Jorge Seadi no Sul21
Milhares de pessoas participaram, nesta manhã de sexta-feira (18), em
Manama, capital do Bahrein, do funeral dos três mortos nas
manifestações contra a dinastia sunita que governa o país que atacou os
manifestantes na Praça da Pérola com tanques e blindados de combate,
deixando 231 feridos e prendendo centenas de outros.
Apesar do governo ter proibido, a partir de ontem (17), qualquer
manifestação nas ruas do Emirado, a polícia e o exército ficaram
distantes das demonstrações de dor durante o cortejo com os três corpos
pelas ruas da capital. Milhares de pessoas levaram os caixões em uma
onda de reclamações contra o governo e, pela primeira vez, contra o rei
Hamad. O povo pede a saída da dinastia sunita comandada pelo rei Hamad
há 40 anos.
Ahmed Makki Abu Taki, irmão de Mahmud, um dos mortos que está sendo
enterrado hoje, disse que “havíamos apenas pedido a saída do governo,
mas agora queremos que o rei também saia”. Os corpos dos três mortos
estão sendo levados para o cemitério de Sitra, uma pequena cidade ao
lado da capital do país. Após o sepultamento todos vão para uma
mesquita, orar no dia sagrado para o islamismo (sexta-feira é o domingo
dos árabes).
Além dos protestos nas ruas, a família real começa a enfrentar a
oposição de destacados membros da comunidade sunita, que mantém o
governo, e que parecem concordar com os pedidos da população. A pressão
contra o regime aumentou nas últimas horas quando o maior líder
religioso dos xiitas, Issa Qassem, qualificou a morte dos três
manifestantes como “massacre”. Em um sermão para milhares de pessoas na
mesquita xiita da cidade de Diraz, no noroeste do país, o clérigo
advertiu que o “governo fechou todas as portas para o diálogo”.
E o governo não dá mostras de que deseja o diálogo. O ministro de
Relações Exteriores, Jalid al Jalifa, disse que a ação do Exército foi
necessária porque “as manifestações estavam polarizando o país e
colocando o Bahrein à beira da guerra sectaria”. Enquanto isto, líderes
do movimento contra o governo se articulam para tomar a praça da Pérola
como uma grande demonstração de força dos movimentos de oposição na
manhã deste sábado. Observadores afirmam que a tomada da praça poderá
provocar muita violência.
com informações do El Mundo, Espanha
Nenhum comentário:
Postar um comentário