segunda-feira, 27 de junho de 2011

Greve dos Servidores Administrativos em Educação já paralisa 47 Universidades Federais

270611_fasubraRevolutas - A greve foi iniciada em 08 de junho, em Assembleia, realizada em Brasília, pela FASUBRA (Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras). Após reiteradas tentativas de negociação com o Ministério do Planejamento, os trabalhadores das universidades federais votaram a favor da greve.

A pauta de reivindicações inclui a retirada do PLC 549/09, que praticamente congela o orçamento para reajustes salariais e novas contratações por 10 anos; reajuste para o piso da categoria, fixando-o em três salários mínimos, e redução da jornada de trabalho de 40 para 30 horas semanais.
Os servidores públicos não têm direito a dissídio ou data-base que reajuste o salário anualmente. Como não há nenhuma intenção do governo em valorizar seus servidores, a categoria não teve outra alternativa. Foi à greve para lutar por melhores salários e condições de trabalho.
Após a deflagração da greve, os trabalhadores das universidades foram, dia após dia, somando forças ao movimento. Grande parte dos servidores em greve trabalha em universidades que aderiram ao REUNI (Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais).
Para quem não sabe, ou não se lembra, o REUNI é basicamente uma injeção de dinheiro do governo federal nas universidades federais que apresentassem planos de expansão do número de vagas e abertura de novos campi. Esta expansão aconteceu de maneira totalmente desigual e desorganizada. Em muitos dos novos campi originados pelo REUNI, o número de servidores é insuficiente frente à demanda de trabalho. Este e outros problemas gerados pela expansão fizeram com que, durante a greve, surgissem além das reivindicações nacionais, muitas pautas locais, onde os servidores de cada universidade manifestam seus problemas (falta de servidores, excesso de terceirizações, falta de espaço físico, assédio moral etc.).
Outro dado que mostra o alto grau de insatisfação dos servidores é a adesão de servidores que ainda não atingiram a estabilidade em seu emprego (no serviço público, a estabilidade se dá após três anos da contratação). Ou seja, a insatisfação é tão grande que os servidores superaram o medo de entrar em greve em um período em que ainda não possuem a sua permanência no serviço público garantida.
Por enquanto, o ministério do planejamento ainda não abriu as negociações com a FASUBRA. Mas, o mais importante neste cenário, é que milhares de trabalhadores conseguiram se reunir em seus locais de trabalho, e de maneira organizada estão construindo uma luta por melhores condições de trabalho. Participam de um processo onde, além das conquistas para a categoria, a aprendizagem de uma nova cultura é de extrema importância, em um momento onde é evidente que só existe saída através da coletividade na luta dos trabalhadores.