“Foi
uma vitória do conjunto dos servidores públicos.” Repetida várias
vezes, essa frase sintetizou o sentimento de cada um dos trabalhadores
presentes na grande manifestação realizada nesta terça-feira 22 em
Porto Alegre. Pressionado, sem força política e na eminência de uma
derrota histórica, o governo Yeda se viu obrigado a recuar e retirar os
projetos que atacavam direitos e destruíam as carreiras dos servidores
da Educação e da Brigada Militar.
Sob
um clima de muita emoção, os servidores deram-se as mãos e cantaram o
hino rio-grandense, celebrando uma vitória conquistada com muito
sacrifício. “Quantas vezes arrumamos as malas, deixamos nossas famílias
para, aqui, lutarmos pela nossa dignidade, pela dignidade dos
servidores e do povo gaúcho”, lembrou a presidente do CPERS/Sindicato
Rejane de Oliveira. Essa foi, segundo Leonel Lucas, presidente da
Abamf, “uma vitória da unidade, que no próximo ano precisa ser mantida.”
A
luta para impedir alterações nos planos de carreira marcou a atuação do
CPERS/Sindicato neste ano. Mudanças que sempre estiveram no horizonte
de um governo que jamais se preocupou com o funcionalismo. E a
mobilização foi fundamental para barrar esse ataque. A força da
categoria pode ser medida pela queda da ex-secretária Mariza Abreu, que
saiu do governo pela porta dos fundos, sem conseguir por em prática
seus planos nefastos para a educação pública e para os educadores. A
passagem de Mariza pela Secretaria da Educação ficou marcada
enturmação, multisseriação e pelas nefastas escolas de lata. É por isso
- e nada mais - que ela será lembrada.
Ao
longo deste ano, os servidores, reunidos no Fórum dos Servidores
Públicos Estaduais, construíram a fragilidade do governo. Foram
questionados quando lançaram o “Fora Yeda”, mas a campanha tinha um
objetivo: impedir ações do governo voltadas a atacar conquistas
históricas. Foi essa campanha que colocou o governo na defensiva.
Portanto, o “Fora Yeda” foi fundamental para que o governo chegasse
neste momento sem a mínima sustentação política. E essa luta teve
respaldo da sociedade gaúcha, tanto que Yeda ostenta a pior avaliação
de um governante desde que as pesquisas foram iniciadas no Brasil.
A
fragilidade do governo ficou exposta na constrangida fala do deputado
Pedro Westphalen (PP), líder do Piratini na Assembleia Legislativa. Num
pronunciamento surreal, ele sintetizou o desastre político da
administração Yeda. Pediu aos deputados aliados que rejeitassem a
emenda e o projeto da Brigada Militar. Obrigou-se a solicitar aos
colegas que rejeitassem o "pacote de bondades" propagandeado pelo
governo, mas que os servidores inteligentemente descobiram nele um
conjunto de maldades.
João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato Fotos: Cristiano Estrela
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário