quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Oscar Niemeyer e o comunismo como valor


Apesar dos abatimentos nacionais e internacionais deste agônico 2007, tivemos, no dia 15 de dezembro, uma discreta alegria: os cem anos de nosso maior arquiteto Oscar Niemeyer. Sua voz suave e cansada nos conclama para a solidariedade e para uma grande simplicidade de vida.

Por Leonardo Boff



Sua visão de mundo se funda no comunismo, ao qual foi fiel durante toda a vida, em tempos em contratempos. Mas trata-se de um comunismo como valor ético que visa a resgatar da sociabilidade humana, a capacidade de sentir o outro e de caminhar com ele como companheiro e não como competidor. "É preciso olhar o outro, ser solidário; as pessoas que só pensam em suas profissões não vêem a pobreza; só querem ser vencedores". Para ele o importante "não é ser arquiteto, ser especialista, ser mundialmente reconhecido. O importante é a vida e a amizade. A palavra mais importante da minha vida é solidariedade".

Essa solidariedade, especialmente para com os pobres, o torna simples como simples são as suas formas arquitetônicas. Vive a verdadeira humildade de quem comunga do mesmo húmus (donde vem humildade): "todo mundo é igual; a pessoa vem à Terra, conta a sua historinha e vai embora".

Nunca esquecerei uma longa conversa com ele durante um almoço em Petrópolis no final dos anos 70. Naquele dia acabava de retornar de Cuba. Eram ainda os tempos de relativa abundância, antes da queda da União Soviética. Contava-lhe como era universal o sistema de saúde, como o ensino era aberto a todos, independentemente de sua extração social ou racial, como não se viam favelas na ilha e como a população incorporara uma vida de austeridade compartilhada. E referi-lhe as longas conversas com Fidel, noite adentro, sobre religião e a teologia da libertação que tentava e ainda tenta fazer do Cristianismo uma força de transformação histórica contra a pobreza e a marginalização social. Dizia-lhe citando Frei Betto: "Cuba parece uma Bahia que deu certo". Vi que Oscar ouvia tudo atentamente e seus olhos brilhavam de satisfação.

Qual não foi a minha supresa quando dias após li na Folha de São Paulo um artigo dele sobre a nossa conversa com um desenho de sua autoria: duas montanhas uma das quais encimada por uma cruz. E lá dizia: "descendo a serra de Petrópolis, eu que não creio, rezava ao Deus de Frei Boff, para que aqueles benefícios que Cuba realizou para o seu povo, chegassem também, um dia, ao povo brasileiro".

Por causa de sua solidariedade para com o povo cubano que sofre ainda um atroz embargo imposto pelos Estados Unidos, está abrindo em Cuba um posto avançado, uma escola de arquitetura, sem qualquer lucro, apenas o necessário para manter o escritório.

Pessoas assim nos fazem crer que o ser humano é resgatável, que a voracidade da acumulação privada de riqueza distorce o sentido da vida, que o ideal capitalista é profundamente perverso porque inumano, nada solidário e alheio à qualquer comiseração para com o próximo.

Sua mensagem maior que vale mais que qualquer discurso de alguma autoridade religiosa foi expressa no Jornal do Brasil de 21 de abril deste ano: "O fundamental é reconhecer que a vida é injusta e só de mãos dadas, como irmãos e irmãs, podemos vivê-la melhor".

Com estas palavras fechamos 2007 com a esperança de que 2008 comece a realizar o sonho singelo deste ancião sábio e simples que, na construção da catedral de Brasília com seus braços estendidos ao céu, deu forma à sua secreta mística da solidariedade, nascida do mais puro ideal comunista.

*Leonardo Boff é teólogo.



O espetáculo do terror olha para a América Latina

A paz não pode ser a expressão pueril de boas consciências, mas a invenção de uma alternativa à lógica expansionista. Isso tem que ficar muito claro quando o alvo volta a ser o velho quintal latino-americano.

Chegamos ao final de 2008 com o terrorismo estadunidense inabalável em sua determinação. A destruição, no final de 2005, de gravações que mostrariam práticas de tortura em Guantânamo tem, ao que tudo indica, as digitais da Casa Branca. Bush, é claro, manterá a linha de que não sabia da existência delas e, com isso, somaremos cinco anos de sistemáticas violações do Direito Internacional. Voltemos no tempo, já que a América Latina está na alça de mira novamente.

