segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

No início da segunda etapa da crise global

A corte de admiradores do capitalismo global, que ao longo dos últimos anos nos encheu com suas reiterações sobre a solidez do sistema, hoje está em pleno recuo tático; seus integrantes já não negam a crise, mas tentam diminuir seu caráter dramático e reduzir suas raízes e extensão. A análise é do economista argentino, Jorge Benstein.

A recessão já se instalou no centro do Império; agora, o debate gira em torno da sua profundidade, duração e alcance mundial. A corte de admiradores de direita ou progressistas do capitalismo global, que ao longo dos últimos anos nos encheu com suas reiterações sobre a solidez do sistema, hoje está em pleno recuo tático; seus integrantes já não negam a crise, mas tentam diminuir seu caráter dramático e reduzir suas raízes e extensão. Alguns deles ensaiam explicações anedóticas, outros dizem tratar-se de uma "crise cíclica" —que é o mesmo que dizer passageira— e a maior parte deles refugia-se na explicação simplista que reduz o fenômeno a uma grande perturbação financeira combinada com um surto pessimista dos consumidores norte-americanos, provocado pelos devedores inadimplentes dos Estados Unidos (aqueles que não pagam seus créditos imobiliários) e por aqueles que deram a eles empréstimos generosos demais.

Segundo esse pessoal, os problemas serão superados em breve, graças às intervenções da Reserva Federal, da Casa Branca e das autoridades políticas e monetárias das outras grandes potências. O mítico estandarte do poder invencível dos amos do sistema ainda flameja nas alturas, mesmo que esteja ficando esfiapado rapidamente, no ritmo das trovoadas globais.

Crédito, consumo e dívidas
Uma vez que a crise está circunscrita ao estouro da "bolha imobiliária" norte-americana e aos seus impactos colaterais nos Estados Unidos e no resto do mundo, a "solução" parece clara: estimular os consumidores e investidores, aumentar o gasto público e injetar liqüidez no mercado.

É isso que estão fazendo agora o governo Bush e a Reserva Federal: o presidente acabou de promover uma redução de impostos e um gasto público recorde para 2009 — que chega a mais de 3 trilhões de dólares — e que, portanto, vai gerar um déficit fiscal gigantesco; ou seja, que a dívida pública logo vai superar os 10 trilhões de dólares. É claro que Bush faz tudo isso sempre a partir da direita: as reduções fiscais beneficiam basicamente os ricos e a classe média alta, o aumento do gasto público vai privilegiar as Forças Armadas, que terão o maior orçamento de toda a história dos EUA: o gasto militar total dos Estados Unidos chegou, em 2008, a quase 1,2 trilhões de dólares (se somamos as verbas do Departamento de Defesa e as dos outros setores do Estado), segundo o projeto de orçamento enviado ao Parlamento por Bush, em 2009 essa cifra será muito mais alta. Por sua vez, a Reserva Federal reduz ainda mais a taxa de juros.

O que eles estão fazendo agora é uma espécie de repetição, em condições infinitamente mais graves, do que já fizeram em 2001. Eles não têm nenhum roteiro diferente. Só que naquela época a dívida pública norte-americana chegava a 5,7 trilhões de dólares e agora está muito próxima de 9,2 trilhões e se somarmos a isso o resto do endividamento dos setores públicos e privados chegaremos aos 50 trilhões de dólares (equivalente ao Produto Bruto Mundial). E ainda é preciso acrescentar a acumulação de déficit fiscais e comerciais e um volume de gastos militares totais que em 2009 poderia chegar a representar 10% do PIB norte-americano.

Em 2001 a situação era difícil, mas havia margens econômicas e políticas que permitiram que o Poder (mediante auto-atentado terrorista) saísse da recessão acelerando as tendências dominantes do sistema: hipertrofia especulativa, concentração de renda, consumismo (com forte queda da poupança pessoal), crescimento das dívidas públicas e privadas e keynesianismo militar. Todos esses aspectos foram ficando exarcebados ao extremo nos últimos sete anos, as aventuras coloniais na área euro-asiática terminaram num impasse (o aparato militar aparece agora como uma pesada máquina, tão sofisticada e cara quanto incompetente) enquanto o Estado e a população estão afogados em dívidas.

A recessão norte-americana é mais uma crise de dívida do que uma depressão causada pela retração do consumo; a primeira é o fundamento da segunda. A super dívida estatal chegou a um ponto tal que sua expansão entrou no círculo vicioso que entrelaça de modo perverso as emissões de título públicos e os dólares cada vez mais desvalorizados, a alternativa estaria em que o Estado reduzisse seus gastos e/ou aumentasse a arrecadação fiscal, o que poderia afundar a economia em uma recessão ainda mais profunda.

Por sua vez, a população de média e baixa renda tem sofrido as conseqüências do congelamento (e para um importante setor, até a queda) dos seus salários reais, a renda familiar média é, atualmente, menor que no ano 2000. Quando a "bolha imobiliária" começou a se formar, com uma avalanche de créditos baratos, ao mesmo tempo se estava restringindo a solvência a médio prazo de uma grande massa de devedores e a serpente neoliberal acabou mordendo o próprio rabo: em meados de 2006 o mercado imobiliário estava saturado, os preços de imóveis começaram a cair e, em 2007, explodiu a inadimplência. O que veio a seguir é bem conhecido.

Nos anos em que estava no auge, o tema do iminente esgotamento do crescimento da economia norte-americana, sobrecarregada por dívidas, foi abertamente ignorado ou negado por jornalistas, especialistas, grandes empresários e dirigentes políticos dessa superpotência. Os negócios iam bem e quem teria ousado, nesse período, dizer que os grandes lucros da época seriam a base de um próximo desastre? Os poucos que ousaram foram marginalizados e ridicularizados, apontados como catastrofistas, pessoas amargas ou amantes dos terremotos.

Mas se a direita pretende fazer mais da mesma coisa, os progressistas imperais não vão muito mais longe. Joseph Stiglitz, uma das vozes desse setor, acabou de propor uma variação “popular” do remédio, também orientada para a reabilitação do consumo aumentando o gasto público e, consequentemente, o déficit fiscal e a dívida. Segundo essa proposta, os beneficiários não seriam os militares e os ricos, mas os desempregados, os programas de desenvolvimento de infra-estrutura, do setor educacional, da saúde, de economia de energia e de redução da contaminação ambiental. A aspirina progressista (incompatível com o atual sistema de poder dos EUA) e a repetição conservadora não passam de pequenos band-aids impotentes diante de uma realidade desbordante.

Recessão e inflação
Agora que a recessão chegou ao centro da economia mundial, suas autoridades entram em pânico, percebem que suas ações são ineficazes ou, inclusive, contraproducentes. As medidas anti-recessão, como os cortes fiscais que estão em curso, as drásticas quedas nas taxas de juro ou o aumento do gasto público, certamente trarão mais déficit e dívidas e, caso cheguem a ter algum sucesso, mesmo que seja medíocre, trarão um aumento da inflação. Em ambos os casos, darão impulso à desvalorização internacional do dólar. A recessão e a inflação chegam juntas porque a crise financeira converge com a crise energética que faz subir o preço do petróleo, puxando para cima um amplo leque de matérias-primas. Os custos de produção aumentam não só quando a economia mundial cresce, fazendo aumentar a demanda por esses produtos, mas também quando ela fica parada, ou mesmo quando sofre quedas. Isso ocorre porque a extração de petróleo no mundo está chegando ao seu nível máximo e, logo atrás dela, as de outros recursos energéticos não renováveis, como o carvão e o urânio, que seguirão o mesmo caminho a mais longo prazo, mas bem antes de meados do século XXI. E, como já sabemos, a substituição do petróleo pelos biocombustíveis leva a um rápido encarecimento generalizado da produção agrícola, especialmente de alimentos.

Em síntese, as autoridades norte-americanas sabem que se tentarem reverter a recessão reanimando o mercado estarão dando fôlego à inflação e à queda do dólar, o que, cedo ou tarde, trará mais recessão; mas também sabem que se tentarem conter a inflação esfriando a economia, a recessão vai se aprofundar: um beco sem saída.

Alguns especialistas, por enquanto discretos, começam a alimentar ilusões com a possibilidade de uma paralisação prolongada mas ordenada, sem explosões sociais nem crises institucionais graves. O modelo para isto seria o Japão dos anos 1990, mas eles esquecem que se tratava de uma potência de segunda ordem que contou, nesse momento, com duas tábuas de salvação externas que ajudaram a suavizar a aterrissagem: em primeiro lugar, as "bolhas" de prosperidade do leste da Ásia, que deram fôlego ao Japão até a crise de 1997, e, principalmente, os Estados Unidos, seu principal cliente comercial, cujo mercado absorveu exportações e investimentos japoneses. Mas os Estados Unidos é um país grande demais, não existe uma tábua de salvação externa à sua medida. O resto do mundo vinha amortecendo seus desajustes fiscais e comerciais, acumulando montanhas de papeis dolarizados que a cada dia valem menos, mas essa capacidade está quase esgotada.

A ilusão do descolamento
Na última reunião de Davos houve muita discussão em torno do possível "descolamento" entre os Estados Unidos e as outras potências industriais que, deste modo, ficariam distanciadas do naufrágio do seu irmão maior.

