Felipe Prestes no Sul21
O secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, teve encontro
ameno ontem (24) à tarde com o governador Tarso Genro, no Palácio
Piratini. Carvalho foi um dos convidados do governo para um seminário
que discute a participação popular. Entre o encontro e o seminário,
Carvalho concedeu coletiva em que minimizou possível estremecimento na
relação entre governo e centrais sindicais.
Para o ministro, responsável pela relação entre governo e movimentos
sociais, a aprovação da lei que permite ao governo reajustar por decreto
o salário mínimo até 2015 é uma vitória para os trabalhadores, por que
isso provavelmente acarretará ganhos reais nos próximos anos. “A
política do salário mínimo é uma grande vitória das centrais. O Brasil
tem crescido a uma média de 5% ao ano, nossa expectativa é que continue
(crescendo nesta média), o que garante ao trabalhador uma recuperação
real do salário mínimo”, afirmou.
Para Carvalho ao manifestarem sua contrariedade durante as votações
no Senado e na Câmara, as centrais faziam seu papel, de reivindicar. Ele
assegurou que os representantes dos trabalhadores devem ter papel
central nas políticas do governo. “Embora tenham feito o barulho que era
natural que fizesse – é o papel das centrais – o diálogo vai continuar.
Nós não queremos as centrais apenas reivindicando, queremos que elas
opinem e participem do conjunto das políticas do governo. O diálogo está
muito acima desse incidente na questão do salário mínimo”.
Infiéis
Questionado sobre a atuação dos senadores gaúchos na discussão sobre o
salário mínimo, Gilberto Carvalho exaltou o senador Paulo Paim, que
votou com o governo, mas fez certo barulho antes da votação. “Vamos
valorizar muito o gesto do Paim. Vai ser chamado para tratar os grandes
temas do governo. A presidenta já tratou com ele alguns temas, como a
questão da pequena e da micro empresa”, disse, prometendo também que o
governo começará a discutir na semana que a valorização dos aposentados,
um dos pleitos de Paim.
Quanto aos senadores Ana Amélia Lemos, que votou pelo salário mínimo
de R$ 600, e Pedro Simon, que se absteve, Carvalho adotou postura dúbia.
Primeiro, disse que os infiéis “sabem dos problemas que vão enfrentar”.
Depois, disse que o governo espera contar muito com os dois senadores.
“Tenho o maior respeito pelo senador Pedro Simon, a senadora Ana Amélia
está começando uma carreira que nós sabemos que será brilhante”.
Fórum Social Mundial em Porto Alegre
Gilberto Carvalho garantiu que, caso o Fórum Social Mundial de 2013
seja sediado no Brasil, vai ocorrer em Porto Alegre. “Fizemos um acordo
lá em Dacar. Se for no Brasil, será em Porto Alegre. Há um
reconhecimento do êxito que os fóruns aqui tiveram e, portanto, a
tendência é vir para cá”, revelou. A cidade de Salvador também pleiteia
ser sede do evento.
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