terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Irã é vencedor imediato no Líbano


Manifestação no Irã em favor do Hezbollah
Irã é tido como principal patrocinador do Hezbollah
Nas voláteis e sempre explosivas crises do Oriente Médio, já surgiram novos perdedores indiscutíveis. São civis no Líbano e no norte de Israel, vítimas de bombardeios e do lançamento de foguetes.

A curto prazo, o Irã emerge como um vencedor. A crise deflagrada pela provocação do grupo xiita Hezbollah e aprofundada pela resposta israelense mostrou a capacidade do regime de Teerã de estender os seus tentáculos. Não se trata apenas do seu apoio ao Hezbollah, mas da ampliação de oportunidades para atuar como um "player" regional.

Essas oportunidades foram abertas pela reação americana aos ataques do 11 de Setembro. As invasões do Afeganistão e do Iraque foram um presente de George W. Bush ao regime de Teerã pela eliminação de inimigos fronteiriços, o Talebã e Saddam Hussein.

Os iranianos se tornaram atores-chaves no imbróglio iraquiano e, ironicamente, ao lado de Washington, peças de sustentação de um governo xiita, lance fundamental para que a nova ordem tivesse um esboço de legitimidade.

O velho Iraque foi destruído. O novo é uma ciranda de caos e morte. A invasão americana que deveria ter sido a ponta-de-lança de um admirável mundo novo ganha cada vez mais contornos vietnamitas para os americanos.

Atolado no Iraque, o governo Bush foi perdendo a capacidade de atuação no Oriente Médio. Em outros casos, como na crise palestina, foi negligente por opção. O vácuo diplomático foi cada vez mais ocupado pelos iranianos, para a inquietação de regimes árabes conservadores e sunitas.

A crise libanesa apenas melhorou a posicao iraniana. De imediato serviu para tirar o foco do seu programa nuclear. Teeran espera que os desdobramentos desta crise inclusive dividam americanos e europeus, que estao relativamente unidos em uma postura cada vez mais dura nas negociacoes nucleares com os iranianos.

Velho Líbano

Com seus aliados sírios, os iranianos visualizam claros benefícios na degringolada libanesa, em particular devido à virulenta resposta israelense.

O Líbano da onda democrática que levou à retirada das tropas sírias se tornara um cartão postal deste admirável mundo novo tramado na cabeça de Bush. Agora temos novamente o Líbano dilacerado, velho de guerra. Damasco e Teerã deram o recado de que não podem ser marginalizados ou simplesmente colocados a escanteio no Oriente Médio.

Como no caso de Israel, ainda é cedo para dizer se iranianos e sírios cometeram um erro de cálculo com suas jogadas para tirar proveito da conflagração. Vale repetir que a situacao é volátil, e vencedores do momento talvez percam a longo prazo. Mas existem outros perdedores indiscutíveis, além de civis alvejados por bombas israelenses e foguetes do Hezbollah.

Perderam os que apostavam em uma primavera democrática no Oriente Médio. Eleições podem resultar em governos como o do Hamas, no caso palestino, ou de participação ministerial de grupos como o Hezbollah, no Líbano.

Foram alguns dos desfechos não intencionados por Bush quando ele decidiu criar impetuosamente um admirável mundo novo no Oriente Médio. Agora é o momento de reversão.

Como lembrou o editorial de quarta-feira do jornal The Washington Post, hoje no Egito existe o "apoio tácito" de Bush ao presidente Hosni Mubarak na sua campanha para esmagar o movimento democrático que floresceu no ano passado.

Como ninguém, George W. Bush alterou o status quo no Oriente Médio com a invasão do Iraque em 2003. O que será montado no lugar é tão incerto como um foguete Katyusha.

Fonte:BBC

Distúrbios neurológicos no mundo globalizado

Segundo a OMS, problemas neurológicos afetam todos os países
Quase cada uma em cada seis pessoas em todo o mundo sofre com algum distúrbio neurológico, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo o relatório, até um bilhão de pessoas sofre com problemas como Mal de Alzheimer, Mal de Parkinson, derrames, esclerose múltipla, infecções neurológicas, epilepsia, danos cerebrais ou dor de cabeça crônica.

O levantamento aponta que cerca de 6,8 milhões de pessoas morrem a cada ano em decorrência de problemas neurológicos.

A OMS adverte que esses problemas afetam pessoas em todos os países, sem distinção de idade, sexo, nível educacional ou nível de renda.

Segundo a organização, as pessoas afetadas por esses problemas acabam sendo sujeitas ao isolamento social, têm baixa qualidade de vida e uma probabilidade mais alta de morte.

Cerca de 873 mil pessoas morrem em conseqüência de suicídio a cada ano, segundo a OMS.

Recomendações

O relatório recomenda uma série de iniciativas para tentar reduzir o impacto social e econômico dos problemas neurológicos.

Entre as recomendações estão ações como iniciativas educacionais para evitar estigmas e discriminação e para treinar pessoas para lidar com o problema.

O documento sugere ainda o uso obrigatório de capacetes para motociclistas e de cinto de segurança nos carros para evitar danos neurológicos em caso de acidente, imunização contra doenças como meningite e a detecção e o tratamento rápido da malária.

“Apesar de haver disponibilidade de tratamentos efetivos e de baixo custo, nove de cada dez pessoas sofrendo de epilepsia na África ficam sem tratamento. Os sistemas de saúde precisam ser fortalecidos para garantir um atendimento melhor para as pessoas com desordens neurológicas”, diz Margaret Chan, diretora-geral da OMS.

Fonte:BBC