Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
terça-feira, 15 de julho de 2008
segunda-feira, 14 de julho de 2008
"Revolução":
Manifesto dos juízes tem 400 assinaturas
O ato em defesa da independência do Judiciário, na Sala do Juri do Fórum Pedro Lessa, foi circunscrito à magistratura e durou pouco mais de 10 minutos. Mereceu o qualificativo de "revolução" por questionar na prática um gesto do presidente do Supremo, autoridade máxima do Judiciário. Estavam presentes uma centena de juízes, e um número equivalente de jornalistas.
Aplausos de desagravo
O ministro Gilmar Mendes atraiu na semana passada a crítica dos juízes federais, e também dos procuradores da República, ao conceder por duas vezes habeas corpus libertando o controvertido banqueiro, e classificar de "desrespeito a decisão do Supremo Tribunal Federal" as ordens de prisão emitidas por De Sanctis.
O juiz da 6ª Vara, elogiado por sua humildade e por viver dos rendimentos que o cargo lhe faculta, foi recebido como uma figura simbólica no ato de desagravo. Mereceu aplausos prolongados e entusiásticos de seus pares, apesar do comedimento que a profissão na maioria das vezes impõe.
Durante a manifestação de desagravo, foi anunciado que o manifesto dos integrantes da Justiça Federal da 3ª Região, que engloba os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, já conta com mais de 400 assinaturas de juízes. As assinaturas de apoio estão sendo coletadas por meio eletrônico.
O Manifesto dos magistrados, que justifica o ato público, caracteriza-o como "um ato de apoio" a De Sanctis. Tem o cuidado de explicitar que "não estamos discutindo o mérito de nenhuma decisão judicial, mas sim a determinação do Ministro Presidente do STF de encaminhar cópias para órgãos correicionais". Mesmo assim, é eloqüente e incisivo no seu "inconformismo".
"Não podemos aceitar passivamente que um juiz seja punido por suas convicções, com o desrespeito ao sistema judicial. Estamos atentos aos desdobramentos destes fatos, e não deixaremos nosso colega Fausto sozinho. Hoje, ele não é só o juiz Fausto, hoje ele é a Magistratura", afirma o texto.
O Manifesto dos magistrados
Veja abaixo a íntegra do Manifesto dos magistrados e também do pronunciamento de De Sanctis. Os dois textos foram tomados do site oficial da Justiça Federal de São Paulo (http://www.jfsp.gov.br/), o que dá uma dimensão da polêmica que toma conta do Judiciário a partir do prede-solta envolvendo Dantas.
"Manifesto dos magistrados em defesa da independência funcional dos membros do Poder"
"Este é um ato de apoio, um ato de leitura de um manifesto que brotou espontaneamente na magistratura da terceira região. Exatamente por isto, embora se agradeça sumamente as presenças de todos neste dia, pedimos compreensão para a limitação dos objetivos que ora se propõem, e a palavra será circunscrita a este Juiz Federal, que ora vos fala.
Nós, juízes federais da terceira região, vimos neste ato nos solidarizar com o colega Fausto De Sanctis. Deve ficar bem claro que não estamos discutindo o mérito de nenhuma decisão judicial, mas sim a determinação do Ministro Presidente do STF de encaminhar cópias para órgãos correicionais ao final de decisão em Habeas Corpus.
Não podemos concordar com o ataque desferido contra a independência funcional que representa a abertura de procedimento investigatório a partir do próprio conteúdo de uma decisão judicial. Corregedoria, Conselho da Justiça Federal e Conselho Nacional de Justiça existem para apurar desvio de conduta de magistrado, não para investigar o que o juiz decide ou deixa de decidir. Sua liberdade decisória está no centro do sistema democrático.
O colega Fausto De Sanctis é magistrado honrado e respeitado na carreira, e decidiu de acordo com sua convicção. Não pode ser punido por isto de forma alguma.Devemos fazer constar também que, embora o Ministro Gilmar Mendes já tenha comunicado formalmente que não ordenou a extração de cópias para a instauração de procedimento investigativo, sua determinação continua nos autos, e nem mesmo o Ministro pode exercer controle sobre as determinações que os órgãos destinatários dos ofícios podem realizar a partir das cópias enviadas.
Enfim, este momento de inconformismo deve ser registrado. Não podemos aceitar passivamente que um juiz seja punido por suas convicções, com o desrespeito ao sistema judicial. Estamos atentos aos desdobramentos destes fatos, e não deixaremos nosso colega Fausto sozinho. Hoje, ele não é só o juiz Fausto, hoje ele é a Magistratura."
De Sanctis: "Minha ambição se restringe..."
Veja também o pronunciamento do juiz Fausto Martin De Sanctis:
"Necessito externar meu profundo agradecimento a todos que neste momento delicado solidarizaram-se comigo.
Ao longo de minha carreira na magistratura federal, desde 17.10.1991, deparei-me sempre com situações que demandaram reflexões reiteradas. Na verdade, em se tratando de crimes financeiros, pode-se mesmo falar em casos artesanais, que demandam horas, dias e muito estudo.
Antes do papel do juiz, há o ser humano, que, como tal, é passível de erros diante do dedicado e delicado exercício intelectual e físico na busca da melhor solução e da verdade, tomando as cautelas para desembaraçar-me de quaisquer influências sem pretender desacatar qualquer autoridade deste país.
Em todas as situações, sempre tive a necessidade de me valer dos meus princípios, da minha crença e dos valores consagrados pela nossa sociedade, os quais se encontram insertos na Constituição e nas leis infraconstitucionais.
Os brasileiros podem se certificar que este magistrado, aliás, como a imensa maioria da magistratura, toma suas decisões, independentemente da origem, cor, sexo, idade, religião e condição social, com igual presteza, aplicando o direito penal do fato, jamais do autor.
Tenham certeza que continuarei perseguindo minha atividade jurisdicional porquanto abracei a carreira pública por convicção, sendo certo que minha ambição se restringe aos limites dos meus vencimentos líquidos. Nada mais espero.
O apoio dos colegas, do Ministério Público (Federal e Estadual), da Polícia Federal, de várias associações de classe, de advogados e juristas, da sociedade civil e da imprensa, na verdade, busca defender a independência e a livre convicção do exercício de toda a magistratura, preservando-se, em última análise, uma sociedade livre e soberana."
Veja também:
Juízes federais fazem ato em SP questionando Gilmar Mendes
domingo, 13 de julho de 2008
A Marselhesa
Gênero: Drama / História
Diretor: Jean Renoir
Duração: 135 minutos
Ano de Lançamento: 1938
País de Origem: França
Idioma do Áudio: Francês
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0030424/
Qualidade de Vídeo: DVD Rip
Vídeo Codec: XviD
Vídeo Bitrate: 1330 Kbps
Áudio Codec: MP3 VBR
Áudio Bitrate: 107 Kbps
Resolução: 496 x 368
Formato de Tela: Tela Cheia (4x3)
Frame Rate: 29.970 FPS
Tamanho: 1,36 Gb
Legendas: No torrent
Premiação:
- Ganhou um Oscar honorário em 1975, em homenagem à sua carreira.
- Recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Diretor, por "Amor à Terra" (1945).
- Ganhou o Prêmio Bodil de Melhor Filme Europeu, por "A Regra do Jogo" (1939).
- Ganhou o prêmio de Melhor Contribuição Artística, no Festival de Veneza, por "A Grande Ilusão" (1937).
- Ganhou o Prêmio Internacional, no Festival de Veneza, por "O Rio Sagrado" (1951).
Curiosidades sobre Jean Renoir:
- Filho do pintor Auguste Renoir.
- Lutou na 1ª Guerra Mundial, servindo na aviação.
- Frequentemente atuava em seus próprios filmes.
- Foi escolhido como sendo o 12º diretor mais importante de todos os tempos pela revista Entertainment Weekly, sendo também o diretor francês de melhor colocação na lista.
- Possui uma estrela na Calçada da Fama, localizada em 6200 Hollywood Boulevard.
Crítica:
Minha admiração pela França vem de garoto, lembro-me de cantarolar a Marselhesa enquanto o professor de história entregava as provas, assobiando-a. O início da Revolução Francesa marcou um longo período de caos no país, aliás, a história francesa é marcada por sangue, intensas disputas políticas, constantes trocas de poder, conflitos religiosos e isto é só o começo. Muitos acusam o hino nacional francês de não ser belo por vangloriar batalhas e atiçar a violência sangrenta, desde que se saiba o contexto em que o texto foi escrito a beleza desse hino torna-se muito flamejante (tanto por sua letra, como por sua representatividade popular).
Não pretendo contar muitos detalhes do período histórico que Jean Renoir reproduziu com imenso brilho na telas do cinema. O cineasta esquivou-se dos pensadores Iluministas e do Protestantismo para concentrar-se unicamente no povo francês (jacobinos), vangloriando a paixão pela causa, o nacionalismo. Pode muito bem ser sensacionalista, porém é belo e glorioso, tratando da revolta da população cansada da monarquia e seus caprichos.
Canto de Guerra para o Exército do Reno, esse foi o primeiro nome da Marselhesa quando composta em 1792. Logo após a queda da Bastilha, um exército de jacobinos prepara-se em Marselha para apoiar os parisienses na derrocada da monarquia. A música é entoada pela multidão de soldados, o fervor do canto toma conta de seus corações. São momentos empolgantes, ouvimos a Marselhesa com paixão, é completamente irresistível o desejo de cantar junto aqueles versos.
Renoir é brilhante em muitos momentos, pena que poucos personagens são bem desenvolvidos, por outro lado há uma preocupação em transformá-los em heróis de carne e osso, que amam, que se preocupam com a família e seu lar. Posso estar cometendo uma hipérbole gigantesca, mas comparo o filme a Os Lusíadas de Camões, onde o grande homenageado dessa história é o povo francês. Renoir faz um retrato histórico primoroso, numa narrativa empolgante, nada envelhecida, repleta de humor, e de um nacionalismo apaixonante. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são desejos latentes naqueles homens que se doam pelo mais sincero amor à pátria, e para eles que a Marselhesa foi composta. Que belo hino, que belo filme!
Michel Simões
Coopere, deixe semeando ao menos duas vezes o tamanho do arquivo que baixar.
Download abaixo:
La.Marseillaise.Jean.Renoir.DVDRip.XviD.by.MakingOff.Org.torrent
sábado, 12 de julho de 2008
produção caseira...
Brotos caseiros |
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Ingredientes
- Grãos de agrião, alfafa, arroz integral, feijão azuki, gergelim, girassol sem casca, lentilha. Utilizar 3 colh. sopa de(os) grão(s) preferido(s), mas em recipientes separados.
- Água filtrada.
Modo de preparar
- Coloque as 3 colh.sopa de grãos em um vidro e cubra com um filó, perfex ou tela de peneira.
- Deixe de molho por uma noite (exceção o girassol sem casca que precisa apenas de 4 horas).
- Retire toda a água e enxágüe bem sob a torneira.
- Coloque o vidro com a abertura para baixo sobre um escorredor e cubra com um pano.
- Enxágüe 2 vezes ao dia, pela manhã e à noite.
- Colocá-lo em ambiente arejado porém escuro: dentro de um armário, debaixo da pia, ou outro ambiente, mas sempre escuro, pois na claridade os brotos crescem mais lentamente.
- Os grãos germinados estão prontos para serem consumidos após um período variável:
Agrião | após 6 a 8 dias |
Alfafa | após 3 a 4 dias |
Arroz | após 4 a 5 dias |
Feijão azuki | após 4 a 5 dias |
Gergelim | após 2 a 3 dias |
Girassol s/ casca. | após 4/5 horas |
Lentilha | após 3 a 4 dias |
Fonte: apostila "Alimentação Natural"de Alexandre Pimentel
QUEEN - The Platinum Collection
Greatest Hits I, II & III
DISCO 1: GREATEST HITS I
1.Bohemian Rhapsody
2.Another One Bites The Dust
3.Killer Queen
4.Fat Bottomed Girls
5.Bicycle Race
6.You're My Best Friend
7.Don't Stop Me Now
8.Save Me
9.Crazy Little Thing Called Love
10.Somebody To Love
11.Now I'm Here
12.Good Old-Fashioned Lover Boy
13.Play The Game
14.Flash
15.Seven Seas Of Rhye
16.We Will Rock You
17.We Are The Champions
DISCO 2: GREATEST HITS II
1.Kind Of Magic, A
2.Under Pressure
3.Radio Ga Ga
4.I Want It All
5.I Want To Break Free
6.Innuendo
7.It's A Hard Life
8.Breakthru
9.Who Wants To Live Forever
10.Headlong
11.Miracle, The
12.I'm Going Slightly Mad
13.Invisible Man, The
14.Hammer To Fall
15.Friends Will Be Friends
16.Show Must Go On, The
17.One Vision
DISCO 3: GREATEST HITS III
1.Show Must Go On, The - (with Elton John)
2.Under Pressure - (with David Bowie)
3.Barcelona - (with Montserrat Caballe)
4.Too Much Love Will Kill You
5.Somebody To Love - (with George Michael)
6.You Don't Fool Me
7.Heaven For Everyone
8.Las Palabras De Amor
9.Driven By You - (with Brian May)
10.Living On My Own - (with Freddie Mercury)
11.Let Me Live
12.Great Pretender, The - (with Freddie Mercury)
13.Princes Of The Universe
14.Another One Bites The Dust - (with Wyclef Jean)
15.No One But You
16.These Are The Days Of Our Lives
17.Thank God It's Christmas
Uma revisão de 160 artigos comprova que não só as experiências do dia-a-dia ajudam o cérebro a se desenvolver e se aperfeiçoar. Também o tipo de substrato orgânico da nossa dieta é crucial para a nossa inteligência aumentar.
A Nature Reviews Neuroscience de 9 de julho publicou uma revisão de estudos de Fernando Gómez-Pinilla, da Universidade da Califórnia (Ucla), em Los Angeles, sobre a influência dos alimentos que ingerimos e a sua interferência na formação de sinapses entre os neurônios. Também avalia se diferentes dietas produzem padrões diferentes na função cerebral e mental.
Muitas das substâncias produzidas no trato gastrointestinal, durante a digestão e absorção dos alimentos, penetram no sistema nervoso e interferem na sua atividade. Também muitas substâncias que modulam a interação dos neurônios – os neurotransmissores – atuam interferindo nos processos metabólicos em outras partes do organismo. “O conhecimento dessa interação pode criar uma nova dieta, que poderá promover um melhor desempenho de nosso cérebro ou de algumas funções específicas dele”, escreve Pinilla.
De acordo com o autor, “a comida funciona como um químico que afeta o cérebro”. Ele analisou 160 artigos publicados em revistas científicas que relacionam a função cerebral com alimentos, sono e exercício, para entender se uma dieta pode turbinar a nossa capacidade mental.
Descobriu que os ácidos graxos do tipo Ômega 3, encontrados no salmão, castanhas e kiwi, por exemplo, podem interferir positivamente na memória e auxiliam na melhora da depressão, esquizofrenia e demência. Eles auxiliam também na reparação de sinapses existentes e na formação de novas ligações entre os neurônios. As sinapses são ricas em ácido docosahexaenóico, um dos ácidos graxos tipo Ômega 3, que o organismo não consegue produzir em quantidade suficiente, devendo vir essencialmente na dieta. O autor selecionou um estudo australiano relativo a 396 crianças, cujo resultado mostrou uma melhor performance na escola entre as que recebiam diariamente um aporte extra de Ômega 3, ferro, zinco, ácido fólico e vitaminas. Essas crianças também foram melhor nos testes neuropsíquicos em inteligência verbal, memória e capacidade de aprender.
Um estudo de longa duração avaliou a saúde de indivíduos que vivem em uma vila isolada na Suíça, do seu nascimento à sua morte e toda a sua árvore genealógica, em um período superior a cem anos. Demonstrou que o tipo de alimento ingerido pode interferir até no funcionamento do cérebro de nossos descendentes, pois o número de indivíduos diabéticos e os casos de morte precoce aumentam nas gerações cujos avós paternos viveram em tempos de abundância.
Dietas ricas em gorduras trans, como frituras, salgadinhos e lanches com carne gorda e frita, atrapalham todas as funções intelectuais, portanto, deveriam ser evitadas principalmente entre os mais jovens.
Não sabemos se existe um efeito dos alimentos apenas como substrato na construção das sinapses, ou se há também uma ação de neuroproteção pelo efeito antioxidante de alguns deles. Provavelmente, os alimentos de maior destaque protegem o neurônio por um somatório de fatores. Faça uma lista. Nesse estudo surgiram alguns campeões: castanha, espinafre, kiwi, salmão e blueberry – mirtilo no Brasil – são alguns dos alimentos que devem fazer parte da dieta de um pretenso gênio.
Vários estudos comprovam a eficiência de suplementos vitamínicos como o acido fólico e a vitamina E, capazes de atrasar o processo de declínio da função intelectual decorrente da idade e trauma cerebral, assim como o tempero indiano curry e o mesmo Ômega 3. O curry é uma das explicações de a Índia ter um número proporcionalmente menor de doentes com demência do tipo Alzheimer.
Utilizar multivitamínicos pode não ter o mesmo resultado que a ingestão de alimentos ricos nesses elementos. A oferta in natura por uma dieta rica e variada é a melhor e a primeira escolha. Faça uma boa dieta, por você e até pela saúde dos seus netos.
QUE PIADA!!!
Presidente do STF manda soltar Dantas de novo!
Créditos: André Lux
Não há o que dizer. Faltam-me palavras.
Bastou o banqueiro mafioso ameaçar contar tudo que sabe sobre a corrupção que impera no país, que o presidente do STF, um tal Gilmar Mendes, mandou soltar Daniel Dantas de novo, correndo.
Confiram o texto de Bob Fernandes, no Terra Magazine, com exclusividade:
"Vou detonar! Vou contar tudo. Tudo sobre a corrupção no Judiciário, no Congresso, na imprensa!"
O ato absurdo do "ministro" provocou uma crise institucional imediata, com a divulgação de uma carta de protesto de Juízes e Procuradores. Confiram no site do jornalista Paulo Henrique Amorim:
MENDES É O GOLPE: JUÍZES E PROCURADORES PROTESTAM
Os agentes de Dantas infiltrados no PiG (Partido da Imprensa Golpista) ficaram em polvorosa com a segunda prisão de Dantas e trataram de aumentar a carga. O jornal-esgoto Folha de S.Paulo publicou matéria falsa afirmando que o Juíz De Sanctis, que havia expedido a segunda ordem de prisão contra o banqueiro, havia feito escutas na sala do "ministro" Gilmar Mendes.
Esse é o nível do "jornalismo" que se pratica na mídia corporativa, que visa o lucro acima de tudo e de todos. E o que dá mais lucro do que se associar a um notório mafioso que tem entrada em todos os círculos do poder e conta com a proteção de ninguém menos que o presidente do Superior Tribunal Federal?
Grostesco, simplesmente. Intolerável. Meu nojo me impede de continuar escrevendo.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
O princípio de uma crise devastadora
Desde 2000, temos assistido, nos EUA e no mundo capitalista desenvolvido, ao mais lento crescimento econômico real desde a Segunda Guerra Mundial e à maior expansão da esfera financeira da economia da história dos EUA. Não é preciso ser marxista para argumentar que esta realidade não é sustentável. A análise é do historiador Robert Brenner, professor da Universidade da Califórnia e um dos maiores estudiosos da economia global e suas bolhas.
A atual crise pode tonar-se a mais devastadora desde a Grande Depressão dos anos trinta. Ela exprime os profundos e não resolvidos problemas da economia real, escondidos pelo recurso à dívida das últimas décadas, bem como um racionamento do crédito de curto prazo cuja gravidade é inédita desde a Segunda Guerra Mundial. A combinação da fragilidade da acumulação de capital com a crise do sistema bancário transformou o presente declínio econômico numa crise de difícil resolução pelo poder político e que potencialmente se pode tornar num desastre. A praga das falências domésticas e das casas agora abandonadas – muitas vezes pilhadas de tudo o que nelas tem valor, como a cablagem de cobre – atinge com particular intensidade Detroit e outras cidades do Midwest norte americano.
O desastre humano que a crise representa para centenas de milhares de famílias e para as suas comunidades pode, no entanto, ser só um primeiro sinal do impacto da atual crise. O crescimento histórico dos mercados financeiros nos anos 80, 90 e 2000 – com a contínua transferência de rendimento para os 1% mais ricos da população– desviou as atenções das fragilidades de longo prazo das principais economias capitalistas. O desempenho econômico nos EUA, Europa Ocidental e Japão, deteriorou-se em todos os indicadores relevantes (crescimento econômico, investimento, salários) década após década, ciclo econômico após ciclo econômico, desde 1973.
Os anos correspondentes ao presente ciclo econômico, cujo início recua a 2001, foram os piores. O crescimento do PIB (Produto Interior Bruto) nos EUA foi o mais lento, em comparação com qualquer outro intervalo temporal desde o fim dos anos 40, com o crescimento do investimento físico (fábricas e equipamento) e a criação de emprego a corresponderem a um e dois terços, respectivamente, da média do pós guerra. Os salários reais horários dos trabalhadores industriais e do pessoal que não exerce tarefas de supervisão, 80% da força de trabalho, permaneceram estagnados em torno dos níveis alcançados em 1979.
A expansão econômica também não foi particularmente mais robusta na Europa Ocidental e no Japão. O declínio do dinamismo do mundo capitalista desenvolvido está enraizado numa forte queda das taxas de lucro, causada sobretudo pela crônica tendência para a a criação de sobrecapacidade no setor industrial mundial que recua ao período do final dos anos 60 e início dos anos 70. Em 2000, nos EUA, Japão e Alemanha, as taxas de lucro na economia privada ainda não tinham recuperado os níveis anteriores. O seu crescimento no ciclo econômico dos anos 90 não chegou a ultrapassar os níveis dos anos 70.
Com sofríveis taxas de lucro, as empresas passaram a dispor de menos recursos que pudessem investir nas suas fábricas e equipamento e menores incentivos para se expandirem. A perpetuação de baixas taxas de lucro desde os anos 70 conduziu não só a uma constante queda do investimento, medido enquanto percentagem do PIB, nas principais economias capitalistas, como também a uma progressiva redução do crescimento econômico, dos meios de produção e do emprego.
A longa desaceleração da acumulação de capital, somada à repressão salarial por parte das empresas e aos cortes nas despesas sociais por parte dos governos (na tentativa de restaurarem as taxas de lucro) resultou numa quebra do crescimento do investimento, da procura dos consumidores e da despesa pública, e assim num decréscimo da procura como um todo. A fragilidade da procura agregada, em última análise, causa da redução das taxas de lucro, é o principal entrave ao crescimento das principais economias capitalistas.
De forma a contrabalançar a persistente fragilidade da procura agregada, os governos viram se forçados a endividarem se de forma crescente, através de canais cada vez mais variados e complexos, para assim conseguirem manter o dinamismo económico. Inicialmente, durante os anos 70 e 80, os Estados foram forçados a incorrer em crescentes déficits orçamentários de forma a sustentar o crescimento econômico. Mas, ao manterem a economia razoavelmente estável, estes déficits tornaram-na cada vez mais estagnada: os governos estavam progressivamente a conseguir menos efeitos na economia por cada dólar gasto, menos crescimento do PIB para um dado aumento da dívida.
Da luta contra os déficits à economia especulativa
No início dos anos 90, nos EUA e na Europa, liderados por Bill Clinton, Robert Rubin e Alan Greenspan, os governos, guiados pelo pensamento neoliberal (privatização e e cortes nos programas sociais), procuram ultrapassar a estagnação econômica através de políticas orçamentais restritivas. Mas, embora este fato não seja realçado nas análises deste período, esta dramática mudança de política foi altamente contraproducente. Dado que as taxas de lucro ainda não tinham recuperado os seus anteriores valores, as reduções dos déficits públicos impostas pelas políticas de equilíbrio orçamentário tiveram um forte impacto na procura agregada. Os EUA e o Japão sofreram profundas recessões, as piores do período do pós guerra, com os EUA a viver uma subseqüente recuperação econômica sem criação de emprego.
Desde meados dos anos 90, os EUA foram assim forçados a recorrer a mais poderosas e arriscadas formas de estímulo econômico para contrariar a tendência para a estagnação econômica. Os tradicionais déficits públicos keynesianos foram substituídos pelo endividamento privado e por uma inflação do preço de ativos ou o que podemos intitular de “keynesianismo pelo preço de ativos”, ou, simplesmente, “bubblenomics”.
Na grande corrida aos mercados bolsistas dos anos 90, as empresas e famílias abastadas assistiram a uma forte expansão da sua riqueza nominal. Foram, por isso, incentivadas a embarcar em empréstimos de montantes nunca antes vistos, que sustentaram uma poderosa expansão do investimento e do consumo. A chamada “nova economia” foi a expressão direta da histórica bolha dos preços das ações dos anos 1995 2000. No entanto, visto que os preços das ações cresceram paralelamente a uma quebra das taxas de lucro e que os novos investimentos exacerbavam o problema de sobrecapacidade industrial, o “crash” bolsista foi a consequência natural, com a correspondente recessão em 2001, reduzindo os lucros dos sector não financeiro para os níveis mais baixos desde 1980.
No entanto, o Federal Reserve norte-americano, ajudado por outros grandes bancos centrais, contrariou o novo declínio econômico com mais uma promoção da inflação de outros ativos que, entretanto, nos conduziram à situação presente. Através de reduções das taxas de juro de curto prazo até o 0% durante três anos, estas instituições facilitaram uma explosão, sem precedentes históricos, dos empréstimos às famílias, o que contribuiu e alimentou o aumento dos preços da habitação e o correspondente incremento da riqueza familiar.
De acordo com a The Economist, a bolha imobiliária mundial entre 2000 e 2005 foi a maior da história, ultrapassando mesmo a de 1929. Ela tornou possível um crescimento constante das despesas de consumo e do investimento residencial, os dois grandes motores da expansão econômica. Entre 90 a 100% do crescimento econômico nos EUA durante os cinco primeiros anos deste ciclo econômico, foi contabilizado como devendo-se ao consumo doméstico e à construção residencial. Durante o mesmo período, o setor imobiliário, segundo a Moody’s Economy.com, foi responsável por uma subida do crescimento econômico 50% acima do que seria sem a sua contribuição – 2,3% em vez de 1,6%.
Assim, acompanhando os déficits orçamentários de George W. Bush, o endividamento recorde das famílias conseguiu esconder as reais fragilidades da recuperação econômica. O crescimento da procura com origem no consumo apoiada no endividamento e, mais genericamente, no crédito de fácil acesso, não só revitalizou a economia norte americana como, através de um aumento nas importações e de um aumento recordista do déficit das balanças comercial e de pagamentos, promoveu o que pareceu ser uma expansão econômica mundial notável.
Se os consumidores fizeram a sua parte, o mesmo não pode ser dito do setor empresarial privado, conquanto este tenha se beneficiado de um estímulo econômico sem precedentes. Greenspan e o Federal Reserve insuflaram a bolha do setor imobiliário de forma a dar tempo às empresas para lidarem com o seu excesso de capital e retomarem o investimento. No entanto, em alternativa, as empresas organizaram uma ofensiva brutal contra os trabalhadores para assim restaurarem suas taxas de lucro. As empresas aumentaram o crescimento da produtividade, não tanto através de mais investimento em tecnologia e equipamento, mas sobretudo cortando radicalmente o emprego e obrigando os trabalhadores que permaneceram a redobrarem os seus esforços nas tarefas agora libertadas. Ao reprimirem os salários, ao mesmo tempo que aumentavam a intensidade do trabalho, as empresas apropriaram-se de uma proporção, sem precedentes históricos, do crescimento do produto no setor não financeiro.
As empresas não financeiras, durante esta expansão, aumentaram significativamente as suas taxas de lucro, mas não o suficiente para recuperar os níveis, já por si reduzidos, dos anos 90. Assim, tendo em conta a forma como o crescimento dos lucros se deveu simplesmente a um aumento da taxa de exploração (obrigar os trabalhadores a trabalhar mais, pagando-lhes menos por hora), havia poucas dúvidas de que esta expansão não iria durar muito. Mas, acima de tudo, ao melhorarem as suas taxas de lucro através da repressão do emprego, investimento e salários, as empresas norte-americanas reduziram o crescimento da procura agregada, minando assim os seus próprios incentivos para a expansão.
Simultaneamente, em vez de aumentarem o investimento, a produtividade e o emprego para aumentar os seus lucros, as empresas tentaram explorar os baixíssimos custos do crédito para melhorar a sua posição e a dos seus acionistas através da manipulação financeira – saldando as dívidas, pagando dividendos e comprando as suas próprias acções de forma a que estas se valorizassem, sobretudo através de uma enorme onda de fusões e aquisições. Nos EUA, durante os últimos 4/5 anos, a proporção do valor do rendimento retido pelas empresas em dividendos e compras de ações próprias explodiu para os maiores níveis do pós guerra. O mesmo tipo de fenômeno aconteceu no resto da economia mundial (Europa, Japão e Coréia).
Arrebentando bolhas
A ideia central é a de que, desde 2000, temos assistido, nos EUA e no mundo capitalista desenvolvido, ao mais lento crescimento econômico real desde a Segunda Guerra Mundial e à maior expansão da esfera financeira da economia da história dos EUA. Não é preciso ser marxista para argumentar que esta realidade não é sustentável.
Claro está que, tal como o bolha especulativa nos mercados accionistas dos anos 90 terminou, também a bolha no setor imobiliário acabou por arrebentar. Como conseqüência, o filme da expansão econômica baseada no setor imobiliário, a que assistimos durante a fase ascendente do ciclo econômico, está agora sendo exibido ao contrário. Hoje os preços da habitação já caíram por volta de 5% em relação ao pico de 2005, mas este fenômeno só agora começou. A Moody’s estima, que quando a bolha estiver totalmente deflacionada, previsto para o início de 2009, os preços terão caído 20% em termos nominais (ainda mais em termos reais), de longe a maior queda na história norte americana do pós-guerra.
Tal como o efeito de riqueza positivo, que conduziu a economia na sua expansão graças à bolha especulativa imobiliária, também o correspondente efeito negativo está a atrofiando o crescimento. Com o valor das suas habitações caindo, as familias já não podem tratar as suas casas como caixas eletrônicos. Os empréstimos domésticos estão colapsando, obrigando-as a consumir menos.
O perigo iminente está no fato de, ao não poderem “poupar” através do aumento do valor dos seus imóveis, as famílias norte americanas estarem obrigadas a subitamente começar a poupar realmente, conduzindo a um crescimento das taxas de poupança e ao correspondente decréscimo do consumo. Ao anteciparem as implicações do fim da bolha especulativa no comportamento dos consumidores, as empresas começam a contratar menos, o que já resultou numa queda significativa do crescimento do emprego desde o início de 2007.
Graças à emergente crise do setor imobiliário e à desaceleração do emprego já no segundo trimestre de 2007, os fluxos totais reais de rendimento das famílias, que tinham crescido a uma taxa à volta de 4,4% em 2005 e 2006 quase caíram para zero. Ou seja, se somarmos o rendimento real disponível das famílias à queda dos valor das suas casas, aos seus empréstimos ao consumo e aos seus ganhos de capital, chegaremos a um resultado onde o dinheiro que as famílias realmente dispõem para gastar parou de crescer. A expansão econômica já estava no seu último fôlego ainda antes da crise financeira do último Verão.
