Eric Hobsbawm
Reconhecendo a relevância e a fecundidade da produção historiográfica de Eric Hobsbawm – cujos trabalhos sempre estiveram comprometidos com as lutas dos trabalhadores e com a defesa do socialismo –, marxismo21 manifesta seu pesar pelo recente desaparecimento desse autor. O pensamento crítico e socialista de todo o mundo perde, hoje, uma de suas figuras mais expressivas e emblemáticas. Nesta breve homenagem, publicamos dele o instigante “Manifesto para a Renovação da História”; por sua vez, Diorge Konrad – na qualidade de historiador, militante socialista e membro de nosso conselho consultivo -, dá um depoimento pessoal sobre sua aproximação com a obra de Hobsbawm; ao mesmo tempo mostra a importância dela para a historiografia marxista, em particular, para a pesquisa sobre a história social e o mundo do trabalho. A seguir são informados os links que permitem acesso a uma dissertação acadêmica, artigos, resenhas e entrevistas de renomados especialistas em torno da obra do autor. Por último, marxismo21 publica três manifestações de partidos políticos da esquerda brasileira sobre a morte de Eric Hobsbawm.
Editores
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Eric Hobsbawm autografa A era dos extremos, em Paraty, RJ. (Detalhe significativo: um jornal da classe operária brasileira, até final da sessão, permaneceu à esquerda do historiador marxista.)
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Manifesto para a renovação da história
Eric HOBSBAWM
(texto apresentado no Colóquio da Academia Britânica sobre Historiografia Marxista, 13/11/2004)
“Até agora, os filósofos não fizeram mais do que interpretar o mundo; trata-se de transformá-lo.” Os dois enunciados da célebre “Teses sobre Feuerbach”, de Karl Marx, inspiraram os historiadores marxistas. A maioria dos intelectuais que aderiram ao marxismo a partir da década de 1880 – entre eles os historiadores marxistas – fizeram isso porque queriam mudar o mundo, junto com os movimentos operários e socialistas; movimentos que se transformariam, em grande medida devido à influência do marxismo, em forças políticas de massas.
Essa cooperação orientou de maneira natural os historiadores que queriam transformar o mundo na direção de certos campos de estudo —fundamentalmente, a história do povo ou da população operária— os quais, se bem atraíam naturalmente as pessoas de esquerda, não tinham em sua origem nenhuma relação particular com uma interpretação marxista. Por outro lado, quando esses intelectuais deixaram de ser revolucionários sociais, a partir da década de 1890, com frequência também deixaram de ser marxistas.
A revolução soviética de outubro de 1917 reavivou esse compromisso. Lembremos que os principais partidos social-democratas da Europa continental abandonaram completamente o marxismo apenas na década de 1950, e às vezes ainda depois disso. Essa revolução gerou, também, o que poderíamos chamar de uma historiografia marxista obrigatória na URSS e nos Estados, que depois foi adotada por regimes comunistas. A motivação militante foi reforçada durante o período do antifascismo.
A partir da década de 1950 essa tendência começou a decair nos países desenvolvidos —mas não no Terceiro Mundo— apesar de que o considerável desenvolvimento do ensino universitário e a agitação estudantil geraram, dentro da universidade, na década de 1960, um novo e importante contingente de pessoas decididas a mudar o mundo. Contudo, apesar de desejar uma mudança radical, muitas delas já não eram abertamente marxistas, e algumas já não eram marxistas em absoluto.
Esse ressurgimento culminou na década de 1970, pouco antes do início de uma reação massiva contra o marxismo, mais uma vez por razões essencialmente políticas. Essa reação teve como principal efeito — exceto para os liberais, que ainda acreditam nisso— o aniquilamento da ideia de que é possível predizer, apoiados na análise histórica, o sucesso de uma forma particular de organizar a sociedade humana. A história havia se dissociado da teleologia.
Considerando as incertas perspectivas que se apresentam aos movimentos socialdemocratas e social-revolucionários, não é provável que assistamos a uma nova onda politicamente motivada de adesão ao marxismo. Mas devemos evitar cair em um centrismo ocidental excessivo. A julgar pela demanda de que são objeto meus próprios livros de história, comprovo que ela se desenvolve na Coréia do Sul e em Taiwan, desde a década de 1980, na Turquia, desde a década de 1990, e que há sinais de que atualmente avança no mundo árabe.
