terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Clássico russo...imperdível...repostado....


O Encouraçado Potemkin
(Bronenosets Potyomkin, 1925)

Gênero: Drama/Clássico
Tempo de Duração: 74 minutos
Ano de Lançamento (Rússia): 1925
Estúdio: Goskino / Mosfilm
Direção: Sergei Eisenstein
Roteiro: Nina Agadzhanova e Sergei Eisenstein
Produção: Jacob Bliokh
Música: Edmund Meisel
Fotografia: Vladimir Popov e Eduard Tisse
Direção de Arte: Vasili Rakhals
Edição: Sergei Eisenstein
RMVB Legendado
P/B
Créditos: F.A.R.R.A.-Eudes Honorato



Elenco:
Aleksandr Antonov (Vakulinchuk)
Vladimir Barsky (Comandante Golikov)
Grigori Aleksandrov (Oficial Giliarovsky)
Mikhail Gomorov (Marujo)
Ivan Bobrov (Marujo)
Sergei Eisenstein (Cidadão de Odessa)
Julia Eisenstein (Cidadã de Odessa)



Sinopse:

Em 1905, na Rússia czarista, aconteceu um levante que pressagiou a Revolução de 1917. Tudo começou no navio de guerra Potemkin quando os marinheiros estavam cansados de serem maltratados, sendo que até carne estragada lhes era dada com o médico de bordo insistindo que ela era perfeitamente comestível.
Alguns marinheiros se recusam em comer esta carne, então os oficiais do navio ordenam a execução deles. A tensão aumenta e, gradativamente, a situação sai cada vez mais do controle. Logo depois dos gatilhos serem apertados Vakulinchuk (Aleksandr Antonov), um marinheiro, grita para os soldados e pede para eles pensarem e decidirem se estão com os oficiais ou com os marinheiros. Os soldados hesitam e então abaixam suas armas. Louco de ódio, um oficial tenta agarrar um dos rifles e provoca uma revolta no navio, na qual o marinheiro é morto. Mas isto seria apenas o início de uma grande tragédia.



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Genocidio em Gaza...

Verdadeira história não é a contada por Israel


O mundo não está assistindo apenas aos crimes que Israel está cometendo em Gaza; estamos também assistindo à autodestruição de Israel.


Por Johann Hari, no The Independent



Esta manhã (29), amanhã de manhã e todas as manhãs, até que termine essa matança de palestinos, o ódio a Israel só aumentará, cada dia haverá mais ódio e mais os palestinos lutarão, com pedras, com coletes explosivos, com foguetes, com palavras. Os líderes israelenses crêem que quanto mais massacrem os palestinos, mais os amansarão. Já se foram esses tempos de medo, entre os palestinos. O ódio a Israel, hoje, lá, é duro, impenetrável. E os sentimentos mais primitivos, mais basais, de quem só aprendeu que viver é sobreviver em guerra, lá estarão esperando sempre, à beira da história, brutais.


Para entender o quanto é terrível ser palestino na manhã de hoje, é preciso ter estado lá, numa estreita faixa de terra à beira do Mediterrâneo, e ter experimentado na pele aquela claustrofobia quase insuportável. A Faixa de Gaza é menor que a ilha Wight. Mas lá vivem 1,5 milhão de pessoas que jamais podem sair de lá. Vivem amontoados uns sobre os outros, sem trabalho e com fome, em imensos prédios de quartos muito pequenos. Da laje superior dos prédios, vêem-se todos os limites daquele mundo: o Mediterrâneo e a cerca de arame farpado dos israelenses. Quando começam os bombardeios – como hoje, mais violentos do que nunca, desde 1967 –, não há onde se abrigar.


Começa agora outra guerra, em que se disputa o significado desses ataques de Israel, em 2008. O governo israelense diz: "Nos retiramos de Gaza em 2005 e, em troca, ganhamos o Hamás e os foguetes Qassam que destroem nossas cidades. 16 civis israelenses morreram. Quantos mais serão sacrificados?" É uma narrativa plausível, com vestígios de verdade. Mas com muitos buracos. Para entender o que realmente está acontecendo e conseguir que os foguetes parem, é preciso voltar um pouco, alguns anos, e analisar melhor os prolegômenos da guerra de hoje.


É verdade que Israel retirou-se da Faixa de Gaza em 2005 – para intensificar o controle sobre a Cisjordânia. O principal conselheiro de Ariel Sharon, Dov Weisglass, disse claramente: "A retirada [de Gaza] é o anestésico. Anestesiará a situação, o suficiente para que não haja processo político ou discussão política com os palestinos. Apagamos da agenda, por longo tempo, toda e qualquer discussão sobre o pacote chamado "Estado da Palestina"."


Os palestinenses comuns ficaram horrorizados. Mais horrorizados ainda, pela fétida corrupção dos líderes de sua própria Fatah. E então votaram no Hamás. Eu não votaria no Hamás – jamais votaria em partido político com fundamento religioso –, mas... não sejamos hipócritas. As eleições foram democráticas, livres e perfeitas e não implicaram rejeição à Solução dos Dois Estados. A melhor pesquisa que se conhece, sobre tendências de opinião entre os palestinenses, feita pela University of Maryland, constatou que 72% dos palestinenses são favoráveis à Solução dos Dois Estados, conforme às fronteiras de 1967; e apenas 20% votariam pelo fim de Israel. Então, parcialmente por efeito dessa pressão popular, o Hamás ofereceu a Israel um longo cessar-fogo e aceitou, na prática, a Solução dos Dois Estados. Bastaria que Israel cumprisse o seu dever legal de manter-se dentro de suas fronteiras legais.


Em vez de colher essa oportunidade e de testar as reais intenções do Hamás, o governo de Israel reagiu brutalmente – e puniu, com genocídio, toda a população civil de Gaza. Anunciou o bloqueio da Faixa de Gaza, para "pressionar" os palestinos a revogar o resultado das urnas. Sitiaram os palestinenses dentro da Faixa de Gaza. Vedaram completamente qualquer possibilidade de contato com o mundo exterior. Racionaram comida, combustível, remédios – para impedir que sobrevivessem. Nas palavras de Weisglass, os palestinenses de Gaza estavam sendo postos "em dieta". A Oxfam denunciou que só foram autorizados a entrar em Gaza 137 caminhões com alimentos, em dezembro. Para alimentar 1,5 milhão de pessoas. A ONU e já declarou repetidas vezes, que a miséria em Gaza já alcançou "níveis sem precedentes".


Na última vez que estive em Gaza, já sob sítio dos israelenses, vi hospitais mandando doentes de volta para casa, porque não havia nem remédios nem aparelhos para atendê-los. Vi crianças revirando o lixo, pelas ruas, à procura de comida.


Nesse contexto – sob sentença de morte coletiva, sob ataque genocida, urdido para gerar efeitos de golpe de Estado e derrubar um governo democraticamente eleito –, então, alguns grupos dentro de Gaza adotaram solução imoral: puseram-se a bombardear, com foguetes Qassam, de quintal, indiscriminadamente, cidades israelenses. Nesses ataques, mataram 16 cidadãos israelenses. É crime. Matar sempre é crime. Mas é hipocrisia que, hoje, o governo israelense fale de defender a segurança de seus cidadãos, depois de ter passado anos assassinando civis. Depois de ter feito, do assassinato, a única política de Estado, em Israel.


Os governos dos EUA e alguns governos europeus têm fingido que não sabem disso. Dizem que não se pode exigir que Israel negocie com o Hamás, enquanto o Hamás não suspender os ataques com foguetes Qassam. Mas exigem que a Palestina negocie, apesar do sítio, apesar do bloqueio, apesar da brutal ocupação militar na Cisjordânia.


Antes de que tudo se apague no abismo dos esquecimentos construídos, lembremos que, semana passada, o Hamás propôs um cessar-fogo, em troca de alguns compromissos básicos e aceitáveis para Israel. Não precisam acreditar só em mim.


A imprensa em Israel noticiou que Yuval Diskin, atual chefe do Shin Bet, serviço interno de segurança de Israel, "informou ao governo israelense [dia 23/12] que o Hamás está interessado em manter a trégua, com apenas pequenas modificações nos termos do acordo." Diskin explicou que o Hamás desejava duas coisas: o fim do bloqueio de Gaza e que Israel parasse com os ataques na Cisjordânia. O gabinete – acometido de febre eleitoral e interessado em mostrar-se 'durão' aos eleitores – rejeitou tudo.


O núcleo duro da situação foi bem claramente exposto por Ephraim Halevy, ex-chefe do Mossad. Diz que, embora os militantes do Hamás – como boa parte da direita israelense – sonhem com varrer do mundo os adversários políticos, "eles já perceberam que esse objetivo ideológico não é viável e não será viável no futuro próximo." Então, "estão prontos a aceitar um Estado da Palestina, nos limites das fronteiras de 1967." Os militantes do Hamás sabem que isso significa "que terão de adotar um caminho que provavelmente os afastará de seus objetivos iniciais" – e levará a uma paz estável, sob acordo difícil de romper por qualquer dos dois lados.


Os 'do contra", dos dois lados – de Máhmude Ahmadinejad do Iran, a Bibi Netanyahu, de Israel – ficariam marginalizados. É a única via possível que ainda pode levar a paz. E é a única via que não interessa ao atual governo de Israel. Halevy explica bem: "Por razões que só interessam ao atual governo de Israel, não interessaria a Israel aceitar o cessar-fogo e convertê-lo em início de um processo de negociação diplomática com o Hamás."


Por quê? O governo de Israel quer a paz, mas só se for a paz imposta por Israel, nas condições que Israel determine e que sempre implicarão que os palestinos sejam definidos como derrotados. Assim, Israel poderá manter, do "seu" lado do muro, os cadeados que fecham a Cisjordânia. Assim, Israel poderá controlar as maiores colônias e o suprimento de água. Assim, a Palestina será dividida (e caberá ao Egito a responsabilidade sobre Gaza) e a Cisjordânia, com a espinha dorsal partida, ficará isolada. Qualquer tipo de negociação cria riscos para o sucesso desse 'plano': Israel sempre terá de ceder mais do que deseja ceder.


Ao mesmo tempo, qualquer paz imposta deixará de ser confiável: e continuarão a chover sobre Israel os foguetes da fome que gera ódio.


Se quer obter real segurança para os israelenses, o governo de Israel, mais dia menos dia, será obrigado a negociar com os palestinos que hoje Israel está matando; terá de obter deles alguma solidariedade e alguma compreensão. E Israel dependerá disso, para continuar existindo.

O som dos incêndios de Gaza pode ser silenciado pelas palavras de um escritor israelense, Larry Derfner. Diz ele: "A guerra entre Israel e Gaza é guerra inventada por Israel. A decisão de pôr fim à guerra não cabe ao Hamás. Cabe a nós. Cabe a Israel."

Créditos: www.vermelho.org.br


segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

ZERO HORA: BONS TEMPOS AQUELES DA DITADURA!


Do blog Cloaca News

O tablóide Zero Hora, principal veículo impresso do grupo RBS (do qual a Globo é sócia) estampou na edição desse domingo, 28, um revelador editorial, sob o título "O antagonismo que atrapalha".
Como sabemos, os editoriais representam o pensamento dos proprietários, a opinião dos donos. Nada mais legítimo, desde que essa mesma opinião não contamine o noticiário a ponto de distorcê-lo e, mais ainda, não permeie a narrativa factual a ponto de fraudá-la. Que lindo! Pena que seja assim apenas na teoria.
Salvo honrosas e raríssimas exceções, a chamada "grande imprensa" brasileira - ou, se preferir, a mídia corporativa - editorializou até a previsão do tempo. Desde que Lula assumiu a Presidência da República, em 2002, essa oligarquia midiática (Máfia mesmo!) mal disfarça seu ressentimento por não ter conseguido emplacar o vampiro Serra no Planalto. A coisa piorou a partir de 2006, com a reeleição do "sapo barbudo". Você que nos lê sabe exatamente do que estamos falando. Julgamos que não há necessidade de recordar cada um dos "cases" com que tentaram "sangrar" o presidente Lula. Sobre a previsão do tempo a que nos referimos há pouco, relembre as insistentes pautas do "apagão" levantadas diariamente por Miriam Leitão, SarDEMberg, Joelmir Betting...e mais um punhado de mequetrefes da mesma casta.
No Rio Grande do Sul, onde o editor desta Cloaca tem o prazer de viver há mais de 10 anos, a encrenca é mais antiga. Começou quando o PT conquistou a Prefeitura de Porto Alegre, em 1989, com Olívio Dutra. Como todos sabem, foram quatro administrações petistas consecutivas na capital gaúcha. Acredite: os veículos da RBS fizeram o diabo para que os resultados dessas eleições fossem outros. Mas o bicho pegou de verdade, mesmo, quando Olívio Dutra (ele, de novo!) derrotou Antônio Britto (funcionário da RBS) e conquistou o Governo do Estado. Foi demais para os coronéis de bombacha. Só quem vive no Rio Grande do Sul, e conhece a índole perniciosa dos barões da mídia local, sabe das barbaridades cometidas por eles no afã de derrubar o Galo Missioneiro. O jogo foi pesado, sujo e, claro, desigual. Não foi à toa que um dos próceres do "jornalismo" da RBS, um certo Lasier Martins (provavelmente, o maior sabujo da história da imprensa mundial), comemorou com espumante, ao vivo, na TV, a "derrubada" do PT do governo estadual, em 2002. Em 2004, ao "retomarem" também a prefeitura, parece que sossegaram o facho (ou seria o fascio?).
Hoje, 2008, o grupo RBS toma a bênção a tucana fascista Yeda Crusius, que lhes repassa cerca de 70% das verbas publicitárias estaduais. Hoje, 2008, segundo a máfia midiática local, o Rio Grande do Sul tem rumo, tem projetos, tem determinação, tem eficiência administrativa. Mas, veja você, cara leitora, caro leitor: hoje, há também um "antagonismo que atrapalha"!!!
Segundo o editorial do tablóide, as coisas neste Estado sempre foram na base do GRENAL, com uma "bipolaridade nascida da história de lutas e revoluções rio-grandenses". MAS: "Ultimamente, este dualismo extremado, aliado a um ranço de natureza ideológica de parte de alguns segmentos político-sociais, vem entravando o desenvolvimento do Estado. Quase todos os projetos são boicotados, as tentativas de mudança esbarram na oposição sistemática e organizada de corporações interessadas em manter suas prerrogativas, a convergência política em torno de interesses do Estado tornou-se uma utopia."
Não é lindo o exercício da liberdade de expressão, queridos leitores? Não pense, porém, que acabou! A melhor parte vem agora, com um certo viés nostálgico: "Já faz tempo que o Rio Grande não repete uma mobilização coletiva e suprapartidária como a que garantiu ao Estado a implantação do Terceiro Pólo Petroquímico do país, na década de 70. Naquela ocasião, o Executivo e o Legislativo criaram comissões conjuntas, as indústrias privadas engajaram-se no esforço cívico, a imprensa divulgou intensamente o movimento, as posições políticas e opiniões antagônicas foram deixadas de lado, possibilitando uma ação integrada das duas frentes partidárias então existentes, a Arena e o MDB. Foi um momento edificante da história moderna do Estado"
.
Não é comovente a pregação de Zero Hora pela união, pelo diálogo e pela tolerância? Principalmente neste momento em que a pobre governadora tucana não conseguiu levar adiante a mutreta de prorrogar contratos de pedágio sem licitação? Que oposição malvada, não é mesmo?

300 mortos e 1000 feridos em Gaza:



Israel continua assassinando e os líderes mundiais se calam


Por Idelber Avelar

A chacina começou a ser preparada há seis meses. Isso, por si só, desmantela qualquer uma das desculpas usadas por Israel para justificar o pior massacre da história de Gaza, desde o começo da ocupação ilegal da Palestina, em 1967. Enquanto durou a “trégua” (entendam as aspas: trégua na Terra Santa significa que os palestinos continuem vivendo calados, sem reagir, numa realidade de ocupação militar brutal, demolições de casas, cerco naval, terrestre e aéreo de Gaza, checkpoints humilhantes, colonização constante de suas terras na Cisjordânia, espancamentos em mãos de colonos fortemente armados, monopolização dos recursos hídricos, proibição de observadores internacionais etc.), Israel teve várias oportunidades de suspender o verdadeiro crime de guerra que é o bloqueio à entrega internacional de alimentos e remédios aos habitantes de Gaza. Quatro de cada cinco habitantes de Gaza dependem dessas entregas para sobreviver. Somente durante essa “trégua”, dezenas de palestinos foram assassinados por Israel.

gaza1.jpg

A estratégia é conhecida: forçar a população da maior prisão ao ar livre do mundo ao desespero e destituição para, num segundo momento, usar suas reações como pretexto para mais um massacre. Afinal de contas, há eleições em Israel em fevereiro e, no estado sionista, assim como nos EUA, bombardeios às terras árabes rendem votos fáceis. Antes, os “terroristas” com os quais não se podia negociar era a OLP (atual Fatah), excluídos por Israel e pelos EUA da última rodada de conversações de paz que tiveram alguma chance real, as de Madri em 1991. Agora, o “terrorista” da vez já não é o humilhado Fatah, mas o Hamas. Para a ocupação colonial, interlocutor bom é interlocutor morto.

O crime israelense foi perpetrado na hora do rush, em que as crianças ainda não haviam voltado da escola. Bombardearam até a universidade. Tudo cuidadosamente planejado para matar o maior número de gente possível. O máximo que os jornalistazinhos conseguem dizer sobre a chacina -- com honrosas exceções -- é que se tratou de uma “reação” “desproporcional”. Eis aqui a "reação desproporcional" (vejam depressa, porque há uma verdadeira operação de censura sionista sobre o YouTube; vários vídeos já foram retirados):

Na Síria, na Turquia, no Líbano, na Indonésia, até em Londres, aumenta a cada dia a revolta contra os repetidos massacres que sofre o povo palestino. A cada dia, fica mais longe a solução biestatal com que a comunidade internacional e os palestinos já concordaram há tempos: uma partilha ao longo das fronteiras de 1967, que sdesse aos palestinos o direito de viver em 22% da sua terra original. O crime não é somente contra os palestinos. É também – não se iludam, jornalistazinhos que racionalizam cada chacina sionista – um crime contra as crianças israelenses, pois não há ocupação colonial que dure para sempre. Israel tem hoje todas as cartas na mão, dada a esmagadora diferença de forças.

Mas são 7 milhões de israelenses, dos quais 20%, árabes, jamais defenderiam o estado sionista. Em volta dele, 1 bilhão de muçulmanos. Essa irresponsabilidade do país que se recusa a ser adulto ainda custará muito caro à toda a humanidade.

Porque a vingança virá.

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(crédito das fotos)

Este blog considera o jugo criminoso sob o qual vive o povo palestino a questão humanitária definitiva do nosso tempo. Ela tem ramificações em todas as facetas da política internacional. É importante se informar sobre ela. Aqui vão alguns links, infelizmente quase todos em inglês.

Para uma documentação diária dos crimes perpetrados pela ocupação militar, acompanhe o International Middle East Media Center. Também é possível ter notícias diárias do horror no Palestine Information Center. Para uma coleção atroz de vídeos dos massacres em Gaza, consulte o Israel's Crimes e o Palestine Video. Se você quer dedicar 50 minutos a se informar sobre a catástrofe palestina, assista ao imperdível filme Palestine is still the issue. Para ler depoimentos terroríficos sobre o cotidiano em Gaza e na Cisjordânia ocupada, assine o feed do Electronic Intifada. No Facebook, você pode demonstrar solidariedade e ouvir um pouco das histórias dos palestinos que resistem à ocupação, trocando a foto do seu perfil, por alguns dias, por essa aqui, cuja inscrição em árabe diz "somos todos Gaza". Se você é membro de alguma associação profissional, confira se ela já faz parte do boicote a Israel. O boicote foi uma arma poderosa contra o Apartheid sul-africano e é um dos poucos instrumentos que temos para ajudar aos que lutam contra a infinitamente mais perversa ocupação sionista.


domingo, 28 de dezembro de 2008

Música cubana....

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Sierra Maestra - Viaje a la Semilla @ 320

01. A Pogoloti
02. Bruca Manigua
03. Tributo A Arsenio Rodriguez
04. Antologia De Los Soneros A La Loma De Belen
05. Cachito Pa' Huele
06. El Cuartico
07. Se Tiro Con La Guagua Andando
08. Avellana Y Mani
09. El Swing
10. Y Ser Tu Cancion
11. Ensalada De Congas Orientales

Total : 110,64MB

Downloads abaixo:

Parte I (rapidshare)

Parte II


Ou

Link I(megaupload)

Link II

sábado, 27 de dezembro de 2008

Genocídio israelense em Gaza...até quando??


O MASSACRE PALESTINO

"A clemencia deixa mais atrevido o crime" (Shakespeare)

Eu assisto ,horrorizada ao massacre do povo palestino,mas,parece que o mundo não se importa.Porquê será?medo,indiferença,tolerância com o crime?Recordo Hemingway,quando dizia:"A morte de qualquer pessoa me atinge porque sou parte do gênero humano;não me perguntem por quem os sinos dobram,êles dobram por ti.Verdade incontestavel;êles dobram por ti,ONU,que não evitas o massacre;êles dobram por ti,Europa,que,em nome dos teus interesses escusos,"doaram a terra palestina,aonde este povo simples vivia como nos tempos bíblicos,apascentando suas ovelhas e cuidando da própria vida;êles dobram por ti,nações árabes,que assistem de camarote todas estas atrocidades;êles dobram por ti,Estados Unidos,que passaste de povo mais admirado como paladino da liberdade no pós-guerra,a patrocinador de genocidios,seja perpetuado por vocês ou por seus aliados crueis e pouco ortodoxos desde que os seus interesses mercenarios estejam garantidos.Todos nós somos culpados porque podemos pressionar nossos governos a tomar uma posição,podemos escrever,falar,comentar,reclamar,podemos nos fartar de usar a pena que tem mais força que a espada.Porque nenhum dos genocidas da Historia,que,aliás,exceto os alemães da 2º grande guerra,morreram na cama,nenhum deles,investiu assim contra uma minoria desarmada,desapadrinhada,esquecida,sem dinheiro nem prestigio,que só almejava uma vida de paz.Pelo menos eu estou fazendo a minha parte,levando a minha mensagem porque acredito nela,e ,as consciencias doloridas como a minha,que tambem falem,escrevam,combatam o bom combate,porque o país invasor e opressor não vai parar com a mortandade até que não reste um único palestino na face da terra.Respondo aos U.S.A.pedindo licença,ao meu conterrâneo,o poeta Castro Alves,que tambem escreveu magistralmente sobre um povo oprimido;e êste meu recado é para os americanos:


-Meu Deus,meu Deus,mas,que bandeira é esta,

Que impudente,na gávea tripudia.

Antes te houvessem roto na batalha

Que servires a um povo de mortalha.

(Navio negreiro)

Miriam de Sales Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 04/03/2008
Código do texto: T886702

Palestinos massacrados por ataque de Israel em Gaza sobe para 205


Por Nidal al-Mughrabi

GAZA (Reuters) - Aviões e helicópteros de combate israelenses bombardearam a Faixa de Gaza neste sábado, deixando pelo menos 205 mortos no território controlado pelo Hamas, no dia mais sangrento para os palestinos em mais de 20 anos.

mais AQUI

Produtividade no magistério: um incansável esforço da mídia e a volta da fórmula Britto


Lupiscinio Pires escreve: "Após o fracasso da tentativa de prorrogação dos pedágios, pelo que se observa na grande mídia, todos os esforços serão concentrados na mudança do Plano de Carreira do magistério. A principal colunista política de Zero Hora, Rosane de Oliveira, sistematicamente traz noticias que envolvem o trabalho da Secretária Mariza Abreu. Se entregassem as noticias veículadas pela jornalista a alguém que residisse fora do Rio Grande do Sul, este sujeito acharia que se referem à uma publicação oficial da Secretaria da Educação.

Chegam a ser constrangedores os constantes elogios à política educacional implantada pela secretária Mariza Abreu. Não há questionamentos. Somente elogios. Repetitivos e insistentes. Sobre o projeto da produtividade pode-se fazer algumas indagações: 1)como ficam os salários dos inativos? 2) E a paridade entre os reajustes dos aposentados e professores que estão na tiva? 3)qual a garantia de reajuste para os inativos? Esta questão, nem de longe passa pela análise dos analistas políticos do Rio Grande do Sul.

É bom lembrar que um minstro da Previdencia de nome Antonio Britto desvinculou o salário do aposentado da vinculação com o salário mínimo. Todos sabemos o quadro desolador vivido pelo aposentados brasileiros depois desta alteração do reajustamento da aposentadoria. Certamente o ano de 2009 será repleto de noticias enaltecendo a política educacional da secretaria Mariza Abreu. Quem se posicionar contra será rotulado de "atrasado", "jurássico","contra a gestão no serviço publico". Mas desde já pode-se perguntar aos nobres deputados gauchos : Vai acontecer com os aposentados do magistério gaúcho , o que aconteceu com os aposentados brasileiros?

Hoje, estou convencido de que esta proposta vem ao encontro da política do déficit zero. Da maneira como está sendo apresentado na mídia, fica claro que a implantação da produtividade tem por objetivo diminuir a "fatia" percentual dos aposentados na folha de pagamento do magistério".

Do Blog Adital

América do Sul - A pasteurização da esquerda





Frei Betto *Adital


Na virada do século XX ao XXI, a América do Sul assistiu ao agravamento da questão social em decorrência das políticas neoliberais adotadas nas décadas precedentes. Isso fortaleceu os movimentos sociais e os partidos políticos que representavam alternativas de mudanças. É o que explica a eleição a presidente da República de Chávez na Venezuela, Lula no Brasil, Morales na Bolívia, Correa no Equador e Lugo no Paraguai.

Se, de um lado, a esquerda sul-americana logra ser uma alternativa de governo, por que não o consegue ao se tratar de uma alternativa de poder?

Desde a queda do Muro de Berlim (1989) a esquerda, em todo o mundo, entrou em crise de identidade. A implosão da União Soviética e a adesão da China à economia capitalista de mercado deixaram-na órfã, sem respaldo necessário para empreender mudanças pela via revolucionária

Na América do Sul, optou-se, pois, pelo fortalecimento dos movimentos sociais representados por partidos políticos cujas raízes se inseriam nas comunidades cristãs de base, fomentadas pela Teologia da Libertação; no sindicalismo combativo; nas organizações populares de indígenas, camponeses, negros, migrantes, mulheres, e excluídos em geral. No caso venezuelano, a contestação se transformou em força política até mesmo nas Forças Armadas.

Não restava alternativa a esse movimento social engajado na busca de um "outro mundo possível" senão disputar, com os partidos do establishment, o espaço do poder. Embora desprovidas de recursos financeiros e apoio internacional, as forças políticas de oposição - a esquerda - detinham suficiente poder de mobilização popular adquirido, nas décadas anteriores, pelo "trabalho de formiga" para organizar setores populares situados entre a pobreza e a miséria, como, no Brasil, o fizeram as CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) e o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que tinham, no PT, no PCdoB e, de certo modo, no PDT, as suas expressões políticas.

Esse processo tem sido responsável por mudar o caráter político de governos da América do Sul.

O que se vê, agora, é um impasse, do qual o caso brasileiro é exemplo. Não há como gerar uma ruptura revolucionária, como ocorreu em Cuba em 1959. Como, então, promover reformas de estruturas e reduzir a brutal desigualdade entre a população? Avanços nesse sentido acontecem, hoje, em países que se apóiam numa nova ordem constitucional, como é o caso da Venezuela, da Bolívia e do Equador.

No Brasil, o governo Lula optou por uma governabilidade baseada na política de conciliação com os setores dominantes e compensação aos dominados, dentro do receituário econômico neoliberal. Ao assumir a presidência, Lula poderia ter assegurado sua sustentabilidade política em duas pernas: o Congresso Nacional e os movimentos sociais. Escolheu o primeiro parceiro e descartou o segundo, que lhe era co-natural. Assim, tornou-se refém de forças políticas tradicionais, oligárquicas, que ora integram o grande arco de alianças (14 partidos) de apoio ao governo.

Descolamento das bases populares

Ao chegar ao governo, o PT preencheu considerável parcela de funções administrativas graças à nomeação de líderes de movimentos sociais. Afastados de suas bases, essas lideranças se encontram, hoje, perfeitamente adaptadas às benesses do poder, sem o menor interesse em retomar o "trabalho de base". Instados a se manifestar, são a voz do governo junto às bases, e não o contrário.