Um ano antes da destruição dos vídeos, em 2004, o New York Times, em editorial de primeira página, admitiu ter usado fontes duvidosas para fazer reportagens sobre o Iraque. Segundo os editores, muitas informações falsas, utilizadas sem o mínimo de apuração, provinham de exilados iraquianos financiados pela CIA ou de falcões republicanos. Ambos interessados em textos que respaldassem a invasão do país árabe.

O móvel da autocrítica era a crescente perda de credibilidade do jornal. Se o repórter Jason Blair inventava as matérias que publicava, o "Times" parece ter assimilado algo da "lição" ministrada por seu ex-jornalista. Enveredou pela ficção ao afiançar, em vários artigos, a existência de armas de destruição em massa no país então governado por Saddam Hussein.

Agindo como arma ideológica de um corpo político imperialista, o mais prestigiado veículo do mundo mostrou que o campo jornalístico, em situações-limites, pode ser tão truculento e dissimulado como o poder que busca legitimar.

Nassíria, Najaf e Basra não constavam do "tour" idealizado pelos falcões de Washington. Não como locais de resistência. Muita menos a coragem suicida dos fedayeens e de outras milícias fiéis ao antigo regime de Saddam Hussein estava prevista na propaganda ideológica que pretendia transformar a invasão de um país destroçado em "guerra de libertação". Dos xiitas se esperava apoio, mas, para desgraça dos senhores da guerra, eles não leram o Washington Post e se consideravam árabes - acima de qualquer projeção logística dos plantonistas de Harvard.

Mísseis caindo em território turco, tempestades de areia que desnorteavam tropas, além de bombas inteligentes matando população civil no centro de Bagdá, não estavam no roteiro original. Ou estavam e foram ignoradas pela premência da ação? A imprensa americana bem que dedicou espaço a desentendimentos prévios entre o ex-secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, e estrategistas do Pentágono. Mas se nada disso punha em risco a vitória militar, esta era uma ofensiva perdida no campo político. Como sabemos, faltou aos Estados Unidos conseguirem da sociedade civil mundial uma legitimação prévia para a ação bélica. Não se sabe se por falta de espaço para manobra ou presunção imperial, o fato é que as tropas americanas partiram para o Oriente Médio ignorando resoluções da ONU e manifestações pacifistas em escala planetária.

Ao subestimar a arena política, a potência hegemônica apostou nos meios mais letais de que dispunha: a tecnologia bélica de última geração e o formidável conglomerado midiático. Cometeu dois erros: ignorou a margem de erro da primeira e as contradições do segundo. Embora disposta a atuar como força-tarefa, narradora de uma cruzada ao mesmo tempo épica e asséptica, a imprensa americana tinha um limite: se os fatos não podiam ser mediados ao seu livre arbítrio (e de fato não podiam), havia que se manter um mínimo de verossimilhança com o que acontecia. Caso contrário, Forrest Gump descobre que tem parceiro morrendo e não festeja mais a " guerra contra o terror".

Quem leu Guy Debord sabe que o espetáculo assegura integridade a uma sociedade atravessada por suas próprias contradições. Garante ao indivíduo a permanente sensação de aventura como recompensa por um projeto social que o exclui como elemento ativo. Quando o ruído da história concreta se faz ouvir, as imagens se transformam no oposto do que pretendiam. São, à velocidade da luz, a mais formidável fábrica de ausência de sentido: os corpos dilacerados de marines, os restos calcinados de tanques e helicópteros rompem a barreira do fetiche da mercadoria. O imperialismo, sem a discreta roupagem da CNN, mostra-se em sua nudez obscena. Homens estúpidos e máquinas inteligentes marcham para a barbárie. As emissoras árabes al-Jazira, Abu Dabi e al-Arabya quebraram o encantamento. Rambo não existe. Ao menos, como algo desejável eticamente.

O antiespetáculo cobra a fatura. No briefing diário, o ex-porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, demonstrava irritação com perguntas de jornalistas sobre uma possível guerra prolongada. A BBC, em Londres, começava a se irritar com o "fogo amigo" e questionava o projeto americano para a " reconstrução" do Iraque. Parecia reproduzir a inquietação do ex-ministro Tony Blair com a rapinagem do amigo todo poderoso Dick Cheney.