Essa cooperação orientou de maneira natural os historiadores que queriam transformar o mundo na direção de certos campos de estudo —fundamentalmente, a história do povo ou da população operária— os quais, se bem atraíam naturalmente as pessoas de esquerda, não tinham em sua origem nenhuma relação particular com uma interpretação marxista. Por outro lado, quando esses intelectuais deixaram de ser revolucionários sociais, a partir da década de 1890, com frequência também deixaram de ser marxistas.
A revolução soviética de outubro de 1917 reavivou esse compromisso. Lembremos que os principais partidos social-democratas da Europa continental abandonaram completamente o marxismo apenas na década de 1950, e às vezes ainda depois disso. Essa revolução gerou, também, o que poderíamos chamar de uma historiografia marxista obrigatória na URSS e nos Estados, que depois foi adotada por regimes comunistas. A motivação militante foi reforçada durante o período do antifascismo.
A partir da década de 1950 essa tendência começou a decair nos países desenvolvidos —mas não no Terceiro Mundo— apesar de que o considerável desenvolvimento do ensino universitário e a agitação estudantil geraram, dentro da universidade, na década de 1960, um novo e importante contingente de pessoas decididas a mudar o mundo. Contudo, apesar de desejar uma mudança radical, muitas delas já não eram abertamente marxistas, e algumas já não eram marxistas em absoluto.
Esse ressurgimento culminou na década de 1970, pouco antes do início de uma reação massiva contra o marxismo, mais uma vez por razões essencialmente políticas. Essa reação teve como principal efeito — exceto para os liberais, que ainda acreditam nisso— o aniquilamento da ideia de que é possível predizer, apoiados na análise histórica, o sucesso de uma forma particular de organizar a sociedade humana. A história havia se dissociado da teleologia.
Considerando as incertas perspectivas que se apresentam aos movimentos socialdemocratas e social-revolucionários, não é provável que assistamos a uma nova onda politicamente motivada de adesão ao marxismo. Mas devemos evitar cair em um centrismo ocidental excessivo. A julgar pela demanda de que são objeto meus próprios livros de história, comprovo que ela se desenvolve na Coréia do Sul e em Taiwan, desde a década de 1980, na Turquia, desde a década de 1990, e que há sinais de que atualmente avança no mundo árabe.
A virada social
O que aconteceu com a dimensão “interpretação do mundo” do marxismo? A história é um pouco diferente, ainda que paralela. Concerne ao crescimento do que se pode chamar de reação anti-Ranke, da qual o marxismo constituiu um elemento importante, apesar de que isso nem sempre foi totalmente reconhecido. Tratou-se de um movimento duplo.
Por um lado, esse movimento questionava a idéia positivista segundo a qual a estrutura objetiva da realidade era, por assim dizer, evidente: bastava com aplicar a metodologia da ciência, explicar por que as coisas tinham ocorrido de tal ou qual maneira e descobrir wie es eigentlich gewessen (como ocorreu realmente). Para todos os historiadores, a historiografia se manteve e se mantém enraizada em uma realidade objetiva, ou seja, a realidade do que ocorreu no passado; contudo, não está baseada em fatos e, sim, em problemas, e exige investigação para compreender como e por que esses problemas —paradigmas e conceitos— são formulados da maneira em que são o em tradições históricas e em meios socioculturais diferentes.
Por outro lado, esse movimento tentava aproximar as ciências sociais da história e, em conseqüência, englobá-las em uma disciplina geral, capaz de explicar as transformações da sociedade humana. Segundo a expressão de Lawrence Stone, o objeto da história deveria ser “propor as grandes perguntas do por quê”. Essa “virada social” não veio da historiografia, senão das ciências sociais —algumas delas incipientes como tais— que naquele momento firmavam-se como disciplinas evolucionistas, ou seja, históricas.
Na medida em que é possível considerar Marx como o pai da sociologia do conhecimento, o marxismo — apesar de ter sido denunciado erradamente em nome de um suposto objetivismo cego— contribuiu para dar o primeiro aspecto desse movimento. Além disso, o impacto mais conhecido das ideias marxistas — a importância outorgada aos fatores econômicos e sociais— não era especificamente marxista, ainda que a análise marxista pesou nessa orientação, que estava inscrita em um movimento historiográfico geral, visível a partir da década de 1890, e que culminou nas décadas de 1950 e 1960, para benefício da geração de historiadores à qual pertenço, que teve a possibilidade de transformar a disciplina.
