Le Pays – Uagadugu
O lançamento do Relatório Mundial sobre o Desenvolvimento Humano
2009, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), aconteceu no último dia 11 de novembro. Abordando a questão das
migrações sob o título “Rompendo barreiras: Mobilidade e
desenvolvimento humanos”, o documento classifica os países de acordo
com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Ainda que o Burquina
Fasso continue nas profundezas da lista, melhoras consideráveis têm
acontecido ano a ano.
O Burquina Fasso está classificado em 177º, entre 182 países, com um
índice de desenvolvimento humano de 0,389. Em 2008, o país dos homens
íntegros, como é conhecido, foi classificado em 176° entre 182 países,
com um IDH de 0,367. Constata-se que o índice apresenta uma curva
ascendente, apesar do recuo do país na classificação. Conforme comentou
o coordenador do sistema das Nações Unidas, “este avanço resulta dos
esforços empreendidos pelo governo no setor de saúde, e pelas melhorias
na renda da população. Os resultados do ranking 2009 sugerem ao
Burquina Fasso um esforço mais sustentado na alfabetização, na educação
formal, na saúde, assim como pelo aumento da renda das camadas mais
vulneráveis da população. A classificação do Burquina, disse o
coordenador do programa da ONU, não melhorou porque outros países
também fizeram esforços. Conclui-se das declarações, que o país parte
com um importante atraso desde a instauração desta classificação em
1990.
Os critérios principais do IDH são renda, saúde (expectativa de
vida), educação (média ponderada da taxa de escolarização global nos
ensinos primário, secundário e superior e da taxa de alfabetização dos
adultos com mais de 15 anos). O critério educação seria o principal
responsável pela estagnação do país na parte de baixo do ranking. A
taxa de alfabetização continua entre as mais baixas do mundo, com 28%,
enquanto que a taxa de escolarização é de 32%. O PNUD revela,
entretanto, que a taxa de escolarização avançou 20% em dez anos. O
nível de escolarização no ensino secundário é igualmente sofrível, com
apenas 15,6% em 2005.
A classificação foi feita com base nos dados de 2007 para o conjunto
dos 182 países. O coordenador do programa da ONU encorajou o governo de
Burquina a consolidar seus esforços com o apoio de parceiros técnicos e
financeiros a fim de que estes desafios sejam levados em conta na
formulação da Estratégia de Crescimento Acelerado e de Desenvolvimento
Sustentável (SCADD, na sigla em francês).
Sob o tema “Rompendo barreiras: Mobilidade e desenvolvimento
humanos”, o relatório analisa o fenômeno das migrações e seus impactos
sobre o desenvolvimento, fazendo ainda recomendações com base no fato
de que a mobilidade é um princípio de liberdade humana. A Europa e os
Estados Unidos são considerados regiões de destino, mas o estudo revela
ainda que as migrações intra-continentais também são importantes. Os
africanos, por exemplo, se movem muito mais dentro do próprio país e do
próprio continente do que imigram para a Europa. As razões são
essencialmente de ordem econômica, na busca de melhor qualidade de
vida. Os pobres são os que se deslocam com mais frequência. No caso do
Burquina Fasso, 94% dos emigrados estão no próprio continente.
O relatório evoca ainda os fluxos financeiros em direção aos países
de origem, que contribuem para o equilíbrio macroeconômico. Como
exemplo, os imigrantes do Burquina enviam 50 milhões de dólares
anualmente, enquanto os senegaleses mandam 400 milhões.
Abdoulaye Tao
Tradução: Carlos Gorito
Para acessar o texto original, clique aqui.
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