreta, facas, limas, machado, sangue, gritos, fumaça, fogo, urubus, cães, muitos homens, muitas crianças e adolescentes.

Cena 1 - Dentro de um curral que dá suporte ao matadouro, meninos batem com varas e cordas nos animais para que caminhem até o corredor da morte. Vacas prenhas, em instinto maternal, engancham seus chifres na cerca para não seguirem seu inevitável destino. Meninos batem na vaca com uma vara e ela resiste, até que um deles quebra com as mãos o rabo do animal ou enfiam-lhe a vara no ânus. Vencida pela dor, a vaca caminha. Recebe um golpe de marreta de ferro. Diferentemente dos bois, ajoelha-se e se levanta. Não pode morrer, tem um filhote na barriga – ela sabe. E, assim, são desferidas sucessivas marretadas, até que ela tomba, mas luta pela vida até seu sangue se esvair pela veia do pescoço, empoçando o chão do matadouro. Um adolescente pula sobre a virilha do animal para o sangue jorrar mais depressa – sequer tenho tempo para recobrar a respiração e outro animal é abatido.

Cena 2 - Um adolescente retira o couro do animal, as vísceras e retalha a sua carne. Ele me diz que bom mesmo é beber o sangue do boi ainda quente, com cachaça! Crianças descalças pisam no chão sanguinolento e seguem com baldes nas mãos, arrecadando pedaços de sebos, de pelancas e pedaços de carne que levarão para alimentar as suas famílias. Um menino espera ansioso pelo “fato”, como chamam o órgão que contém a bílis. O garoto fura o fato e o fel escorre em um balde, transportando-o para um tonel de cem litros. Um comprador mensal lhe pagará R$ 100,00 pelo líquido armazenado. A carne é pesada e levada por adolescentes para uma carroça que foi lavada por uma criança desde a madrugada ou para um caminhão. Esses veículos farão a distribuição para açougues e supermercados.

Cena 3 - O cenário agora é a Casa de Fato – local onde adultos e crianças cozinham as vísceras em caldeirões, com fogo a lenha, disseminando um forte cheiro de fezes cozidas. Ao longo do piso de cimento, vários montes de fezes e restos de comida retirados dos animais abatidos, tripas reviradas, patas aferventadas. Um adolescente mergulha as mãos dentro de um tonel repleto de fezes bovinas, lavando algumas peças de boi. Do lado de fora, cães e urubus se refestelam. Os cães ganham de presente um bezerro todo formado, que foi retirado do ventre de uma das vacas. O motivo de se abater uma vaca com um bezerro no ventre? Simples! A vaca estava doente, ia ser perdida mesmo e, depois, quem vai saber? O churrasco vai ser comido do mesmo jeito. Um menininho espera com seu carro de mão o resto dos restos para levar para a sua família.

Cena 4 - Em um galpão, ao lado da Casa de Fato, meninos estendem os couros frescos em um tanque, jogam sal por cima e pisoteiam descalços para compactar a salga. O odor de carniça é insuportável e alguns vermes fervilham sob um couro no chão.

Cena 5 - Amanhece o dia. Feira livre. A carne que vi sendo “produzida” é comprada pelos cidadãos daquele município e de outros próximos. Dezenas de meninos, conduzindo carrinhos de mão, transportam, por R$ 1,00 a “mercadoria” para as casas e carros dos compradores.

Cena 6 - Um matadouro moderno, construído e inaugurado há um ano, entregue pelo Governo do Estado e pelo Governo Federal, permanece fechado, repleto de teias de aranhas. O matadouro, de métodos medievais, por sua vez, continua em intensa atividade e as crianças de berços esplêndidos continuam sonhando com bois da cara preta. Já as crianças de berços não tão nobres assim, encarando e matando outros bois. E é então que, no domingo, enquanto os abastados saboreiam os seus churrascos, os pobres engolem os seus sebos e pelancas. Fecho a cortina.