Essa corrente socioeconômica superava o marxismo. A criação de revistas e instituições de história econômico-social às vezes foi obra —como na Alemanha— de socialdemocratas marxistas, como ocorreu com a revista Vierteljahrschrift em 1893. Não aconteceu da mesma maneira na Grã Bretanha, nem na França, nem nos Estados Unidos. E inclusive na Alemanha, a escola de economia, marcadamente histórica, não tinha nada de marxismo. Somente no Terceiro Mundo do século XIX (Rússia e os Balcãs) e no do século XX, a história econômica adotou uma orientação principalmente social-revolucionária, como toda “ciência social”. Em consequência disto, foi muito atraída por Marx.
Em todos os casos, o interesse histórico dos historiadores marxistas não se centrou tanto na “base” (a infra-estrutura econômica) como nas relações entre a base e a superestrutura. Os historiadores explicitamente marxistas sempre foram relativamente escassos.
Marx influenciou a história principalmente através dos historiadores e dos pesquisadores em ciências sociais que retomaram as questões que ele colocava, tenham eles trazido, ou não, outras respostas. Por sua vez, a historiografia marxista avançou muito em relação ao que era na época de Karl Kautsky e de Georg Plekhanov, em boa parte graças à sua fertilização por outras disciplinas (fundamentalmente a antropologia social) e por pensadores influenciados por Marx e que completavam seu pensamento, como Max Weber. (ler mais: acesso )
O que aconteceu com a dimensão “interpretação do mundo” do marxismo? A história é um pouco diferente, ainda que paralela. Concerne ao crescimento do que se pode chamar de reação anti-Ranke, da qual o marxismo constituiu um elemento importante, apesar de que isso nem sempre foi totalmente reconhecido. Tratou-se de um movimento duplo.
Por um lado, esse movimento questionava a idéia positivista segundo a qual a estrutura objetiva da realidade era, por assim dizer, evidente: bastava com aplicar a metodologia da ciência, explicar por que as coisas tinham ocorrido de tal ou qual maneira e descobrir wie es eigentlich gewessen (como ocorreu realmente). Para todos os historiadores, a historiografia se manteve e se mantém enraizada em uma realidade objetiva, ou seja, a realidade do que ocorreu no passado; contudo, não está baseada em fatos e, sim, em problemas, e exige investigação para compreender como e por que esses problemas —paradigmas e conceitos— são formulados da maneira em que são o em tradições históricas e em meios socioculturais diferentes.
Por outro lado, esse movimento tentava aproximar as ciências sociais da história e, em conseqüência, englobá-las em uma disciplina geral, capaz de explicar as transformações da sociedade humana. Segundo a expressão de Lawrence Stone, o objeto da história deveria ser “propor as grandes perguntas do por quê”. Essa “virada social” não veio da historiografia, senão das ciências sociais —algumas delas incipientes como tais— que naquele momento firmavam-se como disciplinas evolucionistas, ou seja, históricas.
Na medida em que é possível considerar Marx como o pai da sociologia do conhecimento, o marxismo — apesar de ter sido denunciado erradamente em nome de um suposto objetivismo cego— contribuiu para dar o primeiro aspecto desse movimento. Além disso, o impacto mais conhecido das ideias marxistas — a importância outorgada aos fatores econômicos e sociais— não era especificamente marxista, ainda que a análise marxista pesou nessa orientação, que estava inscrita em um movimento historiográfico geral, visível a partir da década de 1890, e que culminou nas décadas de 1950 e 1960, para benefício da geração de historiadores à qual pertenço, que teve a possibilidade de transformar a disciplina.
Essa corrente socioeconômica superava o marxismo. A criação de revistas e instituições de história econômico-social às vezes foi obra —como na Alemanha— de socialdemocratas marxistas, como ocorreu com a revista Vierteljahrschrift em 1893. Não aconteceu da mesma maneira na Grã Bretanha, nem na França, nem nos Estados Unidos. E inclusive na Alemanha, a escola de economia, marcadamente histórica, não tinha nada de marxismo. Somente no Terceiro Mundo do século XIX (Rússia e os Balcãs) e no do século XX, a história econômica adotou uma orientação principalmente social-revolucionária, como toda “ciência social”. Em consequência disto, foi muito atraída por Marx.
Em todos os casos, o interesse histórico dos historiadores marxistas não se centrou tanto na “base” (a infra-estrutura econômica) como nas relações entre a base e a superestrutura. Os historiadores explicitamente marxistas sempre foram relativamente escassos.
