Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Música Indiana...
Cage the Elephant - Cage the Elephant (2008)
11 Tracks @ 320kbps - 87Mb
01. - Cage the Elephant - In One Ear (4:01)
02. - Cage the Elephant - James Brown (3:20)
03. - Cage the Elephant - Ain't No Rest For The Wicked (2:55)
04. - Cage the Elephant - Tiny Little Robots (4:10)
05. - Cage the Elephant - Lotus (3:16)
06. - Cage the Elephant - Back Against The Wall (3:48)
07. - Cage the Elephant - Drones In The Valley (2:27)
08. - Cage the Elephant - Judas (3:26)
09. - Cage the Elephant - Back Stabbin' Betty (3:39)
10. - Cage the Elephant - Soil To The Sun (3:17)
11. - Cage the Elephant - Free Love (3:28)
Ugeirm lembra: Yeda processa servidores e é testemunha de defesa de Flávio Vaz Netto
“Há um monte de outdoors do déficit zero nas estradas do litoral. O déficit zero é uma mentira que envolveu o corte no custeio de serviços essenciais, como o da Polícia Civil. Nós tivemos um recorde de mais de 1,5 mil homicídios em 2008. Seguimos com mais de 1,5 milhão de inquéritos parados. Cortes na educação e na saúde também repercutem no balcão das delegacias. A maior vítima de Yeda é a sociedade e a campanha dos servidores está denunciando isso”, diz o segundo vice-presidente da Ugeirm, Luiz Felipe Teixeira.
A nota observa que o chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, afirma que esse é um governo transparente. “Deve ser por isso que a primeira secretária de Transparência, criada após o escândalo do Detran, pediu para sair, acusando o governo de tratar a corrupção com lassidão”. Diante da ameaça de processo e da tentativa de censura, o Ugeirm responde:
“O que temos a dizer? Vá processar o Busatto, Yeda, por ele propor o que propôs ao vice-governador Paulo Feijó. Mas Yeda não processa nem o Antônio Maciel, que a chamou de “safada” em áudio ouvido por todos os gaúchos. A gente sabe que não pode contar com a defesa de Yeda nessa história. Como bem sabe a Justiça Federal, Yeda é testemunha de defesa de Flávio Vaz Netto, outro denunciado por corrupção. Foi ele que a ameaçou durante depoimento prestado à CPI do Detran, pois sentia-se traído pela governadora. E a gente sabe também que o coronel Paulo Mendes, depois de exitosamente articular com outro denunciado para se tornar comandante da BM, subiu de posto e se tornou juiz de um tribunal que custa 25 milhões de reais por ano – e que deveria ser fechado. No mais, por que Yeda fritou Mallmann? Não fomos nós que inventamos a história de que Yeda ficou magoada por ele não fazer tráfico de informações privilegiadas da Operação Rodin".
O governo também se queixa do autoritarismo que as peças publicitárias denunciam, alegando que a honra e a dignidade de Yeda estariam sendo atingidas. O sindicato dos policiais civis pergunta:
“Por que Yeda fritou o delegado Pedro Rodrigues na Chefia de Polícia? Segundo a imprensa, tem a ver com a resistência dele em encaminhar nomes para a degola. Depois, Pedro Rodrigues reuniu informações oficiais e comprováveis para que os dias descontados fossem ressarcidos. Há, pois, prova de fraude na efetividade de centenas de policiais. O que o governo transparente fez? Sentou-se sobre o SPI 50871204084 desde o dia 4 de dezembro”.
E sobre o tema da mentira, observa:
“Ah, Yeda também não mente. No dia 17 de janeiro, a governadora prometeu, durante audiência com a Ugeirm, encaminhar a demanda de nossa aposentadoria. Apenas três Estados constrangem nosso direito e ela já escreveu e assinou, quando era deputada, respeito à regra 20 + 10 (lei 51/85). Daí, nada aconteceu. Alguém mentiu nessa história, mas deixou as digitais. O secretário José Alberto Wenzel também pode explicar por que o secretário Edson Goularte mentiu no dia 3 de dezembro de 2008, ao anunciar a publicação das promoções? Pode, sim. A lista, afinal, está na Casa Civil. No mais, não fomos nós que fizemos campanha prometendo não aumentar impostos”.
