sábado, 24 de abril de 2010

O PSOL e a Reforma Agrária...

Pré-candidato do PSOL à Presidência encampa reforma agrária do MST



Plinio de Arruda Sampaio se fortalece no PSOL


Pré-candidato à Presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio (P-SOL) disse, em conversa com jornalistas, nesta quinta-feira, que a reforma agrária é o ponto central das transformações sociais que urgem acontecer no país. Ele participou de uma manifestação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), encerrada no fim da noite passada. Usando um boné vermelho do MST, Plínio reclamou da ausência dos demais pré-candidatos e afirmou que a reforma agrária é um problema sério, que deveria estar na plataforma política das eleições deste ano.
Segundo ele, o P-SOL está preparando um programa político para as próximas eleições e a reforma agrária deve ser o ponto principal, seguido pela educação.
– Este é o tema do país. Este é o problema mais sério do país – afirmou
Plínio também aproveitou para negar divergências em seu próprio partido quanto à sua pré-candidatura.
– No meu partido, fatura liquidada. Lá dentro tem um grupo recalcitrante, mas isso é um direito de todos. O esperneio é permitido – disse.
Ações do MST
O aumento das ações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) com ocupações de propriedades rurais e de prédios públicos ocorridas neste mês teria o objetivo de colocar a questão da reforma agrária como tema a ser debatido nas eleições deste ano. A avaliação é do historiador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Clifford Welch.
– O MST quer ter certeza que essa questão da reforma agrária vai estar na pauta política da eleição – afirmou.
Até esta quarta-feira, o MST, que conta com o economista João Pedro Stédile entre seus coordenadores, afirma ter ocupado 68 propriedades rurais, além da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Brasília e as superintendências do órgão em São Paulo, Pernambuco, no Rio de Janeiro, Pará, Piauí e na Paraíba. O número é semelhante ao registrado pela Comissão Pastoral da Terra em 2008 e 2007, quando ocorreram 64 e 69 ocupações respectivamente. No entanto, é mais que o dobro do ano passado, quando as ocupações do Abril Vermelho realizadas pelo MST somaram 32 ações.
Welch chama atenção para a aparente mudança de estratégia na ocupação de prédios públicos.
– Essa é uma estratégia para fazer uma conexão entre a ocupação de terra e o Poder Público, que é o responsável por fazer a reforma agrária – disse.
Segundo o geógrafo da Universidade de São Paulo (USP), Ariovaldo Umbelino, mesmo tendo apresentado um nova tática de luta neste ano, os movimentos sociais têm diminuído a mobilização nos últimos anos. Para ele, a redução da pressão social possibilitou que o governo abandonasse o projeto de reforma agrária.
– Os governos só fizeram assentamentos quando os movimentos fizeram lutas – afirmou.
Umbelino não acredita que, sem mobilização social, seja possível uma atualização dos índices de produtividade das propriedades rurais, como defendido pelo MST. Apesar de a Constituição Federal determinar que a cada dez anos esses índices sejam atualizados. A última atualização foi em 1976.

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