sábado, 29 de outubro de 2011

Notícias da Antiguidade Ideológica - Marx, Eisenstein, O Capital

extraído do MAKINGOFF por rpessoa
(Nachrichten aus der ideologischen Antike - Marx, Eisenstein, Das Kapital)
Nachrichten aus der ideologischen Antike - Marx – Eisenstein – Das Kapital
Poster
Sinopse
Filme baseado no projeto inacabado do diretor russo Sergei Eisenstein de filmar O Capital, de Karl Marx, a partir da estrutura literária de Ulisses, de James Joyce. Realizado em 2008, no auge da crise financeira mundial, Notícias é uma obra que reflete sobre a atualidade do pensamento de Marx na sociedade capitalista contemporânea.
Screenshots




Elenco
Informações sobre o filme
Informações sobre o release
Galina Antoschewskaja, Claudia Buckler, Oksana Bulgakowa, Jan Czajkowski, Dietmar Dath, Hans Magnus Enzensberger, Agnes Ganseforth, Boris Groys, Durs Grünbein, Ute Hannig, Johannes Harneit, Hannelore Hoger, Rudolf Kersting, Sophie Kluge, Felix Kramer, Charlotte Müller, Oskar Negt, Thomas Nichans, Heather O’Donnell, Gabriel Raab, Lucy Redler, Irmela Roelcke, Sophie Rois, Helge Schneider, Werner Schroeter, Peter Sloterdijk, Rainer Stollmann, Andreas Tobias, Joseph Vogt, Samuel Weiss, Stephanie WüstGênero: Documentário
Diretor: Alexander Kluge
Duração: 570 minutos
Ano de Lançamento: 2008
País de Origem: Alemanha
Idioma do Áudio: Alemão
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1423964/
Qualidade de Vídeo: DVD Rip
Vídeo Codec: XviD
Vídeo Bitrate: 1301 Kbps
Áudio Codec: AC3
Áudio Bitrate: 224 Kbps
Resolução: 640 x 496
Formato de Tela: Tela Cheia (4x3)
Frame Rate: 25.000 FPS
Tamanho: 6,12 Gb
Legendas: No torrent e em anexo
Sumário


Sumário das 3 partes

I. Marx e Eisenstein na mesma casa
Uma aproximação àquilo que Eisenstein planejava e ao tom dos textos de Marx como ecos de um tempo distante


1. Dos cadernos de trabalho de Eisenstein, com Heather O’Donnell (piano), Irmela Roelcke (piano), Hannelore Hoger (narradora), Charlotte Müller, Thomas Niehans (15’07”); 2. Projetos 1927 – 1929, com a biógrafa de Eisenstein, Oskana Bulgakowa, Saudade da infância dos pensamentos. Como soam os textos de Marx no ano de 2008?; 3. Três textos do Capital e dos Grundrisse (2’30”); 4. deve/é. Linha de montagem ainda com muitos vivos (1’30”); 5. Paisagem com indústria pesada clássica Música: Maeror Tri, “The Revenger”, do disco Multiple Personality Disorder (Korm Plastics1993) (1’40”); 6. O livro das forças essenciais humanas, com Sir Henry; música: Guiseppe Verdi, Rigoletto (2’10”); 7. “Um homem é o espelho do outro”, com Sophie Rois (narradora) e Jan Czaikowski (piano); música: Vincenzo Bellini, Norma (2’00”); 8. O lamento da mercadoria não comprada (3’18”); 9. Máquinas abandonadas pelos homens (2’11”); 10. O habitante do cosmos (3’26”); 11. “Magia da Antiguidade”, com Sophie Rois (narradora) e Jan Czaikowski (piano); música: Vincenzo Bellini, Norma (1’22”); 12. “Tornar líquido” (3’08”); 13. “Poder soviético e eletrificação” ou Duas agentes da Stasi se preparam para sua missão (6’45”); 14.O latim de Marx ou preparação para o exame para a escola de suboficial no exército popular (9’13”); 15. “Foram tempos desconfortáveis”, Hans Magnus Enzensberger sobre seu ano de nascimento 1929 (23’); 16. A sexta-feira negra (25 de outubro de 1929): O Capital refuta a si mesmo (4’49”); 17. A sobrinha-neta da intérprete de Lênin: “A formação dos cinco sentidos é um trabalho de toda a história do mundo.”, com Galina Antoschewskaja (23’01”); 18. “O capital pode dizer “eu”?, com Dietmar Dath (45’00”); 19. Amor mais duro do que cimento, com Sophie Rois (15’00”); 20. O renascimento do Tristão no espírito do Encouraçado Potemkin, com Werner Schroeter (12’)


II. Todas as coisas são pessoas enfeitiçadas
Sobre o assim chamado fetiche da mercadoria e a ressonância de revoluções passadas


1. O homem na coisa, um filme de Tom Tykwer (12’); 2. Tocha da liberdade (7’25”); 3. O monumento e o verdadeiro túmulo (4’58”); 4. “Todas as coisas são pessoas enfeitiçadas”, Peter Sloterdijk sobre as metamorfoses da mais-valia (46’30”); 5. Gravação em aúdio de uma luta trabalhista que não existe mais (10’10”); 6. Canção do Krans Milchsack nº4 (2’14”); 7. O que significa falhar alegremente na sociedade do risco?, com Oskar Negt (4’50”); 8. Breve história da burguesia, por Hans Magnus Enzensberger (3’13”); 9. Revoluções são locomotivas da história, com Oskar Negt (4’15”); 10. A razão é uma tocha. Um artigo de Condorcet da Enciclopédia (1’48”); 11. Demanda de tempo da revolução. Um episódio da Revolução Francesa (1’50”); 12. Despedida da revolução, com Peter Konwitschny, Martin Kusej e Martin Harneit; trecho de Luigi Nono, Al gran sole carico d’amore (Sob o grande sol cheio de amor), Azione scenica de Luigi Nono; com um comentário de Joseph Vogls sobre a questão: “O que é um revolucionário?” (8’02”); 13. “Guerra antes do que a paz”, Texto da introdução aos Grundrisse. Com Sophie Kluge und Gabriel Raab (1’40”)


Extras da parte II

1. Manifestos da imortalidade, Boris Groys sobre utopias biopolíticas na Rússia – antes e depois de 1917 (15’); 2. Rosa Luxemburgo e o chanceler do Império (8’); 3. “Eu acredito em solidariedade!”, Lucy Redler sobre greve política e resistência social (15’); 4. Rainha vapor, imperatriz eletricidade, de Rudolf Kersting e Agnes Ganseforth (6’); 5. O que significa subjetivo-objetivo?, com Joseph Vogl (12’49”); 6. O trabalhador total diante de Verdun, com Helge Schneider (17’)


III. Paradoxos da sociedade de troca
Sobre a presença geral da troca e a chance de responder a isso de modo multimidiático

1. A teoria do ataque relâmpago de Karl Korsch (2’18”); 2. Navios na neblina, com Sophie Kluge e Gabriel Raab (0’46”); 3. A Concierge de Paris, com Ute Hannig (2’01”); 4. Sobre a gênese da burrice, de “Dialética do Esclarecimento” de Max Horkheimer e Theodor W. Adorno (6’32”); 5. Maquinista Hopkins, Ópera industrial de Max Brand do ano de 1929 (10’10”); 6. O primeiro Marx e o Marx tardio (3’36”); 7. O hexâmetro de Brecht sobre o Manifesto Comunista, com Durs Grünbein (21’30”); 8. Despedida da revolução industrial: Poderiam os russos ter comprado o capital? Um episódio por ocasião da quebra da bolsa de 1929 (11’); 9. Como se lê no Capital?, com Oskar Negt (segundo Karl Korsch) (32’30”); 10. “Quanto sangue e horror está sobre o solo de todas as ‘boas coisas’!” (4’9”); 11. Impregnação violenta da troca (3’); 12. “Eu nunca vi dois cachorros trocarem um osso”, Rainer Stollmann sobre o valor de troca (18’17”); 13. Robinsonistas socialistas de 1942 (16’); 14. Palavras-chave: “ideologia”, “alienação”, “vitalidade das coisas?”, “Existe um direito humano das coisas?”, com Joseph Vogl (28’); 15. A grande cabeça de Chemnitz (3’); 16. “Quem tiver a melhor música será o filme principal”, com Helge Schneider como Atze Mückert, como ator de Marx e como compositor do filme de Eisenstein (34’)

Prefácio


Prefácio

Podemos aproximar-nos do projeto de Eisenstein de modo imparcial por vários motivos: ele nos escapou; sob massas de entulho histórico pode-se, de certo modo, desenterrar:

1. um plano do filme, surgido em 1927 e alcançando seu auge em 1929;
2. o livro de Marx (rodeado de fragmentos, excertos e planos).

Além disso, outros dois pontos de partida já são passado para nós: a possibilidade de uma revolução europeia parece ter desvanecido; com isso também a confiança num processo histórico que pode ser moldado diretamente pela consciência das pessoas. Por esse desaparecimento cessou a agitação, a pressa que determinou a publicação da segunda edição de O Capital no ano de 1872 (o ano de nascimento de minha avó) e o “caótico ano de 1929” (o ano de nascimento de Hans Magnus Enzensberger e de Jürgen Habermas). Podemos nos confrontar com os pensamentos estranhos de Marx e com o esquisito projeto de Eisenstein como num jardim, porque representam notícias da antiguidade ideológica. Podemos nos confrontar de modo tão imparcial como tratamos da Antiguidade, que abrange os melhores textos da humanidade.

Não precisamos declarar nada de novo, julgar nada de modo conclusivo, podemos mudar pouco e não precisamos imitar nada da realização de Marx e Eisenstein. Isso pode ser considerado como despedida ou como começo.

Quando Marx nasceu em maio de 1818 (cinco anos após Richard Wagner), na Inglaterra ainda havia trabalho infantil e tráfico de escravos. Em novembro de 1918, após o fim da primeira guerra que desolou o século XX, Marx tem cem anos e meio. No ano de 1943 ele tem 125 anos – tráfico de escravos e trabalho infantil foram abolidos, no entanto temos deportação e Auschwitz.

Os instrumentos analíticos de Marx não estão ultrapassados.

Também a abordagem de Sergej Eisenstein me interessa muito. Esse diretor, audacioso e teimoso, não somente quis “cinematizar” O Capital, senão derrubar toda a arte cinematográfica e construí-la novamente. Suas propostas sobre “constelações visuais”, sua continuação da montagem (para além do que alcançara em seus próprios filmes), a inclusão de escritos e pensamentos, as sequências seriais e o tratamento com entretons e harmônicos, em suma: a modernidade de Eisenstein é útil para todos os temas do nosso tempo, não apenas para a filmagem do Capital.

Alexander Kluge

Textos
Notícias da Antiguidade ideológica Marx – Eisenstein – O Capital
Apresentação do filme por Alexander Kluge

Notas para um filme de O Capital
Por Sergei Eisentein

Percursos subterrâneos do Capital: uma entrevista com Alexander Kluge
Por Gertrud Koch

"Todas as coisas são pessoas enfeitiçadas" – anotações sobre Notícias da Antiguidade Ideológica de Alexander Kluge
por Christian Schulte

Marx and Montage
Por Fredric Jameson
Coopere, deixe semeando ao menos duas vezes o tamanho do arquivo que baixar.


As legendas para os trechos falados foram extraídas do DVD lançado no Brasil pela Versátil em parceria com o Goethe Institut, o Instituto de Tecnologia Social e o SESC-SP, revisadas e sincronizadas para o release ripado do DVD da filmedition suhrkamp. As legendas para os letreiros foram criadas por mim utilizando, com poucas modificações, a tradução muito boa feita para o DVD da Versátil. A Versátil, infelizmente, optou por traduzir os letreiros diretamente na tela, e não na legenda, o que impede o acesso ao texto original do filme. Este release postado tem os letreiros originais em alemão. A legenda dos letreiros acabou ficando com algumas entradas um pouco longas, mas foi o jeito que houve para encaixar nessas entradas a quantidade de texto que estava na tela e sendo falado ao mesmo tempo. De qualquer forma, são poucas perto do total.