Arte: Hupper
Créditos: Marco Aurélio Weissheimer
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Do blog Cidadania.com
Professor da FGV diz que
PAC é novo “New Deal”
Estudo do professor da FGV Marcelo Cortes Neri divulgado ontem mostra que a crise não atingiu os mais pobres no Brasil, não lhes diminuiu a renda, não freou a queda da desigualdade e, o que mais impressiona, não impediu que as classes D e E continuassem encolhendo e que seus integrantes continuassem ascendendo à classe C mesmo no período negro de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2008.
Nenhum dos grandes jornais (Folha, Estadão e Globo) deu chamada de primeira página para o Estudo da FGV. A cobertura limitou-se a notas escondidas e curtas nas páginas internas. Quanto aos telejornais, alguns tiveram a coragem de não divulgar o Estudo e outros deram pouquíssima importância a informação desse calibre.
O anúncio do Estudo intitulado “Crônica de uma crise anunciada – choques externos e a nova classe média” foi feito pelo professor Neri em entrevista coletiva à imprensa. Estimo que nem o pesquisador imaginava o tratamento pífio que a mídia daria ao seu trabalho.
O vídeo contendo a apresentação do Estudo à imprensa por Neri pode ser assistido clicando aqui, e o Estudo em si pode ser lido na íntegra clicando aqui.
O pesquisador atribui a programas sociais como o Bolsa Família e aos aumentos do salário mínimo os vastos sucessos sociais dos últimos anos do governo Lula, dando destaque para a queda da desigualdade e para o impressionante aumento de mais de 20% da classe C e o forte encolhimento do contingente de pobres e miseráveis nos últimos anos
Mas, em determinado ponto da entrevista de Neri à imprensa, ele faz uma afirmação sobre o PAC, programa governamental que a mídia e a oposição dizem que não existe, que todos os brasileiros precisam conhecer, sobretudo por tal afirmação ter sido proferida por esse pesquisador da FGV que vem atravessando vários governos e que jamais foi acusado por ninguém de partidarismo ou coisa que o valha.
Reproduzo abaixo, textualmente (para quem não tiver conexão rápida para assistir o vídeo acima mencionado), o que o professor Neri disse sobre o PAC:
“(...) O PAC, Programação de Aceleração do Crescimento, é um plano que talvez não fizesse muito sentido quando ele foi lançado como um plano de aceleração do crescimento, porque a economia estava muito aquecida, e hoje em dia é visto quase como um New Deal americano [programa de aquecimento econômico do presidente americano Franklin D. Roosevelt implementado entre 1933 e 1937] numa época em que comparações com a grande depressão americana [de 1929] começam a se tornar mais comuns. Então, é meio como se o Brasil criasse um New Deal antes que a depressão fosse anunciada. Aqueles que acham que o Brasil estava com sorte, alguns anos atrás [conforme diz a imprensa e a oposição para desmerecer o crescimento continuado dos últimos anos], que sorte temos agora, porque é como se tivéssemos um bilhete de loteria, um seguro que não sabíamos que tínhamos (...)”.
Não é à toa que a mídia escondeu o estudo de Neri. Ele mostra que, se estivermos mesmo saindo da crise – e a mídia, seguindo conselho recente de FHC aos tucanos para combaterem as medidas anticrise de Lula, não quer aceitar tal hipótese –, tudo se deve à visão que o presidente teve ao se dedicar tanto ao PAC nos últimos anos enquanto a mídia e a oposição diziam que o programa “não existia”.
O professor Neri conclui elencando vários fatores que permitirão ao Brasil superar a crise antes dos outros países e faz alertas de que as políticas públicas devem continuar na rota do PAC e dos programas sociais, porque, se houver desvios, poderemos perder a chance de sair dessa crise muito maiores do que entramos nela.
Escrito por Eduardo Guimarães
Enquanto isso na Venezuela...
Chavistas buscam voto de porta em porta em Caracas
Um adesivo com o rosto de Hugo Chávez colado no peito ilustra a força de suas convicções. A morena abraçou a revolução bolivariana como se fosse sua. Natalia continua com as orientações: "e nada de agressividade. Quando os moradores não quiserem os panfletos, vamos embora! Não se esqueçam de convidá-los para as atividades sociais", acrescenta.
A pequena tropa sobe numa camioneta para atingir o ponto mais alto do bairro. No caminho, cantam hinos chavistas, incluindo sempre a palavra "si" (sim). É a resposta que espera Hugo Chávez ao referendo organizado no próximo domingo para a aprovação ou a rejeição da emenda constitucional, que prevê o fim do limite à reeleição aos cargos públicos.
Vocês são chavistas?. "Sim, sim, sim", gritam os jovens. "Hoje, somos todos patrulheiros", resume Jesus Mora, mulato alto, trajando uma camiseta estampada com o rosto de Chávez. Membros das missões sociais, dos conselhos comunais, dos comitês de terra, dos batalhões do Partido socialista unido venezuelano (PSUV), e outras dezenas de milhares de venezuelanos, estão fazendo um trabalho de formiga para convencer os 17 milhões de eleitores a votar pelo "si".
"Não é fácil, aqui, a oposição é muito forte", explica Mora, diante de uma casa onde seus panfletos foram rejeitados. "Apesar de ser pobre, Petaré sempre teve uma importante proporção de escualidos” diz, em referencia a expressão inventada por Chávez para qualificar os membros da oposição.
Nas ultimas eleições regionais de novembro, o candidato chavista à prefeitura de Caracas, Aristóbulo Istúriz, perdeu para um escualido, Antonio Ledezma. "Perdemos porque o antigo prefeito chavista fez uma gestão catastrófica. Os nossos aliados não votaram no candidato da oposição, simplesmente, ficaram em casa", explica Jesus Mora. Por isso, a tarefa dos "patrulheiros" é garantir que cada eleitor chavista compareça às urnas.
"Bom dia senhora, tudo bem?", pergunta Natalia a uma mãe que segura um bebê nos braços. "Você vai votar domingo?". "Claro que sim!", responde a mulher, piscando o olho. Os patrulheiros riem, e repetem juntos: "Claro que sim, sim, sim!".
O grupo busca três tipos de eleitores. Dois deles são "aqueles que cantam vitória antes do tempo e não saem para votar e os que andam um pouco desanimados, decepcionados pela lentidão da revolução", explica Ingrid Patram, coordenadora da missão Robinson no Petaré, dedicada à alfabetização de adultos. O terceiro grupo é formado pelos chamados "ni-ni", que não são nem chavistas, nem opositores, e que votam de um lado ou do outro segundo a proposta.
"Nosso objetivo é explicar para eles que a emenda constitucional não significa que Chávez será presidente para sempre, isso é uma mentira da oposição", diz Ingrid. A aprovação da emenda permitiria ao presidente venezuelano candidatar-se a um terceiro mandato em 2012, reconhece, mas "junto a outros candidatos, é o povo que decide. Isso é democracia", conclui.
A oposição denuncia uma campanha marcada pelo desequilíbrio, já que o governo usa a máquina estatal para fazer campanha para o "sim".
Os seguidores de Chávez calculam que a abstenção ocasionou a perda de cerca de três milhões de votos a favor do presidente em um ano. Em dezembro de 2006, o "comandante" foi reeleito com mais de 7,3 milhões de votos. Já no referendo para a reforma constitucional de dezembro de 2007, a proposta já formulada que permite a reeleição seduziu somente 4,3 milhões de eleitores, provocando a primeira derrota de Chávez em nove anos no poder.
Esta ausência nas urnas não se refletiu no resultado da oposição, que atraiu apenas 100 mil votos a mais em relação a 2006. Seduzir os que se abstem é o principal desafio neste referendo, tanto do governo quanto da oposição.
Segundo as últimas pesquisas, o "sim" lidera as intenções de votos, mas de maneira muito apertada. A empresa de pesquisa Datanálisis calcula que 51,5% dos venezuelanos apóiam o fim do limite à reeleição, enquanto 48,1% votariam pelo "não".
Fonte: Opera Mundi.net
Entidades sindicais colocam campanha anti-Yeda nas ruas
Por volta das 17h de ontem, representantes de dez entidades sindicais do Estado apresentaram, enfim, o rosto que ilustra a campanha polêmica, veiculada em outdoors, que atraiu a atenção dos gaúchos: o da governadora do Estado, Yeda Crusius. A divulgação ocorreu no Centro de Eventos do Parque Harmonia, na Capital, e reuniu centenas de servidores estaduais, de diversas categorias. Quando a presidente do Cpers/Sindicato, Rejane de Oliveira, e o presidente do Sindicaixa, Érico Corrêa, apresentaram o banner com a face da governadora, a multidão passou a gritar: 'Fora, Yeda!'. A campanha liga a imagem de Yeda a seis fatores que, na opinião das entidades, justificariam sua saída do governo: autoritarismo, mentira, corrupção, arrocho, violência e destruição do Estado.
