domingo, 1 de novembro de 2009

Prioridade na campanha eleitoral: heresia ou alternativa?


Milton Temer
Milton Temer

Texto de Milton Temer

É vasta a pauta de reflexão que se apresenta para a esquerda latino-americana com respeito ao socialismo. Principalmente no que concerne ao modelo de sociedade. Mas não será mais oportuno discutir os meios que nos podem levar à ruptura com o capitalismo? Por tal percurso, não teremos recursos menos infensos ao doutrinarismo para definir os padrões da sociedade que ansiamos construir como contraponto à inevitável perspectiva de barbárie que esse regime nos anuncia?
Independentemente do que pensem movimentistas, a realidade latino americana está comprovando. Se possibilidades existem, aqui e ali,   de transformações revolucionárias, elas não têm surgido pela via normal da insurgência social. O que tem sido comprovado é não haver caminho mais eficaz para a transformação qualitativa da realidade social, nos tempos atuais, que o da conquista do governo, pela eleição presidencial. A não ser pela heroica Revolução Cubana, há meio século, nenhum outro processo de luta armada resultou em conquistas consolidadas, no continente. Pelo contrário, Na América Central, onde mais eles se concretizaram, quando não desapareceram, se transformaram em mantenedores da ordem vigente. Na Colômbia, que serviria de exceção, se é verdade que as FARCs e o ELN não perderam controle de amplas áreas do território, também não é menos verdade que há impasse insuperável nas atuais condições de confronto.  E a saída possível se afirma a cada dia pela inserção organizada no quadro político institucional. Estaria aí, talvez, a alternativa do poder popular a uma crescente acomodação social à direita, como comprovam as pesquisas pró-Uribe, a despeito de tudo de sujo que seu passado consagra.
Ou seja; é pela via institucional; pelas campanhas presidenciais, com posteriores eleições para Assembléias Constituintes encaminhadas pelos presidentes eleitos, que mudanças qualitativas vêm se afirmando na Venezuela, na Bolívia e no Equador.
A despeito dessa realidade incontestável, está aí uma heresia para movimentistas e doutrinaristas de todos os matizes. Uma heresia para os que, na organização das iniciativas de mobilização social, ou eventos de amplitude multinacional, como o Forum Social Mundial, permanecem inflexíveis na censura à participação explícita no jogo institucional, mesmo, ou principalmente, quando conduzida por partidos políticos que se pautam pelo objetivo estratégico do socialismo.
Vamos, então, ao grão, no debate, para tentar chegar a acordos mínimo.
É preliminar incontestável que, por si só, as condições objetivas para a ruptura com a ordem vigente não produzem revolução. Às condições objetivas favoráveis, é fundamental acrescentar o papel subjetivo do agente transformador; do sujeito revolucionário. Porque, e é bom não cessar de repetir, como corretamente prenunciou Marx, se é verdade que os homens não desenham seus passos futuros a despeito das circunstâncias da realidade em que vivem, também não é menos verdade que, mesmo que a realidade lhes seja inteiramente propícia, são eles, esses homens, e não um determinismo histórico mecanicista, quem pode produzir a ruptura capaz de os transportar da ordem vigente a uma ordem social superior.
Sujeito Revolucionário... De quem falamos quando nos referimos a Sujeito Revolucionário? O que é o proletariado do capitalismo resultante da grande revolução tecnológica do século XX, no qual a acumulação especulativa se impôs à produtiva? Certamente não estamos falando do operário da linha de produção industrial exclusivamente. Em função de tudo o que se destruiu, e se criou, no cenário dessa revolução tecnológica implantada sob a égide do capital financeiro, e de todo o espectro de contra-valores que ele carrega, estamos tratando de algo muito mais difuso.
Estamos falando de profissionais liberais, trabalhadores autônomos, informais, passando obrigatoriamente, e isto é fundamental, por uma parte significativa das Forças Armadas. Sim, parte significativa das Forças Armadas, para se contrapor ao setor tradicionalmente vinculado às concepções de que defender a ordem é defender a estrutura da sociedade burguesa.
E aí está o busílis. Como aglutinar esse conjunto disperso de segmentos interessados num mesmo objetivo, mas muito distantes no quotidiano da vida?
Ora, se formos realistas para compreender que lutas setorizadas, aqui e ali, são como jangadas isoladas em meio ao oceano, sem nenhuma intercomunicação permanente, podemos ter certeza de que daí nunca saíra uma esquadra de combate organizado. Não será, portanto, apenas dos chamados movimentos - independentemente de suas capacidades mobilizantes e organizativas - que surgirá o polo dirigente no momento decisivo. Principalmente no caso brasileiro, no qual o que preenche de forma principal tais qualidades é um movimento de luta agrária, é o MST, de alcance eficaz diminuto nos decisivos centros urbanos, onde se concentra mais de 80% da nossa população ativa.
Se possibilidade existe, portanto, ela está no único momento em que os meios alienantes de opressão ideológica não estão exclusivamente controlados pelo grande capital. Ela está na campanha eleitoral, principalmente na disputa da Presidência da República, e muito também na dos candidatos a cargos parlamentares.
Vale aqui, para fazer a citação sempre exigida pelos que se movem exclusiva e estaticamente pela doutrina, recorrer a Engels, num dos seus textos, para fácil constatação: a Introdução à edição de 1895 de "As lutas de classe na França de 1848 a 1850", do velho Marx.
Tratava-se, então, de um embate político com os que só viam o caminhos da insurreição armada, da luta nas barricadas, como caminho para por fim ao domínio da burguesia, outrora aliada, então inimiga ferrenha do proletariado ascendente.
(...)Graças ao discernimento com que os operários alemães utilizaram o sufrágio universal introduzido em 1866, o crescimento do partido (socialdemocrata) surge abertamente (...). Em 1871, 102 mil (...) Em 1890, 1,787 milhão, mais de um quarto do total de votos expressos.
Para Engels, os operários haviam operado com competência o preconizado em programa dos marxistas franceses, transformando o direito de voto, "de um instrumento de logro, que tinha sido até aqui, em instrumento de emancipação". E a razão do êxito da participação no sufrágio universal vem logo a seguir:
"Na agitação da campanha eleitoral, forneceu-nos um meio ímpar de entrarmos em contato com as massas populares no que elas ainda se encontram distantes de nós. E de obrigar todos os partidos a defender perante todo o povo as suas concepções e ações face aos nossos ataques".
Engels vai mais longe. Mostra a importância das bancadas parlamentares, ao afirmar que para além do que a campanha eleitoral propicia, a eleição de deputados
"abriu aos nossos representantes uma tribuna no Reichstag, de onde podiam se dirigir-se aos seus adversários no Parlamento, e às massas fora dele, com uma liberdade e autoridade totalmente distintas das que se tem na imprensa".
Se ainda não for suficiente, podemos recorrer a Gramsci, no artigo 'Os Revolucionários e as Eleições", no 'Ordine Nuovo', de 15 de novembro de 1919:
"(...) a revolução encontra as grandes massas populares italianas ainda informes, ainda pulverizadas num fervilhar animalesco de indivíduos sem disciplina e sem cultura, que obedecem apenas aos estímulos do ventre e das paixões bárbaras. Precisamente por isso é que os revolucionários conscientes aceitaram a luta eleitoral: para criar uma forma primordial nesta multidão; para vinculá-la à ação do Partido Socialista, para dar um sentido e um vislumbre de consciência política (...)
É possível produzir formulações com maior atualidade para a conjuntura que vivemos?
É claro. Haverá sempre alguém lembrando que uma coisa é o crescimento do partido, utilizando as contradições dos instrumentos institucionais burgueses para combater a própria burguesia. Outra são os exemplos históricos de rendição inevitável após a chegada ao poder, quando a traição programática e a submissão aos interesses da burguesia jogam os programas prometidos no lixo da história. Não só pelo exemplo da própria socialdemocracia européia (nunca é demais lembrar que foi um governo socialdemocrata, eleito, quem entregou Rosa de Luxemburgo e Karl Liebnitch aos seus assassinos), e que terminou, no passado recente, fazendo o jogo sujo da implantação da restauração neoliberal que a direita não tinha condições de, só por ela, concretizar. Há também o próprio contexto brasileiro, em que o PT, socialista no programa, se transformou, sob a égide do governo Lula, num bastião mais eficaz de defesa do grande capital do que o havia sido o antecessor mandarinato tucano-pefelista de Fernando Henrique Cardoso.
Mas para o bem ou para o mal, nesse ponto é que devemos introduzir o poder do subjetivo, atuando sobre a realidade objetiva - conceito de que a história não se faz por ela,  mas pelos homens, quando traçam seu destino. Se, conquistado o governo através da Presidência da República, o representante da esquerda que aí chegar, após a campanha que nunca  deixará de ser renhida, terá chegado num clima de mobilização social intensa. E tem dois caminhos.
Quando chega proclamando que "a partir da eleição sou presidente de todos", estará cometendo traição inominável contra a cidadania que o elegeu. Porque ninguém pode ser, a priori, presidente de todos. Quando assim se coloca, certamente já se entregou aos de cima; aos poderosos; aos que terá derrotado no processo eleitoral, mas contra os quais não quer se indispor - por covardia ou por opção ideológica, oculta durante a campanha e diante do programa que pretendeu promover.
