sexta-feira, 2 de abril de 2010

DEIC da Policia Civil do RS sob suspeição...

Polícia Civil deve abrir sindicância para apurar investigação de caso Eliseu

Ex-mulher de acusado do crime é casada com investigador do Deic, segundo o MP

A cúpula da Polícia Civil deve abrir sindicância interna para apurar investigação do Departamento de Investigações Criminais (Deic) sobre a morte do ex-secretário municipal de Saúde Eliseu Santos, assassinado em 26 de fevereiro. O caso - desvendado pela polícia uma semana depois, indiciando três executores - está sob suspeita após denúncia do Ministério Público. Diferentemente da polícia, que tratou o caso como tentativa de latrocínio, os procuradores da 1ª Vara do Tribunal do Júri apuraram que a morte do ex-vice-prefeito foi tramada por pelo menos cinco dos oito denunciados ao Poder Judiciário. Entre eles, Jorge Renato Mello, um dos proprietários da empresa de vigilância Reação, que teve o contrato rompido com a prefeitura depois do escândalo de suposto pagamento de propina para o então secretário Eliseu Santos.

A ex-mulher de Mello é casada com o investigador Pedro Diniz, chefe de investigação da Delegacia de Homicídios, responsável pelo inquérito, segundo o MP. No pedido de prisão preventiva à Justiça feito pelos quatro promotores em 31 de março, o texto se refere ao dono da empresa Reação: “A referência ao comportamento ardiloso de Jorge Renato Hardoff Mello se deve, em muito, ao fato de ser policial militar na reserva, que chegou a ser cedido para a Polícia Federal, que trabalhou com empresa de vigilância, o qual tinha contato com diversos policiais civis, até porque sua ex-esposa, com quem tem uma filha, é atualmente casada com o chefe de Investigação da Delegacia de Homicídios, Pedro Diniz, aliás, com atuação efetiva na investigação e na conclusão prematura do presente inquérito”.

“O servidor não deveria ter participado da investigação. Não vamos prevaricar”, disse o chefe de Polícia, delegado João Paulo Martins. Ele afirmou que, assim que tiver acesso às investigações do Ministério Público, a cúpula da Polícia Civil se manifestará, não descartando a abertura de uma sindicância pela Corregedoria da instituição. De acordo com as conclusões do Ministério Público, Jorge Renato Mello, ex-PM e apontado como um dos mandantes da morte de Eliseu Santos, seria um "informante" do Deic. Um policial civil que prestou depoimento ao MP disse que Mello trabalhava ainda como informante, inclusive tendo atuação na noite da morte de Eliseu.

Ex-assessor da Secretaria da Saúde se apresentou à Justiça

O ex-assessor jurídico da Secretaria Municipal da Saúde Marco Antônio Bernardes se apresentou, na manhã desta sexta-feira, à Justiça. Ele é um dos oito denunciados pelo Ministério Público por participação na morte de Eliseu Santos.

Outros três denunciados já estão no Presídio Central: Eliseu Pompeu Gomes, Fernando Treib Krol, o "Alemão", presos após inquérito da Polícia Civil, e Marcelo Dias Souza, detido ontem pela Brigada Militar.

Com isso, apenas Janine Ferri Bitello, de 25 anos, de Sapucaia do Sul, e Robinson Teixeira dos Santos, de 23 anos, também de Sapucaia do Sul, seguem foragidos.

De acordo com o MP, Bernardes teria perdido um cargo em comissão junto à Secretaria comandada pela vítima. Além disso, outros denunciados teriam sido prejudicados pelo fechamento da empresa de vigilância e segurança Reação. A empresa perdeu mais de R$ 1 milhão quando o seu contrato foi rompido devido à descoberta do esquema de propina.

Na quinta-feira, foram presos dois integrantes da quadrilha durante investigações realizadas pela Delegacia de Homicídios. O Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar prendeu Marcelo Pio e Marcelo Souza, que tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça a pedido do MP.




O original encontra-se no sitio do Correio do Povo

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