Até hoje, a globalização era apresentada pela propaganda neoliberal como uma rede da qual ninguém podia escapar. Agora, sem maiores explicações, dizem o contrário: pelo visto, a rede global permite que uma ampla variedade de países fujam do desastre. Dirigentes e comunicadores de algumas economias desenvolvidas incluem seus países na lista de sobreviventes e inclusive em muitos países periféricos as mídias locais tentam tranqüilizar suas populações explicando que, graças ao nível das suas reservas (em dólares), à natureza das suas exportações, à sua localização geográfica ou a outra benção do destino, essa nação não será afetada pela recessão norte-americana (ou será muito pouco).

Mas acontece que — para desgraça dos neoliberais— os neoliberais tinham razão: as interdependências econômicas mundiais são tão densas que, como estamos comprovando todos os dias, não há maneira de "descolar" as sacudidas norte-americanas (bancárias, da bolsa, etc.) do funcionamento financeiro internacional. A "bolha imobiliária" norte-americana foi a vanguarda de uma variada série de outras bolhas parecidas em diversos lugares do planeta, países como Espanha, Inglaterra, Holanda, Austrália, Irlanda e Nova Zelândia fizeram parte ativa desta festa. Na Espanha, a bolha já começou a murchar: recentemente, Carlos March, cabeça de um dos grupos financeiros decisivos desse país, declarou que “a crise imobiliária (espanhola) vai durar muito tempo, pelo menos três anos". Por outro lado, numerosos bancos europeus e asiáticos estão sendo atingidos pela desvalorização de títulos norte-americanos atrelados a dívidas hipotecárias de alto risco, que compraram por atacado em pleno auge especulativo. A recessão norte-americana já afeta o Japão, intimamente associado à superpotência nos níveis comercial, financeiro, político-militar, etc. O Japão e os EUA compram o grosso das exportações industriais da China e são a coluna vertebral da sua prosperidade econômica, a qual, por outro lado, acumula mais de 1,4 trilhões de dólares e papéis dolarizados em suas reservas e também tem suas próprias bolhas (da bolsa, imobiliária, etc.).

Muito mais fortes são as inter-relações entre a União Européia e os Estados Unidos... o que não impediu o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, de declarar (no início de fevereiro de 2008 e sem mexer um só músculo da cara) que “na Europa não há risco de recessão, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos”.

* Economista argentino, professor na Universidade de Buenos Aires. É autor, entre outros livros, de "Capitalismo senil, a grande crise da economia global".
Tradução: Naila Freitas / Verso Tradutores

OS ATENTADOS DE EL PAÍS

Cronopiando – Por Koldo Campos Sagaseta

Leio em El País[1] que "Um atentado mata em Damasco um alto dirigente de Hezbolá…" e me pergunto se será um erro do redator que ninguém corrigiu ou se para El País determinados atentados não precisam de sujeito. Ou o que dá na mesma, um terrorista que atente. Porque da leitura da manchete e a notícia o que se desprende é que são os próprios atentados os que atentam.

Persisto, mesmo assim, na leitura da manchete e por fim encontro o que procurava, "…e um dos terroristas mais procurados pelos EUA" esse sujeito que explicara o atentado, esse terrorista que o levara à prática, só que, neste caso, o único terrorista a quem El País faz referencia em sua manchete, é a vítima do atentado. De forma que, poderia inferir-se, um atentado mata um terrorista.

A notícia, bastante extensa graças aos generosos aportes dos arquivos israelenses e estadunidenses, mencionava em 5 ocasiões a palavra terrorista, além da que aparecia na manchete, mas sempre para definir a vítima do "atentado". Se era um dos terroristas mais procurados pelos Estados Unidos, também era um dos terroristas mais perigosos para Israel. Segundo o porta-voz do Departamento de Estado, McCormack, "era um assassino a sangue frio, um assassino de massas e um terrorista responsável da perda de incontáveis vidas inocentes". Israel, por sua parte, declarava não ter nada a ver com o "atentado" e acusava a "grupos terroristas" de difamar seu bom nome. A quinta oportunidade em que o jornal aludia ao termo terrorista era para falar do grupo terrorista que tinha dirigido a vítima do atentado.

Qualquer leitor poderia coincidir, após conhecer a novelesca biografia da vítima do atentado oferecida pelo jornal, com a sentença que oferecia o Departamento de Estado dos Estados Unidos de que "o mundo é um lugar melhor sem ele", ponto de vista que já expressaram em outras ocasiões que, deveriam considerá-lo, tem o mesmo peso e razão que o expressado pelos que decidiram que o mundo era um lugar melhor sem torres gêmeas.

Imad Mughniyah morreu quando explodiu um carro bomba no interior de um estacionamento em una zona residencial da capital síria, mas obviamente neste caso o carro bomba não era terrorista, também não era a ação, nem seus autores, nem os que os que assinalam os objetivos ou os justificam nos meios de comunicação, nem seus acobertados, nem os que estão no umbral ou se mexem no entorno.

O único terrorista era a vítima do atentado.

