terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Milhares de trabalhadores foram às ruas de Porto Alegre na 15ª Marcha dos Sem



No final da tarde da sexta-feira 3, cerca de cinco mil trabalhadores do campo e da cidade participaram da 15ª Marcha dos Sem. Após um ato público em frente a Federasul, a tradicional caminhada percorreu a Avenida Borges de Medeiros até o Largo Zumbi dos Palmares, onde foi realizado o seu encerramento.
Com o lema: “Lutar para garantir direitos, avançando nas conquistas”, a Marcha iniciou com uma manifestação em frente à Federasul, no centro da capital gaúcha. Os dirigentes sindicais e representantes das federações de trabalhadores lembraram que reduzir direitos está na contramão do desenvolvimento do Estado.
“Estamos aqui para dar um recado para os empresários. A agenda que o Rio Grande do Sul precisa é a pauta dos trabalhadores, pois a agenda dos empresários é a da crise, do retrocesso”, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), Claudir Nespolo.
O representante da Federação dos Sapateiros, João Batista Xavier da Silva, lembrou que os trabalhadores continuarão lutando para garantir seus direitos.
Um caixão preto com palavras de ações típicas da política neoliberal como “jornada de trabalho de 44 horas”, “latifúndio”, “práticas anti-sindicais”, "privatizações", entre outras, foi deixado pelos trabalhadores na porta da Federasul.
“Esse ato é porque aqui nesse prédio são elaboradas propostas que fazem o Estado retroceder, que violam os direitos da classe trabalhadora”, explicou o presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski. Para ele, 13º salário, fundo de garantia, férias e uma carga horária justa não são “dádivas de patrão e sim, conquistas dos trabalhadores”.

Manifestantes lotaram as ruas do centro

Após, a Marcha partiu em direção a prefeitura de Porto Alegre onde os representantes dos movimentos sociais da moradia demonstraram sua insatisfação com o governo municipal que não regulariza áreas já ocupadas.
Em seguida, a tradicional Esquina Democrática foi o palco das manifestações dos sindicalistas. A presidente do Cpers/Sindicato, Rejane Oliveira, falou em nome dos servidores públicos. “Há 15 anos essa Marcha tem cumprido um importante papel na sociedade, de unir trabalhadores do campo e da cidade, de entidades públicas e privadas e unifica os movimentos sociais para lutar e defender nossos direitos.”
Para o representante da Conlutas, Érico Corrêa, mais uma vez os trabalhadores dizem que não vão aceitar o neoliberalismo. “Nós não vamos aceitar a desculpa da crise econômica de 2008, nós não vamos pagar essa conta”, declarou.
A necessidade da Reforma Agrária e de maiores investimentos na agricultura familiar foi defendida pelo representante da Via Campesina, Adalberto Martins (Pardal). “Estima-se que hoje, cada brasileiro consome cerca de 6 litros de venenos, devido ao uso de agrotóxicos no cultivo dos alimentos e ninguém sabe quais serão as consequências disso para a população”, salientou.

Encerramento lembrou a luta pela consciência negra

Depois de percorrerem a Avenida Borges de Medeiros, os manifestantes encerraram a Marcha com um ato no Largo Zumbi dos Palmares, devido as atividades pela consciência negra, que acontecem no mês de novembro, em todo o país.
“Desde 1996, a Marcha denuncia a corrupção reivindica os direitos dos trabalhadores e propõe políticas públicas que possibilitam o avanço do desenvolvimento. Este ano, escolhemos encerrar aqui no Largo do Zumbi, porque é uma maneira de dizer não ao racismo, não a criminalização, não ao preconceito e não ao retrocesso”, declarou Woyciechowski.

Com informações da CUT-RS

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