O governo gaúcho aumentou a proposta de reajuste salarial aos
professores para 10,91% sobre o básico do magistério. O anúncio foi
feito após reunião com a direção do sindicato da categoria, o Cpers,
nesta quinta-feira (24), no Palácio Piratini. O valor é a proposta final
do Executivo e representa um ganho real em relação à inflação de 2010
de 4,7% (IPCA) e de 4,2 (INPC). Porém, o reajuste ainda não atinge o
piso nacional estipulado pelo Ministério da Educação, não alcançando,
desta forma, a proposta dos professores.
Segundo a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, a categoria
aprovará ou não o valor final oferecido pelo governo estadual na
Assembleia Geral do dia 8 de abril, no Gigantinho. “Vamos debater com a
categoria pois queremos o Piso Nacional como básico do plano de
carreira. O governo já disse em outra audiência que o piso será o básico
no plano de carreira, mas não apresenta uma proposta concreta neste
sentido. Se tivesse apresentado, o valor seria de R$ 1.597 para 40
horas”, calcula. Segundo Rejane, o reajuste de 10,91% não irá
desmobilizar os professores, que vão batalhar pela implementação do piso
nacional ainda em 2011. “A nossa mobilização irá garantir esta
implementação da lei do piso”, reforçou aos jornalistas ao final da
conversa com o governo.
O chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, foi quem recebeu a direção do
Cpers, acompanhado dos secretários de Educação, José Clóvis, e da
Administração, Stela Farias. Na visão do governo, o aumento representa o
maior reajuste já oferecido ao Cpers nos últimos dez anos. E, para um
mandato que não tem 100 dias de gestão, uma demonstração de respeito aos
professores e de valorização da categoria. “Estamos propondo um
reajuste de quase 11% e mais uma complementação. A proposta valerá para
todos os professores ativos e inativos e funcionários de escola. O
impacto será de R$ 334 milhões”, argumentou Pestana.
Com o reajuste, 88% dos professores do estado (114 mil) receberão
mais que R$ 1.187,00 e 83% (108 mil) passarão a ter vencimentos entre R$
1.541,00 e R$ 2.541,00. Para chegar a esta proposta, o governo
reconheceu o pleito de complementação da parcela autônoma, passando dos
atuais R$ 42,90 para R$ 77,83 e incorporou 50% deste novo valor ao
salário básico do magistério. De acordo com Pestana, com este aumento, a
diferença para alcançar o Piso Nacional cai de 66% para 51%. “Ao longo
dos quatro anos de governo queremos alcançar o piso nacional. Não
pudemos fazer isso agora, pois, ainda não temos clareza da receita e
problemas como a Lei Brito. Foi sinalizada uma proposta e não foi paga.
Nós queremos assumir compromissos e poder cumpri-los”, disse Pestana
sobre a cautela na progressão do reajuste.
Ainda assim, para a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, se o
governo objetiva alcançar o piso, teria que ser mais contundente. “O
governo deveria apresentar um calendário de percentuais e de prazo para
chegar ao piso nacional. Não fez isso, se eles têm esta intenção está
fazendo isso de forma muito tímida e sem nenhuma consistência que nos
leve a pensar que querem alcançar o piso nacional”, defendeu.
Na ocasião, o Cpers reafirmou os 16 pontos que reivindica para os
professores gaúchos. O governo prometeu apresentar um relatório com as
possibilidades de cumpri-las na próxima segunda-feira, 28.
Um comentário:
Turco querido, vou levar este post para o Palavras e Imagens. Beijos
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