A pouco diplomática atitude do rei da Espanha Juan Carlos de mandar que o presidente venezuelano Hugo Chávez calasse a boca, ante os olhares dos líderes dos países ibero-americanos e das lentes de televisão de todo o mundo, durante a realização da Cúpula de Presidentes Ibero-americanos, causou repúdio de intelectuais da América Latina e da Europa, que iniciaram uma campanha em defesa da soberania da região "América Latina não se cala".
Para os signatários do primeiro comunicado da Campanha, mais do que o fato de Chávez ter se referido ao ex-presidente espanhol como fascista, o que irrita ao rei da Espanha e aos demais "representantes de uma mentalidade colonial" é o discurso do líder venezuelano que reivindica a recuperação dos recursos naturais e dos serviços básicos pelos países da América Latina, iniciado por governos - além do venezuelano, o boliviano, o equatoriano, entre outros - emergidos em processos de refundação nacional.
"Não nos enganemos, são os interesses mesquinhos dos banqueiros e acionistas que representam e não a honra dos espanhóis, os que conduzem o líder de um partido ‘socialista e trabalhista’ e a um monarca não eleito a compartilhar a defesa do criminoso de guerra José María Aznar", disse o comunicado divulgado ontem (15), em todo o mundo.
A Cúpula, segundo os intelectuais, pretendia argumentar que a pobreza, a exclusão e a marginalidade, nas quais está afundada a maioria do continente não são responsabilidades das antigas metrópoles coloniais, nem da continuidade dessa dominação pelas transnacionais européias e norte-americanas.
"É hora de que entendam para sempre, os que pretendem frear as mudanças imprescindíveis na América Latina, que proclamamos nossa solidariedade àqueles que as promovem e as defendem", disse o comunicado.
A Campanha teve início para mostrar que a América Latina vive "um outro tempo" e, agora, as vozes dos índios, dos oprimidos, dos esquecidos entraram definitiva e crescentemente no cenário político ibero-americano. Vozes essas, que não serão caladas "nem por monarcas, nem por neoliberais disfarçados de esquerdistas".
O episódio
No último sábado (10), o presidente venezuelano chamou Aznar de "um verdadeiro fascista" e criticou o presidente da companhia elétrica espanhola União Fenosa, que em abril de 2002 apoiou o golpe de estado na Venezuela, contra Hugo Chávez, promovido pelos empresários do país e pelos grandes meios de comunicação.
Quando o atual líder espanhol fez a defesa de seu antecessor, Chávez ratificou sua posição, o que provocou a fala do rei Juan Carlos.
Para os signatários do primeiro comunicado da Campanha, mais do que o fato de Chávez ter se referido ao ex-presidente espanhol como fascista, o que irrita ao rei da Espanha e aos demais "representantes de uma mentalidade colonial" é o discurso do líder venezuelano que reivindica a recuperação dos recursos naturais e dos serviços básicos pelos países da América Latina, iniciado por governos - além do venezuelano, o boliviano, o equatoriano, entre outros - emergidos em processos de refundação nacional.
"Não nos enganemos, são os interesses mesquinhos dos banqueiros e acionistas que representam e não a honra dos espanhóis, os que conduzem o líder de um partido ‘socialista e trabalhista’ e a um monarca não eleito a compartilhar a defesa do criminoso de guerra José María Aznar", disse o comunicado divulgado ontem (15), em todo o mundo.
A Cúpula, segundo os intelectuais, pretendia argumentar que a pobreza, a exclusão e a marginalidade, nas quais está afundada a maioria do continente não são responsabilidades das antigas metrópoles coloniais, nem da continuidade dessa dominação pelas transnacionais européias e norte-americanas.
"É hora de que entendam para sempre, os que pretendem frear as mudanças imprescindíveis na América Latina, que proclamamos nossa solidariedade àqueles que as promovem e as defendem", disse o comunicado.
A Campanha teve início para mostrar que a América Latina vive "um outro tempo" e, agora, as vozes dos índios, dos oprimidos, dos esquecidos entraram definitiva e crescentemente no cenário político ibero-americano. Vozes essas, que não serão caladas "nem por monarcas, nem por neoliberais disfarçados de esquerdistas".
O episódio
No último sábado (10), o presidente venezuelano chamou Aznar de "um verdadeiro fascista" e criticou o presidente da companhia elétrica espanhola União Fenosa, que em abril de 2002 apoiou o golpe de estado na Venezuela, contra Hugo Chávez, promovido pelos empresários do país e pelos grandes meios de comunicação.
Quando o atual líder espanhol fez a defesa de seu antecessor, Chávez ratificou sua posição, o que provocou a fala do rei Juan Carlos.
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