Escrito por Gilvan Rocha no Correio da Cidadania | |
No dia 24 de março de 2011, foi ao ar pelo rádio e televisão um programa
do Partido Comunista do Brasil (PC do B), em comemoração aos 89 anos de
sua existência. Quem conhece a verdadeira trajetória do socialismo no
Brasil irá se dar conta de que esse partido, dito comunista, deixou de
sê-lo desde 1928, quando, por ocasião do VI Congresso da Terceira
Internacional, foi imposto o social-patriotismo, tão combatido pelos
verdadeiros marxistas, por ocasião da primeira grande guerra, quando a
Segunda Internacional abandonou os princípios revolucionários para
mudar-se para o campo do nacionalismo burguês.
A Terceira Internacional Comunista foi criada para dar combate ao
social-patriotismo e restabelecer os princípios do socialismo
revolucionário. Em decorrência, porém, da vitória da contra-revolução em
escala mundial e do isolamento da URSS, a Terceira Internacional
tornou-se cópia fiel da anterior, ostentando, descaradamente, o
social-patriotismo sob o rótulo indevido do marxismo-leninismo.
A partir de 1928, os partidos ditos comunistas se descaracterizaram
completamente e seus militantes, a maioria beatos de boa fé,
transformaram-se em patrioteiros, abandonaram o princípio da luta de
classes para aderir à tese da capitulação, cujo esteio era eleger a
contradição da nação opressora versus a nação oprimida como motor da
história.
Assim é que os ditos comunistas passaram a defender com intransigência
absoluta os interesses da nação, sem se darem conta de que ela é
patrimônio da burguesia, uma vez que as terras, as fábricas, as minas,
os transportes, os bancos são propriedade somente da classe burguesa,
enquanto a imensa maioria do povo trabalhador não passa de uma massa de
despossuídos.
Defender os interesses nacionais é, em última instância, defender os
interesses do capitalismo. Por essa razão que os ditos comunistas do PC
do B, em seu programa de rádio e televisão, não pronunciaram nenhuma
palavra contra o capitalismo e se limitaram festejar o avanço e a
consolidação desse sistema no solo da "pátria amada".
Gilvan Rocha é membro do CAEP - Centro de Atividades e Estudos Políticos.
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Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
quinta-feira, 31 de março de 2011
PC do B - nenhuma palavra
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