sábado, 7 de julho de 2007

Poemas para Todas as Mulheres

Vinicius de Moraes

No teu branco seio eu choro.
Minhas lágrimas descem pelo teu ventre
E se embebedam do perfume do teu sexo.
Mulher, que máquina és, que só me tens desesperado
Confuso, criança para te conter!
Oh, não feches os teus braços sobre a minha tristeza não!
Ah, não abandones a tua boca à minha inocência, não!
Homem sou belo
Macho sou forte, poeta sou altíssimo
E só a pureza me ama e ela é em mim uma cidade e tem mil e uma portas.
Ai! teus cabelos recendem à flor da murta
Melhor seria morrer ou ver-te morta
E nunca, nunca poder te tocar!
Mas, fauno, sinto o vento do mar roçar-me os braços
Anjo, sinto o calor do vento nas espumas
Passarinho, sinto o ninho nos teus pêlos...
Correi, correi, ó lágrimas saudosas
Afogai-me, tirai-me deste tempo
Levai-me para o campo das estrelas...
Entregai-me depressa à lua cheia
Dai-me o poder vagaroso do soneto, dai-me a iluminação das odes, dai-me o cântico dos cânticos
Que eu não posso mais, ai!
Que esta mulher me devora!
Que eu quero fugir, quero a minha mãezinha quero o colo de Nossa Senhora!

Em Uma manhã dessas....

Os Mutantes, 1968



Os Mutantes, como os conhecemos, nasceu em São Paulo, nos anos 60. Passou por diversas formações e teve vários nomes (Wooden Faces, Six Sided Rockers, O Conjunto, O'Seis) até se consolidar como o trio Os Mutantes, em 1966, em um programa de televisão: Rita Lee, Arnaldo Baptista, Sérgio Dias. Em 1967, conseguiram o segundo lugar no festival da Record acompanhando Gilberto Gil em "Domingo no Parque".

Em 1968, a banda lançou seu primeiro LP, intitulado "Os Mutantes", com os sucessos "Bat Macumba" (Gil), "Panis et Circensis" e "A Minha Menina" (Jorge Ben Jor. Começava a se firmar uma banda hoje considerada referência em termos de música brasileira de qualidade, com destaque para a extrema criatividade e muito bom humor.
Muito tempo depois, em 2005, "Os Mutantes" foi incluído em uma lista dos 50 discos mais experimentais de todos os tempos, na edição da conceituada revista musical britânica Mojo. Esse álbum também ficou na 12ª posição na lista dos "50 Most Out There Albums of All Time" (algo como os 50 Discos Mais Experimentais de Todos os Tempos), ficando à frente de nomes como Beatles, Pink Floyd, Ennio Morricone e Frank Zappa.

De acordo com a resenha que fala dos Mutantes, a necessidade é mãe da criatividade já que a banda foi influenciada pelos Beatles, mas não dispondo de equipamento do nível, teve que improvisar. "Como viviam, em um país onde pedais (de efeit os) não existiam, os irmãos Baptista, de São Paulo, tiveram que criar seus próprios. O texto fala de sons esquisit os, músicas com tom de desenho animado, louvor à Gengis Khan e insurrieção revolucionária. A revista mostra depois que, apesar de pesquisar bem em música, não vai tão longe assim em história, dizendo que, alguns an os depois da gravação, os integrantes da banda "se separaram e enlouqueceram" . A gente sabe: eles enlouqueceram primeiro. E já começaram muito bem.



"Jazzmatazz, Vol. 2: The New Reality" (1995) - Tracklist:

1. Intro (Light It Up) / Jazzalude I / New Reality Style
2. Lifesaver
3. Living In This World
4. Looking Through Darkness
5. Skit A (Interview) / Watch What You Say
6. Jazzalude II. / Defining Purpose
7. For You
8. Insert A (Mental Relaxation) / Medicine
9. Lost Souls
10. Insert B (The Real Deal)/Nobody Knows
11. Jazzalude III. / Hip Hop As A Way Of Life
12. Respect The Architect
13. Feel The Music
14. Young Ladies
15. The Traveler
16. Jazzalude IV. / Maintaining Focus
17. Count Your Blessings
18. Choice Of Weapons
19. Something In The Past
20. Skit B (Alot On My Mind) / Revelation


ANA CAROLINA



Nascida em Juiz de Fora, a cantora, compositora, arranjadora, violonista e percussionista Ana Carolina começou cantando nos bares de sua cidade e teve seus primeiros espetáculos produzidos pela atriz e cantora Zezé Motta.Sua voz de timbre grave chamou a atenção de Luciana de Moraes, filha de Vinicius, que resolveu apostar em sua carreira. Assim, em 1999, Ana lançou seu primeiro álbum, "Ana Carolina", que teve como destaques a música "Garganta" (feita para ela pelo compositor Totonho Villeroy) e as recriações muito pessoais (entre o tango e o blues) de "Retrato em Branco e Preto" (Tom Jobim e Chico Buarque) e "Alguém Me Disse" (de Evaldo Gouvêia e Jair Amorim).Em 2003, Ana Carolina lança seu terceiro CD, "Estampado". Com esse trabalho a cantora obtém reconhecimento da crítica e aprovação do público. No mesmo ano é lançado o DVD "Estampado", um misto de filme-documento e musical.Além do show no Largo da Carioca, o DVD também apresenta performances de voz e violão da artista.Em 2005, Ana Carolina lança "Ana & Jorge", o álbum que registra um show que a cantora fez em parceria com Seu Jorge em agosto de 2005, em São Paulo.A partir de agosto de 2006, Ana Carolina passou a integrar o corpo de apresentadoras do programa Saia Justa, no canal GNT. A presença da cantora e multi-instrumentista como única representante da área musical deixa o programa ainda mais interessante.Ao longo da carreira, Ana Carolina ganhou muitos prêmios; o mais recente foi o prêmio Multishow 2006, nas categorias Melhor Cantora e Melhor CD (pelo trabalho "Ana e Jorge").No final de 2006, a cantora se revelou bissexual gerando polemica e atraindo uma série de novos fãs do publico GLBTS e lançou seu 6º álbum, 'Dois Quartos', com dois cds, o 1º chamado 'Quarto' e o 2º, 'Quartinho'. Neles, a cantora se supera, em maturidade, criatividade e, no melhor estilo 'Madonna', em ousadia, apresentando entre as faixas, uma em que cita o falo masculino, 'Cantinho', numa letra cheia de desejos proibidos. E, também, a música 'Eu Comi a Madona', em que fala de mulheres provocantes.
Ana Carolina - Ana Carolina - 1999
Uma das mais recentes revelações da música brasileira, a cantora mostra aqui a mistura de ritmos que a projetou no cenário nacional. Além de cantar, Ana Carolina toca violão em algumas faixas. Destaques para as músicas ´Alguém Me Disse´ e ´Nada Pra Mim´.
1. Tô Saindo
2. Alguém me Disse
3. Nada Pra Mim
4. Trancado
5. Armazém
6. Garganta
7. A Canção Tocou na Hora Errada
8. Tudo Bem
9. Agora ou Nunca
10. O Melhor de Mim
11. Retrato em Branco e Preto
12. Perder Tempo com Você
13. O Avesso dos Ponteiros
14. Beatriz
15. Tô Caindo Fora

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Ana Carolina - Ana Rita Joana Iracema e Carolina - 2001
Este é o segundo disco da cantora e compositora Ana Carolina, que traz, entre outros destaques, o sucesso "Quem de Nós Dois", que está na trilha sonora da novela "Um Anjo Caiu do Céu".
1. O Rio
2. Confesso
3. Ela é Bamba
4. Implicante
5. Quem de Nós Dois
6. Pra Terminar
7. Que Será
8. Joana
9. Violão e Voz
10. Vê Se me Esquece
11. A Câmera que Filma os Dias
12. Dadivosa
13. Que se Danem os Nós
14. Eu Nunca te Amei Idiota
15. Me Sento na Rua

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Ana Carolina - Estampado - 2003
A cantora, compositora e instrumentista Ana Carolina é uma das maiores revelações da música contemporânea brasileira. Confira sua voz grave e melodiosa em músicas como "Elevador (Livro de Esquecimento)" e "Hoje Eu Tô Sozinha", entre outras.
1. Hoje Eu Tô Sozinha
2. Encostar na Tua
3. 2 Bicudos
4. Elevador (livro de Esquecimento)
5. Só Fala em Mim
6. É Hora da Virada
7. Uma Louca Tempestade
8. Pra Rua Me Levar
9. É Mágoa
10. Mais que Isso
11. Vox Populi
12. Vestido Estampado
13. Nua
14. Não Fala Desse Jeito
15. O Beat da Beata

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Ana Carolina - Ana & Jorge Ao Vivo - 2005
Show gravado no Tom Brasil, numa belíssima apresentação de Ana Carolina e Seu Jorge, onde o formato acústico possibilitou ainda mais que os dois mostrassem suas canções de uma forma mais próxima à maneira que foram criadas e ressaltou suas habilidades como multiinstrumentalistas. O repertório traz canções de Ana e Jorge, além da inédita "Unimultiplicidade".
1. São Gonça
2. Problema Social
3. Zé do Caroço
4. Carolina
5. Comparsas / O Pequenez Pit Bull
6. Tanta Saudade
7. É Isso Aí
8. Prá Rua Me Levar
9. Chatterton
10. Beatriz
11. Brasil Corrupção ( Unimultiplicidade )
12. Mais que Isso
13. Garganta
14. Vestido Estampado
15. O Beat da Beata

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Ana Carolina Dois Quartos - 2006
Ana Carolina separou o que tinha em "Dois Quartos": "Quarto" apresenta uma artista mais pop, mais conhecida. Já "Quartinho" traz composições harmonicamente mais sofisticadas, com arranjos densos. No repertório, músicas como "Nada te Faltará", que fala dos tempos em que vivemos, religião, direitos humanos, e a atual "Notícias Populares", entre outras.
Quarto
1. Nada Te Faltará
2. Tolerância
3. Ruas de Outono
4. Aqui
5. Rosas
6. Um Edifício no Meio do Mundo
7. Vai
8. O Cristo de Madeira
9. Eu Comi a Madonna
10. 1.100,00 (Nega Marrenta)
11. Chevette
12. Notícias Populares
Quartinho
1. La Critique
2. Então Vá Se Perder
3. Carvão
4. Manhã
5. Homens e Mulheres
6. Corredores
7. Sen. Ti. Mentos
8. Cantinho
9. Eu Não Paro
10. Claridade
11. Milhares de Sambas
12. Eu Comi a Madona (Remix)

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Ana Carolina Perfil - 2005

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Governo da Alemanha dividido sobre apoio ao Brasil

Desejo de Lula de investir em Angra 3 e retomar programa nuclear desagrada a boa parte do governo Merkel. Às vésperas de visitar o Brasil para discutir biocombustíveis, líder do PV alemão diz que país parece querer 'voltar ao passado'

RIO DE JANEIRO – O desejo do governo Lula de investir na energia nuclear e retomar a construção da usina atômica de Angra 3 está causando rebuliço político na Alemanha, país que desde 1975 é parceiro do Brasil num programa nuclear que até hoje pouco saiu do papel. O atual governo alemão, fruto de uma ampla coalizão onde coexistem partidos de direita, centro e esquerda, mantém até agora uma posição dúbia sobre o assunto.

Legendas como o Partido Verde (PV) e o Partido Social-Democrata (SPD, que comanda o Ministério do Meio Ambiente) são contra a construção da usina e preferem que a Alemanha ajude o Brasil a investir em fontes de energia renováveis. Por sua vez, o Ministério da Economia, comandado pelo UDC da chanceler Angela Merkel, já manifestou sua simpatia pela retomada do acordo “nos mesmos moldes” de três décadas atrás.

Foi em 2000, durante o governo da coalizão “Verde-Vermelho” liderada por Gerhard Schroeder (SPD), que a Alemanha decidiu não mais construir usinas atômicas, além de fechar as existentes em seu território. A decisão atendeu a uma bandeira histórica do PV, segundo partido mais importante na sustentação do então premier. As 17 usinas que ainda restam em solo alemão serão fechadas até 2021, num cronograma que vem sendo obedecido à risca, mesmo com a mudança de governo.

Manter o perigo atômico longe da Alemanha parece consenso no governo Merkel. O mesmo, no entanto, não se pode dizer quando o assunto é exportar a tecnologia “acumulada” que o país tem no setor. Essa postura dúbia tem merecido críticas de algumas das mais importantes figuras da política alemã, como o comunista Oskar Lafontaine, presidente do partido A Esquerda: “Seria um anacronismo inaceitável para o povo alemão se o governo fechasse suas usinas em casa e quisesse continuar vendendo a tecnologia nuclear para os países em desenvolvimento”, disse.

O próprio ministro do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, já manifestou claramente sua opinião: “Queremos acordos com o Brasil, sim, mas eles são na área das energias renováveis e da competência energética”, disse. As posições contrárias à retomada do acordo nuclear com o Brasil no seio do governo alemão são tantas que impediram a realização do grupo de trabalho bilateral sobre o tema que estava prevista para junho em Berlim. Nova reunião ainda não tem data marcada para acontecer.

Às vésperas de embarcar para o Brasil, onde tomará parte numa delegação do PV alemão que vem discutir os biocombustíveis com políticos, empresários e ativistas sociais, o deputado federal e ex-ministro do Meio Ambiente Jürgen Trittin afirma que o governo de seu país dificilmente se definirá pelo apoio à proposta do governo brasileiro: “Parto do princípio que uma proposta dessas não terá apoio na Alemanha. Há algumas semanas, debatemos no Congresso um acordo verde, e ficou claro que o governo está completamente rachado quanto ao prolongamento do acordo nuclear com o Brasil. Não acredito que haverá algum auxílio estatal para a construção de Angra 3”, diz.

“Volta ao passado”


Trittin afirma que “ao invés de voltar sua política energética para o futuro, o Brasil parece querer voltar ao passado”. O deputado critica o acordo nuclear Brasil-Alemanha de 1975 e lamenta que o governo Schoroeder não tenha conseguido substituí-lo, como desejou: “Este acordo deveria ter sido substituído por um acordo energético bilateral em 2004, no qual deveriam ser prioridades as energias renováveis, o melhoramento da eficiencia energética, a redução do consumo e a redução das emissões de poluentes”, diz.

O dirigente do PV enumera os motivos que levaram a Alemanha a descartar a opção nuclear: “Energia atômica é prejudicial ao clima, extremamente antieconômica e dependente de incentivos, além de apresentar grande risco. Da fusão nuclear até a questão insolúvel do lixo atômico, passando pela reprodução de material para fabricação de armamento atômico, a lista de riscos à segurança é enorme’, diz.

Opção em desuso


O Brasil, garante Trittin, está indo na contramão do mundo: “Internacionalmente, a energia atômica está retrocedendo. Nos EUA, desde os anos 1970 não foi construída nenhuma nova usina. Na União Européia, apenas na Finlândia. A Europa produz hoje muito menos energia atômica do que há 10 anos. A energia atômica não tem como atender à demanda mundial de energia, sem falar que não é possivel usá-la na calefação, no carro ou nos aviões”.

O caminho, sugere o alemão, é outro: “No atendimento à demanda primária mundial de energia em 2003, a energia atômica foi responsável somente por 6,5%, com tendência de queda. As energias renováveis são responsáveis pelo dobro, 13,3%, e têm grandes chances de crescimento no mercado internacional. Com sua insistência na cooperação atômica, o Brasil perde a oportunidade de construir uma estratégia moderna de parceria energética no campo não atômico, no espírito da defesa climática e de uma política energética sustentável”, lamenta.

* Colaborou Verena Glass

Fonte:AgenciaCartaMaior