Foi o caso de Lula. Sua primeira entrevista coletiva após a confirmação da vitória eleitoral foi ao Jornal Nacional da Globo. Sentadinho na cadeira suplementar, e sob comando dos apresentadores, com todo o respeito aos patrocinadores do intervalo comercia; já estava ali o simbolismo, confirmado ao longo do mandato, da transformação do líder rebelde em capataz do patronato. Diferente, e muito, de um  saudoso burguês moderado, Tancredo Neves, que nunca se pretendeu socialista nem rebelde, mas que, eleito pelo voto indireto de colégio eleitoral ilegítimo do fim da ditadura, teve a ousadia de se apresentar ao conjunto de jornalistas - nacionais e estrangeiros - a partir da mesa do Congresso Nacional. Para, entre outras propostas, declarar que "não pagaria a dívida externa com o sangue do povo brasileiro". E criticar a ditadura de Pinochet.
Mas, se Lula se dobrou, mostrando que o medo se suplantara à esperança, essa não foi a opção de Chavez, Rafael Correa ou Evo Morales, chegados à Presidência pela mesma via institucional. Estes nunca se escafederam da responsabilidade que sua eleição contra a corrente lhes colocou sobre os ombros. Nunca se anunciaram presidentes de todos, porque sempre se afirmaram eleitos para mudar; e mudar em profundidade, em favor do povo trabalhador. Promovendo processos constitucionais em confronto com as então classes dominantes, e não se apequenando diante da direita troglodita.
Assim já havia sido com Allende, no Chile, cuja experiência, a ser vivida nos tempos de hoje, teria certamente se desenrolado sem o enlace trágico daquele período em que a guerra fria dava legalidade ilegítima ao aporte material e militar escandaloso da diplomacia Nixon-Kissinger aos golpistas da América Latina.
E assim já havia sido, guardadas as proporções, com João Goulart, no Brasil - personagem referencial de dois episódios que, levados às conseqüências mais concretas, teriam talvez traçado um outro enredo para a segunda metade do século XX na América Latina. Dois episódios em que o papel do líder foi essencial para o desdobramento dos fatos. Vamos a eles.
1961. Janio renuncia após oito meses de governo. Renúncia bizarra, inesperada, permitindo a interpretação de ter sido manobra para uma espécie de retorno triunfal com poderes autoritários reforçados. Não encontrou respaldo nem na direita que o elegera. Direita que passou a ter como objetivo prioritário a consolidação do veto à posse do vice-presidente eleito (o vice-presidente era, então, votado em cédula própria. Jango era vice na chapa de Lott, mas derrotou o vice de Janio). Contra ele, todas as cargas preconceituosas e reacionárias possíveis. Estava na China, onde encontrara Mao Tse Tung,  no exato momento da renúncia, e havia sido Ministro do Trabalho do governo reformista e nacionalista de Getulio Vargas. No clima de confronto ideológico reinante na época, acumulava as credenciais suficientes para, a despeito de ser um estancieiro gaucho, ser considerado como um aliado dos comunistas.
Os três ministros militares - Marinha, Exército e Aeronáutica - não hesitaram em vetá-lo. E tudo parecia marchar para o controle da junta que tinha ampla maioria na composição de comandos e postos-chave, quando um governador de Estado, sozinho, se rebelou, instalando a Cadeia da Legalidade. Com o controle sobre a Brigada Militar, o governador Leonel Brizola, do Rio Grande do Sul, se levanta e anuncia um foco de resistência armada contra o golpe em marcha. O suspense ficou por conta do que seria a reação do comandante do III Exército - o mais bem equipado, por conta da paranóia contra a limítrofe Argentina -, general Machado Lopes, certamente alguém da confiança do então ministro Odílio Denis. O suspense durou pouco. Em função da imediata adesão da grande maioria do povo gaúcho, para cuja mobilização o PCB desempenhou papel fundamental, as dissensões começaram a surgir. Comandos de unidades do interior começaram a se manifestar pela manutenção da legalidade e, muito rapidamente , o III Exército  em bloco estava ao lado do governador.
Jango voltou ao país, assumiu sob regime parlamentarista que, pouco depois, derrubava em plebiscito no qual, por larguíssima maioria, o povo restabelecia o regime presidencialista.
1964. A direita reacionária, corrupta e entreguista, que havia falhado no objetivo golpista de 61, não recolhera suas baterias. Pelo contrário. Através de "institutos" amplamente financiados pelo Departamento de Estado, e coordenados internamente pelo embaixador dos EUA Lincoln Gordon, mobilizava todos os meios para impedir as chamadas Reformas de Base que o governo Jango tentava implantar. Não podia aceitar a legislação que controlava fluxos de capital, taxava remessa de lucros das multinacionais e avançava na desapropriação de terras para que a implantação de uma reforma agrária se efetivasse. Com o tonitruante Carlos Lacerda, no governo do Rio, o banqueiro Magalhães Pinto, no governo de Minas Gerais e o  corrupto-mór Ademar de Barros, no governo de São Paulo, a direita orgânica, ademais, controlava os principais meios de comunicação e tinha o apoio da Igreja Católica para a mobilização em torno do "Deus, Pátria e Família".
Mas, quanto ao esquema militar, a direita não tinha postos de relevância nas áreas decisivas. Não tinha comandos nem influência política, a não ser nos Clubes onde se congregavam essencialmente oficiais da reserva.
No entanto, a partir de movimentação de uma coluna sem nenhum poder de fogo, partindo de Belo Horizonte, onde eram mínimos os efetivos do Exército, o governo Jango caiu em dois dias, praticamente sem esboçar resistência.
Como se explica isso? Por que, em setembro de 1961, com o controle total do aparelho de Estado, civil e militar, a direita não consegue se impor e, em abril de 64, menos de três anos depois, despojada de todo equipamento militar, consegue dar o golpe com tanta rapidez?
A resposta pode estar no parágrafo de abertura. Em 61, a opção decisiva de Brizola, com os meios que ativou, inclusive armando a população civil do Estado, comprovou o papel fundamental da liderança na criação de condições objetivas para a organização e mobilização dos movimentos sociais progressistas em torno do objetivo comum: defesa da legalidade, garantindo a posse de Jango.
Em 64, dá-se o oposto. As condições materiais objetivas eram inteiramente favoráveis. A CGT decreta greve geral tão logo a movimentação golpista, ridícula em potencial de combate, a partir de Minas Gerais, se confirma. Movimentação golpista que deixara perplexo os próprios chefes da conspiração, o general Castelo Branco à frente, surpreendidos pela iniciativa do general Mourão. Movimentação golpista ridícula, que seria facilmente barrada caso o presidente João Goulart não tivesse decidido pelo "não-derramamento de sangue". O presidente João Goulart, conscientemente, desmobilizou a resistência militar legal, principalmente a do III Exército, no Rio Grande do Sul, que ainda pretendia se movimentar mesmo depois do presidente do Congresso, Moura Andrade, haver decretado vaga a cadeira presidencial, a despeito da contestação da bancada de parlamentares reformistas, pois Jango ainda estava em território nacional.
Resumindo: em 61, a direita tinha muito mais condições para a concretização do golpe e não logrou implantá-lo. Em 64, a vitória caiu-lhe no colo quando as condições objetivas lhe eram muito mais desfavoráveis.
A diferença entre as duas realidades é clara. Em 61, Brizola assumiu resistir a qualquer preço. Colocou a subjetividade na organização das condições objetivas latentes em parte significativa da sociedade civil. Em 64, diante da necessidade de decisão que poderia levar a uma ruptura conflituosa, mas previsível, o presidente Goulart necessitava saltar uma barreira que lhe pareceu intransponível. A da possibilidade da guerra civil, em condições extremamente mais favoráveis das que, para seu mentor político Getúlio Vargas, haviam sido necessárias para liderar a Revolução de 30.
Houvesse Jango resistido, mesmo que a história não se faça por "se"s, e possivelmente não teríamos vivido a América Latina das ditaduras que se estabeleceram na sequência do golpe no Brasil. Mas, importante registrar. Jango não pode ser crucificado pelos que coincidam com a interpretação dos fatos como acima relatados. Para um estancieiro gaucho, ele já havia ido muito mais longe do que sua formação o permitiria. Se Vargas avançou em 30, sem hesitar, tratava-se ali de uma necessidade da burguesia urbana, ansiando pela industrialização do país. Se Jango avançasse, numa América Latina recém encantada com a Revolução Cubana, o desdobramento não se daria obrigatoriamente dentro dos mesmos limites. Em benefício de Jango, na comparação, é bom não esquecer a traição ideológica do líder sindicalista, operário metalúrgico que cresceu na política defendendo um programa socialista para um partido nascido "contra os patrões" e que chegou à presidência para se transformar no mais eficaz dos protetores dos interesses desses patrões.
Essa, sim, foi a tragédia maior. Porque quando o PT chega ao governo, isso resulta de uma trajetória de duas décadas de luta pelo socialismo. Quando Lula é eleito, o povo escolhera alguém que deveria romper com o modelo vigente, conforme estava gravado no documento final do último congresso que esse PT realizou antes de alcançar o Palácio.
E nos três casos - Brizola, de 61; Jango, de 64 e Lula, de 2002 - o, que se pode constatar é incontestável. Os rumos escolhidos pelos líderes em cada ocasião foram determinantes para o desdobramento histórico, independentemente do que lhes propiciava a realidade objetiva em que operavam.
Para avançar, para não arriscar e para trair.

*Milton Temer é jornalista

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A sonegação oficializada


  Waldemar Rossi - Correio da Cidadania

"A Receita Federal iniciou uma ofensiva para desarticular o chamado planejamento tributário – esquemas usados por grandes empresas para pagar menos impostos (eufemismo de sonegação) por meio de brechas da legislação." Este é o enunciado da reportagem do Estadão de 29 de outubro de 2009 (pág. B 10) para anunciar a tentativa da Receita Federal de aumentar o dinheiro em caixa, uma vez que as medidas do governo federal de apoio às empresas que se diziam em crise resultou em brutal queda de arrecadação.
 
Dois aspectos importantes na mesma reportagem. Um encoberto que é o do favorecimento às empresas com dinheiro público e com suspensão temporária de impostos sobre produtos industrializados, dinheiro que faltou para a educação, saúde, saneamento, entre outros. O outro é a revelação de que a Receita Federal conhece muito bem o esquema de sonegação de impostos que as grandes empresas praticam há anos, com o beneplácito das leis, assim conhece muito bem quem a pratica. Ou seja, as leis brasileiras sempre foram feitas para favorecer os grandes ladrões, enquanto penaliza aqueles que lutam por um pedaço de pão ou por um espaço onde possam morar e/ou plantar. O mesmo jornal (pág. B-8) revela um Senado preocupado em criar lei que acelere os despejos de inquilinos inadimplentes, isto é, para favorecer quem vive de exploração imobiliária, leis que criminalizem os que trabalham, mas têm de sobreviver com miseráveis salários ou dependem dos humores do capital que lhes oferece ou nega trabalho.
 
A sonegação é prática criminosa porque se trata de roubo do dinheiro público (dinheiro que corresponde às taxas ou impostos que são repassados para o consumidor) e que os empresários deveriam por lei e dever ético repassar ao governo. Mas não repassam, se apropriam indevidamente dele para enriquecimento particular em prejuízo de toda uma população. A sonegação é roubo e os parlamentares sabem disso muito bem. Mas nada fazem para extirpar esse cancro que corrói a vida da nação. E nada fazem porque se beneficiam inescrupulosamente dos "favores" que as mesmas empresas lhes concedem por ocasião das suas ricas campanhas eleitorais. Mas estão muito preocupados em criminalizar aqueles que os elegem: o povo.
 
O Estadão, porém, não deu o nome das 146 grandes empresas criminosas. Não sabemos se é porque a Receita não lhe forneceu a relação ou se por omissão pensada, porque também é uma empresa capitalista. Se fossem membros do MST, por exemplo, teriam seus nomes estampados em letras garrafais. Dois pesos e duas medidas. Um bom exemplo dessa discriminação nos foi dado recentemente, quando da ocupação da fazenda que foi invadida pela CUTRALE há muitos anos. Os jornais e os canais de TV não informaram que aquelas terras estão ilegalmente invadidas pela empresa, já que são terras do governo e que estão destinadas a projetos de reforma agrária, esta sim a grande ação criminosa. A imprensa mentiu em atacar como ilegal a ação dos trabalhadores que querem o que é seu por legitimidade e por legalidade, transformando-os em bandidos, enquanto elevou os verdadeiros bandidos à posição de vítimas. Enganaram - como o vem fazendo há décadas - o povo que não tem outros meios de informações, tentando jogar trabalhadores contra trabalhadores. Dois pesos, duas medidas.
 
Para garantirem "direito" de roubar e enganar a todos, usam e abusam da demagógica teoria da "liberdade de expressão". Liberdade de quem e para quem? Aliás, usam dos mesmos recursos empregados por governantes, pelos detentores dos Três Poderes: falseiam a verdade, corrompem-se mutuamente, punem os indefesos e defendem os que praticam toda sorte de crimes e de injustiças.
 
Voltando ao tema inicial: por que será que a Receita Federal não enquadra a todos os sonegadores e confisca-lhes os bens fraudulentamente acumulados, CONFORME LHE PERMITE A LEI? Pelo montante do roubo, uma vez ressarcido, não faltaria dinheiro para promover o desenvolvimento dos setores que favorecem diretamente ao povo trabalhador; saúde, educação, moradia popular, reforma agrária, transporte ferroviário, bem-estar social, saneamento básico, preservação do meio ambiente...

Aos Beatlesmaniacos....

Beatles: Todas as músicas num só lugar

Escolha uma, ouça, assista ao clipe, cante junto com a letra ao lado. Dica do meu amigo Johnnie.

Extraido do blog do mello



A Day in the Life
A Hard Day's Night
A Taste of Honey
Across The Universe
Act Naturally
All I've got to Do
All My Loving
All Together Now
All You Need Is Love
And I Love Her
And Your Bird Can Sing
Anna (Go To Him)
Another Girl
Any Time At All
Ask Me Why
Baby It's You
Baby You're A Rich Man
Baby's in Black
Back In The USSR
Bad Boy
Because
Being for the Benefit of Mr. Kite!
Birthday
Blackbird
Blue Jay Way
Boys
Can't Buy Me Love
Carry That Weight
Chains
Come Together
Cry Baby Cry
Day Tripper
Dear Prudence
Devil In Her Heart
Dig A Pony
Dig It
Dizzy Miss Lizzie
Do You Want to Know a Secret
Doctor Robert
Don't Bother Me
Don't Let Me Down
Don't Pass Me By
Drive My Car
Eight Days a Week
Eleanor Rigby
Every Little Thing
Everybody's Got Something to Hide Except For Me and My Monkey
Everybody's Trying to be My Baby
Fixing a Hole
Flying (instrumental)
For No One
For You Blue
Free As A Bird
From Me To You
Get Back
Getting Better
Girl
Glass Onion
Golden Slumbers
Good Day Sunshine
Good Morning, Good Morning
Good Night
Got To Get You Into My Life
Happiness is a Warm Gun
Hello, Goodbye
Help
Helter Skelter
Her Majesty
Here Comes The Sun
Here, There And Everywhere
Hey Bulldog
Hey Jude
Hold Me Tight
Honey Don't
Honey Pie
I Am the Walrus
I Call Your Name
I Don't Want to Spoil the Party
I Feel Fine
I Me Mine
I Need You
I Saw Her Standing There
I Should Have Known Better
I Wanna Be Your Man
I Want To Hold Your Hand
I Want To Tell You
I Want You (She's So Heavy)
I Will
I'll Be Back
I'll Cry Instead
I'll Follow the Sun
I'll Get You
I'm a Loser
I'm Down
I'm Just Happy to Dance with You
I'm Looking Through You
I'm Only Sleeping
I'm so tired
I've Got A Feeling
I've Just Seen a Face
If I Fell
If I Needed Someone
In My Life
It Won't Be Long
It's All Too Much
It's Only Love
Julia
Kansas City/Hey, Hey, Hey, Hey
Komm Gib Mir Deine Hand
Lady Madonna
Let it Be
Little Child
Long Tall Sally
Long, Long, Long
Love Me Do
Love You To
Lovely Rita
Lucy in the Sky with Diamonds
Maggie Mae
Magical Mystery Tour
Martha My Dear
Matchbox
Maxwell's Silver Hammer
Mean Mr. Mustard
Michelle
Misery
Money (That's What I Want)
Mother Nature's Son
Mr. Moonlight
No Reply
Norwegian Wood
Not a Second Time
Nowhere Man
Ob-La-Di, Ob-La-Da
Octopus's Garden
Oh! Darling
Old Brown Shoe
One After 909
Only A Northern Song
P.S. I Love You
Paperback Writer
Penny Lane
Piggies
Please Mister Postman
Please Please Me
Polythene Pam
Rain
Real Love
Revolution 1
Revolution 9
Rock and Roll Music
Rocky Raccoon
Roll Over Beethoven
Run For Your Life
Savoy Truffle
Sexy Sadie
Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Reprise)
She Came In Through The Bathroom Window
She Loves You
She Said, She Said
She's A Woman
She's Leaving Home
Sie Liebt Dich
Slow Down
Something
Strawberry Fields Forever
Sun King
Taxman
Tell Me What You See
Tell Me Why
Thank You Girl
The Ballad of John And Yoko
The Continuing Story of Bungalow Bill
The End
The Fool On The Hill
The Inner Light
The Long And Winding Road
The Night Before
The Word
There's A Place
Things We Said Today
Think For Yourself
This Boy
Ticket to Ride
Till There was You
Tomorrow Never Knows
Twist and Shout
Two of Us
Wait
We Can Work It Out
What Goes On
What You're Doing
When I Get Home
When I'm Sixty-Four
While My Guitar Gently Weeps
Why don't we do it in the road
Wild Honey Pie
With a Little Help From My Friends
Within You Without You
Words of Love
Yellow Submarine
Yer Blues
Yes It Is
Yesterday
You Can't Do That
You Know My Name
You Like Me Too Much
You Never Give Me Your Money
You Really Got a Hold on Me
You Won't See Me
You're Going to Lose That Girl
You've Got to Hide Your Love Away
Your Mother Should Know

The Beatles video from Albums:

Please Please Me
With The Beatles
A Hard Day's Night
Beatles For Sale
Help!
Rubber Soul
Revolver
Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
Magical Mystery Tour
The Beatles - White Album
Yellow Submarine
Abbey Road
Let It Be
Past Masters Volume 1
Past Masters Volume 2

Clique aqui e receba gratuitamente o Blog do Mello em seu e-mail

O PIG e a gripe suina......

Gripe suína avança no hemisfério norte


por Conceição Lemes

No final de junho, julho e agosto, boa parte da mídia corporativa brasileira aterrorizou a população com a influenza A (H1N1), a gripe suína. Um desvario. Por trás, um objetivo torpe: fazer política com notícias de notícias sobre saúde.
No afã de desacreditar o plano do Ministério da Saúde para a nova gripe e atingir o governo federal, valeu tudo. Até invocar o pequeno número de casos e ouso generalizado do Tamiflu no Reino Unido, para fazer crer que a situação aqui estava fora de controle e a conduta, equivocada.
De nada adiantavam as explicações de que, no hemisfério norte, o vírus A (H1N1) começou a se espalhar no verão, quando há  menos doenças respiratórias. Logo, era natural que a incidência de gripe, comum ou suína, fosse menor nesses países. Já no hemisfério sul, incluindo Brasil, a disseminação se deu em pleno inverno e o impacto, obviamente, seria maior. Afinal, nos meses frios, no mundo inteiro, aumentam as doenças respiratórias, entre as quais as gripes.
Pois boletins divulgados nos últimos dias pelo Centro Europeu de Controle de Doenças e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstram o que já era previsto.  Com o aumento das temperaturas no hemisfério sul, se observa em alguns países – inclusive no Brasil – a queda na transmissão de gripe suína. Já no hemisfério norte, com a proximidade do inverno, ocorre o inverso.
Atentem para este mapa da OMS. É o retrato mais recente da tendência das doenças respiratórias no mundo.
gripe_su__na____mapa.jpg
As áreas em azulão são onde os casos de gripe suína já estão aumentando.  Por exemplo, Estados Unidos, Canadá, México, Reino Unido e Espanha. Fazendo fronteira com o Brasil ao norte, a Colômbia.
Em azul um pouco mais claro estão as áreas onde a situação permanece inalterada em relação à semana anterior. Grande parte do Chile se encaixa aí. Já nas regiões em azul claro – por exemplo, Brasil, Bolívia, Peru e Venezuela –,  os casos estão diminuindo.
 No Brasil, especificamente, o número de casos graves causados pela nova gripe caiu 97,3%. Passou de 2.828 registros (8 de agosto) para 78 (10 de outubro), segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde divulgado nessa segunda-feira.  E, do início da pandemia a 10 de outubro, 1.368 pessoas morreram; 135 eram gestantes.
Como a atualização dos dados de alguns países não está sendo feita de forma uniforme, o Ministério da Saúde teve de interromper a comparação de óbitos do Brasil em relação ao restante do mundo. Mas, supondo que todos estivessem adotando os mesmos critérios para mortalidade, teríamos, com os dados disponíveis hoje, o cenário abaixo. Lembrem-se de que a taxa de mortalidade considera o número de óbitos por 100 mil habitantes.
 Gripe_Su__na____tabela.jpg
O Brasil, que ocupava o quinto país em taxa de mortalidade, subiu para quarto. No Reino Unido, o número de óbitos foi de 86 para 106. Em conseqüência, a taxa de mortalidade foi de 0,11 para 0, 17.
Mas o que mais chamam a atenção são estas duas situações, cuja transparência, por ora, deixa a desejar:

1) Os Estados Unidos, um dos países com maior número de casos, não atualizam os dados desde 5 de setembro. Na mesma época, mudaram o critério de classificação de mortes. Em 30 de agosto, o país zerou as estatísticas. Desde então, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, o CDC de Atlanta, contabiliza os óbitos causados não apenas pelo vírus da gripe suína, mas também as mortes associadas a qualquer tipo de influenza, mais a combinação pneumonia+influenza. Pela nova definição de caso adotada pelo governo americano, de 30 de agosto a 3 de outubro, houve 240 mortes associadas a qualquer tipo de influenza mais 1.544 mortes por pneumonia e influenza. As informações estão no site do CDC
2) Curiosamente o México tem a mesma taxa de mortalidade que o Canadá. Considerando que a pandemia começou lá e o seu sistema público de saúde é precaríssimo, ao contrário do canadense, essa taxa de mortalidade é, no mínimo, estranha.
A propósito: quais seriam as manchetes da mídia  no Brasil se o Ministério da Saúde tivesse zerado os óbitos por gripe suína, como nos Estados Unidos, ou maquiado a realidade, como talvez tenha acontecido no México?

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O PIG ataca novamente....


A 'cacique do PIG' Miriam Leitão baixa diretiva: 'Mais oposição'

"O Brasil tem governo demais e oposição de menos", sentencia Miriam Leitão em sua coluna desta terça-feira (27), no jornal O Globo. Como um fürher de saias, a versátil e intrépida jornalista espinafra sem piedade o PSDB, o DEM e adjacências, deixando claro quem está no comando na coligação entre o PIG (Partido da Imprensa Golpista) e a oposição convencional. Pergunta a Miriam: e o PIG, está com essa bola toda?


Por Bernardo Joffily

Miriam Leitão: "A oposição tem medo"
"O presidente Lula fala e faz o que bem entende sem um contraponto. A oposição tem medo da popularidade do presidente e acha melhor não apontar suas falhas sequenciais", denuncia a colunista de jornal, comentarista de TV e rádio, blogueira de língua afiada.

Ela dá nome aos bois: o PSDB, omisso; o DEM, temático; e sobra até para os oposicionistas em legendas da base do governo. Só escapa, por um tris, o PV, que segundo Miriam "começa a desenhar uma alternativa".

Partido de Bush virou exemplo

Miriam invoca o exemplo da oposição republicana nos Estados Unidos – essa mesma, de George W. Bush, inimiga da saúde pública. Louva-a por ter sabatinado durante uma semana a juíza Sonia Sotomayor. Enquanto "aqui, bastou meia dúzia de perguntas dos partidos de oposição, durante uma tarde", e José Antonio Toffoli foi aprovado para o Supremo.

A coluna é, à primeira vista, uma proposta de plataforma tática que Miriam Leitão recrimina a oposição convencional por não abraçar e levar adiante. Porém uma segunda leitura traz à tona o tom agastado, colérico até, e prepotente, de uma superiora a comunicar ukases.

Não sobra pedra sobre pedra, nem da ação do governo Lula, nem muito menos da ação oposicionista. O pré-sal, o PAC, a transposição do Rio São Francisco, o funcionamento colegiado dos órgãos de controle das obras do governo, o Programa Bolsa Família...

A oposição tem medo, o PIG não

"A oposição sabe a lista de absurdos encontrados nas obras do PAC ou fora dele?", admoesta a colunista. E, linhas abaixo: "A oposição tem medo de criticar".

Miriam Leitão, está visto, não tem medo de criticar. As Organizações Globo, que pagam seu salário (ou serão vários, um para cada multifunção? e de quanto?) não tem medo de criticar. O PIG não tem medo de criticar. E cobra igual intrepidez de seus aliados da oposição convencional.

Ocorre que os desgraçados oposicionistas do mundo político real terão de pedir votos para continuarem à tona nas eleições daqui a 11 meses. É compreensível que não tenham toda a bravura que Miriam exige deles, para sair à liça numa ofensiva geral de denúncias do execrável governo Lula. Não enquanto o execrável for aprovado por 82% dos eleitores, nas próprias pesquisas tucanas.

O PIG não teme porque não depende do eleitorado. Responde única e exclusivamente à vontade dos seus editores, diretores, 'publishers', dos seus donos. Os seus segredos de alcova, esses ninguém desvenda.

Mensagem final de confiança no PIG

Alguém bem podia replicar a Miriam Leitão, interpelando o PIG e seus caciques (e 'cacicas') sobre o desempenho que anda tendo. O último escândalo nacional, no Senado, não alcançou seu objetivo. Pior: esgotou-se faz cinco meses, e ainda não há outro na praça. A denúncia contra a ANP (agência Nacional de Petróleo), revelada pela mídia, terminou se revelando uma fraude forjada por um ex-araponga nomeado pelo genro do ex-presidente Fernando Henrique.

O fato é que o PIG tampouco está dando no couro. Vive à cata de alguma pegadinha como a infeliz metáfora de Lula sobre o Brasil, Jesus e Judas. Não anda fazendo justiça aos gloriosos idos de 2005, quando conquistou o galardão da bela sigla.

Porém o autor destas linhas confia. O PIG não há de nos desapontar. Mais dia, menos dia, a sequência dos escândalos há de ser retomada. O Brasil tem oposição de menos, mas, yes, nós temos PIG, PIG para dar e vender. E de que vale a opinião pública estar com Lula, se a opinião publicada estíver contra?!

Para o deleite do amigo internauta, publico abaixo, na íntegra, a coluna da colega Miriam Leitão:

"O papel da oposição"


"O Brasil tem governo demais e oposição de menos. O presidente Lula fala e faz o que bem entende sem um contraponto. A oposição tem medo da popularidade do presidente e acha melhor não apontar suas falhas sequenciais. O PSDB se omite em questões importantes, o DEM é temático, o PSB é oficialmente da base, o PV começa a desenhar uma alternativa, o PMDB é governo e sempre será.


O novo ministro do Supremo José Antonio Toffoli não foi escolhido por seu currículo, mas por sua extensa folha de serviços prestados ao PT.


Nos Estados Unidos, a juíza Sonia Sotomayor foi sabatinada por uma semana pelo Senado, e os republicanos quiserem saber o sentido de cada ato e declaração dela antes de aprová-la.


Aqui, bastou meia dúzia de perguntas dos partidos de oposição, durante uma tarde, e ele foi aprovado. Na posse de Toffoli, lá estava na primeira fila batendo palmas para ele o governador José Serra, que é o nome da oposição que está na frente em todas as pesquisas de intenção de votos.


O anúncio do pré-sal foi montado como um palanque para a candidata Dilma Rousseff, e o projeto de regulação tem uma sucessão de erros, mas lá estava Serra no lançamento, reclamando apenas dos royalties.


Cabe à oposição, de qualquer partido, mostrar os equívocos do caminho escolhido que favorece uma empresa de capital aberto, tira transparência do processo de escolha de investidores e não pesa o custo ambiental da exploração.


O PAC das cidades históricas é uma versão empobrecida de um projeto do governo passado, mas lá estava batendo palmas o governador de Minas, Aécio Neves, outro pré-candidato do PSDB.


O presidente deu uma entrevista em que nem Cristo foi poupado. Tudo o que Serra disse foi uma ironia de pouco alcance: Quando Lula ficou três dias num carnaval fora de hora, em cima de um palanque, com dinheiro público, alegando fiscalizar uma obra, Serra falou algo sobre irrigação nas terras ribeirinhas, e há um movimento de se saber o custo da viagem.


Mas a transposição do Rio São Francisco deve ser discutida também por uma série de outros motivos. Teve licença ambiental condicionada a exigências até agora não cumpridas. O rio sofre com assoreamento, esgoto sanitário de inúmeras cidades ribeirinhas, e destruição da mata ciliar. A população não pode ficar na situação de apenas se queixar ao bispo.


O presidente Lula tem atacado o TCU sucessivamente e avisa que vai apresentar uma lista de absurdos que pararam obras importantes.


A oposição sabe a lista de absurdos encontrados nas obras do PAC ou fora dele?


É melhor que saiba porque o governo informa que está pensando em criar um conselho para que as obras contestadas sejam liberadas em rito sumário.


O governo atrasa a restituição de Imposto de Renda às pessoas físicas; desmoraliza, por erros gerenciais e falta de controle, o programa de avaliação do ensino médio; planeja construir dezenas de termoelétricas a combustível fóssil nos próximos anos; permite que o setor elétrico se transforme em feudo familiar de um aliado; faz ameaças públicas a uma empresa privada; o Rio afunda numa angustiante crise de segurança. Isso para citar alguns eventos recentes sobre os quais os políticos de oposição ou fazem protesto débil ou frases de efeito.


O Bolsa Família é um programa que distribui renda para quem precisa e tem o direito de receber. Mas um dos seus méritos iniciais, quando nasceu como Bolsa Escola em experiências municipais, era não ser uma concessão assistencialista. Está perdendo essa virtude.


Seu maior desafio como política pública era ter uma porta de saída, ser uma alavanca para a mobilidade social. O governo não formatou essa porta de saída e o programa começa a perder qualidade.


A oposição tem medo de criticar o que está errado no projeto, tem medo de desmascarar o uso político-eleitoral do programa, e de propor avanços. Toda política pública é uma ferramenta. O Bolsa Família pode e deve ser aperfeiçoado, sem ser abandonado."

Com informações dO Globo

terça-feira, 27 de outubro de 2009

VOCÊ SABIA QUE...

 Planeta Voluntários
www.planetavoluntarios.com.br
Porque ajudar faz bem!

-  Mais de um bilhão de pessoas no mundo vive com menos de um dólar por dia;
- Cada dia, morrem, por causa da fome, 24 mil pessoas. 10% das crianças, em países em desenvolvimento, morrem antes de completar cinco anos...
- um terço da população é mal alimentado e outro terço está faminto.
- Que a cada dia 275 mil pessoas começam a passar fome ao redor do mundo. O Brasil é o 9º pais com o maior número de pessoas com fome...
- Atualmente, cerca de 1,2 bilhão de pessoas se encontra no estado de alta pobreza devido às condições climáticas de suas regiões.

Você Sabia?
- Mais de um bilhão de crianças, a metade dos menores do mundo, é castigado pela pobreza, as guerras e a Aids;
- Todos os dias, o HIV/AIDS mata 6.000 pessoas e infecta outras 8.200 .
- Todos os anos, seis milhões de crianças morrem de má nutrição antes de completar cinco anos.
- Cerca de 90 mil crianças e adolescentes são órfãos  no Brasil, à espera de uma adoção.
- a escassez de água já atinge 2 bilhões de pessoas. Esse número pode dobrar em 20 anos...

Você Sabia?
- Cerca de 100 milhões de pessoas estão sem teto;
- No Brasil, são 33,9 milhões de pessoas sem casa. Só nas áreas urbanas, são 24 milhões que não possuem habitação adequada ou não têm onde morar.
- Que vinte e cinco milhões de pessoas são dependentes de drogas no mundo;
- Que os indígenas continuam a ser vítimas de assassinatos, violência, discriminação, expulsões forçadas e outras violações de direitos humanos.

Você Sabia?
- Mais de 2,6 bilhões de pessoas não têm saneamento básico e mais de um bilhão continua a usar fontes de água imprópria para o consumo.
- Cinco milhões de pessoas, na sua maioria crianças, morrem todos os anos de doenças relacionadas à qualidade da água.
- No mundo inteiro, 114 milhões de crianças não recebem instrução sequer ao nível básico e 584 milhões de mulheres são analfabetas.

Você Sabia?
- Que  é gasto 40 vezes mais dinheiro com cosméticos do que com doações...
- é gasto 10 vezes mais dinheiro com armas do que com educação básica;
- O Brasil é campeão mundial de desmatamento. Em segundo lugar está a Indonésia: 18,7 km2 por ano e, em terceiro, segue o Sudão, com 5,9 km2.
- O país perdeu um campo de futebol a cada dez minutos na Amazônia, nos últimos 20 anos.

..Agora você já sabe.

E vai ficar aí parado?  Tome uma atitude.

Milhões de Pessoas em Pobreza Extrema Precisam da sua Ajuda!
Seja Voluntário você Também!



Olimpíadas do social




  Frei Betto   

 
O governo acaba de divulgar os dados do Censo Agropecuário. E de dar razão ao MST quando reivindica reforma agrária.
 
Há no Brasil 5,175 milhões de propriedades rurais. Ocupam uma área total de 329,9 milhões de hectares. Um hectare equivale a um campo de futebol. Essas propriedades empregam 16,5 milhões de pessoas, e mais 11,8 milhões de trabalhadores informais (bóias-frias, diaristas etc.).
 
Dos que trabalham no campo, 42% não terminaram o ensino fundamental; 39,1% são analfabetos; apenas 8,4% têm o fundamental completo; 7,3% obtiveram diploma de nível superior; e 2,8% cursaram o técnico agrícola.
 
Esses dados explicam a baixa qualidade dos trabalhadores rurais, uma vez que o governo não lhes oferece instrução adequada, e a perversa existência de trabalho escravo, favorecido pela situação de miséria de migrantes em busca de sobrevivência.
 
A concentração de terras em mãos de poucos é 67% superior à da renda no país, cuja desigualdade se destaca entre as maiores do mundo. Essa concentração, agravada pelo agronegócio voltado à exportação de soja, cana e carne de gado reduz o número de trabalhadores no campo.
 
Em dez anos, 1,363 milhão de pessoas deixaram de trabalhar na lavoura. Muitas viraram sem-terra. E não foram poucas as que migraram para, nas cidades, engordar o cinturão de favelas e agravar a incidência da mendicância e da violência urbana.
 
A mesa do brasileiro continua a ser abastecida pela agricultura familiar, que emprega 12 milhões de pessoas (74,4% dos trabalhadores no campo), enquanto o agronegócio contrata apenas 600 mil. Na cesta básica, a agricultura familiar é responsável pela produção de 87% da mandioca e 70% do feijão.
 
Segundo o Censo, 30% das nossas lavouras utilizam agrotóxico. Porém, apenas 21% recebem orientação regular sobre essa prática. Ou seja, muitos utilizam herbicidas no lugar de inseticidas e, ao aplicar veneno na terra, não cuidam de se proteger da contaminação.
 
Na mesa do brasileiro, entre verduras folhudas e legumes viçosos, campeia a química que anaboliza os produtos e prejudica a saúde humana. São 713 milhões de litros de veneno injetados, por ano, na lavoura do Brasil. E até hoje o governo resiste à proposta de obrigar a prevenir os consumidores sobre se o produto é ou não transgênico.
 
A agricultura orgânica ainda é insignificante no Brasil: apenas 1,8%. Mas já envolve mais de 90 mil produtores. A maior parte da produção (60%) se destina à exportação: Japão, EUA, União Européia e mais 30 países.
 
O Censo revelou ainda que os jovens estão abandonando o campo. Apenas 16,8% dos produtores têm menos de 35 anos de idade, e 37,8% têm 55 ou mais. Houve melhora na qualidade de vida: 68,1% dos estabelecimentos rurais contam com energia elétrica (o programa Luz para Todos funciona) e a irrigação aumentou 39%, favorecendo 42% da área total.
 
Em dezembro, os chefes de Estado de todo o mundo se reunirão em Copenhague para debater o novo acordo climático, considerando que o Protocolo de Kyoto expira em 2012. Segundo dados da ONU, em 2050 – quando haverá aumento de 50% da população do planeta - a escassez de alimentos ameaçará 25 milhões de crianças, pois a produção mundial, devido ao aquecimento global, sofrerá redução de 20%.
 
Os habitantes dos países pobres terão acesso, em 2050, a 2,41 mil calorias diárias, 286 calorias a menos do que em 2000. Nos países industrializados, a redução será de 250 calorias. Drama que poderá ser evitado se houver investimento de US$ 9 bilhões/ano para aumentar a produtividade agrícola.
 
Estudo do Instituto Internacional de Pesquisa de Política Alimentar constata que a escassez levará à alta dos preços de alimentos básicos, como trigo, soja e arroz. Este produto, essencial na dieta mundial, poderá ter aumento de até 121%! Hoje, a fome ameaça 1,02 bilhão de pessoas (15% da população mundial).
 
O Brasil é, hoje, um dos maiores produtores mundiais de alimentos. Nosso rebanho bovino conta com quase 200 milhões de cabeças – responsáveis também pelo aquecimento global -, e a fabricação de etanol elevou a produção de cana-de-açúcar para quase 400 milhões de toneladas/ano.
 
Apesar dos dados positivos de nossa produção agropecuária, ainda convivemos com a fome (11,9 milhões de brasileiros); a mortalidade infantil (23 em cada 1.000 nascidos vivos); o analfabetismo (15 milhões); e alto índice de criminalidade (40 mil assassinatos/ano).
 
Bom seria se a nação também se mobilizasse para as Olimpíadas do Social e, enquanto o Rio reforma seus estádios para 2016, o Brasil promovesse as tão sonhadas, prometidas e adiadas reformas: agrária, política, educacional, sanitária e tributária. 
 
Frei Betto é escritor, autor do livro de contos "Aquário negro" (Agir), entre outros livros.
 

