Brizola neto no TIJOLACO
Um drama ocupa hoje espaço de destaque na edição de hoje do jornal inglês The Guardian.
É o sofrimento do chagassianos, antigos habitantes do Arquipélago de Chagos, a leste da costa africana, a meio caminho da Ásia.
Mais de duas mil pessoas foram “removidas” das ilhas, entre 1967 e
1973 para as ilhas Maurício. A finalidade foi usar a maior de suas
ilhas, Diego Garcia, como base aérea e naval dos EUA , com estruturas
de apoio inglesas nas demais ilhas. Quem não aceitou a “remoção” foi
embarcado à força e aprisionado nas Ilhas Seychelles, hoje um famoso
paraíso fiscal.
A desocupação das ilhas incluiu até um sui generis “fuzilamento de cachorros”, matando os animais de estimação dos moradores para intimidá-los
De lá, partiram bombardeiros para a guerra do Iraque.
Os tribunais ingleses reconheceram a posse indevida das ilhas, mas
recusaram a devolução de Diego Garcia, sob o argumento que o
arrendamento da ilha aos EUA era válido.
A base é estratégica e, para mantê-la, vale até uma aliança com os ambientalistas.
Um telegrama vazado pela Wikileaks mostra que a transformação das
ilhas em “área marinha protegida”, que encantou os ambientalistas,
revelou que um alto funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros
britânicos tinha dito a seus colegas americanos a criação da reserva
“poria fim aos pedidos de reinstalação dos antigos moradores do
arquipélago”.
O funcionário, identificado como Colin Roberts, diretor de
territórios ultramarinos, observou que o “lobby ambiental é muito
mais poderoso do que o dos defenores dos chagossianos “, e acrescentou
que o governo britânico não queria “nenhum Sexta-Feira (o personagem de Robinson Crusoé) nas ilhas.
Alguns dos chagassianos voltaram, de visita, às suas ilhas, e encontraram ruínas de suas antigas casas.
Em pleno século 21, as chagas do colonialismo, por vezes, aparecem de forma impressionante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário