terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

ISRAEL PODE ENSINAR AO BRASIL COMO CONFINAR OS POBRES

Por Tali Feld Gleiser.

Antrop. O conjunto complexo dos códigos e padrões que regulam a ação humana individual e coletiva, tal como se desenvolvem em uma sociedade ou grupo específico, e que se manifestam em praticamente todos os aspectos da vida: modos de sobrevivência, normas de comportamento, crenças, instituições, valores espirituais, criações materiais, etc. (Dicionário Aurélio).

f. Conjunto de conhecimentos que permite que uma pessoa desenvolva seu julgamento crítico. (Real Academia Espanhola).

Parece que o julgamento crítico dos membros do Mercosul desapareceu definitivamente.

Em dezembro de 2007 firmou-se em Montevidéu um TLC entre este organismo e o estado de Israel. É uma vergonha para nós, habitantes desses países e latino-americanos um TLC e mais ainda com Israel.

O Brasil, destino de 77% das vendas israelenses aos membros do Mercosur, de acordo com o Ministro das relações exteriores Celso Amorim, foi além do TLC. Em recente vista a Israel, o Ministro assinou um acordo de cooperação cultural com esse país. Pergunto-me que tipo de cultura nos poderá transmitir um país cujo currículo escolar “alimenta o ódio aos árabes em geral e aos palestinos em particular, despojando-os de sua humanidade e descrevendo-os como selvagens, violentos, terroristas, retrasados, criminosos, sujos e animalizados”.[1]

“As crianças israelenses aprendem que a Terra Prometida de Deus tinha sido roubada por ladrões pagãos (árabes e muçulmanos) e que é um dever religioso cumprir o desejo religioso de Deus de limpar a Terra Prometida destes pagãos e construir uma casa para Deus”.[2] Ninguém pode reclamar que o estado de Israel não siga estes preceitos religiosos. Os goyim (não judeus) têm que desaparecer da terra prometida só para o povo escolhido por Deus.

Talvez o governo brasileiro pensasse que Israel poderia lhe ensinar como confinar os pobres em territórios onde falta literalmente tudo. Sabe-se que as favelas brasileiras são locais inabitáveis, mas, graças à cultura israelense de esmagar as casas com bulldozers, de destruir milhares de mesquitas e todo vestígio da sua cultura, as favelas poderiam ser urbanizadas, varrendo do mapa construções e habitantes. Negros, indígenas e minorias em geral deteriam de vez a sua mobilização popular já quase inexistente. Para que discutir as cotas raciais nas universidades brasileiras se o exemplo sionista for seguido?

E para que discutir a militarização das favelas se com a venda de armas e os sábios conselhos dos serviços de inteligência israelenses seria possível aplicar bombas de fragmentação que acabariam com todos os problemas? Ou que tal importar paramilitares colombianos treinados pelo Mossad para acabar com o pouco que resta dos movimentos populares no Brasil? Muros? Não precisamos. O muro permanente que divide a sociedade brasileira faz com que seja um dos países com maior concentração de renda.

Engana-se o governo brasileiro se acredita que assinar um tratado de cultura com Israel é respeitar a devoção histórica do povo judeu à cultura e o uso do conhecimento em prol da raça humana. O estado de Israel não tem nenhuma dessas características. Pelo contrário, quanto mais alienado e temeroso forem os israelenses-judeus, mais fácil será manter a apartheid e os privilégios de uns poucos. Israel pode nos transmitir como desconhecer sua própria história. Será que para o governo brasileiro é disso que o povo brasileiro precisa?

[1] Eli Bodia, pesquisador israelense da Universidade de Haifa. Estudo sobre o currículo acadêmico de história intitulado "A luta israelense nos livros de história acadêmicos hebreus".

[2] Elias Akleh. O terrorista sistema educativo israelense. www.rebelion.org

O atual governo e suas políticas são inimigos do avanço das esquerdas e das verdadeiras transformações sociais

O atual governo e suas políticas são inimigos do avanço das esquerdas e das verdadeiras transformações sociais



Hamilton Octavio de Souza


O governo Lula corrói a esquerda silenciosamente, por dentro, nas entranhas, como o câncer. É diferente do que acontece quando se tem a luta aberta contra a direita, quando é possível identificar mais claramente os inimigos. Dizer o óbvio, que a direita é mais truculenta do que a geléia geral do governo Lula, não contribui para definir a tática da esquerda. A geléia geral é sim menos truculenta, mas é mais danosa na medida em que age no interior das fileiras da esquerda, divide as forças, acomoda, corrompe, coopta, quebra a capacidade crítica e a combatividade. A direita no governo é mais dura nas bordoadas, mas causa menos danos à essência dos compromissos políticos e éticos da esquerda.


O raciocínio esquemático de setores da esquerda costuma enfatizar que fazer oposição ao governo Lula é apostar no pior, e que o pior só favorece os inimigos da esquerda. De acordo com esse raciocínio, é preferível engolir o governo Lula e a política hegemônica do PT do que entregar o governo para o PSDB-DEM e caterva. Se os inimigos verdadeiros são o capital, a burguesia e seus representantes, no momento atual a situação é altamente favorável aos inimigos, já que o modelo econômico mantido pelo governo Lula – e os grandes negócios do Estado com o empresariado – tem permitido a mais estupenda acumulação, total liberdade de atuação, entrega dos recursos naturais e do patrimônio nacional – praticamente sem restrições.


Nunca o capital viveu uma situação tão vantajosa nos mais de cem anos de República. Além disso, contribui para deixar o inimigo à vontade o fato real e concreto de que a força hegemônica nas esquerdas, o PT, consente com as políticas do governo Lula e não oferece nenhuma resistência à espoliação capitalista. O capital está nadando de braçada justamente porque a esquerda dividida fornece um ambiente de “tranqüilidade e paz” para o avanço do capital sobre as forças do trabalho.


O raciocínio político que precisa ser colocado na conjuntura não pode ser obviamente em cima das eventuais benesses – circunstanciais e passageiras – proporcionadas pelo atual governo. Mesmo porque não existe nada sob controle no jogo eleitoral. Essa visão é essencialmente fisiológica, na medida em que contempla vantagens e desvantagens da atual aliança com o capital, seja nas políticas assistencialistas, na suposta contenção da selvageria ou nas inúmeras sinecuras a setores da militância antes ignorados e excluídos. Não dá para confundir estratégia política com lealdade e gratidão.


O que precisa ser verificado realmente é a análise se tais ações de governo contribuem ou não para a organização e o acúmulo de forças no campo popular e das esquerdas. E está claro, até o presente momento, desde 1º de janeiro de 2003, que o governo do PT com as forças conservadoras e de direita tem contribuído muito mais para reorganizar esses setores dominantes, revitalizar antigas oligarquias, vitaminar os grupos empresariais – do que fortalecer o outro lado.


Pela lógica dos amigos e inimigos, podemos afirmar que o atual governo e suas políticas são inimigos do avanço das esquerdas e das verdadeiras transformações sociais. É claro que no balanço das relações clientelistas com a sociedade, o atual governo tem ampla vantagem em relação aos anteriores. Mas no processo de lutas de médio e longo prazo, o atual governo é mais corrosivo do que uma eventual articulação das esquerdas para o enfrentamento aberto contra as forças do capital.


A reunificação e o avanço das forças de esquerda, com o respaldo do movimento social popular, só pode acontecer no momento de convergência da análise centrada no combate às oligarquias, ao capital e ao imperialismo; na proposta de construção de uma nova sociedade sem oprimidos e sem explorados. Se o governo federal não soma nesse processo, não viabiliza avanços contra os verdadeiros inimigos do povo brasileiro, o terreno da luta e da aglutinação só são possíveis no campo da oposição. Fazer oposição ao governo, portanto, não é escolher o pior, é impedir que o pior continue inviabilizando a articulação de forças no campo das esquerdas, é estabelecer uma fronteira clara – para ser facilmente identificada pelo povo – entre aquilo que fortalece o modelo hegemônico do capital e o que constitui a alternativa nacional, popular e socialista.


Não dá mais para ficar jogando fumaça no quadro político. O caminho precisa ganhar nitidez.


Hamilton Octavio de Souza é jornalista e professor da PUC-SP.

Fidel Castro e o lixo midiático



Escrito por Altamiro Borges

A decisão de Fidel Castro, "o único mito vivo da humanidade", segundo a singela definição do presidente Lula, de deixar suas funções na presidência do Conselho de Estado de Cuba excitou os gusanos (vermes) do mundo todo. A mídia hegemônica tem dado amplo espaço para divulgar o seu "obituário precoce", como se o líder revolucionário tivesse morrido. Num ritual macabro, a máfia de Miami, o presidente-terrorista George Bush e a direita hidrófoba festejam o retorno do "livre mercado" e da democracia dos ricos à ilha. Precipitados, esquecem que este heróico povo resiste há 47 anos ao criminoso bloqueio dos EUA e que sobreviveu à débâcle do bloco soviético.

Na sua comovente mensagem ao povo cubano, publicada no jornal Granma, Fidel Castro explica os motivos da sua decisão. "Seria uma traição à minha consciência ocupar uma responsabilidade que requer mobilidade e entrega total, caso eu não esteja em condições físicas para exercê-la. E eu o digo sem qualquer intuito dramático. Felizmente, nosso processo conta ainda com quadros da velha guarda, bem como outros que eram muito jovens quando se iniciou a primeira etapa da revolução. Alguns se incorporaram quase meninos aos nossos combates nas montanhas e, mais tarde, com seu heroísmo e suas missões internacionais, conquistaram glória imensa para o país. Eles contam com autoridade e experiência para garantir uma boa substituição".

"O caminho será sempre difícil e exigirá o esforço inteligente de todos. Desconfio dos caminhos aparentemente fáceis, da apologia aberta ou da sua antítese, a autoflagelação. É preciso estarmos preparados para a pior hipótese. E manter a prudência no sucesso e a firmeza na adversidade é um princípio do qual não nos devemos esquecer. O adversário a derrotar é muito forte, mas nos mantivemos em campo durante meio século. Não me despeço de vocês. Desejo combater apenas como soldado das idéias. Continuarei escrevendo sob o título ‘Reflexões do companheiro Fidel’. Será uma arma a mais com que poderemos contar em nosso arsenal. Talvez minha voz seja escutada. Serei cuidadoso".

Reinaldo Azevedo

Diante da integridade, dignidade e altivez de Fidel Castro, causa indignação a postura rancorosa de alguns mentores da direita nativa, que gozam de fartos espaços na mídia e ainda enganam os inocentes inúteis. Reinaldo Azevedo, tucano de carteirinha da famíglia Civita, da revista Veja, foi um dos primeiros a soltar rojões com a notícia e a criticar as declarações respeitosas do presidente Lula. "A reação de Lula ao comentar a renúncia do coma andante me enjoou de fato... Terei de lembrar que o Partido Comunista de Cuba é o outro grande fundador do Foro de São Paulo, ao lado do PT. O Foro é aquela entidade que reúne entidades de esquerda da América Latina, incluindo os terroristas das Farc". Haja reacionarismo e ignorância!

Aliado carnal do torturador George Bush, a quem expressou apoio ao genocídio dos iraquianos, o colunista predileto da direita burra defende o desumano bloqueio dos EUA a Cuba – responsável por mais de US$ 136 bilhões de prejuízos, segundo estimativas mais modestas – e desdenha das conquistas sociais da revolução cubana, reconhecidas até pela ONU. Marionete da mídia venal nativa, uma das poucas no mundo que só trata o líder cubano como ditador, o rancoroso inimigo dos movimentos sociais e das forças de esquerda ainda critica a falta da democracia em Cuba. É doentio! Para elr, "os nossos ditadores não passam de soldadinhos de chumbo perto da máquina de matar de Fidel Castro" e "o porco fedorento Che Guevara era um assassino".

Diogo Mainardi

Outro pitbull da direita, o filhinho de papai Diogo Mainardi, também expressou no seu podcast da Veja sua alegria precoce. "Em sua carta de renúncia, Fidel Castro citou Oscar Niemeyer: ‘Deve-se ser conseqüente até o final’. Ninguém pode negar que Fidel tenha sido conseqüente até o final. Ele nunca parou de prender e fuzilar dissidentes políticos. Assim como Niemeyer nunca parou de faturar concorrências públicas", escreveu esta figurinha. Para ele, a "renúncia" foi insuficiente. "A cadeia teria sido melhor. Ou o túmulo!". Ele ainda criticou Barack Obama, que prometeu rever o embargo a Cuba caso vença as eleições nos EUA. "Primeiro, Cuba tem de se render. Só depois, com muito boa vontade, os EUA podem cogitar a hipótese de salvar o país".

Numa de suas obras mais famosas, "A história me absorverá", Fidel Castro apresenta sua heróica defesa diante do tribunal do ex-ditador Fulgencio Batista. Com sua decisão madura e responsável de deixar a presidência do Conselho de Estado, ele confirma sua posição de "único mito vivo da humanidade". Já os seus detratores da mídia burguesa, asquerosos e repugnantes, confirmam seu destino no lixo da história. Se é que merecem os gastos públicos com uma lata de lixo!

Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB e autor do livro "Venezuela: originalidade e ousadia" (Editora Anita Garibaldi, 3ª edição).


Memphis Slim - Rockin' The Blues - 1981


Download aqui
(Gravacões de 1958-59)

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Gotta Find My Baby
The Comeback
Messin' Around
Sassy Mae
Lend Me Your Love
Guitar Cha Cha
Stroll On Little Girl
Rockin' The House
Wish Me Well
Blue And Lonesome
My Gal Keeps Me Crying
Slim's Blues
Steppin' Out
Mother Earth
What's The Matter
This Time I'm Through


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Ex-militares que participaram do Araguaia processam Exército


Ex-militares piauienses estão entrando com ação na Justiça por terem sido enganados e induzidos a participarem de num conjunto de operações organizadas pelo Exército para conter a Guerrilha do Araguaia, movimento comunista de resistência à ditadura que aconteceu na década de 70, na região de Xambioá, Tocantins, e sul do Pará.


Cerca de 300 militares piauienses foram levados em caminhões para uma “manobra”, sem saber aonde iriam, na madrugada do dia 4 de agosto de 1972. Lá permaneceram até janeiro de 1973.

Agora, os ex-combatentes estão ingressando com pedidos de indenização contra o Exército. De acordo com o ex-militar Antonio dos Santos Nunes, a indenização não cobrirá todos os danos sofridos, já que a maioria dos danos é psicológica. Ainda assim, é uma compensação.

“Os militares sofreram todos os tipos de pressão psicológica. Passávamos dias e dias na selva, éramos instruídos e muitas vezes forçados a torturar os guerrilheiros. Fomos levados para Xambioá sem saber para onde iríamos e nem a natureza da tal manobra”, relata.

Segundo Nunes, alguns de seus colegas já entraram com ação e o Exército propôs rever a patente de cada um, considerando o tempo em que ficaram afastados, e aposentá-los, além de pagar uma indenização, cujo valor seria determinado por um juizado especial.

Recentemente, Carlos Lamarca, ex-capitão, considerado desertor, passou para general e sua viúva recebe pensão de capitão, além de indenização. Cada um de seus filhos recebeu indenização de R$ 100 mil.


A guerrilha

Antes de partirem, os militares passaram um mês presos no 25º Batalhão, em Teresina, passando por pesado treinamento de sobrevivência na selva e aprendendo técnicas de guerrilha. Durante esse tempo não puderam receber visitas de familiares e todas as ligações e correspondências eram vigiadas pelos superiores.

Quando chegaram a Xambioá, uma região inóspita, pouco habitada, depararam-se com a realidade: integrantes do Partido Comunista do Brasil preparavam um movimento contra a ditadura.

De acordo com o ex-militar Antonio dos Santos Nunes, nenhum detalhe da “manobra” (como os superiores chamavam a operação) foi repassado a eles.

Lá procuravam pelos cerca de 80 comunistas dia e noite. A ordem era conter o movimento, nem que para isso fosse preciso matar. Como os comunistas estavam infiltrados na comunidade, vivendo como os nativos, a guerrilha durou mais tempo do que o previsto pelo Exército.

Muitos guerrilheiros e soldados morreram. Outros contraíram doenças como malária, febre amarela, verminoses e há casos de pessoas que ficaram deficientes físicos. Mas a maioria ainda carrega seqüelas psicológicas.

De Teresina, Daiane Rufino
Com informações do Portal AZ

Bobby Hutcherson - Stick-Up! (1966)

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Bobby Hutcherson - Stick-Up! (1966)


Personagens:
Bobby Hutcherson (vibraphone);
Joe Henderson (tenor saxophone);
McCoy Tyner (piano);
Herbie Lewis (bass);
Billy Higgins (drums)

Gravado no Van Gelder Studio, Englewood Cliffs, New Jersey em 14 de julho de 1966.

Músicas:
1. Una Muy Bonita
2. 8/4 Beat
3. Summer Nights
4. Black Circle
5. Verse
6. Blues Mind Matter

Download abaixo:

File