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Jornalistas de Rebelión e Democracy Now! divergem sobre potencial das novas mídias

O espanhol Pascual Serrano, um dos criadores do site Rebelión, diz que movimentos que derrubaram ditadores em países árabes e seriam baseados em grupos online mudaram pouco a realidade desses países. Já Andrés Thomas Conteris, fundador do serviço em espanhol do site Democracy Now!, defende a força de movimentos como o Occupy Wall Street.


Foz do Iguaçu - É comum ouvir análises sobre a importância da internet e das redes sociais no sucesso de eventos políticos recentes, como a eleição do primeiro presidente negro dos Estados Unidos, Barack Obama, e as revoltas da primavera árabe que derrubaram ditadores na Tunísia e no Egito.

Ainda que reconheça o papel democratizador da rede global, o jornalista espanhol Pascual Serrano, um dos criadores do site Rebelión, contém seu entusiasmo. "As revoluções das redes sociais não mudaram nada nos Estados Unidos e nem nos países árabes", disse ele, com certa ironia, ao participar do 1º Encontro Mundial de Blogueiros, nesta sexta-feira (28). "É aquela história de mudar um pouco para não mudar nada no final", criticou.

O argumento de Serrano é que as novas mídias não são capazes de tratar de assuntos relevantes com profundidade e sem fragmentá-los. Seria o caso do twiter, com seus textos telegráficos, e do youtube, cujos vídeos têm entre três e quatro minutos, os quais perigosamente cruzariam a fronteira entre a informação e o entretenimento. "Há um caráter primário de política em tudo isso", afirmou.

O jornalista espanhol lembrou ainda que as redes sociais estão sob controle de grandes empresas, em geral norte-americanas, que podem fazer uso - e o fazem - da censura para retirar conteúdos políticos que julguem inapropriados. "A possiblidade de intoxicação e manipulação nas redes sociais é muito grande", apontou Serrano, que, no entanto, disse que é possível mudar o rumo dessa história.

Para isso, ele defendeu que as novas mídias adotem "rigor e verdade" como seus valores, denunciem o modelo de oligopólio que predomina no setor da comunicação mundial e invistam em uma nova geração de jornalistas com valores humanísticos. "Precisamos incorporar algumas coisas mesmo que não gostemos delas, porque os novos cenários de comunicação não estarão livres de controle", concluiu.

Contraponto
 
O jornalista Andrés Thomas Conteris, fundador do serviço em espanhol do site Democracy Now!, faz uma avaliação mais positiva sobre o potencial transformador das novas mídias. Segundo ele, que nasceu nos Estados Unidos e possui ascendência uruguaia, veículos alternativos como o Democracy Now! têm colaborado diretamente com movimentos alternativos anti-sistêmicos, do Cairo a Washington.

O exemplo mais recente seria o Occupy Wall Street, através do qual norte-americanos têm ocupado as ruas de várias cidades norte-americanas para protestar contra o sistema financeiro. Através da cobertura alternativa e das mídias sociais, esse movimento, que tem seu DNA nos jovens que tomaram a praça Tahir, no Egito, vem sendo copiado em diversos países do mundo, como Brasil e Alemanha.

Conteris destaca algumas qualidades que têm garantido o sucesso do Occupy Wall Street e suas variantes: há transparência nas ações; há independência de partidos, governos, empresas e corporações; a democracia participativa é exercida através de assembléias gerais; as ocupações são intensas e sem prazo para terminar; há horizontalidade, ou seja, não há chefes e hierarquia; e a visão política possui um caráter global.

"O povo está desempregado e perdeu sua casa, após as fraudes nos bancos. O que o movimento diz é que somos 99% e eles são só 1%, mas, ainda assim, estão no comando do sistema financeiro e são cúmplices dos crimes cometidos. Nós precisamos mudar isso", afirmou o jornalista.