Marx influenciou a história principalmente através dos historiadores e dos pesquisadores em ciências sociais que retomaram as questões que ele colocava, tenham eles trazido, ou não, outras respostas. Por sua vez, a historiografia marxista avançou muito em relação ao que era na época de Karl Kautsky e de Georg Plekhanov, em boa parte graças à sua fertilização por outras disciplinas (fundamentalmente a antropologia social) e por pensadores influenciados por Marx e que completavam seu pensamento, como Max Weber. (ler mais: acesso )
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ERIC JOHN ERNST HOBSBAWM !*
Diorge Konrad**
Em primeiro lugar, estou preocupado com os usos e abusos da História, tanto na sociedade como na política, e com a compreensão, e espero, transformação do mundo(Eric Hobsbawm, em Sobre História)
Primeiro de outubro de 2012, cerca de oito horas da manhã, recebo a notícia da morte de Eric Hobsbawm.
A sensação é como se algo muito importante fosse arrancado do cérebro, uma espécie de vazio intelectual. Ainda impactado, menos de uma hora depois escrevi a seguinte mensagem repassada às minhas listas de correio eletrônico:
Quem de nós? Quem de nós não leu afoitamente alguma outra obra deste grande historiador do século XX? A Era dos Extremos? A Era dos Impérios? A Era do Capital? A Era das Revoluções? Mundos do Trabalho? Os Trabalhadores? Sobre História? Como Mudar o Mundo – Marx e o Marxismo! Quem de nós não se encantou com a sua forma de narrar a História? Quem de nós não discordou ou concordou com alguma “sacada” teórica deste alexandrino, historiador do mundo? Para nós da História Social do Trabalho, aprendemos mais sobre os trabalhadores e o mundo do trabalho com Eric Hobsbawm! Para nós de Teoria da História, aprendemos muito com o “que a História tem a nos dizer sobre o mundo contemporâneo”, como ele escreveu no título de um dos seus artigos! Hobsbawm se foi, breve como o seu século XX.
Queria que meus alunos de “Teoria da História”, que estudam comigo os trabalhos de Hobsbawm, desde 1995, compartilhassem mais uma vez algo que tenho a dizer sobre ele e essa dialética entre o “tempo longo” e o “tempo breve”.
Eu o vi pela primeira vez em Porto Alegre, no início da década de 1990, no lotado “Auditório Dante Barone” da Assembléia Legislativa – palestrando em um português fluente – num Seminário sobre a Polis. No final, como autênticos tietes, eu e a historiadora Glaucia Konrad fomos pedir um autógrafo em A Era das Revoluções e A Era dos Impérios. Ao nos aproximarmos, ao final da conferência, parecia que o século XX estava à nossa frente. Ao ver os livros, o coordenador da mesa, Tarso Genro, disse que Hobsbawm estava muito cansado. Dissemos, porém, que só aceitaríamos ouvir isto dele. O historiador marxista, no entanto, foi extremamente gentil. Os livros continuam bem guardados … e com as honrosas dedicatórias.
Nesta passagem pela capital do Rio Grande do Sul, Hobsbawm teria ido ao Beira-Rio, acompanhado de um conselheiro do Internacional, Olívio Dutra. Falando da história de nosso time, o ex-prefeito e futuro governador teria reforçado a lenda sobre a origem do nome do Colorado, “fundado” por militantes anarquistas e homenageado em relação à organização mundial dos trabalhadores, formada por Karl Marx e outros em 1864. Hobsbawm teria dito: “Então, aqui em Porto Alegre, torço para o Internacional”.
Seria bom que esta invenção repetida por muitos torcedores colorados fosse verdade! Ao menos, em relação a Hobsbawm, seria uma referência da história do presente a um dos movimentos que ele tanto pesquisou, a relação dos trabalhadores com o futebol. Infelizmente, trata-se de uma “lenda urbana” para muitos dos rio-grandenses colorados como eu. Na introdução de um livro clássico, organizado com Terence Ranger, Hobsbawm afirmou que “não há lugar nem tempo investigado pelos historiadores onde não haja ocorrido a ‘invenção’ de tradições”. Ao menos me consola que Hobsbawm tenha dito também que o “estudo das invenções das tradições é INTERdisciplinar”.[1]
Como historiador em formação na década de 1980 deveria ter começado como muitos, lendo Hobsbawm pela sua trilogia das Eras, que se tornaria tetra após a Queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética. Não! Como pretenso marxista, comecei pelos volumes deHistória do Marxismo, gentilmente cedidos por meus mestres da graduação em História, Anamaria e Luiz Carlos Rodrigues. Quando fui presenteado por eles com um dos volumes, iniciei a saga para ter todos os outros organizados por Hobsbawm e lançados no Brasil pela Paz e Terra. Era como um adolescente dos dias de hoje à procura de Harry Potter ou O senhor dos anéis , e como estes, um leitor voraz do que ia chegando às minhas mãos, no tempo em que comprávamos com sacrifício qualquer livro por mais de mil e poucos cruzeiros.
