quinta-feira, 8 de maio de 2014

Genocídio em Odessa: a Ucrânia que a mídia ocidental não mostra








Genocídio em Odessa: a Ucrânia que a mídia ocidental não mostra




Massacre de Odessa: como a grande mídia
camufla a situação na Ucrânia. 73 anos depois, cidade é o cenário de
outro terrível crime de guerra liderado por fascistas contra civis
inocentes

Eric Draitser / Global Research | Washington


Cidades orientais e ao sul da Ucrânia tornaram-se campos de
batalha enquanto a junta em Kiev enviou assassinos militares e
paramilitares para essas regiões.



fascismo nazismo odessa
Militantes nazi-fascistas do Svoboda atacam sindicatos em Odessa (Divulgação)


Ao mesmo tempo, a mídia, com seu papel crítico de moldar a opinião
pública, também se tornou um dos principais teatros desse conflito,
sendo a propaganda do Ocidente uma das armas mais potentes.
Setenta e três anos atrás, em outubro, o infame “Massacre de Odessa”
de 1941, que matou mais de 30 mil judeus na cidade portuária ucraniana e
nas cercanias, foi encabeçado por tropas fascistas romenas em
colaboração com seus aliados e patrocinadores nazistas. O massacre,
apenas mais um contra judeus e outras minorias na Ucrânia, é um marco
histórico fundamental para as pessoas de Odessa (e para todos aqueles da
antiga União Soviética que lutaram contra o fascismo durante a guerra)
quanto à depravação, à desumanidade e à barbárie por parte dos nazistas e
de seus colaboradores.
E agora, 73 anos depois, Odessa é o cenário de outro terrível crime de
guerra liderado por fascistas contra civis inocentes.
O fogo e o massacre no prédio do sindicato, que matou dezenas de
ativistas antifascistas e trabalhadores do prédio, servirá como um
doloroso testemunho para a luta em andamento entre a junta em Kiev e os
soldados paramilitares neonazistas.
Esse evidente crime de guerra, bem como inúmeros outros cometidos
pelo Right Sector e outras milícias ultranacionalistas (leia-se
“fascistas”), deveria ser, sem dúvidas, o assunto estampado pelas
manchetes em todo o mundo.
No entanto, parece que, de alguma fora, a matança de inocentes, e a
questão da responsabilidade pelos crimes entre quem ordenou e realizou o
massacre, tem sido completa e sistematicamente distorcida e/ou omitida
da narrativa ocidental.
Em vez disso, a grande mídia tentou deliberadamente ocultar a
verdadeira natureza dos eventos daquele dia, bem como dos que foram
conduzidos posteriormente, a fim de atenuar o impacto da evidente, e
totalmente condenatória, criminalidade das milícias fascistas e de seus
líderes e financiadores.
Ao usar uma linguagem sutil e codificada, que deliberadamente
minimiza a barbárie desses eventos e transfere a culpa de Kiev para
Moscou, a grande mídia ocidental mais uma vez atua como um servo
obediente do establishment norte-americano e europeu.
O que eles estão dizendo (e não dizendo)
Ao examinar a forma como foram reportados os eventos em Odessa, além
de outros que ocorreram em outras regiões desde o dia 1º de maio,
observam-se algumas características em comum. Em primeiro lugar, e mais
importante, está a linguagem usada para descrever os grupos
antifascistas, que compõem a maioria das vítimas em Odessa.
Em um miseravelmente desonesto e tendencioso artigo publicado pela
Reuters, intitulado “Ucrânia envia forças policiais especiais para
controlar Odessa”, os autores usam termos críticos, como “separatistas
pró-Rússia” e “militantes” – na realidade, usa-os de forma
intercambiável, de maneira a “rotular” os ativistas como qualquer coisa,
menos ucranianos pacifistas lutando por seus direitos.
Naturalmente, a frase “separatistas pró-Rússia” é totalmente
tendenciosa, por vários motivos. Primeiro, os ativistas antifascistas e
anti-junta militar (que é como eles deveriam ser corretamente
caracterizados) não são separatistas no real sentido da palavra.
Eles não defendem uma separação total, mas têm protestado há semanas
por uma Ucrânia federalizada, na qual os direitos dos russófonos e de
outras minorias seriam respeitados e constitucionalmente garantidos.
massacre odessa
Lágrimas no sepultamento de uma das vítimas do massacre de Odessa (Efe)