A CNN teve que negar, com insistência, que esteja fazendo uma "cobertura asséptica". Simuladamente ou não, pouco vem ao caso, o descredenciamento da al-Jazira pela Bolsa de Valores de Nova York provocou o repúdio dos principais meios de comunicação americanos. Entropia braba e das boas. Exemplar demonstração de fissuras indesejáveis.

O que gostaria de reiterar é que não foi algo intrínseco à produção do espetáculo que o inviabilizou. Foi o processo que precedeu sua elaboração. Da truculência imperial que dispensou o consenso derivam os tropeços militares e a hegemonia irreversivelmente arranhada. O antiamericanismo nunca foi tão exacerbado como hoje. O arrazoado dos invasores não convence a ninguém. Em condições tão inóspitas, pedir à mídia americana que colonize corações e mentes equivale a solicitar que um drama nórdico tenha como cenário as colinas de Golã. Em algum momento, a razão cobra pedágio ao clichê. É quando a mídia, para sobreviver, tem que se reinventar. E Bush se aborrecer.

A paz não pode ser a expressão pueril de boas consciências, mas a invenção de uma alternativa à lógica expansionista. Isso tem que ficar muito claro quando o alvo volta a ser o velho quintal latino-americano. Chávez e Cristina Kirchner terminam o ano como protagonistas de novas fitas. Como objetos preferenciais das velhas operações de inteligência estadunidenses. Não façamos pouco de velhos roteiristas do terror.


Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, e colaborador do Jornal do Brasil e Observatório da Imprensa.

Oscar Peterson - 75th Birthday Celebration @ 320

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Oscar Peterson & Friends @ 320

01. Weird Blues
02. Satin Doll
03. Exactly Like You
04. Mean To Me
05. Reunion Blues
06. Things Ain't What They Used To Be
07. If I Should Loose You
08. Little Jazz
09. Lil' Darlin'
10. Stuffy
11. Teenager

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Oscar Peterson at Montreux @ 320

01. Here's That Rainy Day
02. Teach Me Tonight
03. Soft Winds
04. If I Were A Bell
05. Just In Time
06. On The Trail
07. Au Privave
08. You Look Good To Me

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Oscar Peterson Live in Concert @ 320

01. Sunday
02. Easy Does It
03. Honeysuckle Rose
04. On A Clear Day
05. It's A Wonderful World
06. Please Don't Talk About Me When I'm Gone
07. How About You
08. That's All
09. Caravan
10. (There Is) No Greater Love

Total Size: 486,78MB

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terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Oscar Peterson - Freedom Song (The Oscar Peterson Big 4 In Japan '82) [2 CD]

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Oscar Peterson - Freedom Song (The Oscar Peterson Big 4 In Japan '82) [2 CD]
MP3
320Kbps
RS.com: 278mb
Covers + Scans
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Personnel:
Oscar Peterson, piano
Joe Pass, guitar
Niels Pedersen, bass
Martin Drew, drums

Recording Date: February 21, 1982

Tracks:
DISC 1:
1. 'Round Midnight (Monk-Williams-Hanighen) 5:00
2. Medley: a) Watch What Happens (Lola's Theme) (Legrand-Gimbel-Demy) 4:34
b) Waltz For Debby (Evans-Lees) 3:20
3. Easy Living (Robin-Rainger) 5:17
4. Move (D.Best) 3:58
5. Medley: a) Hymn To Freedom (O.Peterson) 1:45
b) The Fallen Warrior (O.Peterson) 8:10
6. Sweet Lorraine (Burwell-Parish) 7:07
7. You Look Good to Me (Donaldson-Rose) 6:23

DISC 2:
1. Now's The Time (C.Parker) 7:56
2. Future Child (N.Pedersen) 1:36
3. Mississauga Rattler (O.Peterson) 7:23
4. Nigerian Marketplace (O.Peterson) 7:06
5. Medley: a) Emily (Mandel-Mercer) 8:08 b) Tenderly (Lawrence-Gross) 4:06
6. Nightchild (O.Peterson) 10:37
7. The Cakewalk (O.Peterson) 6:10

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Clarisse Grova - Novos Traços (1997)





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3G: “competição” da Anatel é entregar tudo para monopólio

Leilão para a terceira geração de telefonia celular entregou o setor para as mesmas operadoras que já monopolizavam as telecomunicações

O leilão da terceira geração (3G) da telefonia celular, promovido pela Anatel, foi um caso de polícia. Depois do leilão, o sr. Sardenberg, presidente da Anatel, disse que a competição entre as “operadoras de telefonia celular” irá possibilitar preços mais baixos. As operadoras que monopolizavam a telefonia celular antes do leilão eram a Vivo, Tim, Telemig (todas da Telefónica), a Claro (AT&T) e a Oi (Telemar). Quem ganhou o leilão? A Vivo, Tim, Telemig, Claro e a Oi. Portanto, a competição aumentou muito...