A crise do subprime, resultado da extensão da bolha imobiliária, está obviamente complicando e tornando particularmente perigoso a presente fase descendente do ciclo econômico. Os mecanismos que ligam os empréstimos sem escrúpulos neste setor às falências domésticas maciças, ao colapso dos mercados de títulos suportados por hipotecas subprime, e à crise dos grandes bancos que lidaram com gigantescas quantidades destes títulos, necessitam de uma discussão à parte.
Podemos simplesmente argumentar, a título de conclusão, que graças às enormes perdas do setor bancário, cujo tamanho deve continuar a crescer ao longo da atual crise, a economia enfrenta o cenário, sem precedentes no pós guerra, do congelamento do crédito no exato momento em que entra num período recessivo. Os governos pouco ou nada podem fazer para prevenir este resultado.
(1) Artigo publicado na revista "Vírus", do portal Esquerda.net (Portugal)
(2) O texto foi originalmente publicado na revista Against The Current (Janeiro/Fevereiro 2008).
(3) Robert Brenner é professor na Universidade da Califórnia, historiador econômico marxista, autor de “The Economics of Global Turbulence” e “The Boom and Bubble” ("O Boom e a Bolha. Os Estados Unidos na Economia Mundial", publicado no Brasil pela Record)
Carta em defesa da ética na mídia II
De uns tempos para cá, começa a se notar uma mudança em relação a esse tema. Em várias partes do mundo, estão começando a surgir grupos dentro da sociedade civil que começam a questionar o poder midiático. A discussão sobre o monopólio da mídia é um fenômeno global.
Trazendo esta questão para próximo de nós, ou mais especificamente para o âmbito do estado do Rio Grande do Sul, deparamo-nos com um episódio recente que, pode-se afirmar, foi um marco no embate entre os interesses da mídia hegemônica e a sociedade. O episódio, ao qual estamos nos referindo, foi a grosseira manipulação da pesquisa eleitoral pelo Grupo RBS na última eleição para Governador do Estado. Este fato desencadeou, espontaneamente, uma reação entre os leitores do jornal Zero Hora, que culminou com o expressivo cancelamento de assinaturas. Pode-se dizer que essa reação foi inesperada e inédita. Era a população indignada, tomando uma atitude frente a falta de ética de um monopólio da comunicação.
Foi nesse contexto que surgiu o Mídi@ética. Usando a Internet como canal de articulação, um grupo de pessoas de diversos segmentos convergiu para o mesmo objetivo de aprofundar a discussão em torno do fenômeno mídia e suas relações com a sociedade e o poder público. No rastro dessas discussões, foram organizadas página na Internet, manifestações, panfletagens, reuniões, palestras, culminando com a participação do Mídi@ética no III Fórum Social Mundial na oficina "Liderança ou monopólio: questões relativas à ética no caso RBS".
Passado esse primeiro momento, o Mídi@ética ficou como uma espécie de referencial para esse tipo de luta, mantendo a memória de um fato que não pode ser esquecido. Além disso, mantém a sua página com diversos assuntos que dizem respeito ao tema mídia.
Com a alteração do quadro político estadual e nacional após as últimas eleições, não se nota nenhuma mudança na relação governo/mídia/sociedade. Se na esfera governo/mídia as coisas estão no mesmo pé, no âmbito da sociedade, observa-se uma certa inquietação. Essa inquietação começa a traduzir-se na
forma de uma percepção, por parte de vários movimentos sociais, de que a mídia precisa ser confrontada.
Esse parece ser o segundo momento desse embate. Sindicatos de trabalhadores urbanos e rurais, ongs e movimentos diversos estão começando a perceber a mídia como um articulador político hostil aos seus interesses, deturpando e criminalizando os movimentos sociais. Como reação a isso, podemos citar a Marcha dos Sem, que recentemente entregou uma Carta Aberta (linkar) à Direção do Grupo RBS, exigindo um tratamento digno aos movimentos sociais. E tudo isso ocorrendo à revelia dos partidos políticos, que parecem não responder aos anseios da sociedade, ou seja, os movimentos sociais estão
tomando as rédeas dessa discussão.
O Mídi@ética , pela sua própria natureza, solidariza-se e se associa a essa nova etapa de uma luta que parece estar começando.
Pela ética na mídia.
Pela democratização da comunição.
Uma outra comunicação é possível!
créditos: ZeroFora