Resistência ao glifosato: pesadelo assombra produtores de soja transgênica


 

Por Alejandro Nadal (*)
Um fantasma percorre os campos do Chaco, norte da Argentina. Após meses de investigação e acaloradas disputas, confirmou-se a existência de uma variedade de sorgo (Sorghum halepense – também conhecido no Brasil como capim Massambará, Pasto Russo ou Erva de São João) resistente ao herbicida glifosato, na província de Salta. É o primeiro caso de uma variedade de sorgo resistente ao glifosato desde que esse herbicida começou a ser usado no mundo, há três décadas. A difusão desta erva daninha através das colheitadeiras que circulam por todos os lados após cada safra não é um bom augúrio.
A presença do sorgo resistente ao glifosato já foi reconhecida pelo principal organismo encarregado de vigiar as ervas daninhas resistentes a herbicidas (www.weedscience.org). Essa descoberta é um pesadelo que se tornou realidade para os produtores de soja transgênica. É também uma lição para a Sagarpa (organização mexicana de proteção fitossanitária), que acaba de autorizar ilegalmente as primeiras plantações experimentais de milho transgênico no México. É o primeiro passo no caminho para autorizar a plantação comercial e consolidar a liberação do milho geneticamente modificado no México, centro de origem deste cultivo de importância mundial.
Vamos por partes. O Sorghum halepense é uma das dez principais ervas daninhas que afetam a agricultura de climas temperados. É uma erva daninha perene, dotada de grande capacidade de reprodução e sobrevivência ao controle por meios mecânicos. A ironia é que em muitos países, incluindo a Argentina, foi introduzido como uma espécie forrageira, por sua alta produtividade e capacidade de adaptação. Em poucos anos, converteu-se em uma praga cujo combate com agentes químicos teve grandes custos para os agricultores e para a biodiversidade.
Na luta contra essa “erva daninha perfeita” vinha se usando o glifosato, herbicida de amplo espectro que destrói, em plantas superiores, a capacidade de sintetizar três aminoácidos essenciais. É o herbicida seletivo de maior venda no mundo e sua expansão acelerou-se com os cultivos transgênicos como os da soja Roundup Ready, da Monsanto, geneticamente modificada para aumentar sua resistência ao glifosato. Hoje, a soja transgênica é plantada em cerca de 18 milhões de hectares na Argentina. Esse cultivo transformou a paisagem rural do pampa, transtornando as relações sociais que permitiam a pequena agricultura e abrindo as portas para o agronegócio em grande escala. As exportações de soja são o principal sustento da política fiscal Argentina: 18% da receita fiscal total vêm do imposto sobre as vendas de soja ao exterior. Mas o colapso desta bolha da soja é uma questão de tempo. A aparição do sorgo resistente ao glifosato é só um aviso. A soja transgênica usa um pacote tecnológico de plantio direto (ou lavragem mínima), onde se deixa o mato cobrir a terra para protege-la da chuva e do vento. Isso reduz os riscos de erosão, mas deve ser acompanhado de um incremento no uso de herbicidas. Esse tipo de cultivo está associado a um crescimento espetacular do uso destes insumos: em apenas dez anos, o consumo de glifosato passou de 15 a 200 milhões de litros.
O resultado, no final do caminho, era de se esperar: cedo ou tarde, apareceriam espécies resistentes às estratégias desenhadas e implementadas por este modelo de agricultura comercial. Com a difusão do pacote tecnológico da soja transgênica, essa resistência apareceria mais rapidamente, pois o processo de co-evolução (que, no fundo, é o que rege esse fenômeno) iria se acelerando. É o que acontecerá também com o milho transgênico cujo plantio está sendo autorizado agora no México. A aparição de insetos resistentes à toxina produzida nos cultivos transgênicos Bt é uma questão de tempo.
Ainda não há registro de grandes populações resistentes à toxina Bt, mas em parte isso se deve à estratégia que consiste em deixar refúgios de plantas não transgênicas nas áreas plantadas. Nos Estados Unidos, essa prática tem sido acompanhada pelo uso complementar de inseticidas. Mas a advertência de ecólogos e agrônomos segue vigente: essas estratégias só retardam o processo de aparição de insetos resistentes ao Bt, não o detém. O cultivo de milho transgênico no México aumentará a probabilidade de surgimento de populações de insetos resistentes ao Bt em um menor espaço de tempo. Esse não é o único problema, mas o exemplo do sorgo na Argentina é um sinal que não devemos ignorar.
A trajetória tecnológica dos cultivos geneticamente modificados nos conduz a um beco sem saída. É claro que, para as empresas e seus cúmplices no governo, este é um bom instrumento para tornarem-se donas do campo, transformando-o em seu espaço de rentabilidade. Para a Sagarpa e o governo (falando aqui do caso mexicano) nada deve se interpor entre as companhias transnacionais e a rentabilidade, nem sequer a débil legislação sobre biossegurança que foi desenhada para servir aos interesses dessas mesmas empresas.
(*) Alejandro Nadal é economista, professor pesquisador do Centro de Estudos Econômicos, no Colégio do México. Colaborador do jornal La Jornada, onde este artigo foi publicado originalmente dia 20 de outubro.

Grande farsa...

Farsa em Cabul, tragédia no Paquistão


Há algumas semanas, o chefe da ONU em Cabul, um norueguês de cabeça dura, decidiu que as recentes eleições presidenciais foram correctas e que Karzai era um governante legítimo. O seu adjunto, Peter Galbraith, o representante não-oficial do Departamento de Estado, ficou enfurecido (já que os EUA estão descontentes com Karzai, que é a sua própria criatura) e assumiu uma posição pública. Foi demitido.
Mas as histórias envolvendo representantes dos EUA e as Nações Unidas nunca acabam assim. Ontem, o supervisor eleitoral apoiado pela ONU determinou que as eleições tinham sido fraudulentas e ordenou uma nova volta. As montanhas do Indocuche devem ter ressoado com o som das risadas pachtun.
Ninguém no Afeganistão leva as eleições demasiado a sério, especialmente quando o país está ocupado pelos EUA e pelos seus acólitos da NATO. Nos velhos tempos, ter-se-iam livrado de Karzai, tal como dos ditadores sul-vietnamitas que armavam demasiada confusão.
Karzai tem sido um desastre total, mas o mesmo acontece com a ocupação que o implantou em Cabul. Agora, com uma guerra que vai muito mal e com os insurgentes a controlar grandes porções do território, Karzai está a ser o bode expiatório para pecados de que ele não é exclusivamente responsável.
Uma solução que está a ser considerada é a nomeação pelos EUA/ONU de um director-executivo e aqui Peter Galbraith seria a escolha óbvia. Isso seria muito mais simples e o director-executivo poderia nomear um gabinete em que todos os malfeitores pudessem compartilhar os despojos do comércio de ópio e um pedaço do dinheiro a ser gasto no país, quebrando assim o monopólio financeiro da família Karzai.
A única razão para a humilhação pública de um fantoche fiel é a sua recusa em compartilhar o poder e o dinheiro com outros colaboradores. Se for autorizado a permanecer no poder, prevejo que vai estar mais disposto a partilhar. Não que isso vá resolver quaisquer problemas na falta de uma estratégia de saída da NATO da região.
Enquanto a farsa se desenrola em Cabul, no vizinho Paquistão a situação tornou-se mais mortal. O governo de Zardari (efectivamente dirigido pela embaixadora dos EUA, Anne W. Patterson) ordenou ao exército do Paquistão para acabar com os talibãs no Waziristão do Sul, perto da fronteira afegã.
Isso também vai falhar. Mais inocentes vão morrer, mais refugiados serão criados juntando-se aos dois milhões de “deslocados internos” que já vivem em acampamentos. O resultado será um legado amargo, alimentando o ódio e ataques de vingança na região e, fatalmente, criando novas tensões no interior do exército do Paquistão.
Incapazes de compreender que foi o derramamento da guerra do Afeganistão sobre o Paquistão que exacerbou a crise no Paquistão, as directivas da administração Obama só a podem tornar pior.
Fonte: Counterpunch