Logo depois, cerca de 500 manifestantes realizaram uma caminhada até a Esquina Democrática. Acompanhados de um carro de som, que tocava um samba criado para a campanha. O grupo de servidores portava faixas e cartazes, além de máscaras com o rosto de Yeda, e chamou a atenção dos frequentadores do Centro.
'Essa é uma campanha de denúncia de um governo que tem mais de 70% de rejeição por conta do desrespeito com que vem tratando o povo gaúcho e os servidores públicos', afirmou Rejane de Oliveira. Ela acrescentou que a atual administração está 'destruindo' o Estado. 'Um governo que não garante educação, saúde e segurança de qualidade não pode seguir adiante. A administração Yeda nunca optou pelo diálogo e pela negociação. Nossa iniciativa demonstra a coragem dos servidores em buscar um Estado melhor para todos', disse.
'O maior desafio é salvar o patrimônio do Estado. O atual governo relegou o povo ao abandono', disse Érico Corrêa. Os outros dirigentes sindicais também enfatizaram que o encontro representava um momento único, de união entre as principais categorias dos servidores.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Brasil: um transatlântico à deriva?
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Waldemar Rossi - Correio da Cidadania | |
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Causa profunda tristeza e revolta receber as notícias sobre a crise econômica que afeta o sistema capitalista. E isso por vários motivos:
1) a mídia usa a maior parte do seu espaço para falar das empresas em crise;
2) ainda assim, esforça-se para passar goela abaixo do povão que os governos tudo fazem para amenizá-la, oferecendo às empresas privadas tufos de dinheiro (dinheiro público, que, aliás, nem é citado);
3) no entanto, revela que, apesar de tanta grana desviada dos orçamentos públicos, a crise não é debelada e mais e mais dinheiro precisa ser canalizado para o capital privado;
4) revela ainda que, apesar dos acordos, o desemprego continua crescendo em larga escala e que as empresas não dão bola aos acordos;
5) em vários países, o repasse desse dinheiro se faz sob a condição de que as empresas beneficiadas não gerem desemprego;
6) somos forçados a ouvir ou a ler as besteiras que os membros dos vários governos falam, tentando apaziguar os que vão entrando em desespero, num esforço hercúleo para que a revolta não se instale nos países, embora as manifestações populares de insatisfação já despontem nos horizontes.
Nesta semana, no Brasil, estamos sendo "contemplados" com informações que revelam o quanto a vida do povo vai se deteriorando: milhares de desempregados a cada dia; acordos inescrupulosos entre direções sindicais e empresariado permitindo a redução da jornada de trabalho com redução salarial – que se reflete de imediato no rebaixamento do padrão de vida do trabalhador; inadimplência com os cartões de crédito, revelando como o povo vem sendo ludibriado pela propaganda enganosa da vida fácil, em que tudo pode ser comprado com essa moeda de juros altíssimos; sistema de saúde pública num verdadeiro caos, com gente ficando horas e horas à espera de um atendimento médico, quando o consegue; escolas com o reinício das aulas postergado por falta de condições e até mesmo de professores, que não vêm sendo contratados pela rede pública; crescimento da população de rua por incapacidade de arcar com os custos dos aluguéis estratosféricos – enquanto milhares de residências e prédios nos centros urbanos permanecem desocupados, sem utilidade alguma. E assim por diante.
Por outro lado, assistimos às demagógicas propostas de saídas por parte do governo: liberação do FGTS para incentivar acordos trabalhistas; auxílios financeiros que visem "priorizar setores que resultem em grau maior e menor de criação de vagas" (palavras da Dilma Rousseff aos sindicalistas), sem informar quais são esses setores e que tipo de estímulo. Enquanto o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, informa que o governo isentará de quaisquer juros ou outros encargos os empréstimos aos empresários com "a condição de que mantenham os empregos". Até parece que o governo acredita nisso! E nesse enorme buraco são jogados bilhões de reais. Para compensar, fala-se em alguns milhões para ampliar a Bolsa Família. Fortunas para os empresários, migalhas para o povo faminto!
E para o povo, o que é assegurado? Além de esmolas para uma pequena parte, nada. "Nadica de nada". Ou melhor, promessas e mais promessas. Na verdade, como já temos escrito nesta coluna, o governo está de pés e mãos atados aos interesses do capital tanto nacional quanto internacional. Sua visão de Brasil se faz pelas janelas do capital e não pelas janelas dos interesses populares. Não há um plano para mudanças profundas na política econômica que vise buscar nossa independência econômica com inclusão social. Medidas apenas paliativas que se esgotam em curtíssimo prazo.
Diante da crise que se agrava a cada dia e que não tem prazo para ser superada, o Brasil está como um grande transatlântico, à deriva, sem rumo e sem timoneiro. E a cada dia que passa, seus tripulantes tentam aquietar os navegantes prometendo que logo, logo encontrarão o rumo da terra firme, não enxergando o iceberg que aponta no horizonte e que a todos amedronta.
Enquanto isso, ministros e direção do PT estão em busca dos rumos eleitorais, planejando as mais estapafúrdias composições eleitorais para o ano que vem, ano de "eleições gerais". Assim caminha este país, de eleições em eleições em busca do poder a qualquer preço, porque a conta sempre cai nas costas do povo trabalhador, enquanto que o empresariado faz generosos investimentos nas campanhas eleitorais de todos os partidos. Olha o iceberg!!!
Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.
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A PESTE TUCANA
do blog Cloaca News
Agora, assistimos aos primeiros casos de leishmaniose visceral no estado gaúcho. Trata-se de uma terrível moléstia provocada por um protozoário. Sua transmissão dá-se pela picadura de mosquitos flebotomíneos, como esse da foto. E, mais uma vez, a imprensa-michê do Rio Grande dá ao tema a visibilidade de uma ameba a olho nu, sem sequer ouvir as autoridades sanitárias estaduais (clique aqui para ler a extensa reportagem do tablóide Zero Hora a respeito).
Tratamento bem diferente teve (e está tendo) a palhaçada do "deficit zero", como corolário do "novo jeito de governar" da tresloucada governadora tucana. A essa altura, você já deve estar se perguntando: o que é que o apêndice caudal tem a ver com as calças? Estaremos, por acaso, diante de uma situação de causa e efeito?
Se considerarmos que até o Ministério Público de Contas já emitiu parecer desaprovando a gestão da tucana, a resposta é: sim, trata-se de uma relação de causa e efeito.
Do sitio www.esquerda.net
Bicentenário de Charles Darwin | | | |
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No dia em que se comemora o bicentenário do nascimento de Charles Darwin, o biólogo Élio Sucena lembra que "há no vastíssimo espólio epistolar e científico de Darwin, extraordinários trechos reveladores de um conhecimento e intuição invulgares da Natureza e suas leis, bem como das nossas sociedades e da nossa espécie". Texto de Élio Sucena, um dos oradores no ciclo de debates sobre ciência que a Cultra promove a partir desta quinta feira.
Muito se tem escrito e discutido sobre os limites e alcance, origem, desenvolvimentos e impactos, da teoria de evolução por selecção natural apresentada há 150 anos por Charles Darwin. Avaliar a importãncia de Darwin no pensamento ocidental não é tarefa fácil. Isto porque, porventura a ideia de evolução tal como a define Darwin, constituti a revolução/mudança de paradigma, mais transversal desde que a Terra deixara o centro do universo. Tal como a heresia heliocêntrica de Copérnico e Galileu, também a teoria evolutiva de Darwin, revê a ordem natural das coisas, o lugar da nossa espécie, o conceito de nós mesmos. Para ilustrar esse alcance da teoria darwiniana, essa transversalidade, essa redifinição, basta-nos pensar na forma como a sua substância enfrenta de uma só penada quase todos os dogmas e princípios-primeiros da Igreja. A nossa espécie não é essencialmente diferente das demais, e toda a vida está ligada não por uma vontade criadora divina, mas por um processo histórico com uma base biológica material. Vejamos brevemente de que consiste a teoria de Darwin, de evolução por selecção natural. A ideia de evolução não surge da pena de Darwin, desde a Grécia antiga a Lamarck que conceitos mais ou menos vagos de evolução tinham sido avançados. No entanto, Darwin é único porque consubstancia essa ideia de padrão, de árvore da vida, num processo criador: a selecção natural. Este processo implica que existam variações herdáveis entre indivíduos que estabeleçam diferenças na sua sobrevivência e taxa reprodutiva. Por outro lado, é importante realçar que estas diferenças dependem das condições ambientais e como tal não existem em absoluto formas melhores ou piores. Deste processo resulta que, para essas condições ambientais, os contributos para geração seguinte são diferentes de indivíduo para indivíduo e que com o tempo a população vai mudar a sua composição, com variantes menos