No
final da tarde da sexta-feira 3, cerca de cinco mil trabalhadores do
campo e da cidade participaram da 15ª Marcha dos Sem. Após um ato
público em frente a Federasul, a tradicional caminhada percorreu a
Avenida Borges de Medeiros até o Largo Zumbi dos Palmares, onde foi
realizado o seu encerramento.
Com
o lema: “Lutar para garantir direitos, avançando nas conquistas”, a
Marcha iniciou com uma manifestação em frente à Federasul, no centro da
capital gaúcha. Os dirigentes sindicais e representantes das federações
de trabalhadores lembraram que reduzir direitos está na contramão do
desenvolvimento do Estado.
“Estamos
aqui para dar um recado para os empresários. A agenda que o Rio Grande
do Sul precisa é a pauta dos trabalhadores, pois a agenda dos
empresários é a da crise, do retrocesso”, afirmou o presidente da
Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), Claudir Nespolo.
O
representante da Federação dos Sapateiros, João Batista Xavier da
Silva, lembrou que os trabalhadores continuarão lutando para garantir
seus direitos.
Um
caixão preto com palavras de ações típicas da política neoliberal como
“jornada de trabalho de 44 horas”, “latifúndio”, “práticas
anti-sindicais”, "privatizações", entre outras, foi deixado pelos
trabalhadores na porta da Federasul.
“Esse
ato é porque aqui nesse prédio são elaboradas propostas que fazem o
Estado retroceder, que violam os direitos da classe trabalhadora”,
explicou o presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski. Para ele, 13º
salário, fundo de garantia, férias e uma carga horária justa não são
“dádivas de patrão e sim, conquistas dos trabalhadores”.
Manifestantes lotaram as ruas do centro
Após,
a Marcha partiu em direção a prefeitura de Porto Alegre onde os
representantes dos movimentos sociais da moradia demonstraram sua
insatisfação com o governo municipal que não regulariza áreas já
ocupadas.
Em
seguida, a tradicional Esquina Democrática foi o palco das
manifestações dos sindicalistas. A presidente do Cpers/Sindicato, Rejane
Oliveira, falou em nome dos servidores públicos. “Há 15 anos essa
Marcha tem cumprido um importante papel na sociedade, de unir
trabalhadores do campo e da cidade, de entidades públicas e privadas e
unifica os movimentos sociais para lutar e defender nossos direitos.”
Para
o representante da Conlutas, Érico Corrêa, mais uma vez os
trabalhadores dizem que não vão aceitar o neoliberalismo. “Nós não vamos
aceitar a desculpa da crise econômica de 2008, nós não vamos pagar essa
conta”, declarou.
A
necessidade da Reforma Agrária e de maiores investimentos na
agricultura familiar foi defendida pelo representante da Via Campesina,
Adalberto Martins (Pardal). “Estima-se que hoje, cada brasileiro consome
cerca de 6 litros de venenos, devido ao uso de agrotóxicos no cultivo
dos alimentos e ninguém sabe quais serão as consequências disso para a
população”, salientou.
Encerramento lembrou a luta pela consciência negra
Depois
de percorrerem a Avenida Borges de Medeiros, os manifestantes
encerraram a Marcha com um ato no Largo Zumbi dos Palmares, devido as
atividades pela consciência negra, que acontecem no mês de novembro, em
todo o país.
“Desde
1996, a Marcha denuncia a corrupção reivindica os direitos dos
trabalhadores e propõe políticas públicas que possibilitam o avanço do
desenvolvimento. Este ano, escolhemos encerrar aqui no Largo do Zumbi,
porque é uma maneira de dizer não ao racismo, não a criminalização, não
ao preconceito e não ao retrocesso”, declarou Woyciechowski.
Com informações da CUT-RS
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