Por sua vez, o governo adotou uma política de relação direta com a parcela mais pobre da população, sem a mediação dos movimentos sociais, como é o caso do programa Bolsa Família, que ocupou o espaço do Fome Zero. Este se apoiava em Comitês Gestores integrados por lideranças da sociedade civil, que controlavam e fiscalizavam a iniciativa. Agora, o mesmo papel é exercido pelas prefeituras. E o propósito emancipatório, de manter as famílias castigadas pela miséria no programa por, no máximo, dois anos, foi abandonado em favor de uma dependência que traz ao governo bônus eleitoral.

Tal medida enfraquece os movimentos e, ao mesmo tempo, joga o governo no risco de ceder ao neocaudilhismo: o núcleo governante, voltado unicamente ao seu projeto de perpetuação no poder, mantém, via políticas sociais, relação direta com a população beneficiária, sem contar sequer com a mediação de partidos políticos originados na esquerda. No Brasil, o fenômeno do lulismo (76% de aprovação) se descolou do petismo. O PT, por sua vez, aceitou restringir-se ao jogo do poder. São cada vez mais raros, pelo país, os núcleos de base do PT. Agora, o processo de filiação de novos militantes já não obedece a critérios ideológicos, e nem há cursos de capacitação política.

Um projeto de poder

O que significam tais mudanças? Elas apontam para a perda do horizonte socialista, que norteava o PT, o PCdoB e muitos militantes do PDT. Trata-se de sobreviver politicamente, combinando a economia neoliberal com uma política social-democrata de caráter compensatório, não emancipatório. Assim, questões candentes da pauta histórica da esquerda, como a reforma agrária, são relegadas a futuro incerto. Escolhe-se abster-se de um modelo alternativo de desenvolvimento sustentável e libertador. O projeto Brasil é descartado em benefício de um projeto de poder, para cujo êxito não faltam escândalos de corrupção (mensalão) e alianças contraídas com partidos e forças sociais e econômicas que o PT, o PCdoB e o PDT, ao serem fundados, se propunham enfrentar e derrotar.

Esperava-se que o efeito Lula viesse a demonstrar que, através do fortalecimento progressivo dos movimentos populares, seria possível conquistar parcelas de poder. E novos paradigmas seriam introduzidos na esfera de governo. Se isso significasse a superação paulatina das políticas neoliberais, e a melhoria da qualidade de vida da população, representaria um avanço. Caso contrário, não haveria como não dar razão ao profetismo político de Robert Michels que, em 1911, em seu clássico Os partidos políticos, defende a tese, até agora confirmada pela história, de que todo partido de esquerda que insiste em disputar espaço na institucionalidade burguesa termina por ser cooptado por ela, em vez de transformá-la.

Lula teve, nos primeiros meses de seu governo, poder suficiente para promover a reforma agrária e a auditoria da dívida pública. Não soube aproveitá-lo. Há momentos em que o poder está com o povo (caso da mobilização que derrubou o governo Collor, em 1992); outros, com o governo; e outros com o capital financeiro ou com algum setor nacional ou internacional. A correlação de forças determina quem, num dado momento, detém o poder.

Lula comprovou ser possível inserir-se numa estrutura viciada - a sindical - sem se deixar cooptar por ela. Haveria de lograr o mesmo no governo? Não o conseguiu. A máquina do Estado, azeitada pelos interesses das elites, refreou-lhe idéias e aspirações. Atucanada, a política econômica impôs-se como prioridade das prioridades, sem reflexos significativos na área social, em que pese a redução da miséria através do Bolsa Família.

Como sindicalista, Lula não esperou que os trabalhadores freqüentassem a sede do sindicato. Fez o sindicato deixar a sede para ir ao encontro dos trabalhadores na porta e no interior das fábricas. Como estadista, não conseguiu repetir o gesto. Portanto, não implementou, como sonhava o PT, uma política de empoderamento popular, através da mobilização permanente dos setores organizados da sociedade civil.

Para Robert Michels, um partido de esquerda sobrevive legalmente na democracia burguesa abdicando de seu programa socialista e compactuando com a ordem vigente. Contudo, a probabilidade disso ocorrer só se conhece quando o partido chega ao governo. Enquanto permanece minoritário, destituído de poder institucional, todo o seu discurso de esquerda não passa de palavra vazia para os partidos que governam. O perigo surge quando ele surpreende e, devido a circunstâncias que escapam às previsões e manobras da elite, sai vitorioso nas eleições. Sim, o povo em sua sabedoria tem o direito de se dar uma chance, ao menos pela lógica da exclusão. Vota na oposição, não necessariamente convencido de que é melhor, mas cansado da mesmice.