Sorte que amanhã, os editoriais bempensantes voltarão a condenar a violência, na espera que outro atentado cobre vida própria, se torne sujeito e predicado, e decida atentar por atentar.

[1] El País: jornal espanhol.

Versão em português: Tali Feld Gleiser de América Latina Palavra Viva.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

César Mariano & Cia - São Paulo / Brasil (1977)




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Parece "besteira", mas.....

OS GRÃOS INTEGRAIS

Eu tenho a certeza que não podemos modificar nossos hábitos alimentares de forma abrupta ou por modismos, porque a indústria da alimentação também está de olho nesse "filão" que é a alimentação natural(aliás, eles se aproveitam de tudo para faturar, faz parte da economia globalizada). porém se atentarmos para o fato de que a alimentação de um animal, como o gado, por exemplo, consome mais água do que um ser humano, e de que os dejetos dos suinos contaminam nossos lençóis hídricos, já está aí um bom motivo para a mudança.Além do que a europa, por não possuir reservas hídricas suficientes, se utiliza da exploração dos paises da América Latina de forma predadora, fazendo de nossos países sua reserva alimentar.Entendo que temos bons motivos para começarmos a pensar e a agir de forma a combater a utilização da carne animal para consumo humano, sem falar da questão do sofrimento que é causado aos nossos irmãos de humanidade que são os animais.

Tem quem torça o nariz e não coma de jeito nenhum, mas os grãos integrais, além deessenciais para o bom funcionamento do organismo, podem ser muito saborosos.
Cada vez mais presentes nos supermercados, eles podem ser consumidos em forma de arroz, farinha, farelo e até massas, que já vêm prontas.

O importante é de alguma forma incluí-los no cardápio.

“Os grãos integrais são ótimas fontes de vitaminas e minerais como ferro, selênio e manganês, fundamentais para o crescimento”, diz a nutricionista Silvia Helena Marangoni dos Reis, coordenadora de comunicação do Conselho Regional dos Nutricionistas 3a. região. “O ideal é ingerir de duas a três porções por dia”, completa.

Como não passam por processos de industrialização, os grãos integrais são ricos em fibras e melhoram o funcionamento do intestino. Facilitam também a absorção de outros nutrientes e previnem alguns tipos de cânceres, como o de reto e o de colo do útero.

As vantagens não param por aí: produtos integrais melhoram a resposta glicêmica em diabéticos e são menos calóricos do que os industrializados - o pão de centeio integral, por exemplo, tem 232 calorias em 100 g contra 269 do pão francês. Por que então não comê-los? “Algumas pessoas reclamam do paladar, mas você pode usar ervas para destacar o sabor. Uma boa opção é aromatizar o arroz integral com salsinha, manjericão ou açafrão”, aconselha Silvia.

Outra dica é acrescentar aveia e farelos em frutas e sucos ou tomate e hortaliças em massas integrais. Seu organismo, com certeza, agradece.

ESTADOS UNIDOS FORNECIAM INFORMAÇÕES MAS TAMBÉM ESPIONAVAM O ALTO ESCALÃO DO GOVERNO DA COLÔMBIA

Blog do Azenha

WASHINGTON - Documentos publicados ontem pelo Arquivo de Segurança Nacional da Universidade George Washington demonstram que a força-tarefa organizada pelos Estados Unidos e a Colômbia para combater o narcotraficante Pablo Escobar teve ligação com o líder paramilitar Fidel Castaño, que chefiava Los Pepes (Perseguidos por Pablo Escobar), grupo responsável por atentados terroristas contra a família, bens e aliados de Escobar em Medellin.

A suspeita de que a força-tarefa, chamada Bloco de Busca, usou um braço paramilitar para promover guerra suja contra Pablo Escobar é antiga. Mas essa é a primeira vez que documentos oficiais americanos comprovam a ligação. Os documentos foram obtidos a partir do Freedom of Information Act. Essa lei garante a qualquer cidadão ou entidade solicitar à Justiça a divulgação de informações de governo, desde que não comprometam a segurança nacional. Se a Justiça decide que é do interesse público, o governo dá acesso aos documentos mas pode censurá-los parcialmente.

O documento mais importante divulgado ontem narra uma reunião de abril de 1993 em que o diretor da Polícia Nacional Colombiana, general Miguel Antonio Gómez Padilla, dá ordens a um subordinado para "manter contato com Fidel Castaño", o líder dos Los Pepes, com o objetivo de coletar informações. Fica claro, também, que durante todo o período de busca a Pablo Escobar os Estados Unidos espionavam o alto escalão do governo da Colômbia.

Escobar foi morto em 3 de dezembro de 1993. Durante os anos 80, ele moveu uma guerra contra o governo colombiano que incluiu explosões de carros bomba, assassinatos de juízes, policiais e jornalistas e até a derrubada de um avião. Com sua vasta fortuna, Escobar "importou" para a Colômbia especialistas que o ajudaram a promover a guerra, que visava especialmente evitar a aprovação de uma lei que permitiria a extradição de narcotraficantes para os Estados Unidos.

Los Pepes, por sua vez, também promoveram o terror - inclusive com a explosão de um carro-bomba diante do prédio onde morava a família de Pablo Escobar, em Medellin.

Diante da suspeita de colaboração entre o Bloco de Busca e Los Pepes, a própria CIA investigou a possibilidade de que informações repassadas à força-tarefa de Medellin eram compartilhadas com paramilitares e narcotraficantes aliados ao governo colombiano.

De acordo com os dados divulgados, a embaixada dos Estados Unidos em Bogotá suspeitava da cooperação entre Los Pepes e a força-tarefa desde fevereiro de 1993. Em mensagem enviada a Washington especulava que ataques terroristas contra Escobar seriam resultado da ação de policiais fora-da-lei "que querem fazer Escobar experimentar de seu próprio remédio".

Um relatório da CIA de março de 1993 informou que "grupos paramilitares não oficiais de várias origens e com vários motivos estão dando ajuda a Bogotá em seus esforços contra o narcotraficante Pablo Escobar e insurgentes radicais esquerdistas."

Na mesma época a CIA disse que o ministro da Defesa da Colômbia, Rafael Pardo, "estava preocupado com o fato de que a polícia está fornecendo informações a Los Pepes."

Um documento da Embaixada dos Estados Unidos em Bogotá, de agosto de 1993, revela que ao mesmo tempo em que o governo da Colômbia recebia informações americanas era espionado no mais alto escalão. Um telegrama revela, por exemplo, que o promotor colombiano Gustavo DeGreiff tinha obtido provas do envolvimento de integrantes da força-tarefa "com atividades criminosas e abusos dos direitos humanos cometidos por Los Pepes." Essa informação chegava aos Estados Unidos através de arapongas plantados no governo.

Em maio de 1994, cinco meses depois que a força-tarefa foi dissolvida, o Departamento de Estado já chamava Fidel Castaño de "superbandido das drogas", um dos criminosos "mais cruéis da Colômbia", que poderia se tornar um "novo Escobar", por ser mais feroz que este "e ter maior capacidade militar". Castaño, de acordo com o informe, contava com apoio dentro do Exército e da Polícia Nacional Colombiana.

Fidel Castaño sumiu nos anos 90, mas o irmão dele, Carlos Castaño, formou as Forças Unidas de Autodefesa da Colômbia (AUC), que disputavam o controle do narcotráfico ao mesmo tempo em que combatiam as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). As forças de segurança da Colômbia jamais pegaram pesado com as AUC. Elas foram oficialmente desmobilizadas, mas muitos líderes continuam envolvidos com o narcotráfico. Carlos Castaño foi morto pelo próprio irmão, Vicente, que segue no ramo.

Mais recentemente, no que ficou conhecido na Colômbia como Paragate, políticos ligados ao governo de Álvaro Uribe foram acusados de ter ligações com grupos paramilitares de extrema-direita, como as AUC. Eles teriam promovido a aprovação de leis que garantiram a desmobilização do grupo sem punição das lideranças, acusadas de narcotráfico, assassinatos, tortura e outros crimes.

Que Viva México! (Da zdravstvuyet Meksika!)


Depois de revolucionar a edição cinematográfica com as montagens de Potenkin e A Greve, o diretor soviético Sergei Eisenstein, foi para Hollywood testar sua capacidade na Indústria Cinematográfica. Ignorado pelos produtores de filmes americanos, Eisenstein, Grigory Alexandrov e o Dir. de Fotografia Eduard Tisse, maravilhados com a etnia, geografia e a diversidade cultural mexicana, começaram a filmar um documentário altamente estilizado do povo e da sociedade volátil do México. Infelizmente, por problemas financeiros o diretor não conseguiu editar o filme. Em 1979, com longas anotações, desenhos (story board) de próprio punho, e rigorosa orientação do mestre Eisenstein, Alexandrov conseguiu finalizar a melhor e definitiva versão e a mais próxima possível do projeto inicial. Que Viva México!, é uma combinação brilhante: etnográfica, política, dramática e surrealista; que influenciou fortemente diretores como: O. Welles - "It´s all true", Jodorowsky - "El Topo", Kolotazov - "Yo soy Cuba" e os trabalhos de Sergio Leone. (Netmovies)

Há 60 anos, no dia 11 de fevereiro de 1948, o mundo perdia o cineasta e revolucionário russo Sergei Mikhailovich Eisenstein. Nascido em 23 de janeiro de 1898, em Riga, Letônia. Sua família era judeu-protestante de classe média alta. Seu pai era engenheiro e a mãe, filha da burguesia. Teve uma infância rica e uma educação privilegiada. Quando jovem, estudou engenharia, seguindo os passos do pai.

Esse não parece ser exatamente o perfil de alguém que marcaria sua obra pelo caráter político-revolucionário. Aliás, o insólito marcou a trajetória desse artista que foi um dos maiores nomes do cinema de todos os tempos.

Eisenstein revolucionou a sétima arte com apenas 14 filmes produzidos. E não foi somente pelo seu conteúdo político. Sua estética foi guia para as futuras produções do mundo inteiro. Para citar apenas alguns nomes que influenciou, temos Eisenstein em Orson Welles, Jean Luc Godard, Brian de Palma, Glauber Rocha e Oliver Stone. A montagem foi colocada no seu devido lugar de importância a partir de Eisenstein.

Entre os críticos e estudiosos de cinema, Eisenstein gera opiniões diversas e muitas vezes opostas. A visão de que ele foi apenas um artista-militante, serviçal do Estado Soviético, se demonstra, em vários episódios de sua trajetória, equivocada. Ou, no mínimo, insuficiente. Como Eisenstein conseguiu ser Eisenstein apesar do stalinismo e do realismo socialista?


Gênero: Documentário
Diretor: Sergei M. Eisenstein
Duração: 90 minutos
Ano de Lançamento: 1979
País de Origem: EUA/Rússia/México
Idioma do Áudio: Italiano
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0079020/
Qualidade de Vídeo: DVD Rip
Tamanho: 666 Mb
Legendas: No torrent
Créditos:makingoff - Lerson
Sergei Bondarchuk (Narrador)
Grigori Aleksandrov

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Se todos fossem iguais a você!

Fernandão diz que rejeitou proposta

Atacante diz que oferta garantiria a independência financeira até para os seus netos
Agência
Fernandão volta aos treinos do Internacional

O atacante Fernandão revelou em entrevista à Rádio Gaúcha que recusou uma proposta milionária no começo de 2008 para ficar no Internacional. Segundo o jogador, que classificou a proposta como "tentadora", ela seria para três anos de trabalho, e garantiria a independência financeira até para os netos do jogador. Ele não quis informar o nome do time, mas, segundo informações da Rádio Gaúcha, seria o Trabzonspor, da Turquia.

Fernandão, no entanto, não aceitou a proposta. Ele afirmou que dinheiro não é tudo, e que só pensará em deixar o Colorado no dia em que vier dinheiro e outras coisas na proposta.

– Infelizmente, a gente vive em um mundo capitalista, um mundo em que o dinheiro continua comandando – diz o jogador, que no entanto ressaltou que preza outras coisas.

- Penso na família e no ambiente em que vivo dentro do Inter.

Segundo o atleta, existiram ainda outras duas propostas, que no entanto não se concretizaram. Ele lembrou que uma proposta só será estudada se for interessante também para o Inter.

– Se não é interessante para o Inter, conseqüentemente não é interessante para mim.

LIBERAÇÃO DE MILHO TRANSGÊNICO DEIXA CLARA IRRESPONSABILIDADE DO GOVERNO

Por MST e Via Campesina

O Conselho Nacional de Biossegurança votou nesta terça-feira (12/2) pela primeira vez recursos apresentados pela ANVISA e IBAMA questionando liberações comerciais aprovadas pela CTNBio. A reunião decidiu, por 7 votos a 4, pela liberação do milho Liberty Link e MON 810, cujas liberações foram solicitadas por Bayer e Monsanto, respectivamente. As duas variedades foram recentemente proibidas em países da Europa, como França (2008), Áustria (2007) e Hungria (2006).

A ANVISA e o IBAMA basearam seus recursos em questões fundamentais da análise de risco de organismos transgênicos: os estudos apresentados pelas empresas quanto à toxicidade e alergenicidade foram completamente inadequados e insuficientes para garantir a segurança destes produtos para a saúde humana; não estão garantidas as condições para impedir a contaminação das variedades tradicionais ou crioulas de milho, não foram realizados estudos de impacto ambiental no Brasil.

A posição destes dois órgãos governamentais demonstra o cumprimento de dever legal de cada um. No entanto, lamentavelmente, a decisão política do governo Lula, de colocar o agronegócio acima da saúde da população, do meio ambiente e da agrobiodiversidade, é uma grande irresponsabilidade que marcará seu mandato.

A sociedade civil seguirá mobilizada contra os transgênicos e as irresponsabilidades do governo. Ainda pende de julgamento a liberação dos referidos milhos no Poder Judiciário e certamente prevalecerá o respeito à Lei.

