A combinação de alimentos gordurosos, ricos em calorias, açúcar e
sódio com uma estratégia (em parte) voltada para crianças fez do
McDonald’s alvo de uma carta aberta publicada esta semana nos grandes
jornais dos Estados Unidos. Médicos americanos reunidos no portal
Letter to McDonald’s.org assinam o documento e pedem que o palhaço
Ronald McDonald deixe de ser usado pela rede de fast-food como
garoto-propaganda.Os profissionais da saúde ligam a epidemia da
obesidade — que teria triplicado no país nas últimas três décadas —
diretamente ao consumo promovido pela alimentação rápida. Eles também
pedem que a cadeia de restaurantes não distribua mais nenhum brinde com
seu McLanche Feliz, combo cujo sanduíche, no Brasil, pode ter entre 257
kcal e 310 kcal (13% e 16% da quantidade de calorias recomendada por dia
a um adulto, respectivamente). No caso da gordura, o lanche pode ter
até um quarto da quantidade diária recomendada para adultos.
A discussão não é recente, mas ganhou novo combustível com o protesto dos médicos.
“Pare de fazer a próxima geração doente. Aposente o Ronald e o resto de
seu marketing de junk food para crianças”, afirmou, por exemplo, o
doutor Steven K. Rothsochilf, da unidade de Medicina Preventiva da Rush
Medical College, de Chicago. Segundo o estudo publicado na carta, o
marketing seria ruim nesse caso por induzir crianças a comerem comida
gordurosa.
Ronald McDonald apareceu pela primeira vez em 1963, em três
comerciais diferentes do McDonald’s para a TV. Nessa época, era
interpretado por Willard Scott, que até o ano anterior encarnava a
versão americana do palhaço Bozo. Em 2010, a ONG Responsabilidade
Corporativa Internacional já havia sugerido a retirada do personagem
ruivo das campanhas da empresa de fast-food.
Desta vez, o McDonald’s, em comunicado oficial, defendeu sua
principal mascote. “Como rosto da Ronald McDonald House Charities
[organização da empresa que busca promover a saúde infantil], Ronald é
um embaixador a serviço do bem, que dá mensagens importantes às crianças
sobre segurança, alfabetização e um estilo de vida ativo e
equilibrado”, diz o texto.
Fonte: Meio&Mensagem
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