quinta-feira, 27 de março de 2014

Altamiro Borges: Os desafios da comunicação em 2014

Os desafios da comunicação em 2014

Por Luiz Carvalho, Isaías Dalle e William Pedreira, no sítio da CUT:
 
A necessidade de unificar os veículos de comunicação e investir na formação dos comunicadores do movimento sindical não é recente, mas ainda permanecem como desafio, conforme destacaram os debates que abriram o 7º Encontro Nacional Comunicação da CUT (Enacom), nesta quarta-feira (26), em São Paulo.

Durante a mesa que tratou do papel da comunicação nos grandes eventos, o jornalista Leandro Fortes destacou como a internet gerou interatividade e interferiu no modelo em que os monopólios de mídia eram os responsáveis exclusivos pela intermediação da informação.

Para ele, as redes digitais são uma forma de enfrentamento mal utilizadas pelas entidades sindicais por ainda não possuírem organização para fazer o enfrentamento. “Somos fragmentados nessa discussão, estamos muitos bem organizados sindicalmente, mas a comunicação ainda é um problema. Encaramos comunicação ainda como paralela à atividade política, apenas como suporte e não é verdade, é um pilar de qualquer estratégia de sobrevivência. Temos meios, instrumentos e somos muitos. Falta discutir como será feita essa organização”, apontou.

Fortes lembrou que mesmo os governos progressistas eleitos na última década não tiveram coragem de entrar nesse debate e apontou que isso acontecerá apenas se houver pressão.

Entre o lucro e a manipulação

O jornalista avalia que os monopólios de comunicação vivem um sentimento ambíguo: ao mesmo tempo em que tentam suprir a incapacidade da direita em mobilizar e instrumentalizar um sentimento anti-Copa para prejudicar o governo Dilma, eles amenizam a dose para não desvalorizar os patrocinadores.

“Temos que utilizar essa confusão e resgatar a função social da mídia no Brasil. Temos que nos preparar para cobrir a Copa, porque vai deixar legado de infraestrutura, comercial, financeira e de mobilidade. Precisamos resgatar o papel de dar dimensão real dos fatos para as pessoas comuns. Elas leem sobre um país que não existe, não sabem o que acontece na rua deles. Tem bombardeamento de doutrina e não de informação”, disse.

Mas para fazer com que isso seja colocado em prática, Leandro Fortes afirmou que o movimento sindical precisa investir na produção de informação e fugir da mera divulgação da agenda sindical e do "achismo" para fornecer argumentos aos que querem rebater a manipulação.

Esse processo, aponta, depende do investimento em profissionais de comunicação. “É impossível modernizar a comunicação se você não der a prioridade que ela precisa.”

Copa e política

Ainda sobre a Copa do Mundo no Brasil, a secretária de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti, acrescentou que um dos legados do torneio no país deve ser discutir o futebol como patrimônio nacional em contraponto ao monopólio na transmissão. “A EBC (Empresa Brasileira de Comunicação) sequer vai poder mostrar um gol da seleção, caso queira, porque o direito exclusivo de exibição pertence à Globo”, criticou.

Representante do Centro de Estudos Barão de Itararé, Altamiro Borges, apontou que os meios de comunicação tentarão utilizar o discurso da Copa para descontruir a imagem que eles mesmos construíram de gestora competente. “Falam de estádio atrasado, mas na Copa da Alemanha (2002), de 12 estádios para os jogos, sete atrasaram. O gasto foi maior que no Brasil. Recente editorial da Folha exaltou as Olimpíadas no Japão, porque vai alavancar e ajudar a popularizar o País. Por que lá os jogos são importantes, aumenta a auto-estima do povo, alavancagem da economia e por aqui não?”

Para ele, porém, os grandes jogos do ano serão mesmo as eleições, que terá o time da direita reforçado, segundo ele, por um mídia capaz de jogar uma partida mais suja desde a redemocratização. “O papel dos meios de comunicação será pior do que nos outros anos, porque está em jogo a continuidade de um ciclo político. Além da reeleição da Dilma, a quarta derrota presidencial para eles, e a possibilidade da volta do Lula em 2018, os estados onde imperam o tucanato correm risco de mudar de direção. O PSDB pode perder São Paulo após 20 anos, Minas Gerais, Paraná, pode haver mudança na correlação de forças no Rio de Janeiro e Congresso Nacional. Essa eleição não é apenas para presidente e o partido midiático está fazendo cálculo. Eles brigam pela audiência, pela publicidade, mas na política a unidade é de aço. Esses caras vão vir com tudo”, avalia.

Borges explicou que a tática da mídia aliada à direita será tentar criar um clima de pânico na economia e pegar carona nas manifestações que já existem, já que os conservadores são incapazes de mobilizar as ruas.

“Precisamos criar mais polos de contato e intensificar muito a luta de ideias. Esse ano é um ano para coletar assinaturas para projeto de lei iniciativa popular e debater comunicação, porque vai ficar escancarada o papel que a mídia exerce”, afirmou.

Comunicação e luta de classes

O movimento sindical Cutista já reúne as condições materiais, as ferramentas, para desenvolver uma comunicação mais próxima com a juventude. Mas precisa aprender a usá-las.

“Para se comunicar com os jovens, é preciso não subestimá-los”, disse Pablo Capilé, um dos criadores do projeto Fora do Eixo e da Mídia Ninja, protagonistas das mobilizações de junho do ano passado. Capilé foi um dos participantes da mesa realizada à tarde, sobre “Comunicação e Luta de Classes”. “Por vezes os movimentos sociais tradicionais têm preconceitos em relação à juventude, assim como a classe A tem da classe C”, afirmou.

Em primeiro lugar, ele propôs que a CUT e suas entidades filiadas coloquem sua rede à disposição das novas gerações para que se expressem através dos meios e espaços já construídos pela Central. Assim, acredita, pode-se criar um modelo semelhante ao modo de operação do próprio Fora do Eixo, que tem núcleos de comunicação on line espalhados pelo País, descentralizados, porém interligados em uma só rede de distribuição de conteúdo. “Não se deve tentar pautar a juventude, catequizá-la, mas colocar-se à disposição dela”, sugeriu.

Capilé nega que existam pautas “chatas”. “Se nós não nos esforçarmos para ressignificar as pautas, criar novos campos narrativos, aí fica chato mesmo”. Portanto, com criatividade, segundo ele, a juventude vai aderir à pauta da classe trabalhadora. “Inclusive porque essa é a pauta dela, tem tudo a ver com seus anseios”.

Preto Zezé, presidente da CUFA (Central Única de Favelas), outro participante da mesa, propôs que a CUT e seus sindicatos invistam em ações sociais, culturais e assistenciais junto a suas bases. “Não tenham medo de parecer assistencialistas. O mundo do trabalho mudou. A CUT não é um prédio, uma estrutura. A CUT são pessoas. Se o seu representado não puder ser acolhido pela Central e pelos seus sindicatos em seus momentos de convivência e sociabilidade, como poderá acreditar nela politicamente?”, questionou.

Ele sugeriu, por exemplo, a criação de um grande festival de cultura da CUT, abarcando todas as expressões artísticas, para trazer as famílias dos associados e, junto, o próprio associado. “O representado deixa assim de ser um número na planilha do excel e passa a ser um rosto, uma pessoa”, disse.

A CUFA tem na ação social e em projetos culturais suas principais ferramentas para empoderar a população que mora em favelas, em todos os estados do País.

Dogmas e preconceitos

Renato Meirelles, diretor do Instituto Data Popular, apresentou diversos dados que mostram a incompreensão e os preconceitos da classe A e B em relação as classes mais baixas. “O preconceito da elite está presente no cotidiano e precisa ser mascarado”, disse.

Meirelles destacou que o aumento do emprego formal - 20 milhões na última década - e a política de aumento real do salário mínimo desencadearam numa série de fatores positivos.

A renda familiar da classe média entre 2002 e 2012, por exemplo, cresceu três vezes mais do que renda da classe alta. “A elite brasileira está incomodada com a democratização do consumo. Espaços que antes eram exclusivos da elite passaram a seres utilizados por pessoas de outras classes”, ressaltou.

Porém, mesmo com estes avanços, permanece a desigualdade social. Metade dos brasileiros possui renda domiciliar per capita de até R$513. Já os 5% mais ricos tem renda domiciliar per capita de R$2.450 . “As pesquisas tem um papel fundamental para entendermos as transformações no País”, disse. “E o movimento sindical que possui uma pauta diversificada precisa aproveitar esta campo de atuação para expandir sua produção de informações e se posicionar diante de temas relevantes para a sociedade e para a classe trabalhadora”, completou.

Opera Mundi - "Guantánamo é uma vergonha não só para os EUA, mas para a humanidade", diz Mujica

"Guantánamo é uma vergonha não só para os EUA, mas para a humanidade", diz Mujica

Como contrapartida para receber os "refugiados" no Uruguai, presidente pediu que Washington liberte os três cubanos que ainda estão presos nos EUA
   
Ao confirmar que o Uruguai abrigará cinco presos da base militar de Guantánamo na qualidade de "refugiados", o presidente José Pepe Mujica disse que a acolhida é uma "questão de direitos humanos". Após aceitar colaborar com Barack Obama, o mandatário assegurou que a polêmica prisão localizada dentro da ilha de Cuba "tem funcionado como uma verdadeira vergonha para a humanidade e muito mais vergonhoso para um país como os Estados Unidos".
"O Uruguai tem sido um país de refúgio. Para nós, é uma questão de princípios", disse Mujica, que, em seus tempos de líder guerrilheiro tupamaro, permaneceu preso pela ditadura uruguaia por 14 anos.
Embora tenha afirmado que não está colaborando por questões financeiras, Mujica pediu como contrapartida que Washington liberte os três presos cubanos que ainda estão sob custódia dos EUA, após terem sido presos, há mais de dez anos, enquanto atuavam como espiões para identificar organizações terroristas anticastristas na Flórida.
“Não fazemos por dinheiro ou conveniência material, mas não temos problema em dizer que pedimos, por favor, ao governo norte-americano que faça o possível, porque esses três prisioneiros cubanos que há muitos anos, muitos anos, estão ali, se busque a maneira de liberá-los. Porque também isso é uma vergonha”
Agência Efe

Cercado de jornalistas, Mujica dá explicações sobre sua decisão conceder abrigo a presos de Guantánamo
"Se quiserem formar um lar e trabalhar, que fiquem no país", explicou, durante seu programa semanal de rádio na emissora local M24 na última quinta-feira (20/03). Segundo Mujica, os cinco presos transferidos teriam que permanecer pelo menos dois anos dentro das fronteiras do país, mas não como uma imposição: "Seria um gesto voluntário deles [presos] para sair dessa situação de vergonha".
O ministro do Interior uruguaio, Eduardo Bonomi, afirmou hoje em uma entrevista para o diário La Republica que o governo já verificou os antecedentes dos prisioneiros e foi comprovado que “não existe risco ou perigo algum que habilite a implementação de cuidados especiais”.  Os prisioneiros seriam de nacionalidade síria e paquistanesa. O ministro também asseverou que Uruguai deverá proteger os futuros refugiados e dar as garantias necessárias que estão previstas nos convênios internacionais.
Herança a Obama
Na entrevista, Mujica ainda defendeu o colega norte-americano, dizendo que Obama herdou o problema de Guantánamo de administrações anteriores.
"Não se deve fazer novela, não há nenhum acordo. É um pedido por uma questão de direitos humanos. Mais de cem pessoas que estão presas há 13 anos. Não viram um juiz, não viram um promotor, e o presidente dos Estados Unidos quer tirar esse problema das costas. O Senado lhe exige 60 coisas, então pediu a um montão de países se podiam dar refúgio a alguns e eu lhe disse que sim", explicou Mujica à imprensa.
Carlos Latuff

