DdC - Anteontem, 13 de
Julho, diversos sindicatos que representam o funcionalismo público
mineiro, fizeram um grande ato no centro de Belo Horizonte, denunciando
os oitos anos de descaso e sucateamento do serviço público.
Estavam presentes as entidades ligadas
aos educadores, policiais civis, judiciário, saúde, fiscais da receita
estadual, servidores do IPSEMG entre outros e em todas as falações o
sentimento de indignação era evidente.
Ao longo desses últimos oito anos de
gestão tucana em Minas, Aécio Neves promoveu um conjunto de reformas que
reduziu investimentos e retirou direitos do funcionalismo através de
metas de produtividade condicionando o reajuste salarial a consecução
destas metas.
O Choque de Gestão como ficou conhecido o
conjunto de ações coordenadas pela secretaria de governo, tendo a
frente o secretário Antônio Augusto Anastasia, promoveu o maior conjunto
de medidas da administração do Governo no sentido de cortar
investimentos e promover o congelamento salarial sob o conjunto do
funcionalismo.
A economia feita com essas medidas foi o
que possibilitou o investimento da construção de uma verdadeira obra
faraônica, o novo centro administrativo que custou mais de 1 bilhão e
meio de reais, dinheiro suficiente para construir mais de 200 mil casas
populares ou investir na abertura de novas vagas em dezenas de Hospitais
Públicos em todo o Estado ou mesmo ter desapropriado dezenas de
latifúndios em prol da reforma agrária!
Esse investimento em obras foi o foco do
investimento em marketing do Governo Aécio, que esperava lograr êxito
na pretensa candidatura a presidência da república.
Porém o Estado que possui o 2º maior PIB
e que cresceu mais que o país no último trimestre, insistiu em
penalizar o funcionalismo público que estrangulado, sofre com a falta de
investimento, resultando em um atendimento de má qualidade a população
do Estado.
Enquanto o gasto direto com
investimentos no setor público era de 60% da receita do Estado no
Governo Itamar, nos governos Aécio/ Anastasia esse investimento caiu
para pouco mais de 45% de investimentos diretos, ao contrário do que
aconteceu com os gastos com propaganda, que aumentaram mais de 300% ao
longo desse período.
Segundo dados do sindicato dos fiscais
de Minas Gerais, houve um aumento da arrecadação do Estado, a receita
total em 2002 era R$ 17,59 bilhões e em 2009 subiu para R$ 40,56
bilhões, um aumento de 130%, muito abaixo da inflação no período que
ficou em torno de 47% (IGP-DI e IPCA-IBGE).
Segundo o sitio do SindFisco, a receita
do (ICMS) em Minas Gerais, em maio, chegou a R$ 2,099 bilhões,
incremento de 21,82% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando a
arrecadação foi de R$ 1,723 bilhão, nesse mesmo período segundo dados do
Sindute e do sindsaúde, os investimentos diretos com saúde e educação
decaíram.
Os efeitos desse processo são nossos
velhos conhecidos: sucateamento e arrocho salarial e a vítima direta é a
população que depende do serviço público para o atendimento de suas
demandas imediatas.
Nesse período eleitoral, muito há que se
esclarecer à população sobre o (des) governo de Aécio Neves e o que
significou de fato o "Choque de Gestão" neoliberal do PSDB.
É um compromisso dos comunistas do PCB
nas eleições de 2010, fazer de nossa campanha um instrumento a serviço
de todos aqueles que foram e estão sendo atingidos pelo neoliberalismo
ainda presente em nosso Estado. Todos os nossos recursos de campanha,
panfletos, programas de rádio e TV, debates e palestras entre outros,
estarão voltados para esse fim.
Os comunistas sabem que a luta contra a
alienação política talvez seja a mais difícil e desgastante, pois esse
processo atinge o âmago da consciência dos trabalhadores (as) e
consecutivamente a sua visão de mundo e a sua atitude política; mas
estamos certos de que o custo do (des) compromisso falará mais alto e
possivelmente, novas crises sociais e contradições revelaram a
necessidade de se construir um novo patamar de luta e consciência que em
nosso entender, passa nesse momento, pela construção de uma Frente
Anticapitalista e antiimperialista, que possibilite reunir em um só
movimento, todos os segmentos sociais que travam lutas contra as
contradições e os agentes do modo de produção capitalista no Brasil
assim como da nova fase de expansão imperialista que se estabelece em
todo o mundo e na AL.
Nossa campanha terá como norte a
denúncia e o combate não apenas as ações das elites representadas na
Assembléia Legislativa e no Governo do Estado, mas também contra aqueles
que de modo pusilânime, se abnegaram de cumprir o papel de lideranças
sindicais e populares na perspectiva de conscientizar e organizar o povo
para a luta pela construção de um Estado voltado para os interesses de
classe dos trabalhadores do campo e da cidade.
* Por Fábio Bezerra (Fabinho), é natural
de Belo Horizonte e é membro da Direção Nacional do PCB desde 2000.
Atua nos movimentos sociais desde o início dos anos 90 tendo sido líder
estudantil no Colégio Estadual Central e na Universidade Federal de
Minas Gerais atuando em diversas lutas em defesa da Universidade Pública
com os demais segmentos da Universidade.
Em 2000, já como professor
de filosofia e história na rede pública estadual, foi eleito para a
Direção Estadual da CUT e em 2003 foi diretor da Sub- sede do Sindute na
região de Venda Nova. Participa do movimento sindical em Minas ajudando
a construir a luta dos educadores contra a precarização e o
sucateamento do serviço público.
Em 2010 cadidatou-se ao governo
estadual pelo PCB com o número 21
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