O Vietnã desmente acusações dos EUA sobre tráfico humano |
Beatriz Quintana Valle no Prensalatina | |||
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Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
O Vietnã desmente acusações dos EUA sobre tráfico humano |
Beatriz Quintana Valle no Prensalatina | |||
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A arte negra da "administração de notícias" | ||||
John Pilger
"Os mestres do ilusionismo, que concebem a propaganda negra e arranjam falsos pretextos para a chicana política e para guerras e atrocidades, tais como o Iraque e o assalto israelense à flotilha da paz de Gaza
"A CIA", disse ele, "carregou um junco, um junco norte-vietnamita, com armas comunistas – a Agência mantém arsenais comunistas nos Estados Unidos e por todo o mundo. Eles rebocaram este junco ao longo da costa do Vietnã central. Então dispararam sobre ele e fizeram aparentar que tinha havido um incêndio, e levaram isto à imprensa americana. Com base nesta evidência, duas equipes de Marines aterraram em Danang e uma semana depois disso a força aérea americana começou o bombardeio regular do Vietnã do Norte". Uma invasão que ia custar três milhões de vida estava a iniciar.
Os israelenses têm jogado este jogo assassino desde 1948. O massacre de ativistas da paz em águas internacionais a 31 de Maio foi uma "pirueta" para o público israelense durante a semana passada, preparando-o para ainda mais assassínios por parte do seu governo, com a flotilha desarmada de trabalhadores humanitários a serem descritos como terroristas ou enganados por terroristas. A BBC ficou tão intimidada que relatou a atrocidade basicamente como um "potencial desastre de relações públicas para Israel", a perspectiva dos assassinos, e uma desgraça para o jornalismo.
Um ilusionismo semelhante preocupa atualmente os governos asiáticos. Em 20 de Maio a Coréia do Sul anunciou que tinha "prova esmagadora" de que um dos seus navios de guerra, o Cheonan, fora afundado em Março por um torpedo disparado por um submarino norte-coreano com a perda de 46 marinheiros. Os Estados Unidos mantêm 28 mil soldados na Coréia do Sul, onde o sentimento popular há muito apóia uma distensão com Pyongyang.
A 26 de Maio, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, foi a Seul e afirmou que a "comunidade internacional deve responder" ao "ultraje da Coréia do Norte". Ela viajou a seguir ao Japão, onde a nova "ameaça" da Coréia Norte convenientemente eclipsou a breve política externa independente do primeiro-ministro japonês Yukio Hatoyama, eleito no ano passado com a popular oposição à ocupação militar permanente do Japão pelos Estados Unidos. A "prova esmagadora" é uma hélice de torpedo que "tem estado a corroer-se durante pelo menos vários meses", informou o Korea Times. Em Abril, o diretor da inteligência nacional da Coréia do Sul, Won See-hoon, disse a um comitê parlamentar que não havia prova ligando o afundamento do Cheonan à Coréia do Norte. O ministro da Defesa concordou. O chefe de operações militares da marinha da Coréia do Sul disse: "Nenhum vaso de guerra norte coreano foi detectado nas águas em que o acidente se verificou". A referência a "acidente" sugere que o navio abalroou um recife e partiu-se em dois.
Para os media americanos, a culpa da Coréia da Norte é indubitável, assim como não havia dúvida da culpa do Vietnã do Norte, nem de que Saddam Hussein dispunha de armas de destruição em massa, nem de que Israel pode aterrorizar com impunidade. Contudo, ao contrário do Vietnã e do Iraque, a Coréia do Norte tem armas nucleares, as quais ajudam a explicar porque não foi atacada, ainda não: uma lição saudável para outros países, tais como o Irão, atualmente no centro das atenções.
Na Grã-Bretanha, temos os nossos próprios ilusionistas mestres. Imagine alguém no estado apanhado a beneficiar-se de £40 mil [€45,4 mil] de dinheiro dos contribuintes numa fraude com uma segunda casa. Seguir-se-ia quase certamente uma sentença de prisão. David Laws, secretário chefe do Tesouro, fez o mesmo e é assim descrito:
"Sempre admirei a sua inteligência, seu sentido do dever público e sua integridade pessoal" (Nick Clegg, vice-primeiro-ministro). "O Sr. é um homem bom e honrado. Estou certo de que foi sempre motivado pelo desejo de proteger a sua privacidade ao invés de qualquer outra coisa". (David Cameron, primeiro-ministro). Laws é "um homem de nobreza bastante excepcional" (Julian Grover, Guardian ). Uma "mente brilhante" (BBC).
O Clube Oxbridge e seus membros associados à política e aos media tentaram ligar o "erro de julgamento" e a "ingenuidade" de Laws ao seu "direito à privacidade" como gay, uma irrelevância. A "mente brilhante" é um rico banqueiro de investimento cultivado em Cambridge e corretor de ouro dedicado à nobre tarefa de cortar os serviços públicos da maior parte das pessoas pobres e honestas.
Agora imagine outro responsável público, um dos grandes criminosos e mentirosos de guerra. Este responsável "articulou" a invasão ilegal de um país indefeso que resultou na morte de pelo menos um milhão de pessoas e o despojamento de muitos mais: com efeito, o esmagamento de uma sociedade humana. Se isto fosse nos Bálcãs na África, ele muito provavelmente teria sido processado pelo Tribunal Penal Internacional.