Pesquisa indica que médicos violaram código de ética ao participar de torturas em Guantánamo
Em comunicado, a embaixada dos Estados Unidos no Uruguai disse que ainda não há acordo oficial com Montevidéu. Segundo o informe, a Casa Branca segue "consultando vários países da região" para acelerar o fechamento de Guantánamo. O Uruguai foi um dos primeiros procurados "devido a seu papel de liderança do presidente Mujica".
O fechamento da base militar de Guantánamo foi uma das principais bandeiras da corrida presidencial de 2008. Após ser eleito, reafirmou o compromisso de encerrar a prisão. Em abril do ano passado, em meio a uma greve de fome dos detentos — ainda há 155 pessoas sob custódia —, Obama disse que Guantánamo "não é necessária para manter os EUA seguros. É uma ferramenta de recrutamento para extremistas e precisa ser fechada". Um mês depois, a Casa Branca suspendeu a moratória de alguns países para transferir presos ao Iêmen e pediu ao Congresso que diminuísse as restrições.
Reação no Uruguai
A oposição no Uruguai realizou pelas redes sociais várias críticas à decisão do presidente Mujica. Em clima de campanha eleitoral — as eleições gerais estão marcadas para o mês de outubro —, o pré-candidato e senador pelo Partido Colorado, José Amorín Batlle, disse esperar que “Obama e os cinco presos de Guantánamo não tapem a inflação, a insegurança e a educação. Esses são os problemas reais do Uruguai”.
Já o pré-candidato e deputado pelo Partido Nacional Luis Lacalle Pou anunciou que convocará o ministro de Relações Exteriores do país, Luis Almagro, para que dê explicações sobre o tema na Comissão de Assuntos Internacionais da Câmara dos Deputados.
Sobre as fortes críticas que recebeu da oposição em seu país, Mujica respondeu que não se pode conceber que todos os dias se faça discursos pelos direitos humanos e “quando é necessário desfazer uma problemática dessa natureza fiquemos amarrados no juridiquês”. E reafirmou que “há muito criticamos e seguiremos criticando o império yankee. Mas quando existe um presidente que luta por terminar uma vergonha que é herdada, uma vergonha não somente para seu país, mas para a humanidade, não se deve dar as costas”, asseverou Mujica.

Empresários que apoiaram o golpe construíram grandes fortunas - Portal Vermelho

Empresários que apoiaram o golpe construíram grandes fortunas


Fabio Venturini cita uma série de empresários que se deram muito bem durante a ditadura militar. No golpe dos empresários, “se uma empresa foi beneficiada, a mais beneficiada foi a Globo”.

Por Luiz Carlos Azenha, no Viomundo


 As Organizações Globo conspiraram contra o governo de Jango e sustentaram a ditadura.
 As Organizações Globo conspiraram contra o governo de Jango e sustentaram a ditadura.
Com mestrado na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo sobre os empresários e o golpe de 64 e em fase de conclusão do doutorado sobre os empresários e a Constituição de 1988, o professor Fabio Venturini esmiuçou os detalhes de “como a economia nacional foi colocada em função das grandes corporações nacionais, ligadas às corporações internacionais e o Estado funcionando como grande financiador e impulsionador deste desenvolvimento, desviando de forma legalizada — com leis feitas para isso — o dinheiro público para a atividade empresarial privada”. Segundo o pesquisador, é isto o que nos afeta ainda hoje, pois os empresários conseguiram emplacar a continuidade das vantagens na Carta de 88.

Em artigo no site Viomundo, Venturini cita uma série de empresários que se deram muito bem durante a ditadura militar, como o banqueiro Ângelo Calmon de Sá (ligado a Antonio Carlos Magalhães, diga-se) e Paulo Maluf (empresário que foi prefeito biônico, ou seja, sem votos, de São Paulo). Na outra ponta, apenas dois empresários se deram muito mal com o golpe de 64: Mário Wallace Simonsen, um dos maiores exportadores de café, dono da Panair e da TV Excelsior; e Fernando Gasparian. Ambos eram nacionalistas e legalistas. A Excelsior, aliás, foi a única emissora que chamou a “Revolução” dos militares de “golpe” em seu principal telejornal.

Sobre as vantagens dadas aos empresários: além da repressão desarticular o sindicalismo, com intervenções, prisões e cassações, beneficiou grupos como o Ultra, de Henning Albert Boilesen, alargando prazo para pagamento de matéria prima ou recolhimento de impostos, o que equivalia a fazer um empréstimo sem juros, além de outras vantagens. Boilesen, aliás, foi um dos que fizeram caixa para a tortura e compareceu pessoalmente ao Doi-CODI para assistir a sessões de tortura. Foi justiçado por guerrilheiros.

Outros empresários estiveram na mira da resistência, como Octávio Frias de Oliveira, do Grupo Folha, que apoiou o golpe. Frias e seu sócio Carlos Caldeira ficaram com o espólio do jornal que apoiou João Goulart, Última Hora, além de engolir o Notícias Populares e, mais tarde, ficar com parte do que sobrou da Excelsior. Porém, o que motivou o desejo da guerrilha de justiçar Frias foi o fato de que o Grupo Folha emprestou viaturas de distribuição de jornal para campanas da Operação Bandeirante (a Ultragás, do Grupo Ultra, fez o mesmo com seus caminhões de distribuição de gás). Mais tarde, a Folha entregou um de seus jornais, a Folha da Tarde, à repressão.

"Se uma empresa foi beneficiada pela ditadura, a mais beneficiada foi a Globo, porque isso não acabou com a ditadura. Roberto Marinho participou da articulação do golpe, fez doações para o Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (Ipes, que organizou o golpe). O jornal O Globo deu apoio durante o golpe. Em 65, o presente, a contrapartida foi a concessão dos canais de TV, TV Globo, Canal 4 do Rio de Janeiro e Canal 5 São Paulo", disse Fabio Venturini.

Globo lucrou

Ainda segundo o pesquisador, “na década de 70, porém, a estrutura de telecomunicações era praticamente inexistente no Brasil e foi totalmente montada com dinheiro estatal, possibilitando entre outras coisas ter o primeiro telejornal que abrangesse todo o território nacional, que foi o Jornal Nacional, que só foi possível transmitir nacionalmente por causa da estrutura construída com dinheiro estatal. Do ponto-de-vista empresarial, sem considerar o conteúdo, a Globo foi a que mais lucrou”.

Já que em 1985, no ocaso da ditadura, “Roberto Marinho era o dono da opinião pública”, acrescentou o professor.

Segundo Fabio Venturini, na ditadura imposta a partir de 1964 os militares se inspiraram na ditadura de Getúlio Vargas. Lembra que, naquela ditadura, o governo teve vários problemas para controlar um aliado, o magnata das comunicações, Assis Chateaubriand.

"No golpe de 64 o Assis Chateaubriand já estava doente, o grupo Diários Associados estava em decadência. O Roberto Marinho foi escolhido para substituir Assis Chateaubriand. Tinha o perfil de ser uma pessoa ligada ao poder. Tendo poder, tendo benefício, ele estava lá. A Globo foi pensada como líder de um aparato de comunicação para ser uma espécie de BBC no Brasil. A BBC atende ao interesse público. No Brasil foi montada uma empresa privada, de interesse privado, para ser porta-voz governamental. Se a BBC era para fiscalizar o Estado, a Globo foi montada para evitar a fiscalização do Estado. Tudo isso tem a contrapartida, uma empresa altamente lucrativa, que se tornou uma das maiores do mundo (no ramo)", afirma.

Venturini fala, ainda, em pelo menos dois mistérios ainda não esclarecidos da ditadura: os dois incêndios seguidos na TV Excelsior, em poucos dias, e a lista dos empresários que ingressaram no DOI-CODI para ver sessões de espancamento ou conversar com o comandante daquele centro de torturas, Carlos Alberto Brilhante Ustra. Ele comenta a tese, muito comum na Folha de S. Paulo, de que houve um contragolpe militar para evitar um regime comunista, o que chama de “delírio”.

Venturini também fala do papel de Victor Civita, do Grupo Abril, que “tinha simpatia pela ordem” e usou suas revistas segmentadas para fazer a cabeça de empresários, embora não tenha conspirado. Finalmente, explica a relação dos empresários com as nuances da ditadura pós-golpe. Um perfil liberal, pró-americano, em 64; um perfil ‘desenvolvimentista’, mais nacionalista, a partir de 67/68.

Fonte: Viomundo

Michel Collon: La guerra contra Yugoslavia fue el anuncio de una guerra no declarada contra Rusia – RT

Michel Collon: La guerra contra Yugoslavia fue el anuncio de una guerra no declarada contra Rusia




La guerra de la OTAN contra Yugoslavia, los mecanismos de EE.UU. para tumbar gobiernos no afines y las mentiras que alimentan los medios de Occidente son algunos de los temas que trató el investigador y periodista Michel Collon con RT.
"El objetivo de Occidente era el de destruir Yugoslavia, como un país con una ligación histórica al socialismo, con una gran realidad social para los trabajadores, también un país independiente, líder del movimiento de los Países no Alineados, y un aliado potencial de Rusia para tener salida al Mar Mediterráneo", asegura Collon, en 'Entrevista' de RT.

El investigador explica que el programa era "colonizar Yugoslavia o destruirla si no aceptaba la colonización", algo que fue realizado a través de "pretextos, medidas mediáticas sobre un genocidio, una invasión, etc.", cuando en realidad Occidente, en primer lugar Alemania y después EE.UU., ha organizado grupos terroristas y de extrema derecha en Bosnia y en Croacia apoyando al hipernacionalismo, provocando una guerra muy dura y con mucho sufrimiento para la gente, resaltó.
EE.UU. aplica el mismo plan de Yugoslavia en casi todos los países que se resisten 
Pero lo ocurrido en ese país hace ya 15 años no es un hecho aislado, como señala el periodista belga.