"A decisão do Conselho é absurda. As duas autoridades competentes para avaliar os impactos à saúde humana e ao meio ambiente se posicionaram contra as liberações comerciais. É muito contraditório que os outros ministros, que não têm competência sobre a saúde e o meio ambiente tenham passado por cima desta decisão. Essa decisão atenta contra o direito dos agricultores que perderão suas variedades tradicionais e crioulas e dos consumidores que não terão opção de uma alimentação saudável e não transgênica já que não haverá controle da contaminação", declara Isidoro Revers, da Via Campesina e membro da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Rosângela Cordeiro, também da Via Campesina e membro do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), acrescenta: "A liberação comercial do milho transgênico coloca em risco as variedades crioulas de milho, que são patrimônio dos agricultores brasileiros. O Governo não tem o direito de colocar em risco nossa agrobiodiversidade. Vamos continuar lutando contra em campo contra as liberações de milho", afirma.

Sobre os riscos ao consumidor, Andréia Salazar, coordenadora do Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC) considerou um "absurdo que as empresas de biotecnologia continuem negando-se a realizar os estudos exigidos pelas autoridades da área de saúde". E disse ainda: "Vamos continuar alertando os consumidores brasileiros sobre os riscos do milho transgênico. A ANVISA deixou bem claro que estas variedades não são seguras à saúde humana".

Histórico


No último dia 29 de janeiro, a Comissão Nacional de Biossegurança adiou a decisão sobre a liberação das variedades da Monsanto e da Bayer para esta terça-feira, dia 12 de fevereiro. No mesmo dia, o bispo emérito de Goías e membro da CPT, Dom Tomás Balduíno, entregou uma cesta de alimentos agroecológicos aos ministros em protesto contra a liberação do milho transgênico mesmo sob as ressalvas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).

"A ANVISA apresentou questões muito sérias que comprovam que o milho transgênico pode causar danos à saúde e que não foram consideradas pela CTNBio", diz Isidoro Revers, membro da CPT. No caso do milho MON 810, da Monsanto, a Anvisa pediu ao CNBS a suspensão imediata da liberação por avaliar que os dados apresentados pela empresa "não permitem concluir sobre a segurança de uso para consumo humano do milho MON 810".

Para o Ibama, a liberação do milho Liberty Link da empresa Bayer deve ser anulada "em razão dos inúmeros vícios de que padece o processo", entre eles, "a inexistência de estudos ambientais". Assim como a soja transgênica Roundup Ready, este milho também é resistente a um herbicida e da mesma forma criam problemas ambientais e agronômicos. Prova disso, diz o Ibama, que seus dados "indicam que para cada quilo de princípio ativo [de herbicida] reduzido no RS, houve um aumento de 7,5 kg de glifosato no período de 2000 a 2004, época de expansão da área da soja RR" resistente ao glifosato. O Ibama também aponta que, caso a liberação comercial do milho transgênico ocorra, a contaminação das variedades crioulas, orgânicas e ecológicas ocorrerá inevitavelmente.


DE NOVO, A SOMBRA DO CARANDIRU

Por José Arbex Jr. (*)

“Guerra é guerra... É lamentável que morra tanta gente, especialmente os inocentes, mas é o preço que a sociedade deve pagar para acabar com o narcotráfico... Você tem alguma outra solução?” Recebi um número incomum de comentários semelhantes, todos em referência ao artigo “Um Carandiru por Mês”, publicado na edição de novembro, sobre a matança promovida pela polícia fluminense nos morros cariocas. Deixando de lado as mensagens de nítida inspiração fascista (do tipo: “ainda é pouco, essa gente só aprende na base da chinela”) e a lengalenga idiota de que se pretende apenas proteger os “direitos humanos dos bandidos”, as questões levantadas revelam níveis preocupantes de confusão, pânico e ódio indiscriminado a um suposto inimigo difuso, espalhado por todos os cantos e visível apenas por sua cor (embora ninguém tenha dito isso claramente). Sim, é verdade que há uma guerra em curso, e que o narcotráfico tem que ser combatido. O problema é saber quem é o inimigo e como derrotá-lo. Nada disso é tão óbvio quanto parece.

O governo e a polícia fluminense, aparentemente, já sabem a resposta. A guerra ao tráfico produziu 694 mortos nos primeiros seis meses de 2007, segundo dados orgulhosamente divulgados pelo próprio governador Sérgio Cabral e que serviram como ponto de partida para o artigo em questão. Além disso, banalizou-se a prática terrível e anticonstitucional do mandado de busca coletivo, que permite à polícia invadir qualquer casa, barraco ou construção situados na área de abrangência de uma ação policial. Isso significa que todos os que vivem em determinada região – obviamente, será sempre uma favela, um cortiço ou algo do gênero, jamais um bairro de “gente bem” – tornam-se suspeitos, pelo simples fato de ali viverem. Trata-se da criminalização definitiva da pobreza, agora sacramentada por procedimentos jurídicos. A resposta, então, está dada: combate-se o narcotráfico cercando os morros, impondo o terror às famílias pobres, espalhando a morte.

