domingo, 20 de fevereiro de 2011

A solução para os problemas do Egito está na ditadura do proletariado e na extensão da revolução árabe





200211_egyptians_002PCO - Ao contrário do que afirma a esquerda burguesa, de que a solução para o Egito estaria na democracia, a revolução colocou em questão o problema dos povos oprimidos, que só pode ser resolvido pela ditadura do proletariado.
A revolução no Egito que derrubou Hosnik Mubarak, há 30 anos no poder, foi, sobretudo, motivada pela miséria crescente da população e pelo aumento no preço dos alimentos no mercado mundial, em resumo, pelos efeitos diretos da crise capitalista mundial.
Hosnik Mubarak e seu regime eram um dos principais pontos de apoio dos Estados Unidos e de Israel no Oriente Médio. Os EUA eram os responsáveis por praticamente sustentar o aparato bélico das forças armadas egípcias com a transferência de milhões de dólares todo ano.
Após a queda de Mubarak pela ação revolucionária do povo egípcio, a esquerda burguesa e pequeno-burguesa e seus analistas de plantão procuram apresentar que a solução para o país seria a democracia, que mantêm bilhões de pessoas abaixo da linha da miséria para sustentar um punhado de capitalistas.
Um dos propagandistas dessa ideia é Mohamed Habib, professor da Unicamp e vice-presidente do Instituto da Cultura Árabe (ICArabe).
Ele declarou recentemente: "Se Israel for inteligente, se for governada por pessoas inteligentes, tem que perceber que acordos firmados com ditadores não se sustentam. É melhor para Israel viver cercado por países democráticos do que por ditaduras supostamente amigas. É muito mais justo e muito mais duradouro também. Os dirigentes de Israel, dos Estados Unidos e da Europa precisam estar atentos a estes detalhes. Um ditador amigo e corrupto não é sinônimo de paz e prosperidade. Há chances muito melhores para paz se países democráticos estiverem sentados à mesa de negociações". Nada poderia ser mais falso. A revolução opõe-se verticalmente à sobrevivência do Estado de Israel.
Hosnik Mubarak foi fiel aliado de Israel e dos Estados Unidos por longos trinta anos. Inclusive, a política e o modo de agir dos países neoliberais, democráticos, é justamente sustentar ditaduras em países subdesenvolvidos. Elas são estabelecidas e mantidas para garantir a politica do imperialismo nesses países.
A questão no Egito não é, como declarou Habib, chegar a um acordo com os EUA ou com Israel ou estabelecer eleições e uma constituição, mas acabar com a situação de miséria em que vive a população do país, mantida por uma ditadura, a serviço da política neoliberal dos seus aliados.
A democracia é a política neoliberal de super-exploração e opressão
Para tentar justificar o fato dos Estados Unidos serem uma "democracia", o que seria a solução para o mundo árabe, e financiar ditaduras nos outros países, Habiba firmou: "Chega uma hora em que a incoerência começa a ter efeitos negativos. Os EUA são um país democrático. Mas, na sua política externa, não aplicam os mesmos conceitos que pregam em sua democracia interna. Essa incoerência acaba desmoralizando o seu discurso frente aos demais países. No caso da revolta no Egito, demoraram muito para abrir a boca e quando abriram foi para apoiar a indicação como vice do chefe de serviço de inteligência de Mubarak durante 18 anos, amigo da CIA e do Mossad. Acharam que os egípcios eram tão burros e ignorantes que aceitariam isso. Mas acabaram se surpreendendo com a reação do povo egípcio. Resultado: os Estados Unidos acabaram se queimando politicamente. Quando o mundo ficou sabendo de tudo isso, os EUA se desmoralizaram. Esse episódio mostra que, para o mundo viver em paz, deve-se buscar a coerência em primeiro lugar: democracia para todos e não apenas no nosso país. Aí poderemos ter um mundo mais justo, com ética e prosperidade...".
A democracia é o regime da burguesia e dos capitalistas, seu modo de atuar é subjugando países e continentes inteiros aos interesses do imperialismo. No entanto, mesmo assim, se os EUA são uma democracia como explicar que o seu reflexo no Egito seja uma ditadura brutal? É que, na realidade, os EUA são a maior ditadura do mundo dentro dos próprios limites nacionais norte-americanos.
Embora a democracia, defendida pela esquerda burguesa como solução para os problemas do imperialismo no Oriente Médio, seja um enfraquecimento da política do imperialismo nessa região, não revolve o problema das massas. Ela representa a política neoliberal, que precisa de milhões de miseráveis para sustentar um punhado de capitalistas.
O que foi colocado em questão pela revolução no Egito e demais países não foi a solução dos problemas do imperialismo no mundo árabe, mas dos problemas dos povos oprimidos do Egito e dos demais países da região.
Nenhuma democracia vai resolver os problemas de miséria, super-exploração e opressão dos povos árabes.
Nesse sentido, a revolução colocou o problema da ditadura do proletariado como única solução para a miséria e opressão dos povos do Oriente Médio.

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