Minha singela homenagem à lembrança do 22 de abril de 1500.
Lembrando que nada disso é novidade, mas como cismam em comemorar a
data…
Nas últimas linhas da carta que relata o início da invasão portuguesa
(“descobrimento”? Há! Sei…) de Pindorama a dom Manuel, rei de Portugal,
Pero Vaz de Caminha se aproveita do cargo e da oportunidade para pedir
um favorziho. Se a graça foi ou não concedida, não faço idéia e nem
quero saber. Afinal, Inês é morta, ou melhor, Pero Vaz. Porém, a
utilização do público para atender a interesses privados perdurou
durante toda a nossa história – situação que permeia das grandes somas
das grandes obras ao cafezinho trocado pela multa na beira da estrada.
Culpa do escrivão, porque “aqui se plantando tudo dá”? Nem. Culpa nossa.
“E pois que, senhor, é certo que, assim neste cargo que levo,
como em outra qualquer cousa que de vosso serviço for, Vossa Alteza há
de ser de mim muito bem servida. A ela peço que, por me fazer graça
especial, mande vir da Ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro – o
que d’ela receberei em muita mercê. Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro, da vossa Ilha da Vera Cruz”
Se a história pode ser escrita com segundas intenções, é reescrita
para atender necessidades das mais diversas. Por exemplo, o surgimento
de estudos mequetrefes que ignoram séculos de presença de comunidades
tradicionais, provando com documentos honestos do 2º Cartório de
Registro de Imóveis Faz-Me Rir que um pedaço de chão pertence, desde as
capitanias hereditárias, à família que precisa continuar vendendo
matéria-prima para uma determinada indústria importante. No ritmo em que
vão as coisas, se for deixar a elaboração dos livros didáticos na mão
desse povo, não me surpreenderia que fossem feitas algumas atualizações.
“Em 22 de abril de 1500, o empresário português Pedro Álvares
Cabral, quando chegou em missão ao Sul da Bahia, estabeleceu comércio
com os empreendedores do setor madeireiro, e sua pujante economia,
trocando miçangas por toras de eucalipto – o que foi altamente lucrativo
para os locais. A primeira missa foi celebrada com a presença de
dezenas de operários – entre os turnos da tarde e da noite – de forma a
não prejudicar a produção. O bispo, que rapidamente se tornou amigo dos
maiores proprietário de terra locais, abençoou aquela união e benzeu o
local onde seria erguido o porto para escoamento de mercadorias…”
PS: Sensacional o 22 de abril cair logo em uma Sexta-Feira Santa,
não? Se nosso Estado não fosse laico, na teoria e na prática, acharia
que isso seria uma fina ironia dos deuses…
3 comentários:
Um país que teve no seu nascimento uma grande mentira e ninguém quis questiná-la. Porque desmistificá-la agora.Foda-se o povo! Vida longa a El Rei e seus lacaios!E que o diabo os tenha o mais rápido possivel!
Pô me ensina a por música no meu blog vai rsrsrs...
Jorge, entra no sitio: www.lagrimapsicodelica1.com.br que tem todas as instruções para adicionar essa radio no teu blog...abraços...
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