Trágica ilusão. Segundo a ONU, o narcotráfico mundial movimenta, anualmente, cerca de 1 trilhão de dólares. É um valor equiparável ao PNB brasileiro (isto é, a soma total de todos os bens e serviços produzidos pelo país ao longo de doze meses). Quando se levam em conta os negócios “paralelos” impulsionados pelas drogas – comércio de armas, contrabando de todo tipo, prostituição etc. –, a cifra atinge valores incalculáveis. Muito bem: onde está esse dinheiro? Alguém pode, em sã consciência, imaginar que ele será encontrado sob os colchões dos moradores do Complexo do Alemão carioca, ou, digamos, do Jardim Ângela, em São Paulo? Ora, é mais do que óbvio que cifras como essas circulam nos mercados especulativos, alimentam as bolsas de valores de todo o mundo, engordam ainda mais os imensamente obesos cofres dos maiores bancos, fazem a festa dos “paraísos” financeiros. O problema foi infinitamente agravado pela total desregulamentação do fluxo de capitais promovida pelo neoliberalismo, nos anos 90. O mundo dos negócios foi definitivamente transformado num imenso cassino eletrônico, bem ao gosto das máfias.

O dado complementar é o uso do narcotráfico para alimentar as “guerras sujas” promovidas pela Casa Branca e aliados mundo afora. A própria ONU reconhece, por exemplo, que no Afeganistão, tradicionalmente o maior produtor mundial de ópio, o antigo governo do Talibã, derrubado pelos Estados Unidos, em 2001, havia erradicado a cultura da papoula (matéria-prima para a produção da droga); hoje, quando o país é governado por aliados de Tio Sam, a papoula floresce mais do que nunca, em todos os sentidos. O dinheiro obtido com a venda do ópio financia as operações militares dos “senhores da guerra” e a compra de armas estadunidenses. Na Colômbia, o presidente Uribe, fortemente apoiado pela Casa Branca, vem de uma família com conhecidos vínculos com o narcotráfico. Seriam necessárias páginas e mais páginas, aliás, para descrever as relações da CIA com as máfias narcotraficantes na América Latina e no Caribe.

Há muitíssimos mais interesses envolvidos no mundo do tráfico do que o sugerido pela mera leitura diária dos jornais, incluindo a participação de cidadãos acima de qualquer suspeita, gente cuja casa jamais será vasculhada pela policia. É muito mais simples, mais seguro e mais conveniente deixar todas essas complicações de lado e apontar o fuzil e o ódio para a favela. Adolf entendeu isso muito bem nos anos 30, quando “explicou” com uma fórmula bem clara e direta o caos alemão: a culpa é dos judeus, dos comunistas, dos socialistas, dos ciganos. Deu no que deu. Hoje, a culpa do caos no Rio é dos favelados, com todas as conotações racistas que isso implica. Analogamente, em escala internacional, os responsáveis pelo clima de terror que existe no mundo são os árabes, os islâmicos, os estrangeiros pobres, a periferia do sistema capitalista. Essa pobreza nojenta que torna as ruas feias e a nossa existência um drama. Em Bogotá, capital hoje citada como exemplo de “urbanização” bem-sucedida, foram criadas empresas de “saneamento” cujo objetivo era livrar o centro da cidade dos desechables, o lixo humano descartável.

Querem mesmo acabar com o narcotráfico? Pois bem: comecem a investigação pelos grandes bancos, por aqueles que lucram com o tráfico de armas, pelas corporações que faturam com as guerras, pelos dignitários, juízes, políticos e policiais que ganham horrores com o jogo de extorsões e subornos. Enquanto toda essa gente estiver livre, haverá narcotráfico. A menos que a comercialização das drogas ilegais seja legalizada e pesadamente taxada, como hoje se faz com o tabaco e o álcool. As coisas ficariam muito mais transparentes e controláveis. Mas... adivinhe quem são os maiores adversários da legalização...

(*) José Arbex Jr. é jornalista e autor de O Jornalismo Canalha e Showrnalismo – a Notícia como Espetáculo, ambos pela Editora Casa Amarela. Este artigo foi publicado na edição de janeiro de 2008 da revista Caros Amigos e foi gentilmente cedido para o fazendomedia.com.


Chet Baker & Art Pepper - Picture of Heath [Playboys] (1956)

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Personagens:
Chet Baker, Trumpete
Art Pepper, Sax (Alto)
Lawrence Marable, Drums
Phil Urso, Sax (Tenor)
Carl Perkins, Piano
Curtis Counce, Bass

músicas:
01. For Minors Only (J. Heath) 3:59
02. Minor Yours (A. Pepper) 6:40
03. Resonant Emotions (J. Heath) 5:41
04. Tynan Time (A. Pepper) 5:31
05. Picture of Heath (J. Heath) 6:43
06. For Miles and Miles (J. Heath) 6:24
07. C.T.A. (J. Heath) 5:09