PS: Lembrando a todos que 12 de junho, para além de ser Dia dos Namorados, é o Dia Internacional do Combate ao Trabalho Infantil.

Europa à direita, América Latina à esquerda

Emir Sader

Foram os europeus que inventaram a expressão “esquerda”, foram eles que nos exportaram seus grandes teóricos, foram sempre eles as referências para as esquerdas de outras regiões do mundo, durante mais de um século e meio. Agora a Europa se torna um bastião da direita, a esquerda européia vive seu momento de maior debilidade desde que o termo foi inventado, enquanto a esquerda se fortalece na América Latina.

Partidos tradicionais de esquerda desfigurados, com tantos deles tendo aplicado rigorosamente políticas neoliberais – como os casos da Espanha, da França, da Inglaterra, da Alemanha, entre tantos outros. Sindicatos muito debilitados, devido às políticas de “flexibilização laboral”, ao desemprego, à exploração chovinista contra os trabalhadores imigrantes. Esquerda radical isolada, dividida. Cenário ideológico dominado pela direita e até mesmo pela extrema direita.

Um continente que vive bem, mais distante do que nunca do que vive a periferia, que não quer mudar, que culpa suas vítimas pelos seus problemas – imigração, “terrorismo”. Um continente que preferiu consolidar sua aliança subordinada com os EUA, do que aliar-se à periferia na luta por um mundo melhor.

Votam à direita, com hegemonia conservadora, porque são os grandes vencedores da globalização neoliberal, enquanto a América Latina vota à esquerda, porque somos vítimas dessa globalização. Enquanto eles rejeitam a esquerda, a América Latina reivindica e trata de reinventá-la. Enquanto eles rejeitam o marxismo, o pensamento critico latinoamericano busca aplicá-lo criativamente. Enquanto eles reforçam o capitalismo de forma conservadora e autoritária, com políticas duras contra a imigração, países latinoamericanos – como a Bolívia e o Equador – reivindicam a seus imigrantes e elegem representantes seus para suas constituintes e seu sistema política de Estados refundados. Enquanto eles projetam lideres direitistas e autoritários como Sarkozy, Berlusconi, Merkel e se representam neles, a América Latina exibe a imagem dos 5 presidentes latinoamericanos de mão dadas ao alto no Fórum Social Mundial – Evo Morales, Rafael Correa, Lula, Hugo Chavez, Fernando Lugo -, todos outsiders da política tradicional, que começam a construir o “outro mundo possível”.

A Europa se transformou em um bastião do conservadorismo no mundo, substituindo a tradicional postura solidária da esquerda no pós-guerra, pelo egoísmo consumista de agora. Promoveu sua integração para se posicionar melhor no mercado mundial, para virar mais ainda um continente fortaleza, fechado sobre si mesmo.

Enquanto a América Latina promove processos de integração solidária, que permitem terminar com o analfabetismo na Venezuela e na Bolívia, devolver à visão a quase dois milhões de latinoamericanos, formas as primeiras gerações de médicos pobres – através da Alba. Forma um banco da região – o Banco do Sul -, para financiar nossos próprios projetos. Constitui o Conselho Sulamericano de Defesa, para resolver os conflitos internos dentro da própria região e fortalecer a segurança da região frente às ameaças externas.

A eleição e posse recentes de Mauricio Funes, em El Salvador, apenas confirma essa tendência latinoamericano de buscar na esquerda – moderada ou radical – a solução para seus problemas e a vida de superação do neoliberalismo, forjado e exportado do centro do capitalismo para nossos países e assumido por governos aliados do centro do capitalismo. Enquanto a América Latina privilegia a unidade do Sul do mundo, contra o neocolonialismo e a dominação imperial do centro.

A Europa se torna uma espécie de museu, congelada, buscando estar de costas para o novo mundo que procuramos construir. Nós, America Latina, um laboratório de experiências de construção desse novo mundo.

domingo, 7 de junho de 2009

Janis Joplin - My Baby

Filmes sobre Che Guevara....



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Sinopse :

Depois da Revolução Cubana, Ernesto ´Che´ Guevara atinge o ponto alto de sua fama e poder. Em 1964, viaja para Nova York para discursar nas Nações Unidas, reafirmando seu compromisso com a luta do Terceiro Mundo contra o imperialismo americano. Che desaparece de Cuba, reaparecendo incógnito na Bolívia, onde organiza um pequeno grupo de companheiros cubanos e recrutas bolivianos para começar a Grande Revolução Latino-americana. A história da campanha boliviana é um capítulo de tenacidade, sacrifício, idealismo e da arte de guerrilha, que acaba falhando e levando Che à morte.

Informações Técnicas :

Título no Brasil: Che - A Guerrilha
Título Original: Che - Guerrilla / Che : Part Two
País de Origem: USA / França / Espanha
Gênero: Drama , Biografia
Tempo de Duração: 131 minutos
Ano de Lançamento: 2008
Direção: Steven Soderbergh

Elenco :

Demián Bichir ... Fidel Castro
Rodrigo Santoro ... Raul Castro
Benicio Del Toro ... Ernesto Che Guevara
Catalina Sandino Moreno ... Aleida March
María D. Sosa ... Aledita
Raúl Beltrán ... Bolivian Customs Agent #1
Raúl 'Pitín' Gómez ... Bolivian Customs Agent #2
Paty M. Bellott ... Woman at Airport
Othello Rensoli ... Pombo
Franka Potente ... Tania
Norman Santiago ... Tuma
Joaquim de Almeida ... President René Barrientos
Pablo Durán ... Pacho
Ezequiel Diaz ... Loro
Juan Salinas ... Polo

Tamanho do Arquivo : 1.4 GB ( 2 partes )
Qualidade do Vídeo : DVDrip ( 10 )
Idioma do Audio : Inglês
créditos: filmeja.com


PARTE 1 :

CD 1 - LEGENDA

CD2 - LEGENDA

PARTE 2 :

CD 1 - LEGENDA

CD 2 - LEGENDA

Por que os jornais investem contra o blog da Petrobras?

- por Luiz Carlos Azenha

1) Porque perdem o "monopólio da informação" e, com isso, autoridade sobre o público;

2) Porque os leitores agora podem saber quais são TODAS AS PERGUNTAS feitas pelos jornais à Petrobras;

3) Porque comparando todas as perguntas feitas pelos jornais e todas as respostas dadas pela Petrobras com o que é efetivamente publicado os leitores podem descobrir as manipulações feitas com as respostas no processo de edição;

4) Porque essa comparação permite ao público descobrir quais as respostas da Petrobras serão simplesmente omitidas do jornal impresso para não "atrapalhar" a pauta;

5) Porque comparando as perguntas feitas pelos diferentes jornais, o público pode entender que há gente alimentando simultaneamente os jornais com informações em busca de levantar a bola para a CPI;

6) Porque as perguntas fornecem pistas sobre quem está alimentando os jornais com o objetivo de criar o "escândalo" necessário ao sucesso do palanque eleitoral da CPI;

7) Porque essas pistas poderão levar o público a descobrir que os jornais são usados em campanhas eleitorais ou com objetivos inconfessáveis, como o de entregar o pré-sal a empresas estrangeiras;

8) Porque o blog da Petrobras desloca público do jornal impresso para a internet, onde o público poderá receber informações, por exemplo, sobre como a grande imprensa brasileira atacou Getúlio Vargas quando ele criou a Petrobras;

9) Porque todo esse processo pode deixar claro que a grande imprensa não é isenta, nem imparcial, nem honesta; que diz não ter lado, mas tem; que está a serviço de "uma causa", assim como esteve quando fez campanha contra a criação da Petrobras ou em favor do golpe militar de 1964;

10) Porque eles ainda não sairam do século 20.

