Diário Liberdade
- [Laerte Braga]
Se numa laranjeira você enxergar apenas a laranja e não perceber a árvore, corre o risco de um dia vir a não ter mais a laranja. Não há todo sem parte, mas há parte sem todo.
O
governo Lula viveu seus oito anos como um barco navegando na superfície
do mar, mas consciente que havia um outro oceano, esse subterrâneo.
Sombrio, sem luz e desejo de despejar seus tsunamis devastadores sobre
países como o Brasil.
É
claro e evidente que isso implicou em mudanças de curso, em concessões,
em guinadas arriscadas no leme, mas não impediu que, ao final, um
resultado positivo pudesse ser alcançado.
O
ex-presidente terminou seus oito anos legando um Brasil vivo e presente
no cenário internacional, abriu as perspectivas para transformações
estruturais significativas e necessárias, que devem ser feitas agora,
numa conjuntura que, objetivamente é favorável.
Tentar
entender todo o processo de globalização, o neoliberalismo, a nova
ordem econômica apenas pelo lado do econômico é aceitar que o oceano
aparentemente tranquilo – mas convulsionado – pelo conglomerado
terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A, é a única realidade.
É
preciso perceber que há uma terceira guerra mundial. Que a África é um
continente devastado por lutas fratricidas incensadas pelos donos dessa
ordem todos sabemos. Que a Ásia está sendo engolida pela China e o
conglomerado tenta sobreviver desesperadamente em um e outro país é
outra realidade visível a olho nu. Que a Europa Ocidental é uma colônia
transformada em bases militares da OTAN é inegável. Que a Rússia e as
repúblicas do Leste Europeu são uma grande incógnita disputada a ferro e
fogo é outra parte do todo.
O
Oriente Médio convulsionado e os povos muçulmanos sendo deliberadamente
perseguidos e implacavelmente assassinados (caso dos palestinos
principalmente).
Onde entra a laranja América Latina nessa história toda? O Brasil é a maior delas. A mais importante.
As
condições objetivas criadas por Lula, malgradas as concessões,
sinalizam na necessidade de um grande salto que implica num resgate de
nossa história em sua totalidade (o baú da ditadura por exemplo) e em
transformações capazes de ampliar e fazer virar realidade a participação
popular.
Ao
deixarmos que às margens de um oceano subterrâneo, em cumplicidade com
setores das elites, com as elites militares, com o latifúndio, sejam
plantadas laranjeiras israelenses, estamos nos permitindo ser a Israel
de amanhã, o terror transformado em Estado no que alguns chamam de
subimperialismo brasileiro, submetido ao imperialismo
norte-americano/israelense (entender porque “imperialismo
norte-americano/israelense” é simples. As grandes forças políticas dos
EUA não têm forças e não sabem como enfrentar o poder sionista).
As
empresas citadas nos artigos anteriores e no relatório dirigido pelo
STOP THE WALL COMPAIGN ao governo brasileiro mostram que o papel de todo
esse oceano subterrâneo, transformam o Brasil em cúmplice de
sistemáticas violações do direito internacional. Os artigos 48, 51 e 52
do Protocolo Adicional das Convenções de Genebra exigem que combatentes
façam distinção entre alvos civis e militares e não ataque a população
civil. Esses ataques são sistemáticos, deliberados.
Dos
1.417 palestinos mortos na recente guerra de Gaza 926 eram civis e
entre crianças. A análise por especialistas em conduta militar em todo o
mundo mostra que Israel teve a intenção de promover essas mortes. Houve
intenção de causar danos aos civis palestinos e uso excessivo de força,
por conta políticas expansionistas, que roubam terras e riquezas
palestinas (sionistas milenarmente nunca fizeram outra coisa que não
isso, são anteriores ao sionismo, inventaram os bancos).
Na guerra do Líbano, em 2006, foram utilizados foguetes teleguiados para atacar ambulâncias e vários comboios civis.
As
armas, nesse momento e há algum tempo, são fabricadas aqui com a
cumplicidade dos militares brasileiros, de boa parte da elite
empresarial.
O
serviço secreto de Israel, a MOSSAD, assassina e sequestra inimigos em
qualquer parte do mundo, como fizeram agora em Abu Dab contra um
integrante do Hamas. Que governa Gaza eleito – é um partido político –
pelo voto popular.
Há uma conclusão de Al Hag sobre o assunto que, literalmente, afirma o seguinte.
“Como uma potência ocupante, Israel é ainda legalmente obrigada a respeitar o Direito
Internacional Humanitário (DIH), que proíbe a matança deliberada de pessoas
protegidas. Homicídios intencionais são considerados uma violação grave da Quarta
Convenção de Genebra nos termos do artigo 147. Além disso, a política israelense de
assassinatos extrajudiciais falha, por alvejar civis, em respeitar o princípio fundamental
da distinção entre combatentes e civis. Além disso, Israel não respeita regularmente o
princípio da proporcionalidade, empregando meios letais excessivos levando à morte ou
lesão
corporal dos transeuntes. Finalmente, assassinatos seletivos que são
realizados em situações em que não há combate, não podem ser
justificados por necessidades militares"
Todas
as empresas israelenses que compraram ou se associaram a empresas
brasileiras no setor bélico são partes da construção do Muro do ódio que
sionistas buscam ampliar para separá-los (como povo ungido, Edir Macedo
também acha isso do povo dele, tanto que já instalou templos em Israel,
associação perfeita), como partes das ocupações ilegais de terras
palestinas.
E aí formam o todo do terror de Estado, o conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.
O
que o relatório pede ao governo brasileiro e o rompimento do acordo
militar com Israel e o resgate da dignidade de nosso País em relação ao
direito internacional, aos direitos humanos, o fim desse mar subterrâneo
por transitam os zumbis da ditadura militar.
O
muro desse novo Apartheid viola de forma brutal os direitos
internacionais e humanos na Cisjordânia. As leis internacionais proíbem a
anexação de território pela força, a destruição e o confisco de
propriedade privada (adoram isso) e transferência forçada de população.
As leis internacionais asseguram o direito de circular livremente, o direito ao trabalho, a educação e a saúde.
Em
2004 o parecer consultivo do Tribunal Internacional de Justiça
confirmou a ilegalidade do muro e conclamou os países ditos democráticos
a tomarem atitudes diante dessa realidade boçal. Estão errando o alvo, o
povo líbio está sendo punido.
O
que se pede ao Brasil é que seja rompido esse negócio lucrativo de
terror, de ódio, de saque, de roubo, de barbárie, no qual estamos
atolados por ignorar o mar subterrâneo e permitir que por ali naveguem a
estupidez de militares que não têm nada a ver com o Brasil, de elites
podres e políticos que silenciam diante de crimes contra a humanidade,
permitindo assim, que essas empresas “continuem a lucrar com os crimes
de guerra israelenses enquanto que põe em duvida o compromisso do Brasil
com os direitos humanos. É inaceitável que o governo brasileiro
entregue dinheiro de seu contribuinte para essas empresas e ao final,
uma decisão deverá ser tomada entre negociar com Israel ou se colocar ao
lado do povo palestino”.
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Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Brasil – Israel – As Forças Armadas
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