O arquiteto Oscar Niemeyer se emocionou nesta terça-feira com a carta de renúncia do amigo Fidel Castro. Primeiro, por ter sido citado no trecho em que o presidente cubano diz que pensa "como Niemeyer, que é preciso ser conseqüente até o final". Depois, porque um dos seus cinco netos, Carlos Eduardo, que está em Cuba há um mês, telefonou para dar a notícia de manhã cedo e contou detalhes da repercussão em Havana.
— Meu neto ficou profundamente emocionado vendo a tristeza que cobre o povo cubano. Mas ao mesmo tempo disse que os cubanos permanecem unidos, de mãos dadas, prontos para enfrentar o grande inimigo, os Estados Unidos — disse, aos 100 anos, ele que é socialista desde a juventude e afirmou que Fidel é o grande líder da América Latina: — Eu sempre segui a mesma ideologia que ele. Mesmo deixando o governo, ele vai continuar orientando o povo cubano. É um homem inteligente, decidido.
Niemeyer ficou feliz de ter sido citado nos termos em que Fidel fez. Ele disse que o cubano "foi generoso" em lembrar seu nome e que concorda com a frase, pois "o ser humano é tão insignificante, é preciso ser coerente até o final da vida". O arquiteto nunca foi a Cuba porque tem medo de avião. Porém, Fidel já visitou o seu escritório em Copacabana, no Rio de Janeiro. A pedido do ex-presidente, Niemeyer projetou uma escultura para ficar em Havana, uma praça para colocar a escultura e, por último, um teatro para a praça. Ele fez tudo de graça.
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