CARTEL

Em suma, o leilão entregou mais um setor da telefonia ao cartel que já dominava os outros. É essa a competição do sr. Sardenberg: mais monopólio, inclusive nos setores que ainda não existem, como é o caso da 3G. E com as “operadoras” desembolsando apenas 10% do valor estabelecido, que já é ridículo. O resto será pago em seis suaves prestações.

Certamente, ter alguma presença do capital externo não seria um grande problema. Mas não é essa a posição da Anatel, e sim a de entregar todo o setor, inclusive aqueles onde ainda há presença nacional, ou poderia haver, ao monopólio externo.

Diante disso, só poderia ser esse o resultado. Leilões para que os monopólios externos se apossem completamente de setores do país não são para aumentar a competição ou para fomentar o “mercado” ou para dar dinheiro ao Estado. São para monopolizar mais, ou seja, para entregar mais setores e ceder mais terreno aos monopólios que já existem - até porque, não existem outros. São sempre os mesmos.

Vejamos os “competidores” maravilhosos do leilão da Anatel.

Comecemos pela Telefónica, um monopólio que somente é “de España” no nome. Além daquela batelada de fundos de pensão americanos, que servem para alavancar os picaretas que realmente mandam, o principal acionista da Telefónica é o JP Morgan-Chase, isto é, o banco dos Rockefellers e dos Morgans. O segundo é o BBVA, sigla que quer dizer “Banco Bilbao Vizcaya Argentaria”, mas que é hoje o maior banco regional do sul dos EUA, com sede no Texas. O terceiro é uma caixa de pensão de Barcelona, mas o quarto acionista da Telefónica é o Citigroup, maior banco dos EUA, fundado pelo irmão mais novo de John D. Rockefeller. Quanto ao quinto acionista, é o Capital Group, aquele mastodonte especulativo de Los Angeles, California, EUA, famoso pelas fraudes e golpes no chamado “mercado financeiro”.

PRÊMIO

Olhemos agora para a Claro. É engraçado que algumas pessoas, inclusive de boa vontade, considerem que ela pertence à Telmex, do sr. Carlos Slim. Acontece que a Telmex, antes estatal, não é de Slim. Este foi o intermediário entre a Southwestern Bell Corporation (SBC) e a quadrilha de Salinas de Gortari, na época presidente do México, hoje na marginalidade.

Como prêmio da intermediação, Slim tornou-se testa-de-ferro da SBC, ou seja, oficialmente, “sócio” na Telmex. Mas, o que é a Southwestern Bell Corporation? Simplesmente, o mais antigo dos nomes usados pela AT&T – há inúmeros outros. Mais do que engraçado, é cômico o sr. Slim ser apresentado como dono da AT&T da América Latina. Nem a Telmex é dele, mas da AT&T. Ou seja, não é ele que é o dono da AT&T, mas a AT&T que é dona dele. Foi assim que adquiriu a Embratel, até então nas mãos da MCI Worldcom, que, em falência, foi comprada pela Verizon, nome de fantasia da Bell Atlantic, outra das metamorfoses da AT&T, ligada aos Rockefellers – há inclusive uma “associação” oficial entre a AT&T e o Rockefeller Group Telecommunications.

Assim, o resultado do leilão da Anatel foi que duas companhias dos Rockefellers competirão ferozmente entre si. Não é nem coisa para inglês ver, é coisa de idiota mesmo. Quanto à Oi, espera o momento de ser engolida por uma delas – ou pelas duas.

É óbvio que não vai haver competição alguma. Muito menos os preços baixarem. Não é para isso que os monopólios existem.

Porém, há que se notar que, mesmo entre os monopólios, Sardenberg, tucano de velha cepa, resolveu beneficiar os piores, os mais predadores, os mais ladrões e os mais bandidos. Vejamos porquê.

Em julho deste ano a Telefónica recebeu a maior multa já imposta pela Comissão Européia (CE) na área de telecomunicações e a segunda (só a Microsoft, americana, é que conseguiu uma multa maior) da sua história: 151 milhões e 875 mil euros, por “prejudicar os consumidores espanhóis, os negócios hispânicos e a economia espanhola como um conjunto, e, por extensão a economia da Europa” (Neelie Koes, comissária da União Européia para a concorrência).

PREÇOS

O atentado à concorrência, ou seja, as práticas monopolistas, foram assim consideradas pela CE, que costuma ser bem leniente nessas questões: “O Executivo da Comunidade considerou que o ‘abuso’ da Telefónica, ‘por sua gravidade e duração’, mereciam uma ‘sanção severa’. (....) os consumidores espanhóis pagam pelo acesso à banda larga 20% mais que a média da UE, enquanto que seu índice de penetração é 20% inferior e seu crescimento é 30% mais baixo” (El Mundo, 04/07/2007 – grifo do original).

Entre os crimes da Telefónica capitulados pela CE estava o de derrubar a banda larga (ADSL) dos provedores que concorriam com o seu (o Terra) para quebrá-los. Ou seja, aproveitava-se do fato de ser um monopólio telefônico para criar um monopólio do seu provedor de Internet.

Antes disso, pelos preços extorsivos e ações desleais e ilegais contra concorrentes, a Telefónica já havia sido 10 vezes multada pela Justiça espanhola – a décima multa, mas não a última, foi de 57 milhões de euros (1,5% do faturamento da empresa na Espanha em 2004); dois anos antes, a mesma Telefónica havia recebido a maior multa da história da Comissão do Mercado de Telecomunicações da Espanha – 18 milhões de euros. E continua recebendo multas até hoje – só os processos novos de 2005 correspondiam a 793 milhões de euros (Europa Press, 18/11/2005).

Um dirigente de uma associação européia de internautas resumiu assim a postura da Telefónica: “ela prefere pagar as multas do que deixar de lucrar com as ilegalidades”.

Quanto à AT&T, não precisamos nos estender muito. Seu nome é tão sinônimo de monopólio e atentado à concorrência quanto o da Standard Oil. Quem se interessa por telecomunicações e ignora isso, simplesmente está na lua. Até o governo dos EUA e os republicanos acham isso, até porque o povo todo de lá sabe disso – e quer ver a AT&T pelas costas. Aliás, é por isso que ela opera com tantos nomes.

Foi a esses “competidores” que a Anatel entregou a terceira geração da telefonia celular. Nem mesmo um bandido mais civilizado entrou na roda. Então, leitor, o leilão da Anatel é ou não é um caso de polícia? Afinal, é a polícia que deve cuidar de bandidos.

CARLOS LOPES - HoraDoPovo

A Vida...

A vida são
Deveres que nós
Trouxemos para
Fazer em casa

Quando se vê já são
Seis horas...
Quando se vê já é
Sexta feira;;;
Quando se vê já é
Natal...
Quando se vê já
Terminou o ano

Quando se vê, não
Sabemos mais por
Onde andam nossos amigos

Quando se vê,
Perdemos o amor da
Nossa vida

Quando se ê,
Passaram-se 50
Anos

Agora, é tarde demais
Para ser reprovado

Se me fosse dado,
Um dia, uma
Oportunidade,
Eu nem olhava o
Relógio

Seguiria sempre e em
Frente e iria.
Jogando pelo
Caminho. A casaca
dourada e inútil das horas

Seguraria todos os meu amigos,
Que já não sei onde e como
Estão e diria
Vocês são extremamente
Importantes para mim

Seguraria o meu amor,
Que está, há muito, à
Minha frente, e diria:
Eu te amo

Dessa forma, eu digo
Não deixe de fazer algo
Que gosta devido à
Falta de tempo.

Não deixe de ter alguém
Ao seu lado, ou de fazer
Algo, por puro medo
Se ser feliz.

A única falta que será, será desse tempo
Que infelizmente
Não voltará mais.

