Com a confirmação no segundo turno da eleição de Dilma Rousseff, o
país se prepara para viver a etapa pós-Lula, o pai dos pobres que deixou
a presidência com consagradora aprovação, inclusive daqueles que um dia
ameaçaram abandonar o país caso o operário chegasse ao Planalto.
Para sustentar tamanha metamorfose em relação ao projeto original petista, Ildo aponta como Lula soube instrumentalizar o aparelho estatal, avalizando o apoderamento da máquina pública, a partir de inusitados formatos, por representantes de grandes grupos econômicos. "Entregar de 2,6 a 5,5 bilhões de barris de petróleo e uma hegemonia tecnológica do núcleo da Petrobrás ao Eike, sem nenhuma resistência, foi algo brutal contra o interesse público. Portanto, são vários formatos de privatização".
Ildo faz um importante alerta: a ‘nova cartada’ na ‘partilha’ do
patrimônio público vincula-se ao Pré-Sal, a partir do ‘poder autocrático
e unilateral do presidente’, ao lado da desmobilização e cooptação de
grande parte do movimento social. Situação que remeteria a uma mistura
entre os processos vistos no México - onde o PRI (Partido Revolucionário
Institucional), que ficou no poder entre 1917 e 1994, instrumentalizou a
riqueza do petróleo - e na Argentina - com um sindicalismo na gaveta do
Estado, cujo papel se restringe a dar legitimidade social ao governo,
que, em troca, atira os restos do banquete em forma de assistencialismo.
Apesar de lamentar seu pessimismo ao final da conversa, e como alguém
que participou diretamente da gestão Lula, o engenheiro não fez
concessões para descrever as engrenagens da política brasileira,
inclusive desvelando a futura esterilidade da Lei da Ficha Limpa.
Terminou com uma autocrítica de quem partilhou dos sonhos dos anos 80.O artigo é de Valeria Nader e Gabriel Brito e encontra-se aqui, na íntegra...
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Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
‘Lula consolidou o capitalismo e instrumentalizou o Estado no Brasil’
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