Para chegar a ser vitorioso no atual regime democrático-burguês há forças políticas de esquerda que, tendo abandonado o trabalho de organização popular, estão convencidas de que é preciso aceitar as regras do jogo. A primeira é depender do dinheiro de quem o possui, o que não é o caso dos desempregados, dos operários, dos trabalhadores em geral. Dinheiro em eleição significa investimento; ninguém investe para perder. Todo investimento supõe a possibilidade de ganhos, lucros. Há que contar com meios de comunicação, que não se reduzem a panfletos impressos em gráficas de fundo de quintal, nem a comícios em que a sucessão de discursos repetitivos aborrece o público, exceto a militância que ali se junta para fazer eco e marola frente ao que é proferido.

O bom uso dos meios de comunicação depende, por sua vez, de marqueteiros, que detêm os segredos de sedução do eleitor. Como não são políticos, e em geral nem gostam de política, aplicam aos candidatos a mesma receita do sucesso de venda de produtos que anunciam. Assim, a dependência do dinheiro da elite, da mídia das grandes corporações e do marketing das agências de publicidade, resultam na progressiva descaracterização das campanhas eleitorais que, no caso dos partidos de esquerda, significa o abandono da proposta socialista e a progressiva desideologização de seu discurso e de suas propostas.

Há uma diferença radical entre esquerda e direita: esta age motivada por interesses, sobretudo de aumento da riqueza concentrada em suas mãos; aquela age (ou deveria agir) por princípios, centrada no direito à vida da maioria da população. É muito raro um político de direita apoiar reformas direcionadas a diminuir a desigualdade social, reduzindo a renda dos mais ricos para permitir mais acesso dos pobres à riqueza nacional. Se acontece, é por força de pressões da conjuntura.

Qual seria a solução? Primeiro, resgatar o "trabalho de base", de educação política dos militantes de movimentos sociais, de fortalecimento de suas organizações e entidades. A isso seria preciso somar a reforma política, introduzindo o financiamento público das campanhas eleitorais. Evitar-se-ia que os mais endinheirados tivessem sempre maiores chances de ser eleitos. Mas enquanto essa proposta não ganha força de lei, os partidos deveriam ser obrigados a divulgar os gastos de campanha de cada um de seus candidatos, bem como explicitar as fontes financiadoras. E caberia à Justiça Eleitoral exigir prestação de contas e a quebra do sigilo bancário dos eleitos. Afinal, estamos falando de res publica, esfera na qual toda clandestinidade é suspeita, excetuando os serviços de informação do Estado.

A reforma política, se mantido o financiamento de campanhas eleitorais pela iniciativa privada, deveria criminalizar o uso de caixa dois. Toda contribuição viria da contabilidade formal, sujeita à auditoria da Justiça Eleitoral e da Receita Federal.

A pasteurização eleitoral da esquerda corre o risco de prolongar-se no exercício do poder. Se a mulher de César deve ser honesta e também parecer honesta, o político que se deixa maquiar para efeitos eleitorais periga preocupar-se mais em parecer eficiente do que em sê-lo. Governa de olho nas pesquisas de opinião, abdica de seus compromissos de campanha para submeter-se à síndrome do eleitoralismo. Conservar-se no poder passa a ser a sua obsessão, e não a preocupação de administrar para imprimir melhoria nas condições de vida da maioria da população. Essa desideologização tende a reduzir a política à arte de acomodar interesses. Perdem-se a perspectiva estratégica e o horizonte histórico; já não se busca um "outro mundo possível", agora tudo se reduz a cultivar uma boa imagem junto à opinião pública. Aos poucos a militância fenece, dando lugar aos que atuam por contrato de trabalho, gente desprovida daquele entusiasmo que imprimia idealismo às campanhas. A mobilização é suplantada pela profissionalização.

A política sempre foi um fator de educação cidadã. Esvaziada de conteúdo ideológico, como consistência de idéias, transforma-se em mero negócio de acesso ao poder. Elege-se quem tem mais visibilidade pública, ainda que desprovido de ética, princípios e projetos. É a vitória do mercado sobre os valores humanitários. No lugar de Liberdade, Igualdade e Fraternidade entram a visibilidade, o poder de sedução e os amplos recursos de campanha. É a predominância do marketing sobre os princípios. E, como todos sabem, o segredo do marketing não é vender produtos, e sim ilusões com as quais os embala, pois nutrem a mente de fantasias, embora não encham barriga; ao contrário, alimentam a revolta dos excluídos que, atraídos pela fantasia, cobram a realidade à sua maneira, o que é pior para todos nós... A menos que o que resta da esquerda - movimentos sociais como o MST, o incipiente PSOL e alguns setores do PT e do PCdoB - se empenhe em mergulhar no mundo dos excluídos para ajudá-los a dar consistência política às suas demandas e aspirações, e que conquiste uma reforma política capaz de depurar e aprimorar o nosso processo democrático.


[Autor de "Calendário do Poder" (Rocco), entre outros livros.
Publicado em LeMonde Diplomatique, dez/08]


* Escritor e assessor de movimentos sociais

Choro das 3 - Meu Brasil Brasileiro (2008)




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