Coronel Francisco Caamaño
Deñó
Entre os dias 24 e 25 de Abril se realizará em Santo Domingo, capital da
Republica Dominicana, o Congresso da Nova Esquerda Caamanhista. O PSOL,
a través da Secretaria de Relações Internacionais, estará presente
neste evento.
O nome é simbólico: Francisco Caamaño Deñó foi um coronel que esteve à
frente de uma revolução para restituir Juan Bosch, o primeiro
presidente constitucional depois da ditadura de Rafael Trujillo, na
presidência. Bosch fora derrocado por militares apoiados pelos Estados
Unidos.
A revolução constitucionalista dos jovens oficiais enfrentou a seguir
a invasão de mais de 40 mil fuzileiros ianques (mariners), enviados
pelo então presidente Lyndon B. Johnson sob o pretexto de que a
República Dominicana estava se convertendo em uma nova Cuba. Essa
intervenção desatou uma guerra civil que terminou com o exílio de
Caamaño.
Em seus documentos e propostas, a Nova Esquerda Caamanhista marca seu
objetivo de construir "uma organização revolucionária de novo tipo,
imersa nas lutas sociais e políticas, concebida como fator de criação de
consciência, organização e novas capacidades de convocação, mobilização
e confrontação".
A Nova Esquerda luta "pela radicalização dos processos nos países do
ALBA", defende "a necessidade da unificação das forças sociais e
políticas em cada um de nossos países latino-americanos, com a devida
independência diante dos Estados e governos vigentes" e é "pela
continentalização para o crescimento do processo bolivariano e dessa
unidade para conformar um movimento que articule a diversidade
revolucionária latino-caribenha, até obter uma Internacional
Revolucionária de novo tipo".
Postula que "a alternativa ao neoliberalismo é a superação do
capitalismo e a criação de um novo socialismo, diferente do denominado
'socialismo real' que colapsou no século XX".
Para os camaañistas, "em nossa América, está bastante claro, visto de
forma dinâmica os fatos acontecidos em tempos recentes, que o ponto de
partida da transição ao socialismo consiste em desmantelar o modelo
neoliberal imposto. E avançar para uma sociedade de profundo conteúdo
anticapitalista, socializando primeiro em parte, e logo completamente,
determinadas vertentes estratégicas, tanto no econômico e social como no
político e cultural"
O convite feito ao PSOL através da Secretaria de Relações
Internacionais não tem um conteúdo formal. Fomos convidados porque nosso
projeto, que está vivo, apresenta similitudes e é também um exemplo,
como os processos em construção no mundo e em nossa América Latina. O
PSOL se fará presente para levar seu apoio a esse projeto e a sua
intenção de estabelecer as melhores relações fraternais e de trabalho
comun com este novo movimento político.
*Pedro Fuentes é secretário de Relações
Internacionais do PS
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário