Dantas é indiciado pela PF por mais 5 supostos crimes
O sócio-fundador do Banco Opportunity, Daniel Dantas, foi indiciado hoje pela Polícia Federal (PF) pelos supostos crimes de gestão fraudulenta, formação de quadrilha, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e empréstimo vedado. Ao longo das investigações, a PF encontrou indícios de crimes antecedentes, supostamente praticados pelo Grupo Opportunity: contra a administração pública, delitos praticados por organização criminosa e contra o sistema financeiro nacional. Esses três últimos sustentam o indiciamento por lavagem de dinheiro.
Dantas, preso por duas vezes em 2008, durante as investigações da Operação Satiagraha, prestou depoimento hoje na sede da PF em São Paulo, entre 7h55 e 8h25. Ele deixou o local acompanhado do advogado, Andrei Zenkner Schmidt. "Houve indiciamento formal dele (Dantas) e nós nos colocamos à disposição. O indiciamento já estava noticiado, e não há exercício de defesa com indiciamento já pronto", disse Schmidt.
Segundo a defesa, Dantas manteve-se em silêncio diante das perguntas do delegado que comanda atualmente a operação, Ricardo Saadi, e do procurador do Ministério Público Federal (MPF) Rodrigo de Grandis. "O STF (Supremo Tribunal Federal) nos assegurou acesso irrestrito aos autos. Enquanto essa documentação não for juntada, eu determinei a ele que não falasse", afirmou, provavelmente referindo-se aos documentos apreendidos pela PF pouco antes da Páscoa, que, supostamente, contêm indícios de contratos ilegais e transferências e remessas ao exterior não declaradas.
"É direito da defesa ter conhecimento integral da investigação. Ele se prontificou a falar, desde que sejam juntadas todas as provas", acrescentou. Também devem depor à PF entre hoje e amanhã o presidente do Banco Opportunity, Dório Ferman, o vice-presidente Carlos Rodenburg, a irmã de Dantas, Verônica Dantas, e os executivos Daniele Ninio, Arthur Joaquim de Carvalho, Eduardo Penido Monteiro, Norberto Aguiar, Maria Amália Delfim de Melo Coutrim e Rodrigo Bering de Andrade.