As entidades pedem que essa notícia seja divulgada por todo o mundo, pois os camponeses não podem recorrer à TV por causa de uma proibição do Ministério do Interior. Dessa maneira, a única esperança para frear o projeto é obter ajuda da justiça internacional. "Não à mina aberta Pascua Lama na cordilheira andina sobre a fronteira entre Chile e Argentina. Pedimos ao governo chileno que não autorize o projeto Pascua Lama para proteger a totalidade de dois glaciais, a pureza da água dos vales de São Félix e El Tránsito, a qualidade da terra cultivável na região de Atacama e a qualidade de vida da gente afetada da região", destacam.
Na semana passada, dirigentes de organizações do Vale de Huasco se apresentaram diante da comissão de Recursos Naturais e Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, denunciando a longa lista de irregularidades cometidas pelo governo e pela empresa no processo de avaliação ambiental e a entrega da Resolução de Qualificação Ambiental ao projeto de Barrick Gold. Eles mencionaram o perigo que constitui para um vale agrícola a existência de empresas mineiras irresponsáveis trabalhando na fronteira transportando bens e pessoas entre Argentina e Chile sem nenhum tipo de controle, provocando perdas para os agricultores.
Segundo o documento apresentado, a delegação denuncia que "não se consideraram informe e estudos da mesma DGA, nem as declarações da empresa onde se constatam os danos que têm provocado os trabalhos de exploração do projeto mineiro Pascua lama nos glaciais do setor". Eles exigem que se forme uma Comissão investigadora da Câmara sobre estas e outras irregularidades. Solicitam a paralisação das resoluções até que haja um pronunciamento da Câmara dando conta das investigações realizadas diante da comunidade.
Além disso, querem "impulsionar uma legislação que proíba a mineração química a céu aberto, especialmente em zonas de glaciais de diferente tipo, zonas de acumulação de neve, lagoas, nascente de rios e cabeceira de bacias, por ameaçar a quantidade e qualidade das águas em tempos de crise hídrica a nível mundial". As organizações reclamam a revisão e a anulação do Tratado Mineiro entre Chile e Argentina pelas contradições que esse possui em relação à soberania, ao meio ambiente e à vida das comunidades ameaçadas pelos projetos binacionais.
Fonte:Adital
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