sexta-feira, 1 de junho de 2012

A RESPEITO DE NOSSAS BUSCAS... ESPERANÇAR!!


professor Marcio Abip*
De tudo ficaram três coisas: a certeza de que estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo, fazer da queda um passo de dança, do medo, uma escada, do sonho, uma ponte, da procura, um encontro”. (Fernando Pessoa)

Assim, devemos nos portar como seres humanos de busca, como seres inconclusos, porque eternamente grávidos da esperança da vida na luta transformar...Disso trata-se quando se fala e pratica o ato de educar, revolucionar-se individualmente e coletivamente de forma permanente. O que ontem nos bastava, hoje História Viva queremos mais e distinta de ontem, "A História é um profeta com o olhar voltado para trás. Pelo que foi e contra o que foi, anuncia o que será." (Eduardo Galeano). Quem parte, sai de algum lugar onde estava e como estava sendo, não somos seres vazios e sem pertença ao contexto que nos influencia e no qual colocamos nosso “pitaco” , nosso tempero existencial. Por isso se diz que devemos partir da realidade e do universo de vida dos educandos, mas vai além, nos fala da humildade de querermos mais junto com nossos companheiros de caminhada, queremos nos apropriar do que a humanidade historicamente criou porque esta obra inacabada nos pertence enquanto humanos, são construções coletivas. Não inventamos a roda, sim sabemos, mas devemos, para que as coisas andem, colocá-la em movimento. “Um passo a frente e você não estará no mesmo lugar” (Chico Science). Desta forma, instigados pelo mundo que se põe a nossa frente, curiosos, humildes e persistentes, investigamos, pesquisamos, nos encharcamos de realidade, de realidades, para que possamos, ato continuo, construir pontes, edificar caminhos pelo tudo que andamos a fazer, para que possamos criar outros mundos distintos do que ai está, novos portos, novas naus, novas incertezas, novas esperanças: “Talvez seja este o sentido mais exato da alfabetização: aprender a escrever a sua vida, como autor e como testemunha da sua história. Isto é, biografar-se, existencializar-se, historicizar-se.” (Ernani Maria Fiori). Escrever e Viver pelo exemplo a palavra-ação. Disponibilizar-se ao dialogo que emancipa porque problematizador, refletir sobre o que estou fazendo e de que forma estou fazendo, investigo-me enquanto interveio no mundo, com a necessária generosidade de quem aprende de quem ensina, ter compromisso com tudo isso, com o que faço, com o que sou, com o mundo de gentes que comigo estão sendo, comprometimento ético de intervenção no mundo. Romper os silêncios que nos aprisionam, minha voz não tem sentido sem o direito dos outros a voz, “Tu não podes ensinar a ninguém a amar, tu tens que amar, A única forma de ensinar a amar é amando” (PF). Se colocar em movimento, a andar...”A marchar revelando o ímpeto da vontade amorosa de mudar o mundo ...”Me alegraria ver o Brasil em seu tempo histórico cheio de Marchas: as marchas dos Sem-Terra, marcha dos que não tem escola, marcha dos reprovados, marcha dos que querem amar e não podem, marcha dos que se recusam a uma obediência servil, marcha dos que se rebelam, marcha dos que querem ser e estão proibidos de ser, marchas que nos afirmam como gente, como sociedade querendo democratizar-se. (PF). Estar não muito certo de nossas certezas...este deve ser nosso horizonte próximo, a dignidade humana, a justiça e a liberdade nosso horizonte da vida e da alma. Paulo Freire...Aqui entre nós Presente!! Agora e Sempre!. "Aos esfarrapados do mundo e aos que neles se encontram e, assim descobrindo-se, com eles sofrem, mas, sobretudo, com eles lutam". (Paulo Freire).
BEM VINDOS A TODAS (OS) AO – I CURSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO POPULAR – Sintam-se em sua casa em nossa morada.

"Aos esfarrapados do mundo e aos que neles se encontram e, assim descobrindo-se, com eles sofrem, mas, sobretudo, com eles lutam" ... Quem é esse menino que atende pelo nome de Paulo? Que aprendendo e ensinando em barracos, em clarões na mata - mundo afora - anda falando de palavras que libertam, de utopias que alguns nos tentaram crer estarem mortas, diziam não mais existir espaço, que a História e nossos mais ternos sonhos, de um mundo justo e solidário haviam acabado. Onde andará este Menino - Paulo Freire? Uns dizem terem visto Paulo empinando pandorgas da esperança - bem alto - acima da arrogância dos poderosos, do individualismo, da estupidez de qualquer tipo de miséria. Outros afirmam que Paulo virou mais uma humilde estrela da constelação dos que fizeram de suas vidas palco de luta. "E se nada ficar destas palavras, algo, pelo menos, esperamos que permaneça: nossa confiança no povo, nossa fé nos homens e na criação de um mundo em que seja menos difícil amar".

Texto: Marcio Abip - trechos grifo - Paulo freire e Educadores Populares.

¿Quién dijo que todo está perdido? /Quem disse que tudo esta perdido / yo vengo a ofrecer mi corazón / Eu venho oferecer meu coração. Luna de los pobres siempre abierta, / Lua dos pobres sempre aberta, yo vengo a ofrecer mi corazón, como un documento inalterable / como um documento inalterável / yo vengo a ofrecer mi corazón.
Y hablo de países y de esperanzas, / E falo de paises e de esperança / Hablo por
la vida, hablo por la nada, / Falo pela vida, falo por nada. Hablo de cambiar ésta, nuestra casa, / Falo de trocar esta nossa casa, de cambiarla por cambiar, nomás... Quem disse que tudo esta perdido? Eu venho te oferecer meu coração. 

Trechos música Fito Paez.

Das coisas suaves, dos cheiros, das cores das flores...do mundo dos pequenos...dos humildes gestos e atos sem preço...do justo...do beija-flor e do néctar, do arco-íris, das coisas que fazem da vida existência, disso lembro quando penso em vocês, me lembram húmus...mata...os seres que nela habitam...o feminino, a essência das deusas, as crianças que brincam, o simples, aquilo que eles não vêem nem imaginam existir, o mistério que acalenta a noite e a faz menina, as estrelas cadentes, a possibilidade de vida que humildemente ofertam pra todos as sementes, as mãos femininas que carregam flores também levantam bandeiras de múltiplas cores que incitam a primavera e a liberdade dos povos da Terra...Gaia ao útero voltar.

* Marcio Abip é professor da rede pública estadual do RS e atualmente exerce a função de Diretor da E.E.Arnaldo Faria, em Bagé-RS

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