Vá ao blog da Petrobras e contribua com a investigação dos jornais

É por isso que o Viomundo apóia o controle social dos gastos de publicidade de governos, órgãos e empresas públicas.

Sonegação: Venezuela multa Globovisión em US$ 2,2 milhões

Apesar de a mídia de esgoto do RS(Zero Hora) desse domingo continuar fazendo seu papel de subserviência ao capital internacional, batendo, descaradamente, em Chavez, na tentativa de denegrir seu governo que se volta muito mais para o seu povo e que combate esse tipo de midia suja que se vê por aqui,o governo de Chavez continua desmascarando esses pilantras da grande mídia corporativa. Quando será que o governo de Lula fará o mesmo? Veja abaixo matéria da BBC sobre isso...

A receita federal da Venezuela (Seniat) aplicou uma multa de US$ 2,2 milhões ao canal de televisão privado Globovisión, alegando sonegação de impostos. A instituição afirma que o canal não apresentou em sua declaração de renda supostos ganhos com espaços concedidos para difusão de propagandas políticas durante os anos de 2002 e 2003, período em que a Venezuela passava por uma grave crise política.



A Globovisión é o principal canal opositor ao governo da Venezuela. O fato de a emissora frequentemente expressar opiniões contrárias ao presidente Hugo Chávez faz com que muitos opositores acreditem que o governo pretenda "silenciá-la".

Para o diretor do canal, Alberto Federico Ravell, a multa tem caráter político. "Isso é um terrorismo judicial, fiscal e governamental", afirmou Ravell, ao ser notificado.

"Um canal de televisão pode ser fechado pela via administrativa ou enforcando-o economicamente, para que não possa funcionar", acrescentou.

Junto a outros canais, a Globovisión é acusada pelo governo de ter participado do golpe de Estado que, em abril de 2002, chegou a afastar Chávez da Presidência por 48 horas.

Fisco

A direção do canal alega não ter cobrado pela concessão do espaço de transmissão das propagandas políticas.

O Seniat, porém, considera que mesmo os espaços doados estão sujeitos ao pagamento de impostos.

Segundo Fanny Márquez, representante do Seniat, ao não declarar os espaços doados, o canal "ocultou isso e não pagou impostos ao Estado".

De acordo com Márquez, o mesmo ocorreu com outros dois canais privados, que segundo a funcionária, aceitaram pagar a multa.

"Campanhas perversas"

Também nesta sexta-feira, o diretor da Comissão Nacional de Telecomunicações da Venezuela (Conatel), Diosdado Cabello, solicitou ao Ministério Público que realize uma investigação contra a Globovisión, acusando-a de transmitir "campanhas perversas" contra o Estado e a população venezuelana.

Desde 2008, foram apresentadas três denúncias oficiais contra o canal. Caso seja condenada, a emissora pode ser retirada do ar por 72 horas e, se reincidir em supostas irregularidades, pode vir a ser fechada definitivamente.

O último incidente da disputa entre governo e a Globovisión ocorreu em maio, quando o canal noticiou, antes das autoridades venezuelanas, um tremor de terra de baixa intensidade em Caracas.

Na ocasião, Ravell afirmou que o governo não havia sido capaz de informar a tempo a população.

Chávez respondeu acusando o diretor da Globovisión de ser "um louco com um canhão", ao pretender gerar "terror" entre a população, e ameaçou cassar a concessão do canal.

"Usura"

A aplicação da multa contra a Globovisión ocorre horas depois de a polícia ter inspecionado, pela segunda vez, a casa do presidente do canal, Guillermo Zuloaga, que, dessa vez, foi acusado de cometer delito ambiental.

Na casa de Zuloaga foram encontradas várias cabeças de animais silvestres empalhadas.

