Revolutas
- A greve foi iniciada em 08 de junho, em Assembleia, realizada em
Brasília, pela FASUBRA (Federação de Sindicatos de Trabalhadores das
Universidades Brasileiras). Após reiteradas tentativas de negociação com
o Ministério do Planejamento, os trabalhadores das universidades
federais votaram a favor da greve.
A
pauta de reivindicações inclui a retirada do PLC 549/09, que
praticamente congela o orçamento para reajustes salariais e novas
contratações por 10 anos; reajuste para o piso da categoria, fixando-o
em três salários mínimos, e redução da jornada de trabalho de 40 para 30
horas semanais.
Os servidores públicos não têm direito a dissídio ou data-base que
reajuste o salário anualmente. Como não há nenhuma intenção do governo
em valorizar seus servidores, a categoria não teve outra alternativa.
Foi à greve para lutar por melhores salários e condições de trabalho.
Após a deflagração da greve, os trabalhadores das universidades
foram, dia após dia, somando forças ao movimento. Grande parte dos
servidores em greve trabalha em universidades que aderiram ao REUNI
(Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais).
Para quem não sabe, ou não se lembra, o REUNI é basicamente uma
injeção de dinheiro do governo federal nas universidades federais que
apresentassem planos de expansão do número de vagas e abertura de novos
campi. Esta expansão aconteceu de maneira totalmente desigual e
desorganizada. Em muitos dos novos campi originados pelo REUNI, o número
de servidores é insuficiente frente à demanda de trabalho. Este e
outros problemas gerados pela expansão fizeram com que, durante a greve,
surgissem além das reivindicações nacionais, muitas pautas locais, onde
os servidores de cada universidade manifestam seus problemas (falta de
servidores, excesso de terceirizações, falta de espaço físico, assédio
moral etc.).
Outro dado que mostra o alto grau de insatisfação dos servidores é a
adesão de servidores que ainda não atingiram a estabilidade em seu
emprego (no serviço público, a estabilidade se dá após três anos da
contratação). Ou seja, a insatisfação é tão grande que os servidores
superaram o medo de entrar em greve em um período em que ainda não
possuem a sua permanência no serviço público garantida.
Por enquanto, o ministério do planejamento ainda não abriu as
negociações com a FASUBRA. Mas, o mais importante neste cenário, é que
milhares de trabalhadores conseguiram se reunir em seus locais de
trabalho, e de maneira organizada estão construindo uma luta por
melhores condições de trabalho. Participam de um processo onde, além das
conquistas para a categoria, a aprendizagem de uma nova cultura é de
extrema importância, em um momento onde é evidente que só existe saída
através da coletividade na luta dos trabalhadores.