sábado, 30 de julho de 2011

GT dá largada para a política de integração binacional


O secretário de Estado da Educação, Prof. Dr. Jose Clovis de Azevedo, enfatizou a acolhida que a Secretaria, professores brasileiros e uruguaios receberam da reitora da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Maria Beatriz Luce. “A possibilidade do diálogo entre nossas nações e instituições é importante para que continuemos construindo uma sociedade mais equilibrada”, salientou, destacando a importância da Mesa de Fronteira que debate temas relacionados à integração de políticas para a educação tendo como foco a integração binacional e do Mercosul. “Vivemos hoje um simbolismo muito grande, porque essa é uma necessidade de toda a nossa fronteira: virarmos de frente para nossos irmãos latino-americanos, integrarmos a ação de governos, com participação de universidades e escolas para atender às necessidades de nossos jovens, no Brasil e no Uruguai, em relação a uma educação de qualidade com cidadania”, enfatizou. Azevedo também falou à plateia de aproximadamente 400 professores que é possível avançar nas políticas de integração; para isso, é preciso iniciar esse processo.

Tarson Nunez destacou a importância que a integração binacional tem no governo Tarso Genro e o papel da Educação. “Nesse sentido a educação tem um papel fundamental, de produção e difusão de conhecimento; em regiões de fronteira isso significa políticas de integração”, salientou o Assessor para Relações Internacionais do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, exemplificando que entre as proposições estão a integração de gestores, o ensino das línguas portuguesa e espanhola nos dois países nas redes públicas de educação e a convergência de conteúdos de estudo. “Também no Uruguai, se discute qual a educação mais adequada para um projeto de desenvolvimento no Século XXI”, frisou.

A diretora-adjunta do Departamento Pedagógico da Seduc, Vera Regina Amaro, participou da mesa de fronteira para socializar políticas voltadas ao ensino da língua espanhola na rede estadual de ensino. Vera explicou que desde 2005 o Rio Grande do Sul trabalha para implementar a língua espanhola nas escolas, atendendo à lei 11.161, que torna obrigatório o ensino nas escolas de Ensino Médio brasileiras, facultando aos alunos a escolha. A região da Fronteira Oeste, no âmbito da 19ª  Coordenadoria Regional de Educação (Santana do Livramento), 27 escolas de Ensino Fundamental e 21 de Ensino Médio contam com o ensino do espanhol nas bases curriculares, nos municípios de Quaraí, Santana do Livramento, São Gabriel, Rosário do Sul e Santa Margarida do Sul. Nas quatro Coordenadorias (Bagé, Pelotas, Livramento e Uruguaiana), o número chega a 113 escolas de ensino médio.

Além disso, a diretora-adjunta do DP abordou temas como formação de professores – 40 deles nesta semana estão em curso de espanhol em Porto Alegre – e boas práticas envolvendo o ensino da língua, como a desenvolvida pelo professor Noelci Cunha, da Escola de ensino Médio José Antonio Flores da Cunha, de Livramento, que utiliza português e espanhol na alfabetização. “No entanto, temos clareza que para atingir as referências apontadas pelo Ministério da Educação de constituição de escolas bilíngues nas regiões de fronteira ainda temos um longo caminho a percorrer”, frisou Vera Amaro, destacando que o momento pode significar o início de parcerias conjuntas que não se restringem ao ensino do espanhol e português em escolas brasileiras e uruguaias, mas podem se concretizar por meio de intercâmbio de professores e alunos, formação de docentes, sistemáticas de trabalho e planejamento conjunto, entre outras.

O diretor do Departamento de Articulação com os municípios da Seduc, Glauber Lima, fez uma análise sobre a política de integração entre Brasil e Uruguai. Ele lembrou o anúncio do secretário Azevedo, que chega a R$ 1milhão para a região Fronteira Oeste. “Isso demonstra o compromisso da Secretaria com a Educação de qualidade social, com as melhores perspectivas”, declarou. Sobre a parceria, ele garantiu que o governo está apostando nesta política. “Estamos construindo um Grupo de Trabalho, que será composto por 12 integrantes do Brasil e Uruguai. Temos convicção de que faremos um ótimo trabalho de integração binacional”.

O superintendente da SUEPRO – Superintendência da Educação Profissional da Seduc, Pedro Maboni apresentou o Programa de Qualificação e Ampliação da Oferta de Educação Profissional e Tecnológica. De acordo com ele, o objetivo é formular e implementar a política pública para a Educação Profissional e Tecnológica, fomentando sua expansão e garantindo a qualificação do acesso e permanência do aluno através de políticas públicas integradoras que assegurem as modalidades de Educação Profissional ofertadas pelo Estado. “A educação profissional é propulsora indutora da promoção humana nos processos de interação socioeconômica nas diferentes comunidades e regiões de nosso Estado”.

A Educação Profissional no Estado constitui-se em uma rede composta por 151 escolas e um contingente de, aproximadamente, 30 mil alunos em 107 municípios.

A Secretaria da Educação pretende ampliar o número de professores com capacitação em projetos; ofertar capacitação para gestores em Educação Profissional, ofertar cursos de formação pedagógica e potencializar parcerias com instituições para habilitação de profissionais da área técnica em docência. Também tem trabalhado para adequar os cursos às necessidades locais e regionais, de acordo com os Arranjos Produtivos Locais (APLs), estabelecendo parcerias com os setores de produção, obtendo incentivos financeiros para o desenvolvimento da pesquisa em Educação Profissional. Outro eixo de atuação diz respeito à implantação gradativa de Institutos Estaduais de Educação Profissional que atuem com irradiadores do conhecimento tecnológico e profissional em parceria com o governo federal, apoiando a oferta de educação profissional desenvolvida em cada escola das Coordenadorias Regionais da Educação.

Maboni também informou as ações para implantação do Currículo Integrado na rede de Educação Profissional, reduzindo a fragmentação curricular e contemplando a formação humana integral. 
 
Fonte: SEDUC

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