Advogados dos envolvidos com jogo ilegal e corrupção, presos pela Polícia Federal (PF) na Operação Hurricane, estão orientando seus clientes a permaneceram em silêncio durante o depoimento. Pelo menos seis pessoas já foram ouvidas pelos agentes da Divisão de Inteligência (DIP) na Superintendência da PF em Brasília, segundo informaram os advogados.
O advogado Thiago Bouza, que defende o desembargador federal José Ricardo de Siqueira Regueira, o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), Ailton Guimarães Jorge, o capitão Guimarães, e o sobrinho do capitão, Julio Guimarães, explicou que a estratégia de defesa adotada pela maioria dos advogados tem sido orientar seus clientes a não dar declarações.
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“A defesa não teve acesso a nada, a decisão é muito genérica. A maior parte das defesas se orienta no sentido de ficar em silêncio. A gente não sabe a acusação, não sabe a imputação. O silêncio tem sido uma constante aqui”, disse.
A assessoria do Ministério Público Federal (MPF) informou que a subprocuradora-geral da República Claudia Sampaio está acompanhando alguns depoimentos na Superintendência da PF. Ela atua com o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, no caso e, a pedido dele, acompanha depoimentos de interesse dele.
O grupo preso na sexta-feira (13) é acusado de vender decisões judiciais e informações privilegiadas favoráveis aos bicheiros e donos de casas de bingo e de máquinas caça-níqueis. Contraventores, magistrados e advogados, também acusados de lavagem de dinheiro e corrupção, estão na carceragem da PF em Brasília.
Os 25 presos na Operação Hurricane começaram a prestar depoimento na Superintendência da PF em Brasília por volta das 16h30 deste sábado (14). Pela manhã, receberam a visita dos advogados. Segundo a PF, não há previsão para o término dos depoimentos. Os envolvidos devem continuar a ser ouvidos neste domingo (15).
Fonte: G1.com.br