Mário Quintana

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

O ÚLTIMO UNICÓRNIO - 1982



Formato: RMVB
Áudio: Inglês
Legendas: Português-BR (embutidas)
Duração: 1:29
Tamanho: 340MB (04 partes)
Servidor: Rapidshare


Créditos:RapaduraAzucarada - Welck



Para quem curtiu a extinta TV Manchete nos anos 80, havia um longa animado que era muito comum ser exibido na emissora. Trata-se de "O Último Unicórnio" (The Last Unicorn), lançado em 1982 num período rico em filmes animados com temática mais sombria como o caso de "A Ratinha Valente" de Don Bluth, "O Caldeirão Mágico" da Disney e "O Cristal Encantado" de Jim Henson.

O filme é baseado na obra original de Peter S. Beagles (que adaptou o livro de 1968 para a animação), e conta uma história fantástica sobre a saga do último unicórnio que, por um imprevisto, é transformado numa mulher (Amalthea) e precisa retornar a sua forma original para cumprir seu destino. Daria para analisar a história do filme por diversas maneiras. Uma que é um belo filme na tradição de outros animados onde os personagens precisam mudar ou sem querer mudam o destino de uma terra sombria para um mundo melhor. Outra é verificar a ambientação um tanto etérea (o que faz lembrar muito o cult "A História sem fim"). Temos vários animados assim, podendo citar as versões animadas de "O Senhor dos Anéis" ou mesmo "O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa".

Produzido pela Rankin/Bass e tendo como diretores os próprios Jules Bass e Arthur Rankin Jr., o animado conta com as vozes (no original) de Alan Arkin (Schmendrick, o feiticeiro), Jeff Bridges (Príncipe Lir), Mia Farrow (unicórnio/Amalthea), Robert Klein (borboleta), Christopher Lee (Rei Haggard) - que também dublou o rei na versão alemã, Angela Lansbury (Mãe Fortuna), e a presença rápida de Paul Frees (voz que os fãs de Disney conhecem da atração "The Haunted Mansion" e como Ludovico Von Pato no original) faz a voz do mago Mabruk. É bom registrar que a dublagem brasileira era excelente.

A parte musical é um tópico a parte. As canções e a trilha tornaram-se cult após a exibição do filme. A música ficou a cargo de Jimmy Webb e do grupo musical "America". A direção de arte é muito interessante trazendo cenários belíssimos desde a floresta sombria, o "circo" da Mãe Fortuna e o castelo do rei, tudo é muito bem concebido. Na parte da animação, talvez a maior reclamação seja que ela não possui muita fluidez. Mas é preciso ter em mente que o orçamento da produção foi muito abaixo se comparado aos padrões da concorrência. Então é possível observar algumas limitações inclusive falta de sincronia dos lábios com certas falas. Por outro lado, é impressionante o resultado animado quando se vê as sequências envolvendo o gigantesco Touro Vermelho, perseguidor de unicórnios. E no final as dezenas de unicórnios correndo na praia - sem uso de CGI (animação por computador).

Falando em animação mais limitada, o filme é um híbrido entre animação do estilo ocidental e japonês. E isso faz muito sentido. "O Último Unicórnio" foi animado no estúdio Topcraft situado no Japão. Os diretores-produtores Rankin/Bass já haviam usado o estúdio para produzir animações para televisão como "O Hobbit" e "O Retorno do Rei". Mas a relação com a Topcraft em "Unicórnio" foi bem mais abrangente. Curiosamente logo após este filme, o próximo projeto do estúdio japonês foi com o diretor Hayao Miyazaki, que fazia "Nausicaa of the Valley of Wind". E o resto é história.

Melancólico, sombrio, mas ainda assim divertido e com pitadas de aventura, "O Último Unicórnio" traz muitas mensagens. O livro mesmo já trazia muito simbolismo religioso e do século 14 somado a elementos mais modernos - isso foi feito para não fazer a história pertencer a uma determinada época. Vários personagens são afetados de alguma forma pelo destino. Schmendrick não pode escapar do destino de se tornar um mago verdadeiro porque seu professor, digamos, o amaldiçoou a ter vida eterna até que isso ocorresse. O príncipe Lir é forçado a fazer coisas para cumprir a profecia de destruição do reino de seu pai Haggard. E mesmo a estranha Mãe Fortuna parece conhecer seu destino mortal envolvendo a maligna harpia e, mesmo assim, não tenta escapar. Há outras mensagens satíricas envolvendo a tragédia grega, personagens de Robin Hood e histórias medievais, como quando um personagem se desculpa por ter matado o dragão.

Mas o filme é bem a antítese do que seria a fórmula normal da maioria dos filmes animados. Como diz Schmendrick: "Não existem finais felizes porque nada termina".

Direção: Jules Bass e Arthur Rankin Jr.
Roteiro: Peter S. Beagle






Elenco:

Alan Arkin (Schmendrick)
Jeff Bridges (Príncipe Lir)
Mia Farrow (Unicórnio / Amalthea)
Tammy Grimes (Molly Grue)
Robert Klein (A Borboleta)
Angela Lansbury (Mãe Fortuna)
Christopher Lee (Rei Haggard)
Keenan Wynn (Capitão Cully)
Paul Frees (Mabruk)
Rene Auberjonois (O Crânio)
Brother Theodore (Ruhk)
Jack Lester
Ed Peck (Edward Peck)
Don Messick (O Gato)
Nellie Bellflower (A Árvore)
Responder com Citação

Fando y Lis,
de Alejandro Jodorowsky




Sinopse:Num cenário crivado de pedras e areia, desolado e seco, os personagens do título buscam por uma cidade mítica que remete à perfeição. O convite à arte surrealista está feito e não decepciona quem está disposto a viajar em indagações existencialistas e alegorias metafóricas. Na maior parte do tempo a sensação é a de estar imerso num sonho febril, com Fando carregando a paralítica Lis num carrinho de mão e encontrando os tipos mais bizarros possíveis em seu árido percurso. Cortes rápidos dão vazão à imaginação desenfreada dos personagens, enquanto Jodorowsky destrói a arte erudita (pianos são queimados e esculturas demolidas) e libera seus personagens das amarras ético-sociais. Um filme interessantíssimo. Para quem está no estado de espírito adequado, obviamente.

Formato: rmvb
Áudio: Espanhol
Legendas: Português
Duração: 97 min
Tamanho: 491 MB
Partes: 5
Servidor: 4shared

créditos: RapaduraAzucarada - zé qualquer

Título Original: Fando y Lis
Gênero: Drama/Fantasia
Origem/Ano: MEX/1968
Direção: Alejandro Jodorowsky
Roteiro: Fernando Arrabal & Alejandro Jodorowsky

Elenco:
Sergio Kleiner...Fando
Diana Mariscal...Lis

Crítica:
http://www.cineplayers.com/critica.php?id=922

Artigo (sobre Jodorowsky e sua obra cinematográfica):
http://www.contracampo.com.br/82/festjodorowsky.htm






Links:

Arrowhttp://www.4shared.com/file/29252532/6a8ed62f/Fando_y_Lispart1.html (parte 1)
Arrowhttp://www.4shared.com/file/29255264/6602a963/Fando_y_Lispart2.html (parte 2)
Arrowhttp://www.4shared.com/file/29257791/3d324b43/Fando_y_Lispart3.html (parte 3)
Arrowhttp://www.4shared.com/file/29286074/96b82713/Fando_y_Lispart4.html (parte 4)
Arrowhttp://www.4shared.com/file/29239697/ba0c06d2/Fando_y_Lispart5.html (parte 5)

Outros filmes do mesmo diretor:
Bird

Ele tirou o jazz das pistas de dança e o transformou em música séria, para ser ouvida com atenção. Consumido pelo álcool e pelas drogas, o saxofonista Charlie Parker (1920-1955), um dos fundadores do bebop, é o tema do quarto volume da Coleção Folha Clássicos do Jazz. Nascido em Kansas City, Parker não corresponde à imagem do menino-prodígio: começou a tocar saxofone na adolescência, mas sem se destacar especialmente no instrumento, chegando a dar alguns vexames musicais nas apresentações da banda da escola. Foram a obstinação e a garra que fizeram o garoto superar as dificuldades iniciais e integrar a orquestra de Jay McShann, na qual ganhou o seu célebre apelido de Bird (pássaro).

Créditos:TrabalhoMental



Capa Original

Charlie Parker - At The Storyville
1. Moose The Mooche
2. I'll Walk Alone
3. Ornithology
4. Out of Nowhere
5. Now's the Time
6. Don't Blame Me
7. Dancing on the Ceiling
8. Cool Blues
9. Groovin' High
Para baixar:
clique aqui