Em História do Marxismo, aprendi com Hobsbawm, que o marxismo foi a “escola teórica que teve a maior influência prática (e as mais profundas raízes práticas) na história do mundo moderno”, além de ser um “método para, ao mesmo tempo, interpretar e mudar o mundo”[2], na mais profunda concepção já dita antes por Marx na décima primeira tese contra Feuerbach. ler mais
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Textos e entrevistas
Eric Hobsbawm e François Furet: história, política e revolução, Priscila Corrêa | acesso | |
História social, história militante, Pablo Pozzi | acesso | |
Resistências camponesas ao capitalismo na obra de EH, Michael Löwy | acesso | |
O milenarismo camponês na obra de EH, Michael Löwy | acesso | |
Marx, Weber e Hobsbawm, Jorge Novoa | acesso | |
Notas sobre Eric Hobasbawm, João Alberto Costa | acesso | |
Uma obra insuperável, Francisco Carlos Teixeira | acesso | |
A era de Hobsbawm, Seminário Unicamp/INCA | acesso | |
Tempos interessantes, Perry Anderson | acesso | |
Como mudar o mundo, Terry Eagleton | acesso | |
A atualidade de Marx, Marcello Musto | acesso | |
Entrevista ao MST, 2009 | acesso | |
Um espelho do mundo em mutação, entrevista a P. Sérgio Pinheiro | acesso | |
Marxismo hoje, Beppe Grillo | acesso | |
A propósito de A era dos extremos, Roy Hora | acesso | |
Para onde vai o império, E. Hobsbawm |
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Manifestações de partidos políticos de esquerda no Brasil
* Partido Comunista Brasileiro
O Olhar Comunista lamenta com pesar a morte, ontem em Londres, aos 95 anos de idade, do historiador marxista Eric Hobsbawm. Um dos maiores intelectuais do século XX, Hobsbawm deixa uma herança de obras fundamentais para o entendimento dos tempos atuais, como “A Era das Revoluções”, “A Era do Capital”, “A Era dos Impérios”, “A Era dos Extremos”, “História Social do Jazz”, entre outras.
Militou entre 1936 e 1989 no Partido Comunista da Inglaterra e, defendendo os ideais socialistas e comunistas, manteve uma postura crítica em relação à tudo à sua volta, inclusive quanto à experiência de construção do Socialismo na União Soviética. Em 2011, aos 94 anos, lançou o livro “Como Mudar o Mundo”, texto no qual que defende o uso do método e das ideias marxistas para a compreensão da crise atual do sistema capitalista. Hobsbawm manteve a coerência entre sua postura militante e as idéias que defendia. Deixa o legado da importância de estudar-se criticamente o passado sob a ótica da luta de classes, do trabalho contra o capital, sem deixar de levar em conta nenhum aspecto da vida humana, das formações sociais, para transformá-las no rumo da construção coletiva da emancipação humana, do fim da exploração do homem pelo homem, da construção de uma nova sociedade justa e igualitária, a sociedade comunista.
* Partido Socialismo e Liberdade.
O Partido Socialismo e Liberdade vem a público lamentar a morte do renomado historiador marxista Eric Hobsbawm, ocorrida nesta segunda-feira dia 1 de outubro de 2012, aos 95 anos de idade, em decorrência de uma pneumonia.
A perda deste grande intelectual marxista, considerado um dos maiores historiadores do século XX e autor da consagrada trilogia “A era das revoluções”, “A era do capital” e “A era dos impérios”, entristece não apenas o PSOL, mas toda uma geração de intelectuais e militantes sociais que se inspiraram em sua brilhante obra.
Uma obra forjada pela análise crítica dos acontecimentos históricos que marcaram o século XX e por seu compromisso com a transformação social, sempre manifesta em sua opção por uma militância de esquerda desde quando aos 14 anos de idade ingressou no partido comunista.
Perdemos assim mais um grande pensador e intelectual de esquerda, num momento em que a humanidade precisa mais do que nunca refletir criticamente sobre seus dilemas civilizatórios e suas opções de futuro.
Cabe aos que continuam acreditando neste sonho, sobre os ombros deste gigante, buscarmos enxergar mais longe e nos colocarmos a altura dos novos desafios que se apresentam para a luta pelo socialismo neste novo século XXI.
Nossos pesares aos familiares, amigos e admiradores.
* Partido Comunista do Brasil
Texto em Vermelho de um dirigente partidário, José Carlos Ruy: acesso