adaptadas a perderem representatividade por oposição ao crescimento relativo da descendência de indivíduos melhor adaptados. Esta ideia é em grande parte construída por Darwin a partir da observação de espécies domesticadas. Dos cães ao milho, passando por todo o gado domesticado, os humanos alteraram drasticamente estas espécies, da morfologia ao comportamento. Este processo, de selecção artificial (por mão humana) é no fundo análogo ao processo que opera em condições naturais, em que o critério humano é substituído pelas condições ecológicas específicas em que vive cada organismo. Mas voltando à ideia de variação, gostava de desenvolver aqui um aspecto que é na minha opinião uma das suas ideias mais revolucionárias: o lugar desse conceito na teoria darwiniana. As diferenças entre indivíduos são uma condição necessária ao processo evolutivo. Rompendo com a tradição essencialista na qual as diferenças entre indivíduos são desvios indesejados ao ideal definidor da espécie, Darwin coloca a ideia de variação no centro da sua teoria como matéria-prima para a adaptação às flutuações ambientais e base geradora das “tão belas e incontáveis formas” que nos rodeiam. Esta forma de encarar a variação pode ser vista como eminentemente humanista. Até que ponto o humanismo de Darwin é determinante na elaboração da sua teoria, é difícil de estabelecer. No entanto, um recente livro publicado por dois dos mais reputados biógrafos de Darwin - “Darwin´s sacred cause de Adrian Desmond e James Moore – defende a tése de que as fortes convicções abolicionistas de Darwin terão sido determinantes para a sua teoria. A existência de uma só origem para a vida tem como consequência uma noção de irmandade entre as espécies, e em particular entre humanos, tornando a escravidão (também) um absurdo biológico. Uma passagem da “Viagem do Beagle” talvez levante um pouco o véu: “se a miséria dos nossos pobres não é devida a leis naturais mas sim às nossas instituições, quão grande é o nosso pecado!”. |
coisas do vaticano...
Vaticanadas
Ou vaticanices. Não suporto ver os senhores cardeais e os senhores bispos trajados com um luxo que escandalizaria o pobre Jesus de Nazaré, mal tapado com a sua túnica de péssimo pano, por muito inconsútil que tivesse sido e certamente não era, sem recordar o delirante desfile de moda eclesiástica que Fellini, genialmente, meteu em Oito e Meio para seu e nosso gozo. Estes senhores supõem-se investidos de um poder que só a nossa paciência tem feito durar. Dizem-se representantes de Deus na terra (nunca o viram e não têm a menor prova da sua existência) e passeiam-se pelo mundo suando hipocrisia por todos os poros. Talvez não mintam sempre, mas cada palavra que dizem ou escrevem tem por trás outra palavra que a nega ou limita, que a disfarça ou perverte. A tudo isto muitos de nós nos havíamos mais ou menos habituado antes de passarmos à indiferença, quando não ao desprezo. Diz-se que a assistência aos actos religiosos vem diminuindo rapidamente, mas eu permito-me sugerir que também serão em menor número até aquelas pessoas que, embora não sendo crentes, entravam numa igreja para disfrutar da beleza arquitectónica, das pinturas e esculturas, enfim de um cenário que a falsidade da doutrina que o sustenta afinal não merece.
Os senhores cardeais e os senhores bispos, incluindo obviamente o papa que os governa, não andam nada tranquilos. Apesar de viverem como parasitas da sociedade civil, as contas não lhes saem. Perante o lento mas implacável afundamento desse Titanic que foi a igreja católica, o papa e os seus acólitos, saudosos do tempo em que imperavam, em criminosa cumplicidade, o trono e o altar, recorrem agora a todos os meios, incluindo o da chantagem moral, para imiscuir-se na governação dos países, em particular aqueles que, por razões históricas e sociais ainda não ousaram cortar as sujeições que persistem em atá-los à instituição vaticana. Entristece-me esse temor (religioso?) que parece paralisar o governo espanhol sempre que tem de enfrentar-se não só a enviados papais, mas também aos seus “papas” domésticos. E digo ainda mais: como pessoa, como intelectual, como cidadão, ofende-me a displicência com que o papa e a sua gente tratam o governo de Rodriguez Zapatero, esse que o povo espanhol elegeu com inteira consciência. Pelos vistos, parece que alguém terá de atirar um sapato a um desses cardeais.