Mas o crime compensa para os membros do clube. Em sintonia com o caso Laws, esta verdade foi demonstrada pela contínua celebração de Alastair Campbell, cujas freqüentes aparições na mídia proporcionam uma emoção indireta para a inteligência liberal. Para o Guardian, Campbell é "obstinado, por vezes mal direcionado, mas sem medo de pressionar onde outros podiam ter hesitado". O interesse imediato do Guardian é a publicação "exclusiva" dos diários "politicamente explosivos" e "não censurados" de Campbell. Aqui está uma amostra: "Sábado 14 de Maio. Telefonei a Peter [Mandelson] e perguntei por que ele não respondeu aos meus telefonemas de ontem. 'Você sabe por que'. "Não, não sei'. Ele disse que estava em brasa com a minha entrevista ao Newsnight".
Numa entrevista promocional ao Guardian, Campbell dispensou deste incesto datado, referindo-se assim ao banho de sangue de que foi o principal apologista: "Fez-nos o Iraque perder apoio em 2005?", perguntou retoricamente. "Sem dúvida..." Portanto, uma tragédia criminosa de escala igual à do genocídio de Rwanda foi minimizada como uma "perda" para o New Labour: um ilusionista mestre de notável brutalidade.
O original encontra-se em http://www.johnpilger.com/page.asp?partid=578
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
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Mídia ignora candidatos que questionam ‘status quo’ |
Waldemar Rossi * Correio da Cidadania | |
Por mais que escrevam e falem em democracia, em direito de livre
opinião, em liberdade de imprensa, os órgãos da comunicação "social" -
escrita, televisada e falada - não conseguem esconder suas preferências
eleitorais. Conseguem, com muita maestria, iludir a maioria do povo
brasileiro levando-a a crer que só temos duas escolhas: Dilma ou Serra,
Serra ou Dilma. Estamos sendo assaltados pelos bandos que comandam a
mídia a serviço unicamente dos interesses do capital, com a farsa das
eleições "democráticas". O mais grave é que contam, para isto, com a
ação militante ou mercenária de milhares de cidadãos que se dispõem a
ser "cabos eleitorais" dos grandes partidos ou, especialmente, dos
candidatos impostos. Para milhares deles, as campanhas eleitorais são
uma oportunidade de sair do sufoco financeiro causado pelo desemprego ou
pelo trabalho temporário. Aliás, bem sabem eles que essa será também
uma ocupação remunerada temporária apenas.
São raras as pessoas que se dão conta de que essas duas candidaturas vêm
sendo enfiadas goelas abaixo há tempos, a ponto de raríssimas saberem
que há outros postulantes ao cargo de Presidente da República (sem falar
dos governos estaduais). Para disfarçar, de vez em quando dão algum
espaço para uma reserva de campanha, no caso atual da simpática Marina,
porque, se ao acaso uma das candidaturas estratégicas não emplacar, tem
que haver uma substituição de última hora, como no caso do tão apreciado
futebol. Para o capital, o jogo eleitoral não pode ter hegemonia de uma
única corrente. É preciso que haja "disputa acirrada" para que os
candidatos e seus partidos busquem mais favores financeiros já
reservados em seus cofres, para, com isto, os terem sob seu controle
total.
Embora tenhamos vários outros candidatos à Presidência não há espaços na
mídia para eles. As tais liberdade de imprensa e igualdade de direitos,
nesse caso, são jogados na lata do lixo. Inventaram normas eleitorais
que, embora nossa Constituição garanta isonomia para os direitos de
todos os cidadãos, procuram explicar as "razões" para essa criminosa
discriminação. É comum lermos ou ouvirmos as informações de que tais
candidatos têm poucos eleitores, quase não têm representação
parlamentar, são mais fracos e, portanto, não podem ter os mesmos
direitos. E o povo, educado na lógica do sistema, acaba acreditando que
isso é justo. O político grego Sólon (640-560 a.C) ensinava: ‘As leis
são como teia de aranha: quando algo leve cai nelas, fica retido, ao
passo que se for algo maior consegue rompê-la e escapar’.
Mal sabem os leitores que tal discriminação visa realmente impedir que
candidaturas alternativas às escolhidas tenham alguma chance de se
tornarem conhecidas e defendidas, assim como de fazer chegar ao
conhecimento popular as denúncias das enormes injustiças que pesam sobre
a vida de, pelo menos, 2/3 da população, e de propor políticas públicas
voltadas para atender às reais necessidades dos brasileiros. Como pode a
mídia, toda ela nas mãos do grande capital, dar espaço a candidatos que
ousem combater os privilégios do agronegócio, que propõem a erradicação
das sementes trangênicas, a revogação da doação das terras públicas aos
latifundiários grileiros, o fim do desmatamento criminoso, o fim da
produção dos agrotóxicos, que estabelecem que os movimentos sociais
tenham o direito ao mesmo espaço nos meios de comunicação social quando
atacados pelas grandes empresas e pela própria mídia? Para os poderosos
isto é inconcebível, pois, segundo sua doutrina, "todos são iguais
perante a lei, mas alguns são mais iguais que os outros".
A farsa eleitoral visa garantir a gangorra do processo que ora coloca o
candidato "A" com mais peso popular, ora coloca a candidata "B" como a
preferida pelos eleitores. Essa farsa conta com os auto denominados
Institutos de Pesquisa da Opinião Pública para concretizar a chantagem,
promovendo o vai e vem na alta e na baixa das intenções de votos. E,
assim como na palhaçada dos "BBB"s, nossos leitores ou telespectadores
vão torcendo ora por uma ora por outra candidatura, não tomando
conhecimento das demais alternativas, pois é e tem sido assim que o
capital vai conseguindo domesticar nosso povo e lhe dizer o que ele deve
querer e não o que precisa ter.
*Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral
Operária da Arquidiocese de São Paulo.
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