No mês passado, em outra batida, a polícia apreendeu 24 automóveis novos na casa do empresário. Nesta semana, Zuloaga foi acusado formalmente pelo crime de "usura".

O Ministério Público acusou o empresário, que é sócio de duas concessionárias de veículos, de "estocar" os carros em sua residência para, em seguida, revendê-los com preços mais altos.

Na Venezuela, os consumidores precisam entrar em uma fila de espera de meses para comprar automóveis novos, pois a capacidade de produção das montadoras é inferior à demanda.

Para a oposição, no entanto, as medidas são uma estratégia do governo para "encurralar" a Globovisión.

Fonte: BBC Brasil

sábado, 6 de junho de 2009

uma leitura amena....

Teorias do seu próprio

Sofia Yamin

São tantas teorias que tento criar, apenas algumas delas possuem fundamento.
Tento não racionalizar...
Mas me descubro examinando-as com tanto cuidado que acabo por imaginar um fundo de realidade em cada uma.
Claro, prefiro acreditar na aplicabilidade de algumas, mas tantas são tão tolas ou mesmo inimagináveis de serem construídas num plano real... Que acabo por me esvairir na minha plena harmonia de ser eu. E quem sou eu? Ah sim, eu tento definir... Mas tal definição é para poucos, não tente descobrir.
Aquelas teorias então... São aplicáveis ainda ao meu ser. Apenas eu. Podes usar alguma se quiseres, mas deves entendê-la no seu todo.
Tudo bem, cada uma é mutável a sua própria essência... No entanto, qual é a graça em desenvolver uma teoria própria, original, aplicável apenas a uma pessoa racional ou mesmo irracional nos sentidos de sentir, ser, existir?
Só posso dizer que nesse momento sou completa.
Planejo meu destino, nem sempre sou bem sucedida.
Sinto o que eu faço, vejo as vozes, leio as pessoas, examino a mim mesma com uma lupa.
E com essa mesma lupa olho a essência da pessoa mais perto de mim.
Assim verbalizo meu gosto de sentir o sabor das palavras, da inocência, da irracionalidade, da ação.
Afinal, para eu me sentir completa, eu preciso de identificação ou contrariedade?
Apenas prefiro sentir, tento sentir sem racionalizar.
Mundo repleto de teorias inimagináveis e imperceptíveis à alma comum.

Farc-EP da Colombia

Saudação de Alfonso Cano no 45º aniversário das FARC-EP
Alfonso Cano

Nesta semana em que os media internacionais ao serviço da ditadura mediática imperialista procuram apresentar as FARC-EP como uma força beligerante exangue e em extinção, e censuram, por omissão, as pesadas baixas das forças repressivas colombianas nos seus combates com as FARC-EP («mais de 1.000 mortos e 1.100 feridos desde Janeiro de 2008 até 29 de Abril de 2009»), esta saudação do Comandante-Chefe daquelas forças revolucionárias reafirma, uma vez mais, as razões da justa confiança numa «democracia com justiça social e soberania na marcha para o socialismo» para a Colômbia.


Alfonso Cano*

Camaradas: ao celebrar 45 anos de resistência à agressão oligárquica e ao mesmo tempo de luta das FARC-EP pelo poder político que construa democracia com justiça social e soberania na marcha para o socialismo, venho trazer-lhes a minha saudação bolivariana pleno de optimismo e confiança no triunfo.

A heróica resistência que desenvolvemos desde o primeiro dia em Marquetalia permitiu-nos forjar uma organização sólida, definida na sua concepção revolucionária, séria, capaz de enfrentar as inumeráveis ofensivas da reacção militarista e sair delas fortalecidos e ainda mais comprometidos, convictos que perante a violência, a corrupção, a indignidade e a ausência de escrúpulos da classe dominante colombiana o levantamento armado popular é a opção legítima.

Os nossos persistentes esforços para encontrar saídas políticas benéficas para o conjunto da sociedade e, em primeiro lugar, para o povo colombiano, foram sistematicamente sabotados por esta oligarquia sanguinária e rapace que só tem pretendido vergar a nossa vontade e decisão de luta, sem jamais ter considerado a possibilidade real de acordar saídas de fundo para os grandes problemas do país.

Apesar disso, continuaremos a lutar no espírito e na concepção de Manual e Jacobo, para forjar espaços de encontro com todos os que, como nós, estejam profundamente convencidos do transcendente que será construir cenários civilizados assentes no respeito mútuo, na perspectiva da convivência democrática da nossa sociedade.

Na ordem do dia encontra-se a troca de prisioneiros de guerra, ao que se opõe o presidente Uribe com diversos sofismas, como expressão da sua cega estratégia fascista e totalitária de PAZ ROMANA, o que derrotaremos entre todos os que consideramos viáveis as soluções políticas para os problemas estruturais do país.

A sua intransigência e falta de grandeza, tão aplaudida pelos militares de todos os matizes, leva-o a intrometer-se, em caprichosa e encolerizada atitude, à libertação unilateral do cabo do exército Pablo Emílio Moncayo, enquanto nas centenas de combates que diariamente se dão por todos o país aumentam os riscos para os prisioneiros e, caiem prisioneiros mais militares, que quiseram esquecer para não reconhecer a existência do grave conflito social e armado que sofre o nosso país.

Reafirmando os princípios revolucionários que sustentam a concepção e a prática das FARC-EP desde há 45 anos, bem como a nossa decisão de chegar até às últimas consequências pela pátria democrática, justa e soberana pelos quais lutamos saúdo calidamente neste aniversário os meus camaradas do Secretariado, do Estado-Maior Central, dos Estados-Maiores dos Blocos e Frentes, os membros dos Comandos Conjuntos, comandantes de colunas, redes urbanas e companhias, todos os comandos e o conjunto dos guerrilheiros, os milicianos e os militantes do PC, todo o Movimento Bolivariano, os nossos amigos e apoiantes, e incentivo-os a perseverar e incrementar esforços e criatividade na luta diária, nas trincheiras, em atalhos e veredas, nas prisões, nas universidades e colégios, nos sindicatos e nas fábricas, nos bairros populares e nas freguesias indígenas, nas diferentes reuniões, dentro e fora do país, com governos amigos ou com organizações e movimentos políticos, nas assembleias, nas mobilizações populares reivindicativas, nos tumultos, no cimo das cordilheiras, nas zonas costeiras ou nas inclementes planícies da nossa geografia pátria, no posto da guarda ou na sala de aula, na convalescença de malária ou na recuperação de alguma ferida, na parada de formação ou na tensa espera de uma emboscada, nas explorações e descobertas ou na transposição dos nossos caudalosos rios, no rigor e na transparência de uma reunião de célula ou na intensidade do combate, em todo o momento e perante qualquer situação, ali onde quer que seja que a luta nos tenha colocado, incentivo-os a actuar com a inteireza, o carácter e a responsabilidade com que o fizeram Manual, Jacobo, Raul, Nariño, Iván e todos os que deram o melhor de si por uma Colômbia socialista. Evocar Simón, Ivan Vargas, Sónia e todos os guerrilheiros presos no território nacional, como exemplo temperança revolucionária, particularmente nas mais adversas circunstâncias.

Tanta propaganda oficial contra nós, tão intensa luta ideológica para desvirtuar a nossa conduta é apenas o resultado do ódio e o medo que professa a oligarquia aos interesses populares que representamos, e a sua plena consciência que as FARC-EP são a verdadeira alternativa revolucionária. Porque hoje mais que nunca: «Manuel vive!»

Pela Nova Colômbia, a Pátria Grande e o Socialismo!

Jurámos vencer e venceremos

Revolucionariamente

Alfonso




* Chefe do Estado-Maior Central das FARC-EP


Tradução de José Paulo Gascão