"EE.UU. aplica el mismo plan de Yugoslavia en casi todos los países que se resisten y quieren ser independientes, quizás con gobiernos muy progresistas como en Bolivia, Venezuela, Ecuador o en otros no tan progresistas pero que quieren mantener su independencia". "Los métodos utilizados contra Yugoslavia se exportan todos los días a muchos países", dice Collon.

Los tentáculos de la CIA

"En realidad Yugoslavia no fue vencida por las bombas de la OTAN, fue destruida por una operación encubierta de los servicios de la CIA que construyeron un movimiento que se llamaba 'Otpor', con toda una tradición de marketing muy inteligente ya que, a pesar de ser un movimiento de ultraderechas para abrirle las puertas a las multinacionales, usaba como símbolo un puño, tradicionalmente relacionado con los progresistas", para mostrarse como un movimiento del pueblo y prodemocrático.

En realidad Yugoslavia no fue vencida por las bombas de la OTAN, fue destruida por una operación encubierta de los servicios de la CIA 
Collon afirma que un hombre muy importante en este mecanismo es George Soros, que organiza con su 'Open Society' la "compra de los nuevos líderes". Y se ve en Ucrania, se ve en diversos países, es una "privatización de la CIA para reemplazar los líderes que no le convienen a Occidente con 'empleados' de Occidente", agregó.

"Obama es más peligroso que Bush"

"Bush no fue una gran victoria para el intervencionismo de EE.UU.", afirma el investigador. "No han ganado la guerra en Irak, no han ganado en Afganistán" y, según Collon, fue también objeto de una gran desconfianza internacional. 
"Había que restaurar la imagen de EE.UU.", por eso la idea era poner en el poder a un hombre de raza negra, más joven, con excelente marketing, mejor que Bush, y con discursos magníficos en los que convoca al diálogo. En realidad EE.UU. va a continuar utilizando la violencia, "pero una violencia más disfrazada, es decir, más escondida".

"Obama es más peligroso que Bush porque es más inteligente, es una estrategia más sutil para manipular la opinión y presentarse como un demócrata que quiere la paz. El estilo 'cowboy' de Bush fue naturalmente contraproducente", calificó el periodista.

Obama es más peligroso que Bush porque es más inteligente, es una estrategia más sutil  
La gran estrategia de Washington es "romper el frente Rusia-China-África-América Latina para mantenerse como superpotencia colonial". Como explica Collon, el objetivo fundamental del nuevo colonialismo estadounidense es controlar los recursos por dos razones: en primer lugar, el petróleo y el gas son grandes fuentes de riqueza y, en segundo lugar, hay que impedir que los rivales económicos tengan acceso a esos recursos.

"La guerra de Washington para controlar el petróleo es también contra Europa, contra Japón, contra China para mantener un chantaje sobre el acceso a la energía", acentuó.

Para Collon, la guerra contra Yugoslavia "fue el anuncio de que va a ocurrir una guerra no declarada contra Rusia, porque Yugoslavia era un aliado de Rusia".

La estrategia, continuó, no es atacar a Rusia directamente, sino debilitar a Rusia, encerrarla. Y Europa del Este, Georgia, Ucrania, eso es una fase, y Ucrania es muy importante como socio industrial, en agricultura, y por su posición estratégica para el comercio de hidrocarburos.

"Occidente ve a Ucrania como una nueva colonia a recuperar, una fuente de riqueza y una manera de cercar a Rusia", dijo el investigador, resaltando que "lo terrible es que para realizar este programa se utiliza la violencia de grupos nazis".

"Occidente utiliza a nazis, racistas, antijudíos en Ucrania, utilizan realmente los peores bandidos. Y lo mismo en Libia, han utilizado a Al Qaeda porque era una fuerza necesaria para destruir a Gaddafi, a Libia, que tenía un papel independiente. Lo mismo ocurre en Siria".

Los medios de Occidente no tienen ninguna credibilidad

"En realidad EE.UU y Europa no son democracias realmente porque en nuestros países no hay información correcta, no hay democracia si los ciudadanos no saben lo que pasa realmente", sentenció.

EE.UU y Europa no son democracias "porque para controlar países, quier


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