Do “maduro” ao podre |
Escrito por Gilvan Rocha - Correio da Cidadania | |
Quando no Brasil surgiu um partido de trabalhadores que encarnava seus
interesses, não as suas migalhas, a burguesia apavorou-se. Criou toda
forma de dificuldades jurídicas e criou o voto vinculado para impedir o
êxito deste partido que tantas esperanças trazia para os trabalhadores.
A burguesia colocou um círculo de ferro para o partido não ser
ultrapassado. Vendo, porém, não funcionar seus expedientes escusos, ela
partiu para uma segunda tática. Procurou afagar com seus mimos o líder
do partido no Congresso.
Tornou Genoíno em garoto propaganda da Globo, pois ele jogava um brando
papel e a cada concessão sua a burguesia aplaudia e dizia: isso sim!
Isto é que é um partido "maduro"! Juntaram-se a Genoíno: Delúbio Soares,
Silvio Pereira, Ideli Salvatti, João Paulo, os dólares nas cuecas, os
aloprados, os sanguessugas e formaram uma bela quadrilha.
Dizem que basta uma laranja podre para botar um cesto a perder e essa
laranja podre já existia na figura de José Dirceu, franco arrivista do
petismo. O partido ficou assim dividido: os bem intencionados, os
beatos, os honestos, os ingênuos, que são muitos. Do outro lado ficaram
aqueles que, de "maduros", ficaram podres, e eles representam uma
minoria bem situada no aparelho do Estado e fora dele.
Assim como no Brasil, a Alemanha foi palco de uma tragédia política que
é, sem dúvida, a matriz de uma tragédia, a começar pela Revolução Russa,
que se estendeu através dos tentáculos da Terceira Internacional
Comunista, pelo mundo afora, esbarrando o processo revolucionário
mundial.
Assim, no Brasil, tivemos outro Gustavo Noske, que inveja não faz ao
nosso conspirador José Dirceu, que a prática não junta à esquerda, mas
junta a José Sarney, Romero Jucá, Renan Calheiros, Fernando Collor,
Quércia e outros tantos fisiológicos de sua raça.
Agora, o José Dirceu faz intermediação de ricos negócios, tanto no
Brasil como no estrangeiro, afinal, tal como a burguesia, ele não é
nacionalista, ele visa apenas a fortuna. E dentro desse objetivo soube
formar seu staff. Onde está o partido diferente de outrora?
Gilvan Rocha é presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos
(CAEP).
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