Eles estavam reivindicando que seus laços históricos, familiares e
econômicos com a Rússia não deveriam ser cortados à força por um governo
ilegal em Kiev e suas tropas de choque paramilitares. Longe de serem
“separatistas”, esses ativistas – muitos dos quais já foram mortos,
feridos e/ou presos – estão protestando por uma Ucrânia justa e
pacífica, em vez de um governo intimidatório da junta.
É igualmente importante observar o uso da palavra “militantes” para
descrever os ativistas contrários à junta. A implicação de usar tal
designação tem a ver com colocar a culpa dos sérios crimes que foram
cometidos.
Em essência, ao se referir às vítimas dos crimes como “militantes”,
isso justifica a ação do Right Sector e de outros fascistas ao
retratá-la como necessária e justa na luga contra os “militantes
pró-Rússia”. Além disso, chamar os ativistas de militantes é uma
tentativa de separar o governo ilegal de Kiev das óbvias acusações de
crimes de guerra que eles enfrentariam se os porta-vozes da propaganda
midiática realmente reportassem os fatos tais como ocorreram. E, ao usar
tal termo, a mídia está, de fato, dando cobertura política a um regime
criminoso apoiado pelo Ocidente. Evidentemente, isso era de se esperar.
massacre odessa ucrânia
Homem em frente ao prédio onde aconteceu o massacre, um dia depois (Reprodução)


O mesmo artigo da Reuters foca amplamente na ação do Ministro do
Interior da junta, Arsen Avakov, de criar uma nova “unidade de força
especial” para substituir a polícia de Odessa que, de acordo com Avakov,
cometeu um erro “grotesco” ao libertar dezenas de sobreviventes que
estavam sob custódia e foram considerados prisioneiros sem receber
cuidado médico adequado. O texto discute a afirmação de Avakov sobre a
criação da “Kiev-1”, uma unidade especial feita de “’ativistas civis’
que queriam ajudar a cidade do Mar Negro ‘nesses dias difíceis’”.
Naturalmente, não há menção direta a quem, exatamente, fará parte
dessa nova força especial, mas apenas uma referência ao fato de que “as
unidades as quais Avakov surgiram parcialmente da revolta contra
Yanukovich no início deste ano”. Esta é, sem dúvida, uma referência
velada ao Right Sector e a outras forças paramilitares fascistas que, ao
contrário da polícia regular e do exército ucraniano, podem ser
utilizadas por Kiev para cometer crimes de guerra e outras atrocidades
contra quem quer que se pareça com “Moskals” (um termo pejorativo para
designar russos e russófonos).
Outra característica crucial do artigo que serve como propaganda da
agenda do Ocidente é a descrição de eventos que levaram a polícia de
Odessa a libertar dezenas de sobreviventes-que-se-tornaram-prisioneiros.
Os autores do texto descrevem a demonstração pacífica em torno da sede
da polícia reivindicando a libertação de amigos e familiares de maneira
totalmente desonesta. O artigo diz: “A raiva de Kiev na segunda-feira
era por conta da decisão da polícia de Odessa de libertar 67 militantes
pró-Rússia depois que apoiadores cercaram e atacaram uma sede da polícia
[dando ênfase] no domingo”.
Ao descrever o protesto pacífico como um ato em que “se cercou e
atacou”, o leitor tem a impressão de que “separatistas” (também
identificados como “terroristas” e “rebeldes” pelo regime criminoso de
Kiev e por seus financiadores no Ocidente) realmente iniciaram a
violência e o conflito. Naturalmente, embora o oposto seja verdadeiro, a
semente é plantada na consciência pública. Assim os ativistas são
rotulados, como um produto de consumo comum ou uma campanha de relações
públicas.
E assim, o artigo da Reuters é bem-sucedido ao tornar obscura a
natureza da nova força, seu real papel, os crimes cometidos, e a
natureza da oposição. Ao fazer isso, a Reuters, tal como o New York
Times e seus irmãos da grande mídia, disseminam competentemente
informações falsas e desinformações a serviço do sistema imperial
EUA-UE-OTAN.
Na verdade, o aqui citado New York Times, recusando-se a ficar para
trás, publicou o seu próprio altamente tendencioso e propagandístico
texto sobre os eventos em Odessa. Intitulado “Controle ucraniano
enfraquece e caos se dissemina”, o artigo apresenta Kiev e,
especificamente, o primeiro-ministro da junta, Yatsenyuk (escolhido a
dedo pelo Ocidente), como vítimas da traição dos russos, retratando-o
como uma vítima da agressão e provocação russa. Depois de apresentar a
fala inflamatória e cheia de distorções na qual ele culpou as vítimas em
Odessa, referindo-se aos eventos como “resultado de uma bem preparada e
organizada ação contra pessoas, contra a Ucrânia e contra Odessa”, o
repórter do Times continuou com o papagaio de Kiev e com os pontos
elencados por Washington sobre o assunto.
O texto relata que “Yatsenyuk disse que a violência mostrou que a
Rússia queria reacender a agitação em Odessa, bem como nas cidades a
leste da Ucrânia”. Imediatamente após essa citação, que é produto de
boatos, e não uma evidência substancial, o artigo continua a discutir as
“ambições imperiais” da Rússia, tal como evidenciadas pela Crimeia e
pelo conhecido desejo de Putin de reestabelecer a dominação russa sobre a
“Novorossiya” (Nova Rússia). Essa é uma tática padrão de desinformação e
propaganda: criar uma associação na mente do leitor, de forma que uma
relação abstrata (Manifestantes=militantes russos=Putin=imperialismo
russo) se torne a rubrica poe meio da qual todos o desenlace é medido e
entendido.
massacre odessa ucrânia
Nazifascistas que tomaram o poder espalham o caos na Ucrânia e são apoiados por EUA e União Europeia (Divulgação)


Finalmente, o texto do Times tenta ocultar a realidade tanto de
Odessa como da região oriental de Donetsk, que tem sido o centro de
muitas organizações antifascistas e contrárias à junta, incluindo a
declaração da República Popular de Donetsk. O jornalista escreve: “A
violência de sexta-feira e a libertação de prisioneiros no domingo
evidenciou uma distinção entre Odessa e o oriente: nos dois lugares, a
polícia apoiou os rebeldes. Mas aqui, ativistas locais pró-Kiev
constantemente encontram gangues de rua prontas para confrontar o grupo
Novorossiya, e as consequências foram letais na sexta-feira”. Em
essência, o propósito dessa declaração tem quatro lados.
Primeiro, para confirmar a afirmação feita por Yatsenyuk de que as
forças policiais são “criminosas” porque se recusaram a fazer parte da
repressão e da violência direcionada a seus irmãos e irmãs, primos e
vizinhos, desconsiderando por completo o fato de que isso, sem dúvidas,
indica que a maioria da população não quer nem saber da tão mencionada
operação “antiterror” que está sendo conduzida pelas forças de Kiev.
Segundo, a declaração mostra quão tendencioso é o manejo da opinião
pública por parte da grande mídia. O autor desconsidera, sem qualquer
explicação, o fato de que, em cada cidade do sul e do leste, as unidades
da polícia e do exército passaram a ficar do lado dos manifestantes em
vez de obedecer às ordens criminosas vindas de Kiev. Uma reportagem
objetiva evidenciaria esse fato ao demonstrar que a junta em Kiev não
governa com o consentimento das pessoas e que, de fato, trata-se de uma
minoria governando por meio da força, da intimidação e do apoio do
Ocidente. Ao enterrar esse aspecto importante da história, o autor e
seus editores se engajaram em uma propaganda completamente transparente a
serviço do Ocidente.
Terceiro, a declaração ilustra a precariedade ao apresentar a versão
dos fatos alinhada a Washington. Ao usar a frase  “ativistas locais
pró-Kiev”, o texto oculta por completo a verdadeira natureza das forças
que cometeram a atrocidade. Longe de serem “ativistas”, as tais forças
“pró-Kiev” eram, na verdade, grupos nazistas paramilitares, incluindo o
Right Sector, que não apenas provavelmente acendeu a primeira chama, mas
também documentou em vídeo enquanto batia nos sobreviventes com
correntes e cassetetes, negando-lhes cuidado médico de emergência, entre
outros. Mas, ao descrever esses criminosos como ativistas, o Times faz
seu trabalho de servo para Washington e Kiev, estabelecendo uma
estrutura tendenciosa por meio da qual os leitores saberão sobre o
conflito.
Finalmente, a forma como o texto coloca os grupos, como “ativistas
pró-Kiev” contra o “grupo Novorossiya” é uma manobra transparente de
propaganda para, mais uma vez, criar uma falsa dicotomia nas mentes de
leitores mal-informados. As turbas de fascistas são apenas “ativistas”,
ao passo que os manifestantes anti-Kiev são o “grupo Novorossiya,” o que
significa que eles não são assumidamente ucranianos, mas sim agentes do
imperialismo russo. O autor nega propositadamente a ação desses
manifestantes a fim de legitimar as ações criminosas dos fascistas e
deslegitimar os protestos pacíficos da oposição antifascista.
“Desonestidade” pode não ser uma palavra forte o suficiente para
descrever tais ardilosas táticas jornalísticas.
Os terríveis acontecimentos em Odessa, bem como os ataques mortais em
Slovyansk, Kramatorsk e outras cidades orientais, marcam uma virada no
conflito da Ucrânia. Mais do que um simples momento importante, essas
ações criminosas representam um “ponto a partir do qual não há mais
volta”, o momento em que se destruíram quaisquer esperanças de uma
resolução pacífica e não sangrenta para a crise. Apesar da propaganda
serviçal da grande mídia ocidental, o mundo não pode e não deveria
perdoar esses horríveis crimes de guerra. Indo direto ao ponto, eles
deveriam servir como lembrança de que a luta pela Ucrânia tem um preço –
que não poderia ser quantificado em dólares, euros ou rublos. Mas
agora, graças a Kiev, Bruxelas e Washington, o preço será cobrado com
sangue.

O NAZISMO VOLTOU: A Ucrânia que a imprensa não mostra

Assista abaixo a um bate-papo entre Edu Lima (RedeCastorPhoto)
e o DJ (residente em Moscou), mais conhecido como “Mauro BD”. Neste
bate-papo, Mauro revela detalhes que a imprensa-empresa ocidental
esconde dos brasileiros que pagam para ter noticiário e só obtém
PROPAGANDA POLÍTICA neofascista.
Marchas com jovens, crianças e idosos cantando e fazendo a saudação
nazista. Mulheres alegres carregando fotos de líderes nazistas. Civis
sendo agredidos gratuitamente nas ruas. Pessoas rindo ao assistir russos
sendo queimados vivos. Essa é a Ucrânia que Mídia não mostra. Esse é o
governo nazista que Estados Unidos e União Europeia apoiam. Até quando
vão nos esconder a verdade sobre esses genocídios? Assistam:





Contraponto: Franklin Martins fala sobre marco regulatório das comunicaç...

O mito da impunidade no Brasil Juremir Machado da Silva - Correio do Povo | O portal de notícias dos gaúchos

O mito da impunidade no Brasil

 Juremir Machado

O mito é o falso que se torna mais verdadeiro do que a
verdade. Todo mito é hiper-real. É mito, por exemplo, a ideia de que não
pode mais existir um goleador de bigode. O mito transforma a parcela de
verdade de alguma coisa em totalidade indiscutível. Pelé, para certos
brasileiros, é indiscutível. Mito. Assim se faz uma tese ou se conquista
um lugar no panteão dos intelectuais. Um dos mitos mais consolidados é o
de que há impunidade no Brasil. Apesar das cadeias superlotadas, há
quem sustente que todos os males do Brasil não são mais provocados pelas
saúvas, mas pela falta de punição.
Impunidade para quem, cara pálida? Por que cara pálida?
Pelo simples fato de que é preciso mostrar a face descolorida ao sustentar
tamanho absurdo.
Pode não haver punição para a turma dos camarotes. Já a plebe é
punida até por respirar. Fernando Collor foi absolvido pelo Supremo
Tribunal Federal por falta de provas. Antes disso, sofreu a punição da
perda do mandato. Só Lula e Fernando Henrique Cardoso escaparam ileso
dos maiores escândalos dos seus governos, o mensalão e a compra da
emenda da reeleição. O resto do país paga o pato. O recente linchamento
de uma mulher em São Paulo rasga a bandeira do excesso de punição. A
culpa é da mídia sensacionalista que vive falando da falta de punição e
desejando uma justiça mais expedita. Não é a impunidade que incomoda,
mas o ritual jurídico. Há suspeita, é culpado. Para que toda essa
história de provar? Por que só aceitar provas legais?
A mídia tem pressa. Quer baixar a idade penal para colocar crianças
na cadeia. A mídia é medieval. Só acredita no fogo do inferno. Quer
cadeia para tudo. No limite, quer mais do que isso. Flerta com o
linchamento. Nas entrelinhas, estimula a justiça com as próprias mãos.
Detesta a “infinidade” de recursos em favor do acusado. Ignora que a
justiça deve proteger o réu de qualquer condenação mal sustentada. O
povo, como se diz, quer sangue. Certa mídia adora provocar o lado
obscuro da violência do “bem”. Se deixa-la liberar os seus instintos,
não haverá cadeia que chegue. Em termos de perspectiva psicossocial,
essa mídia é comportamentalista. Só acredita em punição e recompensa. É
cenoura e chicote. Nada mais.
Essa tendência ao simplismo conquista a adesão primária. Mas tem seu
preço. O linchamento da mulher em São Paulo coloca essa mídia no banco
dos réus. É aquela que só se contentaria com prisão perpétua, pena de
morte e, por que não?, olho por olho e dente por dente. Estamos
avançando para trás. Se essa mídia triunfar, roubo de galinha dará 30
anos de cadeia. Sem direito à progressão de pena. O populismo midiático,
defensor de sempre mais repressão nas formas mais vingativas, anda na
contramão dos estudos mais especializados.
Colocada diante dessa informação, a mídia defende-se com o seu
tradicional desprezo pelo mundo dos intelectuais fora da realidade.
– Os intelectuais estão descolados da sociedade – diz-se.
Muitas vezes se deve ao fato de os intelectuais estarem mais adiantados.
O sistema punitivo precisa ser reinventado.
O furor repressivo é uma tara de senhor de escravos.
Ou é mito?