Sergio Ferrari
Colaborador de Adital na Suiça. Colaboração E-CHANGER
Tradução:ADITAL
- ONG de cooperação e migrantes juntos sob o mesmo teto
- "Que a população desfavorecida também possa festejar”
Esse ano, o Natal começou antes na Suíça. De 13 de dezembro até o sábado, 15, mais de 30 associações de cooperação e de solidariedade com o Sul animam o mercado solidário. Uma forma nova de antecipar as festas.
- ONG de cooperação e migrantes juntos sob o mesmo teto
- "Que a população desfavorecida também possa festejar”
Esse ano, o Natal começou antes na Suíça. De 13 de dezembro até o sábado, 15, mais de 30 associações de cooperação e de solidariedade com o Sul animam o mercado solidário. Uma forma nova de antecipar as festas.
Produtos
e comidas provenientes da América Latina, da África e da Ásia; um clima festivo
e de encontro intercultural; cerca de 2 mil visitantes esperados durante os
três dias; mais de 30 mil francos de benefício projetado. Em síntese, um
exercício ativo de solidariedade.
Após
a primeira jornada "já percebemos que esse sexto mercado será novamente coroado
com um êxito total”, expressa Maxime Gindroz, responsável de comunicação da
Federação de Cooperação do Cantão de Vaud (Fedevaco). Recordando o slogan que
motivou a atividade: "para que o Natal seja também uma festa para a população desfavorecida
do Sul”.
Com
essa filosofia de referência, a Fedevaco, junto com o Centro de Animação
Cultural Polo Sul, promovem uma vez mais, como há seis anos, esse espaço de
encontro, festejo e vendas, assegurando a participação de ONGs e associações
sustentadas por cooperantes ou projetos em diferentes países. Desde o Equador
até a Índia, passado pelo Peru, Brasil, Tibet, Togo, Madagascar, Marrocos,
Serra Leoa ou Palestina.
Um
carrossel de culturas com um ponto de encontro comum e a perspectiva de promover
uma relação de proximidade "entre migrantes que vivem na Suíça e os povos do
Sul, aproximando essa dupla realidade à população do Cantão de vaud”, enfatiza
Fabio Cattaneo, responsável animador de Polo Sul, o local anfitrião, localizado
no bairro de Flon, em pleno centro de Lausanne.
Um
posto da Bolsa de Trabalho, ativa associação de apoio aos migrantes,
particularmente no setor da formação de mulheres, "agrega um valor especial a
esta edição”, enfatiza o responsável por Polo Sul ao avaliar a contribuição intercultural
dessa inovadora iniciativa.
Para Cattaneo, esse mercado solidário "constitui uma
ponte adicional de encontro” do mundo da cooperação ao desenvolvimento e das
comunidades migrantes. "Todo esse processo de preparação; o trabalho de
instalar o mercado e os três dias partilhando espaços comuns permitem aproximar
realidades, conhecer-se melhor e promover novas sinergias com vistas o futuro”.
Na concepção do responsável pelo Centro Intercultural, a vivência dos
imigrantes que chegam a Suíça e a Europa e a de suas comunidades de origem
–muitas vezes beneficiárias da cooperação- constituem duas caras de um mesmo
espelho social.
O mercado natalino solidário é uma importante
iniciativa, "um espaço privilegiado que permite confluir ideias, utopias e
atividades muito práticas, como oferecer uma comida típica de um país distante
ou vender um produto autóctone do Sul, que se converterá em um presente muito
especial para celebrar as festas”, insiste.
‘Vidraça’ do Sul
As organizações "estamos convencidas da contribuição
que há em oferecer às pessoas da Suíça o típico de outras culturas, abrindo uma
janela especial no Cantão de Vaud a realidades muito distantes”, enfatiza
Maxime Gindroz, que reconhece também para a importância de valorizar a tarefa
de cooperação ao desenvolvimento promovida pela Fedevaco e pelas organizações
que a integram.
Apesar de que uma prioridade essencial de "nosso
trabalho é chegar à classe política, sensibilizando-a sobre a cooperação, abrir
esses espaços adicionais ao grande público é também transcendente”, reflete.
Facilitar que se conheça o diferente reduz medos infundados e diminui as
distâncias e incompreensões,
Gindroz ressalta dois aspectos significativos do
evento: o contínuo fluxo em aumento do público a cada ano desde o começo do
primeiro mercado, em 2006. E a forte presença, também em crescimento, de
jovens, muitos dos quais têm entre 20 e 25 anos. "Eles manifestam um interesse
particular em conhecer melhor a realidade de outros povos e culturas”, explica.
Ao avaliar saltos qualitativos em relação às edições
anteriores, Gindroz não duvida em enumerar vários elementos. O vídeoclipde apresentação do mercado solidário 2012, que permitiu fazer uma publicidade
ativa nas redes sociais. O apoio midiático do jornal Le Courrier, cuja
linha editorial é particularmente sensível à temáticas do Sul. A mobilização de
um público cada vez mais numeroso e interessado. Sem menosprezar o próprio
resultado econômico do mercado solidário, que permite reforçar projetos
latino-americanos, asiáticos e/ou africanos.
Dinâmica de participação cidadã, segundo Gindroz, que
"fecha um 2012 muito positivo para as ONGs suíças, devido ao aumento do
orçamento oficial destinado à cooperação ao desenvolvimento, resultado da
mobilização da sociedade civil suíça que anos atrás impulsionou com êxito a
petição ‘Unidos contra a Pobreza’, exigindo esse incremento.
[Sergio
Ferrari, em colaboração com swissinfo.ch e E-CHANGER, membro da Fedevaco].
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